segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Despir ... 2012 ... Vestir ... 2013



A sensação inevitável de retro-perspectivar a minha jornada. A necessidade, quase doentia, de entender determinados acontecimentos e aprender com eles. Questionar-me e zangar-me comigo própria por determinados comportamentos ou atitudes em que senti que repeti padrões e onde sei que podia ser melhor. A vontade de mudar e um constante estabelecer de objectivos irrealistas e derrotados, antes mesmo de iniciados. A Fé e o Acreditar que desde sempre me caracterizam. O auto-flagelar-me por situações que são apenas o que são e nunca foram o que eu pretendia. A realização de muitas pequenas coisas que constituem um todo, que sou eu. As escolhas, as opções e os caminhos que tomei por minha única responsabilidade. As lágrimas que chorei, os sorrisos que partilhei. Ouvi e falei. Fiz muito e deixei outro tanto por fazer. Fiz o certo, o correcto, o assim-assim ou o errado - mas fiz. Não fiz outras tantas coisas que desejo fazer, por medo, teimosia ou porque assim o decidi. Senti-me sozinha mas também acompanhada. Senti-me abandonada mas também querida.

Um ano mais de "montanha russa", em que as descidas e as subidas, talvez tenham sido proporcionais - lágrimas exacerbadas e gargalhadas minimizadas. Foram imensos os temores mas também uma constante renovação de Fé. Baptizei o meu afilhado mais novo, e no caminho perdi a nevoa dos últimos anos e recuperei o verde do meu olhar. Verde é esperança e é assim que quero prosseguir viagem. Existiram acontecimentos que me derrotaram e momentos de grande desesperança, senti-me sem forças para caminhar e acordei, inúmeras vezes, derrotada. Ambicionei um abraço mais que tudo, um acordar partilhado e resignei-me a bastar-me, com a convicção de que já não (me) chego. 

Existiram, igualmente, manhãs de sorrisos alargados e uma fúria de viver. O sorriso do meu afilhado F. e os seus abraços apertadinhos. O nascimento da C. e um ponto de viragem na vida de quem se gosta, e por inerência partilha connosco conquistas. Amigos que estão presentes, mesmo quando não os vejo e a aproximação, de mansinho, de alguém que sempre foi importante na minha vida. O redescobrir-me em sentimentos e a necessidade de partilha. Iniciar novos projectos e sentir a tranquilidade de quem viaja apenas por puro prazer. 

Nesta jornada de 2012, confrontei-me com a minha pequenez e tacanhice - o afunilamento da minha vida - e quando o chão faltou, pela primeira vez percebi que sem esta área que construi tão forte, não sabia quem era. Um duro golpe que me deitou por terra e tirou energia e nessa queda tive de reaprender a caminhar. Reconstruí-me sem o registo Workaholic que me definiu durante anos. Tento não me deixar cair nesse padrão, e por vezes é-me uma batalha herculea - o conhecido é fácil e tentador. Quero-o na medida certa, não como o centro da minha vida. Tenho a inteligência e serenidade para fazer o que quiser, as competências pessoais, sociais e emocionais, reconquistam-se, trabalham-se. Treina-as.

Houve determinadas situações que sinto não ter tido a assertividade que devia, por achar que era desnecessário expôr-me - leia-se medo - a entrada em 2013 será consciente de que os sentimentos tem de estar ligados às palavras mas mais importante, às acções. Quero, digo e ajo em consonância. Aprendizagem. 

A todos os que de algum modo fazem parte da minha vida, aqueles com quem me cruzei, os que nutri e os que "não vi", aqueles com quem ainda não me cruzei, e os outros que não percebi porque nos cruzámos, desejo uma entrada Grandiosa em 2013 e uma jornada aliciante, marcada por um grande Acreditar no amanhã. 

Nunca deixem de olhar para o lado pois nunca sabemos quem lá estará  e que papel irá desempenhar na nossa vida. Deêm-se uma oportunidade e corra como correr, viveram!

Feliz Ano Novo!

No fim de contas o mais importante é olharmos, para todas as subidas, descidas, estagnação e corridas, de mais um ano que passou e sentirmos que subimos mais um degrau, grande ou pequeno, não importa - Não ficámos parados, não descemos - subimos.
  

Read more...

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

I Am Mine



"The selfish, they're all standing in line
Faithing and hoping to buy themselves time
Me, I figure as each breath goes by
I only own my mind

The North is to South what the clock is to time
There's east and there's west and there's everywhere life
I know I was born and I know that I'll die
The in between is mine
I am mine

And the feeling, it gets left behind
All the innocence lost at one time
Significant, behind the eyes
There's no need to hide
We're safe tonight

The ocean is full 'cause everyone's crying
The full moon is looking for friends at hightide
The sorrow grows bigger when the sorrow's denied
I only know my mind
I am mine

And the meaning, it gets left behind
All the innocents lost at one time
Significant, behind the eyes
There's no need to hide
We're safe tonight

And the feelings that get left behind
All the innocents broken with lies
Significance, between the lines
(We may need to hide)

And the meanings that get left behind
All the innocents lost at one time
We're all different behind the eyes
There's no need to hide"

Read more...

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Surpreendida :O

A minha família, este Natal, teve um surto de sanidade.
Facto que desconhecia.

Não ganhei a empregada doméstica mas também não ganhei cenas, que normalmente, não sei para que servem, nem tenho onde as por "para parecer bem" quando vão lá a casa.

O meu presente favorito foi um Trivial Pursuit - as coisas simples da vida (dado pela pessoa a quem emprestei o meu e resolveu emprestá-lo não se lembra a quem, isto tipo há 5 anos - adorei!).

Este ano o Natal foi-me mais espiritual que material, derramei lágrimas, apenas e só porque sim, e tive uma vontade súbita de mudar algumas coisas, quase como se restabelecesse uma ligação há muito perdida, entre mim e o mundo. Senti Paz e tranquilidade, algo que não sentia faz muito tempo. Nestas épocas, ultimamente, parece que sou dada a insights maravilhosos, daquele tipo de pensamento que deixa de o ser para passar a ser também um sentimento. Onde me leva? 

Não quero saber.


Read more...

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

A todos ...

... a capacidade de não fazer retrospectivas e ficar de humor deprimido, isto é Natal, e por mais que não se queira lá vamos comprar as meias, cuecas e lembrancinhas que assinalam ou deveriam, o quanto gostamos uns dos outros, o quanto nos lembramos e o quanto queremos que se lembrem de nós. 

Por mais que não queiramos, é nesta altura, que surgem os "balanços" e as recordações de quem fomos e de quem, um dia, tivemos a nosso lado. Pedimos Paz, Amor e Saúde, para nós e para quem nos ama mas já agora, aproveitava também para pedir um casaquito e as tais botitas e se não for pedir de mais, talvez e apenas talvez, um novo telemóvel (eu acho que está impecável mas queixam-se tanto ...), e "prontos" acho que é tudo (se quiseres surpreender-me com uma empregada doméstica também ficarei muito contentee eternamente agradecida), fora mais umas coisinhas que talvez peça só no meu aniversário, visto que estás assoberbado de trabalho ... até lá: 

A todos, Votos de Festas Felizes!





Read more...

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Que grande chatice ...

o mundo não acabou hoje, lá vou ter de pagar a conta da luz, da água, do gás, o seguro, a casa, o carro, a segurança social ... pffff ... ainda bem que não fiz lista de prós e contras, quer cá parecer-me que as vantagens do "acabamento" do mundo superam as desvantagens ...  vou ter de ir comprar lembranças de Natal ... e limpar a casa, dado que assim já não se justifica o pó e desarrumação ...

Read more...

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Dúvidas ...



