terça-feira, 11 de março de 2014

ad aeternum

a minha família não é  a mesma: uns nascem outros morrem.
a minha casa não é a mesma e não sei se amanhã será.
o meu trabalho não é o mesmo e não sei se amanhã será.
 
seja como for acredito que nada é ad aeternum  mas algures por ai Acredito que o Universo arranjará um lugar para mim.
 
Cada vez mais as mudanças são inevitáveis, se são necessárias já é outra história mas como disse Darwin e tão bem: é a sobrevivência do mais apto.
 
 Então vamos adaptarmo-nos e criar os mecanismos necessários à sobrevivência.
 
Se é fácil? Não.
Se é impossível? Não.
 
 
Leva o seu tempo.
 
Espero tê-lo.
 
Cada vez mais me sinto uma alma velha e a definhar.

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Sol

Basta vir um raio de sol e eis que o povo sai de chinelo e manga curta.
 
Andamos tão precisados do sol.
 
Conseguirá ele repor os níveis de vitamina D, serotonina e dopamina, necessários a lidar com tudo o que de menos bom nos rodeia?
 
Aguardo.

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quinta-feira, 6 de março de 2014

Coisas ...

"Por mais que tente não consigo retirar prazer de qualquer actividade ou companhia, parece que estou morta por dentro. Tudo na minha vida é um esforço, uma luta, uma batalha, uma guerra, que às vezes ganho no ultimo minuto outras perco e fico gravemente ferida. Disseram-me que tinha de me esforçar mais, como posso faze-lo se não tenho forças?
Se pudesse deitava-me e nunca mais me levantava. Estou presa numa prisão de grades invisíveis, não sei sair, não consigo sair, não sei se quero sair. E depois fazia o quê? Quando nada sei fazer. Talvez seja uma depressão ou talvez seja apenas a vida. Chamam-me exigente e obstinada. Talvez tenham razão ou talvez seja apenas esconder-me à vista de todos. Devo afastar-me do que quero pois posso querer apenas para não ter de lidar comigo, e esta dor que me castra e destrói. Talvez. Se no fim de lidar comigo ainda quiser é porque realmente quero ... confuso? Também achei. Não existem formulas mágicas apenas pilulas mágicas que adormecem o ser. Não tenho paciência para os teus lamurios,  não tenho paciência para quem não quer ouvir, para quem se assume como estando mal mas nada quer mudar, porque no fundo, no fundo, gosta de ser assim - mesmo pela negativa consegue a atenção do outro,  a sua pena, e desculpabilização - lamento mas não tenho paciência. Na verdade já não tenho paciência para nada, nem para mim. labirinto do Minotauro, fio de Ariana partido, voltas e mais voltas, padrões reconhecíveis, irreconhecíveis, mutáveis e imutáveis, haja conhecimento, vontade e perseverança.  Não precisas de ouvir. Não precisas de ficar. Nenhuma amizade sobrevive a tanta catástrofe. Aconteceram-me coisas boas no meio do Tsunami, não te nego a razão, apenas não as consigo recordar. Chamas-lhe fatalismo e ter pena de mim própria. Talvez. Até te dou razão, e existiram algumas coisas boas mas pergunto-te: as coisas boas que me aconteceram não são a rotina, o típico, o habitual na vida de toda  a gente? Então porque é que para mim tem de ser bênçãos e tenho de estar eternamente agradecida por elas? Se te acontecesse a ti sentirias como fatalismo, pessimismo e pena de ti própria?
É fácil debitar duas ou três larachas, por ar de entendida e debitares umas quaisquer teorias racionalizadas que supostamente justificam o irracional. Deixa-me ter pena de mim própria, pelo menos não finjo que está tudo bem, que não me importo com nada, que sou de aço. Talvez não volte a falar contigo. Talvez não volte a falar com ninguém. Esta é a minha máscara, deixa-me usá-la "

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Reflexão # 5

A solidão acompanhada não é mais que a discrepância entre as relações expectadas e as relações existentes.
 
 
Esperamos demais dos outros, esperamos demais de nós próprios. É uma bitola invisível e megalómana que nos impele, ainda que inconscientemente, a ser os melhores, os mais giros, os mais felizes. As revistas trazem milhares de artigos sobre como alcançar a felicidade plena, a estabilidade e a beleza digna de Hollywood, as páginas do facebook mostram-nos, inequivocamente, que existem milhares de pessoas com vidas fantásticas, "perfeitas", e quantos livros de auto-ajuda, tão na moda, nos dão as dicas para sermos plenos, realizados e irremediavelmente felizes, e quão pequeninos, estúpidos ou ignorantes nos sentimos, por seguirmos todas as "visualizações", pensamentos positivos e outras técnicas mais, e ao invés de nos sentirmos melhores a cada dia apenas ficamos mais frustrados. A sentir que temos "um problema grave" - se as dicas funcionaram para milhões de leitores, porque não connosco - que tipo de pessoas somos, que nem um mero livro, com dicas tão simples e óbvias, conseguimos seguir?
 
Assim se vai vivendo, crédulos da felicidade alheia, como algo incontornável e inquestionável, e descrentes no amanhã e na aplicação correcta da formula mágica que resolve todos os problemas.
 
Estou em crer que a única "formula mágica" somos nós ou melhor: está em nós. A nossa capacidade de resiliência, de lidar com as frustrações, de adiar a gratificação, e principalmente na tolerância a nós e ao outro: a consciência de que onde existe mais do que um querer, terá de existir cooperação, uma solução de compromisso. Pois quem tudo cede e tudo dá, sem nada receber a determinada altura sente-se vazio, drenado, esgotado, e quem tudo recebe, sem nunca dar perde, o respeito pelo outro e pelas suas necessidades.
 
Quão imperfeito é ser-se perfeito. Quão trabalhosa é a felicidade, que vendida encadernada, vem sempre fora de prazo. Quão sós estamos no meio de uma multidão barulhenta e invasiva.
 
Nesta procura incessante de bem estar, pedem-se sinais que de tão óbvios, são enviesados para aliviar o que intimamente já sabemos: a perda, o nada, o vazio ou quimeras perdidas. Repete-se o mesmo erro vezes sem conta, sempre na expectativa de um resultado diferente. Os padrões de comportamento, de pensamento, de estar e de ser, são subtis - o problema não está no outro, nos artigos coloridos ou livros milagrosos - está em nós e nas expectativas irrealistas que nos impingimos como formula mágica: se eu fosse... se eu pudesse ... se eu tivesse ... finalmente seria feliz (?!?) 

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