terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Brandos Costumes

"Já tinhas meio mundo na mão
Quiseste impor a tua religião
E acabaste por perder a liberdade
A caminho da glória

Ai, Portugal, Portugal
De que é que tu estás à espera?
Tens um pé numa galera
E outro no fundo do mar
Ai, Portugal, Portugal
Enquanto ficares à espera
Ninguém te pode ajudar "

De acordo com os dados da O.E.D.T., Portugal regista o maior consumo de álcool Per Capita. Apesar de as estatísticas relacionarem este consumo com a produção vinícola, os últimos estudos mostram claramente, que o consumo de bebidas brancas aumentou entre a população adolescente. No entanto, a mesma organização refere claramente, que dentro da união Europeia somos o país que mais consumidores de heroína tem. As sintéticas estão em escalada mas ainda não superam os heroinomanos.
A O.E.D.T., relaciona igualmente, os fortes consumos de estupefacientes com o facto de Portugal ser rota de tráfico de drogas...o que por si só já é mau.

Devido à proximidade com África e ao facto de estar maritimamente bem localizado, Portugal passou a ser também rota de trafico de seres humanos. Este é um flagelo que assola toda o mundo: seja pela emigração ilegal, seja pela prostituição, o que é certo é que o nosso país ainda não possui órgãos governamentais ou não, que tenham dados concretos da dimensão deste flagelo, que não é exclusiva a mulheres e crianças, mas direccionado para as mesmas, por serem mais vulneráveis, fracas e vantajosas economicamente.
Se não houver procura, não existe oferta. Talvez devessem começar pelo fim: punir os consumidores, sem estes, não faz sentido haver quem venda.

A Europa, há mais de 15 anos que regulamentou as leis e politicas relativas à violência doméstica, Portugal leva dia 12 de Fevereiro, à aprovação da A.R. a lei que criminaliza os agressores, protege as vitimas e aumenta o numero de penas de prisão efectivas. É recente no nosso país a Lei que designa violência doméstica, como agressões físicas ou psicológicas continuadas sobre outrem incapaz de defesa própria. É crime publico...mas como "entre marido e mulher não se mete a colher"...vamos ver se a próxima geração usufrui da Lei em plena consciência, no entanto é de ressalvar, que a Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, este ano viu-se obrigada a "apostar" na prevenção da violência doméstica nas relações de namoro.
Não me parece que isto seja evolução, eduquem-se os adultos, que as crianças serão resultado dessa educação.

Portugal não tem Legislação que contemple os crimes económico/financeiros...vulgo sacos azuis ou crimes de colarinho branco. De acordo com a jurista que ontem falava à SIC: " nunca houve necessidade de regulamentação, porque em Portugal não é frequente" (?!?).
Das duas uma: ou não vivemos no mesmo país, ou a definição de cada um acerca de crimes de colarinho branco...varia consoante quem está a receber.

Desde a descolonização que os indivíduos oriundos dos PALOP, estabeleceram comunidades em Portugal, muitos ilegais e a viverem em bairros sociais, em que a miséria social convive equitativamente com a miséria humana. Estes refugiados trouxeram as suas culturas e adaptando-a ao país de acolhimento muitos são os rituais que apesar de parecerem desadequados ou até punidos por lei, continuam a ser praticados em Portugal. Destes rituais o que mais se tenta combater é a circunsição feminina, ou mutilação genital feminina, que este ano também atingiu o seu pique e se tornou uma prioridade (?!?). Esta prática é mais comum que o que era desejável num país civilizado e de primeiro mundo (?!?) como Portugal. Para além de ser humilhante para a mulher, diminui a mesma na sua feminilidade e é um tremendo acto de violência física e psicológica com consequências desastrosas. No plano psicológico a mulher é privada de viver em pleno a sua sexualidade, desfrutando da mesma com prazer e desejo, para se submeter a um continuado acto de dor; ao nível físico muitas delas após parirem rasgam-se e rompem a bexiga, ficando com sequelas irreparavéis.
Como é possível em pleno século XXI, a mulher ser privada de viver e sentir a sua sexualidade, nunca vai amar em pleno ou sentir-se amada e desejada, porque digam o que disserem, a comunhão dos corpos expressa em plena liberdade, desejo e prazer faz parte do amar, do gostar e do sentir.

3 comentários:

Anónimo,  12 de fevereiro de 2009 às 11:01  

Conversa séria e muito racional... com certeza que concordarei consigo, se só temos condições para 5 pessoas na nossa casa, não deixamos que vivam lá 15, pelo menos se pretendermos que quem lá vive tenha boa condições e se sinta bem. Na verdade, estou cansado de defender isso, nada tenho contra qualquer nacionalidade, exceptuando os romanos, claro está, ou com o facto de qualquer "mistura" de nacionalidade em qualquer outra nação.

As únicas regras que acho que devem haver, além das habituais e vagas do "senso comum", são que quem visita tem que conhecer as leis, e respeitar que é visitado. E que é visitado, não pode olhar de cima para quem visita e tem que saber respeitar.

Quanto ao consumo de droga eu defendo que os extremos... ou é à bruta e por cima de toda a folha, ou haja liberdade com fartura!

Crimes de colarinho branco, é como os outros, sem apelo nem agravo! Doa a quem doer, sem choro nem vela!

A última parte, relativa à circunsisão feminina, nem me merece qualquer comentário, há coisas no ser humano, que me envergonham enquanto membro do mesmo grupo, essa foi uma delas, tristeza...

L. K. 14 de fevereiro de 2009 às 03:30  

A reflexão não é colorida é apenas o mundo em que vivemos :(

Se nós somos co-responsaveis por tudo isto, eu não quero este peso...quero mais e melhor o que só sera ossivel se aprendermos a dividir o trono...divido o meu :)

Anónimo,  14 de fevereiro de 2009 às 06:05  

mi trono es tu trono! :P

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