Ainda existem coisas importantes para mim, bem como um punhado de pessoas que me são queridas. Ainda tenho sonhos e alguns objectivos que gostava de cumprir, bem como a certeza de que há coisas que serão sempre aquilo e só aquilo. Ainda sou uma crente de visão condescendente e esperançosa obre os que me rodeiam, bem como também já aprendi que as pessoas e as coisas são apenas aquilo que são e não o que eu gostaria ou desejaria.
Se alguém me pedisse para hoje me descrever, diria que sou um animal preso em areias movediças. Debato-me e em vez de avançar, sinto-me a afundar. Não me afundo como se me fosse afogar mas sim para parar, como se o Universo se estivesse a travar numa impetuosidade que já chega. Que só me cansa. Não me deixa sorrir. Sou uma dúvida. Questiono o inquestionável. Questiono-me desde que me levanto até que me deito. Respondo-me e volto a questionar (me).
Fala-se tanto do fim do mundo, e do fim disto e daquilo mas os "fins" são inevitáveis e invariavelmente assinalam, também, inicios. Às vezes quando nos apercebemos que em simutaneo com um fim, deu-se um grande início já perdemos alguma da sua magia, penso que lhe chamam resistência aos processos de mudança. Sofro dessa doença mas também já estive mais "atacada" da mesma, agora incomoda-me e logo a seguir sigo em frente: não sei se perdi a capacidade de ficar em pânico com as ditas mudanças ou se fui vencida pela exaustão da resistência às mesmas. As rotinas, por mais perversas que sejam, são confortáveis, são conhecidas e de certa forma amigas, verdade seja dita, que algumas são "amigas tóxicas", quase um suícidio lento. Há muito tempo que não me reconheço, que não sei quem sou, sinto que tudo o que defendia e acreditava é falacioso, apenas estereotipos e preconceitos que me travavam fosse no que fosse. Os meus apurados mecanismos de defesa são uma merda, pertencem ao neuróticos e os sinais estão cá: sou intelectualização e racionalização ao extremo. Arranjo uma explicação lógica para tudo e as justificações que me dou convencem-me de que tenho razão. também estou cansada dessa merda. estou cansada de pensar, de me auto-analisar, psicanalisar e tudo o mais que me faço - destrutivamente. O que acho que devia ser a minha vida, talvez, e apenas talvez, não seja o certo para mim. O correcto, talvez seja deambular em mim - ouvir-me e sentir-me.
A voz na minha cabeça anda mais sossegada ou deixei de a ouvir, sempre a querer isto e aquilo, a traçar metas e objectivos, a correr, a correr, como se não houvesse mais nada. Tenho sono. Muito. Apetecia-me dormir e não pensar  em nada, não ter de acordar. Humor deprimido. Hormonas no comando. Ou, apenas, espaço e tempo para me redefinir.
As minhas prioridades mudaram, esta lógica, por si só, já não me satisfaz. As dúvidas são muitas e cada vez maiores.
O que penso que me ia satisfazer, talvez e apenas talvez, também não o faça mas reconhecê-lo a mim própria já é um passo, e querer vivê-lo, sem barreiras, tabus, estereotipos ou "ses" é sem dúvida o meu avanço - querer viver-me.

Read more...

Coisas ...

A maioria das mudanças na minha vida envolvem dinheiro que não tenho em alturas que não me dá jeito nenhum. As que não envolvem dinheiro, parecem surgir deixando-me com um humor de merda e a dúvida se estão a acontecer ou não - as mudanças.

Read more...

(Des)conversa 66

Ela - não me patece nada ir morar para casa dos meus pais.
Eu - Olá para ti também. Então as coisas não estão melhores?
Ela - Não. Vamos separarmo-nos. É pelo melhor.
Eu - Se o dizes, com certeza será o meia acertado. E como estás?
Ela - Pois ... estás com alguém?
Eu - Não, neste momento não.
Ela - O que era ideal era dividir casa com alguém...
Eu - Será uma hipótese a considerares mas lembra-te que tens filhos e coloca em perspectiva tudo: como reagirás quando a outra pessoa ou pessoas deixarem tudo desarrumado, quando levarem pessoas para jantar ou dormir lá em casa. Se com quem divides a casa também tem filhos ou não. Há muita coisa a pensar. Uma coisa é viveres com um companheiro ou com os teus pais, outra é viveres com amigos em que os afectos são relativos e com um filho será de considerar.
Ela - Pois ... já percebi que não estás para ai virada.
Eu - Nem percebi que isso tinha sido uma pergunta (?!?)
Ela - Não foi bem uma pergunta, era uma sugestão.

Read more...

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Disseram-me ...

"A falta de dinheiro junta as pessoas."

"As pessoas separam-se pela falta de dinheiro."



Quando estas duas frases fazem parte da mesma conversa, fico a pensar, que qualquer desculpa é uma boa desculpa, a lógica: Preso por ter cão e preso por não ter cão.
É mais fácil a atribuição de culpa externa. Pensar que existem pessoas tão felizes que passam pelas suas próprias vidas sem nunca terem culpa ou responsabilidade em coisa alguma ... porque foram eles que ... esse outro vil e castrador, de costas largas e peito inchado ... enfim: a falta de dinheiro leva as pessoas a juntarem-se - a falta de dinheiro leva as pessoas a separarem-se e o meio termo? Leva as pessoas a fazerem o quê? A juntarem-se aos bocadinhos ou a separarem-se aos bocadinhos?

Lembra-me aquela história da mulher que passava e ele dizia: "Ali vai a minha viúva."
- "A tua viúva?"
- "sim, ela chama-me falecido, logo só pode ser a minha viúva"

Quantos viúvos e viúvas de esposos vivos conhecemos, e ainda não perceberam que todos os dias morrem mais um pouco, a solidão acompanhada mata mais que a falta de dinheiro e por ela as pessoas juntam-se e separam-se.

Read more...

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

(Des)conversa 65

Com os meus miúdos:

Eu - O que é um discurso assertivo? Acham que eu sou assertiva?
D - Achamos, tu acertas sempre em tudo o que nós fizemos ou estamos a fazer.

Read more...

A descoberta da Pólvora!

Existem umas pessoas que ainda não perceberam porque é que existem determinados riscos em espaços, normalmente, situados ao lado dos passeios mas também em áreas grandes, em que formam vários rectângulos ... esses espaços servem para...Estacionar! 

Eu explico: esses riscos delimitam uma área, em que, usualmente, cabe um veiculo, leia-se carro e o objectivo desses mesmos riscos é estacionar entre os mesmos e não ficar em cima de dois ou com um dos riscos no meio do seu carro. A lógica é caberem 7, 8,10 .... 2000 carros, conforme a capacidade dos locais e não onde podem estacionar 10 - porque existem 10 "buracos" - estão lá 5. 

Não é preciso tirar um curso para o entender, nem mesmo a carta de condução, é praticamente senso comum e o contrário é apenas falta de civismo e de respeito pelo próximo. Andam sempre a queixar-se que o estado isto e aquilo e quer mandar no que fazemos, comemos e qualquer dia no que vestimos mas foda-se, quando o estado não manda ninguém cumpre, é o primeiro que chega, é o primeiro que se amanha e quem vier atrás que feche a porta ... depois chateiam-me a cabeça que os putos são os mal educados e sem regras e blá blá blá ... isto chateia-me todos os dias mas em dias de chuva como o de hoje arrasa-me mesmo ver dois carros a ocupar o lugar de quatro e ter de me encharcar toda, não por não existirem lugares mas pela falta de empatia e bom senso de alguns.

Read more...

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Quem tem medo compra um não - Eduardo Sá

Quem tem medo compra um não - Eduardo Sá

"A diferença entre as pessoas corajosas e os medricas é que as primeiras reconhecem os medos e os segundos são, unicamente, destemidos na forma como os iludem. Por outras palavras: todos temos medo. E isso é bom.

Os medos protegem. Há medos que são uma espécie de equipamento de base, com que nascemos. O medo das pupilas longitudinais, por exemplo (próprias dos felinos, dos tubarões ou dos répteis) não precisa duma aprendizagem recorrente. Representa um precioso seguro de vida sempre pronto a socorrer-nos. Já outros medos, tanto têm a ver com experiência de sofrimento agudo a que fomos expostos como com medos dos nossos pais que nos foram assustando e que tomámos como nossos. À primeira vista, os medos parecem um bocadinho estúpidos. E compreende-se porquê. Disparam um semáforo amarelo em todas as circunstâncias que se assemelham aquelas em que os conhecemos pela primeira vez. Mas pecam por excesso de zelo: todas as situações que, de perto ou de longe, se aproximam daquelas que nos terão ameaçado são sinalizadas com se, com isso, o nosso sistema nervoso fosse alguns passos à nossa frente e olhasse por nós. Dito doutra forma: o anjo da guarda – que nos protege e nos guia – vive dentro de nós. Acresce que o semáforo amarelo, de que vos falava, por vezes, é atrevido: atropela-nos os gestos com um coração que galopa ou aumenta a temperatura do corpo com se tivéssemos o termóstato avariado. Na verdade, representa uma forma de nos dizer:

- Estás a aproximar-te duma situação em te podes magoar! Tem cuidado!

 Mas como somos ensinados a reprimir estes sinais, há alturas em que ficamos partidos ao meio: uma parte de nós assume-os; outra, repreende-os. Como, ainda por cima, nas situações de algum alarme, uma grande quantidade do nosso sangue foge - qual batalhão de reservistas - para as massas musculares (não seja preciso fugir ou atacar…), com menos oxigénio no cérebro, diante dum medo ficamos todos um bocadinho mais… “burros”. Apesar de todos os vexames que enfrentar um medo possa trazer, fugir dele faz pior. Isto é: a melhor forma de ficar preso a um medo é fugir dele.

Os medos são companheiros mais ou menos frequentes das crianças. Aumentam ou decaem consoante a maneira como os pais não os entendem ou os abrigam. Se os pais os acolhem e, de forma firme, persuadem os filhos a enfrentarem-nos, o semáforo amarelo apaga-se aos poucos. Se os ignoram, tornam-nos um pouco mais alaranjados. Se os almofadam por todos os lados, dão-lhe gás e eles ficam avermelhados. Mas veja-se como se sossega um medo, como exemplo. O medo das trovoadas é natural como a sede. Diante dele, todas as crianças se esgueiram, no meio dos relâmpagos, para a cama dos pais. Ao verem-nos, com o seu sussurrante ressonar, competindo com o ribombeio dos trovões, aninham-se entre eles e adormecem. Se tivesse legendas, uma cena como essa quereria dizer:

- Se os trovões me fizessem mal os meus pais não iriam, logo agora, adormecer em serviço…

Se o medo é como os pontos cardiais, quando são os pais que o promovem tudo se complica um pouco mais. Será razoável que as crianças tenham algum medo dos pais? É. Sobretudo, quando percebem que transgrediram as regras que eles definem. O que as assustará mais: a zanga dos pais ou a sua interminável condescendência? A condescendência que nunca se esgota. E porquê? Porque aquilo que os pais entendem como qualquer coisa de mal, no comportamento dos filhos, os magoa quando isso os assusta ou os aflige. É natural, portanto, que – ao sentirem-se magoados – os pais recorram a alguma dor para dissuadirem as crianças de irem por diante com os seus dislates de força de elite. Como um simples “não” nunca parece chegar, os pais reforçam-no um pouco mais: uma palmada ou um castigo será uma forma de enriquecerem, com um pouco mais de medo o medo que as crianças precisam de ter para estarem mais protegidas de alguns perigos potenciais. Quero dizer: há um “quanto baste” no medo que protege as crianças. Medos de menos estragam-nas. Medos demais fazem-lhes mal.

Devem os pais explicar cada “não”? Estão proibidos! Porquê? Porque exercer a autoridade num clima de “desculpa qualquer coisinha”torna os pais medricas de serem pais e transforma uma família numa… ditadura do proletariado. A melhor das explicações são os bons exemplos dos seus actos de todos os dias. As explicações devem ser a excepção. Jamais a regra.

Devem os pais castigar? Estão proibidos de fazer do castigo uma constante na vida das crianças. Ele será a excepção! Como somos animais de sangue quente (e latinos) sempre que fazemos de conta que ignoramos uma tropelia, a nossa ira acumula créditos que, a pretexto dum episódio irrelevante, faz com que os castigos mais pareçam os lenços que o Luis de Matos descobre numa cartola: “E depois ficas sem a sobremesa, a play station e o computador. E não vais à festa de sábado…” E, passadas algumas horas, tamanha recessão é revista em baixa as vezes que forem necessárias até que tudo volte à “casa da partida”. Quando nem os pais levam a sério um castigo é porque ele não é de fiar…
Os pais estão autorizados a amuar? Estão proibidos. Um amuo é uma birra para dentro. Enquanto uma pequena palmada arde uns minutos, um amuo amachuca pela vida fora.

Depois de as avisarem duas vezes, os pais estão autorizados a “passarem-se” com os filhos. “Passarem-se” será: abrirem-lhes os olhos, darem-lhes um grito ou, excepcionalmente, uma palmada. Por outras palavras os pais deviam promover a “via verde” ou o vermelho vivo. Por isso, estão proibidos de educar em amarelo intermitente. Isto é: estão proibidos de se transformarem nos “chatos oficiais” lá de casa. A zanga na hora é a melhor amiga da autoridade. E a autoridade só se conquista pela sabedoria que se reconhece e com o sentido de justiça que se demonstra. A autoridade baliza o medo. O autoritarismo acarinha o pânico (que é uma forma de ter medo do que mete medo e de quem o protege, ao mesmo tempo). É por isso que o pior dos medos das crianças é o medo (sem quartel) dos pais. Quem são os pais mais amigos dos medos?

Os pais que mais assustam as crianças são aqueles que nunca se zangam. O que as assusta neles é a sua indiferença. Vemo-los, por exemplo, quando se deliciam num restaurante por entre os guinchos duma criança que fazem de Tarzan um indomável de trazer por casa.
Logo a seguir, vêm os pais que têm birras em que partem a loiça e, quando o não fazem, dizem aquilo que nem uma grosa de cacos consegue escaqueirar dentro de nós. A ira dos pais assusta que se farta. E não é de admirar que, por medo, diante dela, os filhos se tornem crianças exemplares.

Mais ou menos a par, vêm os pais que - ora irascíveis, ora pela depressividade que nunca se resolve - são hostis no tom com que lidam com as crianças. Junto deles, o Rezingão, da Branca de Neve, mais parece o Noddy. Os seus filhos, ou se atilam ou disparatam. Ora fazem de “panela de pressão” ora se transtornam por entre uma erupção furiosa. Quem dera que quem os educa nunca esquecesse que o controle é o melhor amigo dos impulsos…
Já os «pais-pirilampo», tão depressa acarinham como, de seguida, violentam. São inconstantes e imprevisíveis. E estonteantes das variações bruscas do humor a que os filhos, por mais que se tentem ajustar, parecem nunca se adequar. Seja o que for que os tenha feito assim, estes pais intimidam pela hostilidade que lhes foge no tom com que lhes falam. São ásperos e agrestes. E magoam. Aos poucos, vão-se tornando mais progenitores e menos pais. E de tão assustadores, fazem com que as crianças ganhem medo de tudo. A começar pelo medo da própria sombra.

Todos nós colocamos algum sofrimento na educação dos nossos filhos. Na verdade, essas breves frustrações funcionam como uma campanha de vacinação. Sempre que as crianças aprendem a conviver com alguns “nãos” aguçam o engenho de os contornarem. Por cada não, é natural que fiquem com uma raiva de estimação, em relação aos pais. Durará, quando muito, meia dúzia de minutos. E vem equipada, um ror de vezes, com um: “não gosto mais de ti”(que, em tradução simultânea, quer dizer: “se gostasses mesmo de mim far-me-ias todas as vontades!”). Será de esperar que, no calor da ira, se insurjam e, atabalhoados, lhes chamem: “estúpidos”? Obviamente que não. Ninguém deseja que uma criança seja um anjo na Terra. Só se espera que, dentro das regras dos pais, elas aprendam a ser insolentes com maneiras.

Se uma criança cresce dominada pelo medo, ora se torna exemplar, entre os adultos e na escola, ora faz da violência que distribui de forma gratuita uma forma de meter medo ao medo. Afinal, quem tem medo mete medo. E quanto maior o medo, mais ele se afronta, violentando.

Todas as crianças são inteligentes e são atentas. São, portanto, um “motor” topíssimo de gama. Sem a autoridade dos pais faltam –lhes os “piscas e a caixa de velocidades. Sem o amor deles o combustível. Sem nada disso, por cada medo que tenham refugiam-se nele e desafiam-no, ao mesmo tempo. E fogem por diante. Como se metessem medo ao medo. Como se quem tem medo, não tendo quem o acolha, comprasse (a torto e a direito) sempre mais um não."


In: Ensino Privado

Read more...

domingo, 2 de dezembro de 2012

Que se passa?


Não sei.


Há qualquer coisa de diferente. Qualquer coisa que nem sei bem o que é mas é tranquilo, pacifico, apesar de surpreendente. Não conto porque não há nada para contar, é assim uma sensação, um estar e uma vontade que vem da "pele" de fazer as coisas mais absurdas (em mim). Não sei o que mudou mas não é mau, não há um esforço ou um pensamento consciente de acção.

Continuo materialista mas sem poder de concretização, apetece-me comprar umas botas fantásticas que vi mas que não preciso, as que "preciso" são outras (que também já vi), e uma canadiana, em azul escuro, que sempre quis ter e ficava tão bem com as botas ... preciso de mudar de telefone porque o meu ganhou vontade própria ... e preciso de calças de ganga e de uma saia às pregas azul escura ... controlo-me e percebo que nada destas tralhas me fazem realmente falta, são ego e o meu vai ter de crescer e tem crescido e entendido que não é isso que o alimenta e mantém saudável.

As questões da ambivalência também se tem tornado mais intensas e como é positivo ser ambivalente: deixar as todas as portas entreabertas. A ausência de verdades absolutas. A intelectualização no seu melhor e com muitas dúvidas para a baralhar e fazer parar. Projectos, sonhos, objectivos e ambições, o que posso fazer pelas concretizações nem é assim tanto como um dia pensei ser - já não me apetece correr mais, tornar as coisas em obsessões e ficar cega para tudo o resto e no fim frustrar-me por ter abdicado de tudo em prole de ... e sentir o "de" cada vez mais inalcansável.

O que se passa? 

Não sei ... mas a "crise" tem-me dado o tempo e a serenidade para assimilar e acomodar novos valores e novas formas de estar e sentir. Sou uma abençoada por trabalhar mas já não encaro o trabalho como antes. Mantenho as responsabilidades mas agora sou eu que domino e não a dominada ... o velho deu lugar ao novo, não por querer mas às vezes é preciso entender que a forma como somos e vivemos a vida, as nossas crenças e valores, não são antiguidades mas sim velharias. 

Sei que existem determinados estereótipos e até preconceitos que pautavam a minha forma de pensar e modo de estar na vida. Sei que estão a extinguir-se porque nunca pensei "pensar o que estou a pensar" involuntariamente, desta vez não foram o suficiente para me fazer extingui-los dentro de mim. Orgulho-me desta pequena evolução e mais ainda porque apesar de não ter concretizado as minhas intenções, tive-as.

Read more...

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Divagando...17

Ele há dias que os meus dotes culinários são uma merda: sou cozinheira de inspiração e não de obrigação ... e nota-se a má vontade. Assim se passa de pessoa com algum jeito para cozinhar para a gaja que nem douradinhos consegue fazer (esqueci-me deles no forno ... para apreciadores de african food, ficaram no ponto).
 
As semanas decorrem a um ritmo próprio, chegando estourada às noites e fins de semana, a vontade de sair é diminuta e há, até, uma certa tendência para o isolamento e introspecção. Não ando triste ou desmotivada, antes pelo contrário, sinto-me outra, pela positiva. Vamos ver onde me leva, se me leva ou se de facto consegui ultrapassar um sem número de obstáculos, entraves e barreiras que de forma consciente ou inconsciente, me impunha - alguns penso e sinto que sim - pelo menos Acredito nisso.
 
A um passo do fim do ano, são muitas as lições aprendidas e algumas apreendidas, outras, tento e talvez consiga ser professora de mim mesma e qual boa aluna aprender a matéria e torná-la transversal. Alarguei os meus horizontes e tornei-me menos exigente comigo própria, logo, também menos castradora. Mudei as minhas regras, tornei-as mais fléviveis e já não me aplico "nãos categóricos" acerca de determinadas temáticas, nas quais, concluo, sou uma perfeita ignorante e ajo como tal: com fugas para a frente, para trás e para os lados, Quero coisas, umas, menos, materiais, outras pessoais ou emocionais: tento inverter os pilares que me sustem e que há muito possuem a ordem errada. As coisas não deixaram de me interessar ou apaixonar mas começava a senti-las desprazeirosas - uma paixão tornada obrigação é dominadora, ansiogénica e angustiante - passa a dor e desprazer.
 
Não sou ainda tanto quanto gostaria mas o caminho é para ser caminhado e vivido, a ansiedade que outrora me corroia não compareceu, o sentimento é pacifico e de Fé - um esperar nada e viver o que que cada dia me trás, isso e apenas isso, sem expectativas ou "filmes" que a determinada altura são sagas, e como quase todas as sagas, cada versão é pior que a anterior

Read more...

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Quais as Probabilidades ...

de ter de me apresentar num sítio novo e acordar às 2h05 a.m. chei ad edores de estomago ... ignorar e dormir o melhor que conseguia, dado que às 6h30 era o toque final ... e foi mas acordei com dores de estômago terrivéis, os instestinos do avesso e ... uma borbulha na ponta do nariz.
 
Para causar boa impressão é do melhor, lá coloquei uma basezita e um rimelzito mas estou táo pálida e olheirenta que pareço ter sido desenterrada ... dias do caralho!
 
Odeio a Lei de Murphy!
 
Que este dia acabe rápido pois não aguento nem mais um segundo ... tou podre...

Read more...

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Divagando ... 16

Por maior que seja a minha resistência à mudança, começo a perceber a ausência de sentido de determinadas coisas na minha vida. Parece que a ambivalência é o meu último padrão e isso sim, é uma inovação em mim: o cinzento, as oportunidades das escolhas. Delimitei algumas questões que me têm sido tóxicas no passado, o esforço é não me deixar levar pelo modo de funcionamento conhecido, dado que deixou de ser prazeiroso para me ser doloroso. Já não quero mais. Quero outras coisas, quero dar-me oportunidade de as viver plenamente e a chance, até de as reconhecer e usufruir no imediato. 
Sempre sonhei muito, dizem que é a única altura que concedo à minha mente a oportunidade de elaborar o que me acontece no dia a dia ou até o que desejo. Ultimamente, os sonhos intensificaram-se e são, de certa forma, perturbadores, quer pelo realismo, quer pelas mensagens que sinto reconhecer-lhes. São assustadoramente vividos e nunca tinha tido a experiência de "sentir" de modo tão real, o que me deixou marcas de bem estar, algo que gostaria de "provar" na vida real. Não sei se irá acontecer algum dia mas pela primeira vez também não me interessa, aquilo que tiver de ser será e depois logo se vê. 

Está na altura de perder a ilusão de controlo do espaço externo e dos acontecimentos, porque com esta idade já entendi que nem o meu próprio  desgaste controlei, que o que pensava antecipar e controlar apenas me tornaram ainda mais obsessiva. Sempre soube que não era perfeita mas pelos vistos perdi demasiado tempo a tentar chegar perto e apenas me afastei para mais longe ainda. 

L.K. a tua vida é constituída por mais do que uma área e tens mais valências, está na altura de deixares as outras existirem e co-habitarem da forma mais assertiva e positiva que possas -  lembra-te disso.

Sim. Quero. Assumo.

Read more...

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Curtas ...

A minha vida é mais inteligente que eu, sabe sempre o que faz e o porquê deixando-me na ignorância e cm um monte de "ses". Perco imenso tempo a tentar percebe-la, justifico o injustificável a mim própria, e acabo a não ver o óbvio. Não tenho pedalada para acompanhar a minha própria vida.

Será a minha vida demasiado inteligente para mim ou eu demasiado burra para ela?

Read more...

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

(Des)conversa 64

Com os meus miúdos de 11º ano:

Eu - Alguém me sabe dizer o que é um Infante? O que quer dizer Infante? Melhor: alguém conhece algum Infante?
Pergunto isto, enquanto exibo uma imagem do Infante D. Henrique
Ele -  é alguém que trabalha num infantário. 

Read more...

domingo, 4 de novembro de 2012

Disseram-me...

"Quando as pessoas vivem sozinhas muito tempo nunca mais conseguem viver com ninguém. Habituam-se a fazerem o que querem, quando querem e a não ter de dar satisfações a ninguém. São pessoas que, invariavelmente, não aguentam relações e acabam sozinhas."

Read more...

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Curtas ...

Nos anos 80 achei a moda horrorosa, felizmente era criança mas as minhas tias como adolescentes personificavam-na e valha.me a Santa, aquilo não ficava bem a ninguém, excepto ao Michael Jackson... em 2012, acho o revivalismo dos anos 80, igualmente, horroroso e continua sem ficar bem a ninguém ... excepto ao Michael Jackson ...

pergunto-me se ele (Michael Jackson) foi enterrado com calças de lantejoulas a meia canela, meias brancas turcas, óculos de sol e casaco de domador de leões?

Read more...

Coisas ...

Estou a fazer uma formação em Violência Doméstica nas relações de intimidade, é para ai a terceira que faço mas esta durou 2 semanas. Segundo a formadora procuro soluções mágicas que não existem - "faz-se o que se pode e o melhor que se pode" (adorei o cliché).

O que esta tem em comum com as outras é ser ministrada por uma "feminista assanhada que à medida que o tempo passa mais feminista fica" - palavras dela. Esta lógica cansa-me porque com tanto "bombardeamento" sobre "igualdade" sinto que cada vez suporto menos esta lógica da "igualdade tão igual" - soa-me a fundamentalismo e porque sempre que se exige "igualdade" esta já está a deixar de existir e a transformar-se numa relação de poder assimétrico - só é igualdade se eu não tiver de exigir que me ajude, que esteja lá para mim. Se eu não delegar tarefas como entidade patronal mas se é um processo natural. (suspiro)

Enfim, sou ABSOLUTAMENTE contra a violência, seja de género ou de outra qualquer espécie - soa-me sempre ao argumento do ignorante mas também começo a ficar enjoada com a esta cena de "igualdade" que parece querer aniquilar o papel do homem e da mulher - não questiono os direitos ou até deveres, estes sim, devem ser, melhor TEM de ser igualitários e já nem devia ser tema de discussão mas sim algo rotineiro.

(suspiro)

Há instituições muito sensibilizadas e com mecanismos de actuação cada vez mais eficazes - nomeadamente a  Policia de Segurança Publica - mas como em tudo na vida existem Profissões menos sensibilizadas como a classe médica e a judicial, o que se considerarmos que são uma das primeiras instâncias de socorro e das últimas, isto ainda é temática muito "atrasada" em termos de resoluções eficazes. Muito se tem feito mas dado que a "austeridade" também deixou a descoberto a prevenção e se se verificar (como em outras épocas de crise) um  aumento dos casos de violência doméstica, com consequências cada vez mais devastadoras, é lamentável que sendo um crime público haja a necessidade de "olhar para o lado" porque após a denúncia não existem mecanismos suficientes de protecção à vitima e para quem não sabe, o após denúncia é um dos factores de maior risco.

(suspiro)

"Faz-se o que se pode, o melhor que se pode!"

Read more...

(Des)conversa 64

Eu (ao telefone às 11h) - Olá. Queres vir almoçar comigo?
Ela - Sim. Pode ser. A que horas?
Eu - Por volta das 14h/ 14h30 ... dá jeito?
Ela - Dá. Até logo.

...

Ela - Porra tu matas-te a trabalhar (ri-se histrionicamente)
Eu - (?!?) Então?
Ela - (continuando a rir) entre a hora que ligas-te e a hora que disseste que era o almoço pensei que fosses fazer um daqueles teus almoços grandiosos ... não almoço de campista ...
Eu - pensava que gostavas de douradinhos e massa esparguete (?!?)
Ela - E gosto ... só nunca me tinham convidado para um almoço de "pacote" que levou 3h a preparar (continuou a rir-se histrionicamente)

Eu - ?!?

Read more...

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Normativo ?!?

Em boa hora digo que mantenho o ritmo de quem não tem nada para dizer. As novidades por aqui são uma espécie de reciclagem: pego no usado e dou-lhe novo significado ... ou pelo menos tento. Quando não se passa nada na nossa vida é de nos felicitarmos: nem sempre significa estagnação ou rotina, às vezes é só mesmo nada e um nada tranquilo. A leitura anda em dia, os cafés, cigarros e converseta da treta também. 

Uma fase, só mais uma fase, igual a outras fases.

Read more...

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Divagando ... 16

São as diferentes versões da verdade que servem de combustível ao dia a dia. Percepções distorcidas, necessárias à manutenção interna, são elas que estabelecem uma ilusão de ordem e organização que não possuímos.  Ultimamente as pessoas parecem existir num estado permanente de dormência: andam mas não se mexem, falam mas nada dizem, riem mas é vácuo, parecem acompanhadas mas é uma distorção da solidão. O mau estar é geral, cultivador de um estado perpetuo de insatisfação, desesperança, egoísmo e, uma espécie de finitude atormentadora. Rir parece sacrilégio, estar bem é afronta ao outro que nos confronta com o seu azedume e olhar critico malicioso. 
Estamos destrutivos, pior auto-destrutivos, é um aperto que estrangula e inebria um olhar, outrora, cheio de vida, cheio de sonhos, luta para não colidir com uma realidade sentida como perniciosa.
Tenho dias que não sei qual a qualidade do meu estado anímico. Sei que não me apetece compensar-me com qualquer compra supérflua que me preencha momentaneamente o ego, não me apetece chocolate ou comida hiper calórica, apetece-me beber e não é água mas até nisso não corre como ambicionado - Baco não tem deixado que adormeça embalada pelos seus nectares divinos. Honestamente  ando numa fase estranha de tão tranquila interiormente, gostava de saber como cá cheguei, pois apenas me lembro de ser um poço de tormentas e um vulcão em actividade e de repente pufff ... qualquer coisa se alterou em mim. Será comodismo? Rendição? Depressão? Ou um baixar os braços disfarçado? São estas merdas que me chateiam, como gostava que a vida tivesse livro de instruções ou pelo menos que após uma mudança encontrássemos o papelinho que nos diz que vamos na direcção certa. (suspiro) 

Já não existem grandes amores mas sim grandes necessidades, porque um grande amor não é pacifico, e não pode ser tratado com cuidado. A precaução relacional deixamos para quem queremos impressionar, para quem não queremos que nos conheça falhas ou imperfeições. Os grandes amores dão trabalho mas não um trabalho externo, não precisa de gritos, ameaças, de submissão, rendição ou adestração. Os grandes amores dão dores de barriga, insegurança e medo de não sermos suficientemente bons, giros, magros ou interessantes, e é esta admiração pelo outro que nos deixa de borboletas na barriga e meio tótós, com um discurso errático, imaturo ou apenas incoerente: as palavras são atropeladas por um sem número de emoções. Um grande amigo pode ser estabilidade e segurança e não um grande amor, daqueles que dão vontade de descascar batatas e fazer um jantar aprimorado apenas e só porque sim, mesmo que os nossos dotes culinários sejam medíocres. Não acredito que possamos amar a mesma pessoa duas vezes, nem que nos possamos apaixonar por ela novamente, acredito sim, que se nos voltamos a cruzar e as coisas até parecem fazer sentido novamente só pode ser uma de duas coisas: ou não avançamos ou aquela pessoa é "uma pedra no sapato". O professor Eduardo Sá diz que a melhor maneira de não esquecermos algo ou um alguém é obrigarmo-nos a não pensar na pessoa, e que o contrário é a forma mais rápida disso acontecer. Concordo, até por experiência própria, quanto mais me esforcei para matar  alguém  dentro de mim mais os pensamentos eram recorrentes e pareciam ter vida própria, quando tomei a decisão de debater à exaustão os aspectos que me ligavam a essas pessoas elas perderam importância, como se se tornassem rotineiras e a determinada altura falar delas ou do Messi era-me exactamente igual: não me interesso por futebol, sei que é conhecido na sua profissão mas não sei exactamente por quê.


Read more...

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

(Des)conversa 63

Ele - Mardinha, eu hoje vai ver a mana na barriga da mãe. Vai ver a carinha dela e as mãos.
Eu - Ainda não consegues ver isso tudo. A mana ainda é assim um girino.
Ele - Um girino? Um sapo filhote?
Eu - sim, para caber na barriga da mãe, é assim tipo sapinho.


à hora de almoço:

Ele - Pardinho, eu hoje vai ver a mana.
Padrinho - Já? Acho que ainda não dá para ver bem.
Ele - Pois não Pardinho porque ela ainda é um cardume.

Read more...

(Des)conversa 62

Ele - 'tou surpreendido ... sim senhora, quem diria ...
Eu - (?!?) surpreendido com o quê?
Ele - Com a tua casa. Nunca a imaginei, assim, tão feminina.
Eu - Sério (?!?) isso quer dizer o quê?
Ele - Que é bom, é confortável. Dá-me vontade de jantar.
Eu - Jantar às 3h da tarde??
Ele - Sim. Isto é uma "casa de estar" apetece ficar (risos)
Eu - (?!?) ainda bem que estás bem mas tenho de te meter na rua porque estou atrasada.
Ele - Então vai lá que eu fico a dormir a sesta.
Eu - (?!?) 

Read more...

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

(Des)conversa 61

Ela - Não vais mudar a botija do gás?
Eu - Não, fui buscá-la à rua e aflige-me que esteja molhada. Mudo amanhã quando secar.
Ela - Mas há algum problema em estar molhada?
Eu - Não sei mas por via das dúvidas prefiro assim.
Ela - Pois não sei mas acho que no máximo ficas com água das pedras.

Read more...

domingo, 14 de outubro de 2012

You Got a Message:

"Por mais que o sol brilhe existem fases em que as lentes não deixam antever esse brilho. Não era o seu caso, por agora. Algo tinha mudado, talvez não à sua volta mas dentro de si. Gostava de poder afirmar que se tinha operacionalizado uma verdadeira aprendizagem e consequentemente uma verdadeira mudança mas não sabia se essa era a verdade. Faz algum tempo que repara na mutabilidade das coisas, das pessoas e das verdades. Talvez sejam, novamente, as suas lentes a distorcerem o espaço externo. A impulsividade conduz-nos muitas vezes onde não queremos ir mas pensávamos que sim, faz-nos ter coisas que não gostamos mas que pensávamos desejar. Era uma lição a ter em conta. A precipitação, a zanga e a desesperança tinham-na assustado tremendamente e pela primeira vez não lhe saia da cabeça a frase: Cuidado com o que desejas porque podes obtê-lo. Como em tudo, o pânico tinha sido invasor e dominador mas após o desalento havia percebido que se assim fosse, seria. Há tanta coisa que ela gostava de experimentar, pessoas que povoam as suas noites e a quem gostava de sentir - pele na pele. Não se atrevia a dizê-lo. 
Numa fase em que vive no limbo, em que não tem nada, sente-se poderosa e abençoada. Paz - estranho este sentimento pacifico de finitude - parece nada esperar e a Fé de tudo alcançar. Montanhas gigantes sempre se afiguraram, todas escorregadias e com a exigência de vários dias de viagem, vários sacrifícios mas com a tenacidade e resiliência tão características, alcançou o cume. Desta vez não será diferente: sei. 
Peço-te que tenhas atenção, que não descuides o ambiente externo. Peço-te que, apesar dos "apesares", te permitas viver. Já pensaste que ele não sabe o que pensas porque não lho dizes, não desmanchas e receias a rejeição porque sentes sempre que ele te rejeita, será? Ou ele reage como tu? Essa pele que lhe queres provar, talvez seja o que também ele quer e nenhum avança - mutuo receio de perda, abandono ou rejeição? Parecem iguais quando se afirmam tão diferentes. Parecem ambos querer o mesmo e dizes-me: "eu não o uso. não o deixo na prateleira dando-lhe corda apenas para o saber ali" - Não, minha querida, tu simplesmente não dizes nada e finges que ele não existe. - "não é nada, é apenas o desejo de pele, não o queria na minha vida. somos tão diferentes." - mas ficas empolgada quando o ouves, ficas ansiosa, com o coração acelerado - desejas-o - isso não é nada, é alguma coisa. Tens razão: são preciso dois a querer. Seja aquilo que for: o tudo, o nada ou enquanto dura."

É fácil falar - sei. 

Read more...

sábado, 13 de outubro de 2012

Nota:

odeio a Hello Kitty e pessoas com mais de 10 anos vestidas de Hello Kitty, tatuadas de Hello Kitty, com brincos, fios e malas de Hello Kitty e roupa interior de Hello Kitty ... antes odiava a Pucca pelos mesmos motivos, a Betty Boop não atingiu estas proporções mas também deixa muito a desejar ... enfim é só um desabafo.

Read more...

Antagónico

Dormi 14 horas seguidas ... acordei cheia de sono e assim me tenho mantido ...

Read more...

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Coisas ...

Ontem dei por mim a ter uma conversa deveras interessante, defendia o meu ponto de vista de forma veemente, tentando explicitar que aquele ponto de vista - o do outro - era egoísta e inseguro, que não podemos controlar determinado tipo de situações. Argumentei que aquela forma de estar na vida ou de a encarar era redutora e levava a bastantes impedimentos de sucesso pleno, que era potenciadora e geradora de mal entendidos, afastamentos e desamor. Que era medo da perda, da ausência de controle no amanhã.

A determinada altura "caiu-me a ficha" e percebi que a conversa era em espelho - estava a descrever-me. A falar de mim e a argumentar contra mim. Assimilei que aquela era eu e o meu percurso tem sido traçado à luz do meu egoísmo e forma redutora de sentir e/ ou pensar. Sou vitima do meu orgulho e se apregoo que quero partilha equitativa, os movimentos são contrários porque construo a ilusão de reino absoluto.

Quem diria que ainda há uns tempos tive um ataque de fúria apenas pela sugestão de situação similar e ontem contra argumentava, novamente a lógica: é bom para os outros mas não para mim. Fico fodida quando me sinto espelhada. Não sei o que me quero provar, ou a quem quero provar seja o que for - fico aguardar mais um "insight maravilhoso".

Read more...

terça-feira, 9 de outubro de 2012

e talvez, apenas talvez ...

Desculpa se te magoei ou fiz sentir aquilo que te digo que não deves sentir. Não queria que me interpretasses mal, quando disse "é diferente" não era na perspectiva de que sou melhor ou imune ou que essas coisas a mim não me acontecem ou que tenho uma capacidade fora do comum de resistir/evitar tais situações. Talvez merecesse até. Não critico ou condeno, admiro. Tivesse eu um percurso de vida diferente e imaginar-me-ia nessa situação mas projecto demasiado, e talvez, apenas talvez ainda não esteja sarada dessa parte, e talvez, apenas talvez nunca esteja, e talvez apenas talvez tenha medo de não saber lidar com a situação, e talvez, apenas talvez pense que não devo fazer aos outros o que não gostei (mesmo nada) que me fizessem a mim.
Não preciso de mais merdas na minha vida e sim de paz, alguma tranquilidade. 



não se planeia ou controla, quando estamos nos cornos do touro resta-nos pega-lo ou o embate pode ser tão ou mais fatal que a pega em si. Quero estar nas bancadas. Sempre "peguei" os touros todos que vieram na minha direcção - menos esse. Acredita que te admiro.

Até acho, por vezes e apenas às vezes, que devia embarcar em algo assim: era sinal que ainda me restava alguma humanidade e sentir, que o meu núcleo Freak Control se havia extinguido e que o medo não me dominava. Talvez, e apenas talvez, precise de ajuda, de uma daquelas ajudas que não se pedem e não se aceitam, daquelas que não controlamos porque não sabemos que estamos a ser ajudados. Talvez, e apenas talvez deve-se saltar, neste ou em qualquer outro precipício. Por agora não quero, recuso - negação? Talvez, e apenas talvez.



Read more...

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Fim de ciclo?

A burocracia transcende-me, é uma pandemia e serve para passar a ideia de que estamos todos muito ocupados. Nos serviços públicos, então arrasa a paciência e boa vontade de qualquer um - pelo menos as minhas.

Não percebo que lógica é esta de acumulação de trabalho para parecerem muito ocupados e leva-se um dia inteiro a coçar a micose, a falar da vidinha - preferencialmente da dos outros - ou simplesmente num nada arrastado que ganha energia na hora de sair.

A minha lição, (acho eu) deve ter sido a de esperar assertiva e pacientemente, de me humilhar e humildar porque sou eu que preciso, de esperar horas em vão e ainda ter de pedir desculpa mostrando um sorriso de orelha a orelha - assumindo a minha "falha" ou potencial erro - para que o outro se sentisse narcisado, sentisse os seus galões a brilharem e lhe inchasse o peito pelo "excelente trabalho e disponibilidade" - ando a engolir sapos e a mendigar favores há 15 dias - nunca me imaginei. A determinada altura a minha vontade de mandar tudo para o caralho superava a minha sanidade - juro estive à beira do surto psicótico - mas a vantagem de trabalhar muitos anos com alguém é que vão começando a conhecer os nossos pontos fracos e antecipam-se. Obrigada! Também faz parte da lição.

Odeio pedir, seja aquilo que for, não sou capaz por mais na merda que esteja, por mais que precise, as palavras recusam-se a sair, forma-se um nó e é mais fácil sorrir e dizer "está tudo bem" quando está tudo uma merda - quem diria que pedi e voltei a pedir até já não ter cara para pedir mais e que me custou horrores, foram facadas que tentei lidar com humor e um sorriso. Nem sei se isto vai ter o resultado esperado, no entanto, vale pelo processo, nem sei se quero chegar mas o caminho foi aprendizagem - afinal tenho capacidades que posso apostar um pouco mais - humildade e contenção nas palavras e acções.

Afinal as pessoas sabem que estão mal, sabem que são maus profissionais, e arrisco-me até a dizer más pessoas porque se estivessem confortáveis na sua pele, não precisavam de estar constantemente a puxar dos galões e como me disse várias vezes um dos meus Professores mais queridos  e que mais respeito: "Só puxa dos galões quem não tem colhões! - Cada vez concordo mais: sobem trepando nas costas dos outros - Shame on You!


Read more...

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Esforço Inglório ...

tantas vezes me falaste sobre o "esforço inglório" - tantas vezes me ri.

Acreditava no retorno das acções.

Já sei o que "Esforço Inglório" - Não sei é se aprendi alguma coisa!

Read more...

Quem espera ...

sempre alcança ou desespera?

Ambos.

Odeio esperar, odeio mentiras e falsas promessas, odeio faltas de respeito, arrogância e pretensiosismo. 

Ultimamente é o meu dia-a-dia e todos os dias me minto e faço-me promessas que não consigo cumprir. Estupidamente, tudo o que comprometo com terceiros cumpro à risca, ainda que isso signifique sacrificar a minha vida ou o que deveria  sê-la.

- "é a última vez. Vou passar a cumprir horários e as regras que me estabeleço e são ... ah .. já me esqueci e mais 10 minutos não fazem mal a ninguém"

Tudo me começa a fazer mal e talvez a lição seja o que o meu irmão me diz há anos: "Quem muito se baixa o cu lhe aparece"

Sou uma Abençoada  e estou deveras Agradecida, resta-me aprender a não expectar.

Aprendo.

Read more...

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Provavelmente ...

...  é normal e transversal esta falta de vontade em ir mas também em ficar. Sabemos todos muito acerca de nada e balbuciamos certezas absolutas talhadas na incerteza absoluta do que será. O que está para vir tem de ser melhor do que é, porque isto é uma merda. Fala-se sem nada dizer e sorri-se de boca fechada e dentes cerrados - a harmonia torna-se cada vez mais escassa e a felicidade são momentos tão ténues que se não pararmos um milésimo de segundo ficamos na incerteza do que aconteceu. Queria não me lamentar, queria estar em paz, tranquila e dar aos outros um pouco de Acreditar - esperança no que há-de vir - é complicado quando a alma está azul mesclada mas a aproximar-se perigosamente do azul escuro. Talvez fosse melhor o Mundo acabar em Dezembro pelo menos era uma perspectiva de algo, negativo, é certo mas justificaria uma loucura infantil, despudorada e justificativa do que sentimos. Generalizo. Provavelmente são apenas os que me rodeiam que estão com a visão em túnel e dificuldades em ver o sol. Provavelmente todos os outros estão tranquilos à espera de uma madrugada dourada que teima em se atrasar ... provavelmente apenas eu não sei esperar e o mais provável ainda  é ser tempo de crescer e largar esta visão romântica do que é (devia ser) a minha vida.

Provavelmente é-me mais salutar ir ali beber um café, enquanto posso, e tentar alimentar o meu espírito de  um sem número de soluções de pessoas que começam frases com "se eu mandasse fazia e acontecia" e terminam com "se eu lá estivesse fazia o mesmo".  

Read more...

terça-feira, 25 de setembro de 2012

suspiro

Queria dizer um sem número de coisas mas não sou capaz. Durante o dia as ideias florescem e debito palavras que sinto pertinentes para este espaço mas depois ... depois chego a casa e sou um ser acéfalo, desmotivado e cansado, basta olhar para o Cif e respectivo pano que repousam há 3 dias em cima do balcão: nem ele (cif) ganhou vontade de fazer alguma coisa, nem eu - estamos em pé de igualdade.

Ando há 3 meses para ler um livro, que nem sei se me interessa porque nunca lhe prestei atenção - pego-o leio uma pagina, recordo o antecedente e avanço ... um paragrafo. Há meses que não leio nada sem ser associado ao trabalho, o que é estranho em mim - os livros em parceria com o teatro sempre foram o meu mundo paralelo - aquele só meu.

Voltei a sonhar de empreitada, são só merdas estúpidas que não percebo o que significam - não estou a entender o que o meu inconsciente me quer dizer - mas que me deixam estafada pela manhã: deito-me cansada e acordo cansada. Nem sei se dormi. O positivo é que me passaram (parcialmente) as insónias.

A minha mãe sempre me acusou de ter uma atenção selectiva - agora diz-me que tenho um défice de atenção/ concentração. Qualquer dia também me diz sou hiperactiva. Acho que em adulto estas perturbações já não são válidas, se ainda fosse criança estava no grupo normativo de filhoshiperactivoscomdeficedeatenção/concentraçãoporquesãosobredotados ... com esta idade é só mesmo parvoíce.

Cá estou eu, qual Touro enjaulado que marra e dá coice e sente-se encurralado: passaram três meses e estou exactamente onde estava. A descrença não é no futuro, não há pessimismo, há simplesmente a ausência de expectativas e a quebra de realização das mesmas. As coisas NÃO são como eu gostaria. Nunca foram. Não poderia (deveria) esperar diferente. O "arame farpado" é o fio condutor da minha vida: será que algum dia me vou habituar? Conseguirei manter as forças para nadar? Numa época destas serei capaz de manter um olhar rosa choque?

Quando nos sentimos gordos, feios e burros, é difícil reconhecer e conviver com a imagem do espelho: ela é igual a nossa cabeça é que a vê (sente) diferente. Quando quem nos rodeia partilha da nossa imagem torna-se complicada a convivência e quando os que não a partilham necessitam de a proferir para sentirem a condescendência, o nosso mundo (ou nós) vai encolhendo - com sorte ninguém nos vê neste buraquinho pequenino onde nos recolhemos.

Tenho umas cortinas novas, fantásticas e maravilhosas, de um verde alface delicioso - vinham em arame farpado ... 48h para as montar ... um sem número de contratempos ... Obrigada H. e F., tiveram uma paciência surreal ... mesmo quando perceberam/ sentiram que me estava a tornar num vulcão em erupção ... não houve lava - tou crescida.

Gostava de chorar mais e enraivecer-me menos. Gostava de ter a capacidade de não ficar reactiva a merdas mesquinhas. Gostava de não corresponder a todos aqueles/ aquelas que me sabem alvo fácil pela irascibilidade comportamental em fases que me encontro menos bem psicologicamente. Gostava que estas fases se encurtassem, até se extinguirem - era sinal de evolução pessoal, emocional e espiritual.

Sei o que gostava de realizar ... mas não me confesso. Reconhece-lo a mim própria era admitir uma coisa que não sei como conquistar. Subo a montanha e paro para recuperar o folgo. Se o admitisse seria mais fácil? Provavelmente. 

Um dia de cada vez.

Read more...

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Gosto!



Read more...

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

(Des)conversa 60

Ela 1 - Tinha 16 anos quando comecei a fazer roupa. Primeiro fiz umas calças e agora faço tudo: roupa de verão e de inverno.
Ela 2 - Também eu. Via as coisas nas montras e entrava só para me certificar que era como eu pensava e chegava a casa e zás: fazia igual.
Eu - Admiro imenso quem tem essas qualidades mas eu não sei cozer, só mesmo uma bainha para me desenrascar e nota-se que fui eu.

...
Ela 1 -  Adoro fazer doces, sai sempre bem, consigo inventar e tudo.
Ela - Eu também faço isso com os doces e com a comida, até com petiscos. Sou uma cozinheira de mão cheia em tudo.
Ela - Eu também faço comida muito bem e petiscos. Só não faço mais por razões óbvias (aponta para o corpo).
Eu (com ambas a olhar para mim como se fosse instituído falar à vez) - Eu não sei fazer doces e na cozinha faço suficiente para não morrer de fome, desenrasco-me.
Elas (condescendentes com a minha ignorância) - Pois não precisas e como não tens filhos também não é preciso fazeres, não é? Pode ser que arranjes um marido que saiba.




Read more...

(Des)conversa 59

Eu - Que cara é essa?
Ele - Estou preocupado porque a minha mãe está preocupada com a tempestade tropical que vai passar sobre a Terceira.
Eu - Deixa lá, pode ser que passe no mar.
Ele - Oh mulher e  no mar não faz vento.

Read more...

A descoberta da Pólvora


"Paulo Morais, ex-vice-presidente da CM do Porto e vice-presidente da ONG "Transparência e Integridade" diz que o parlamento é o grande centro da corrupção em Portugal ..."

Read more...

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Irónico: "The Man Who Sold The World"




"Oh no, not me
We never lost control
You're face to face
With the man who sold the world

I laughed and shook his hand, and made my way back home
I searched from form and land, for years and years I roamed
I gazed the gazeless stare at all the millions hills
I must have died alone, a long long time ago"

Read more...

Divagando ...15

Hoje estou para aqui virada. Não me apetece pensar - o que parece ser  comum nos últimos tempos. Para me apaziguar, digo-me "não tenho nada para fazer e nada para pensar" - não me alivia tanto como deveria mas treino-me no bom funcionamento da coisa. Por qualquer razão que a razão desconhece ando com insónias - estou estupefacta dado que sou pessoa de hipersónias - dizem as pessoas "intendidas" que me rodeiam, que está no inconsciente o que me tira o sono. Talvez. Elas lá sabem.

Há quatro anos que estou estagnada, pago as mesmas contas, os mesmos empréstimos, visto a mesma roupa, ouço (maioritariamente) a mesma música, vou aos mesmos sítios, falo com as mesmas pessoas, gosto da mesma comida e nada mais que isto. Começo a desconfiar que tenho um problema (mais um entre muitos).

Não sei se ando bem ou mal disposta, se estou triste ou contente, o que me alegrava ou deixava igual. Estive na merda, fui ao fundo e estou a meio das paredes do poço, em sentido ascendente, não sei para onde vou, nem como vai ser o dia de amanhã. Nem me interessa. Não há formulas apenas desejos, sonhos, ambições e a vontade de concretizar.

Diagnosticaram-me depressão (afinal serve para tudo), egoísmo (é uma pandemia mas não vem no DSM IV), houve quem achasse que era apenas soberba e arrogância e ainda "achaques" de quem não tem chatices. Tou-me a cagar - sou apenas eu a ser eu - tenho dias bons e maus e a duração e intensidade é variável. Não sou fundamentalista mas parece que tendencialmente vivo no preto e no branco - cinzento não liga com o meu tom de pele - meias verdades e meias mentiras deixam-me azul.

Parece (dizem as más línguas, experts  no assunto) que ando assim para o assertivo/ agressivo, e digo tudo o que me vem à cabeça quando as coisas ultrapassam determinado limite - o meu limite - e  assim como as pessoas  insânias  dizem tudo e mais alguma coisa e quando respondemos fazem-se magoadas e dizem "estou a brincar" mas vão aproveitando para ofender e achincalhar, eu também vou "cagando umas postas de pescada" mas agora em mau. A diplomacia anda pelas ruas da amargura.

E assim vai a vidinha - um dia de cada vez - sem promessas ou grandes objectivos mas com sonhos e a certeza que amanhã será melhor ou tão bom como hoje. Começo a gostar desta minha nova dinâmica: menos racional e mais emocional (ou isso ou autismo).
Benefícios? 
São como os descontos do Continente: estão em cartão.

Read more...

  © Blogger templates Psi by Ourblogtemplates.com 2008

Back to TOP