quinta-feira, 29 de março de 2012

Divagando ... 7

"Tudo o que acontece uma vez pode nunca mais acontecer, mas tudo o que acontece duas vezes, acontecerá certamente uma terceira."






Existem determinados acontecimentos ou situações que ansiamos para que apenas passemos por elas uma única vez e até essa já é uma vez a mais do que pediríamos. Outras gostaríamos de repetir até ficar cheios e mal dispostos de tanto prazer que nos dão. Sabemos, no entanto, que é o meio termo a solução: dominarmos e não sermos dominados seja pelo que for ou por quem for.


Inúmeras vezes dou comigo dominada por merdas que havia decidido não voltarem a ter primazia, ultimamente, sinto a jaula mais pequena, mais apertada. Há alturas que me sinto um Touro enjaulado, que quanto mais preso se sente mas marra e escoceia. Existem algumas teorias de olhares externos que me dizem que sou um animal selvagem, daqueles que quando encarcerados se debatem até à morte, que não sabem quando parar e não percebem a inteligência de ficar sossegado como sobrevivência e recarregar de baterias. Eu não sei.


Tudo em meu redor me diz que está na altura de ficar sossegadinha, que o cerco aperta para me tirar mobilidade e a fantasia do projecto de resolução: existem coisas que não tem resolução, são assim porque são e sou eu que tenho de me adaptar e não o contrário. A insatisfação que me caracteriza está descompensada pois se antes era insatisfeita e sabia (?!?) o que queria ou o que poderia reduzir esse sentimento, agora não o sei. Dizem algumas más línguas que o aproximar do meu aniversário também é uma época que me deixa algo bélica e irascível ... porquê?


Isto de andar sempre na construção e/ou reconstrução de novos paradigmas e esquemas mentais torna-se pescadinha de rabo na boca: nem sei se o caminho que sigo é escolhido, imposto, o 1º que encontrei, o certo ou o errado. Aliás, neste momento, se perguntarem, não faço a mais pálida ideia para onde me dirijo. Ultimamente parece que me consumo num determinismo de autómato, pois as decisões não as sinto minhas, uma espécie de despersonalização que me preocupa: perguntem-me quais são os meus objectivos e é ver-me andar à deriva, em ponto de naufrágio até explodir num grande - NÃO SEI!!!!


A custo assumi para mim determinadas verdades que de tão "pequeninas" me envergonhavam (envergonham), se adiantou alguma coisa reconhecer a uma parte do mundo, que sou territorial e que essa caracteristica me faz ter comportamentos de Touro enraivecido, não sei. A sensação de me sentir invadida e posta de parte, gerou uma ciumite da qual não me sabia capaz, o que consequentemente me fez reconhecer a pequenez e mimalhice da atitude ... mas não ... não alterei o funcionamento, que apesar de saber errado nada fiz para ser melhor pessoa ... não me apetece fazê-lo ... estou novamente com problemas de confiança e verdade: ali não a sinto. Ciúme, novamente? Talvez .... mas há algo que não bate certo ... provavelmente serei eu ... não discordo ...


A tangibilidade da meta é quase uma utopia quando a mesma insiste em afastar-se a cada passo dado. Sei que significa a espera, do quê não sei ... até acho que não é suposto saber mas é daquelas coisas que só agora me apercebi que não tenho, que nunca fiz nada para ter e não constava da lista de prioritários: agora consta, agora não sei alcançar, agora pergunto-em se quero apenas porque não me lembro assim de mais nada que queira, mais nada pelo qual me apeteça lutar. Problema o teu que o devias ter pensado mais cedo, nesta fase, coloca-te problemas de Fé e até uma tendencia à auto-comiseração: quanto menos queres pedir ajuda mais precisas dela. É a embirrancia nascida da falta de humildade, sou capaz de ressequir só para não beber a água que me oferecem: tacanha? Sim.


Uma vez, alguém muito próximo, disse-me que ao contrário das outras pessoas eu não sei receber. Utilizei em alguns Posts esta afirmação numa tentativa de assimilar/acomodar, porque o que pensava realmente era: "Que disparate!! Toda a gente SABE receber mas poucos sabem dar" - Errado!! É bastante mais fácil dar, até pelo poder que isso implica do que receber, ou seja, numa cabeça como a minha (doente) receber é como se me chamassem incapaz, é inferiorizarem-me ... ainda não o tinha integrado apesar de às vezes pensar sobre a temática, resumo: tenho um problema com a autoridade, se não a sinto partilhada - marro e fujo. Lá se vai a minha perfeita imperfeição salpicada por mais questões do que aquelas que conseguimos absorver - se me envolvo sempre com dependentes a determinada altura fico esmagada e salto fora porque no meu intimo quero delegar, quero ceder ... não quero mais ser o forcado da cara. Se serei capaz de o fazer, já é outra história mas estou disposta a tentar.


Há mais de uma semana que tenho uma puta de uma dor de cabeça ininterrupta, que me dá um mau estar brutal: só me apetece estar a dormir e adormecer não é fácil, a cabeça começa a latejar até ficar mal disposta. Tenho de ir ao médico, tenho de fazer analises e exames hormonais: não me apetece ouvir o que tem para dizer. Esta é a fase em que me dizem coisas boas ou escusam de me dizer seja o que for. Talvez necessite de uma cura de sono ... talvez necessite de férias ... talvez necessite de apanhar "uma carroça" ou de consumir aditivos ilegais ... a grande merda é que como não consigo perceber/ saber o que necessito ou até o que quero, apenas o que acho ... Vou deixar-me estar sossegada!



"Tudo o que acontece uma vez pode nunca mais acontecer, mas tudo o que acontece duas vezes, acontecerá certamente uma terceira."

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segunda-feira, 26 de março de 2012

...

Um véu negro pálido cobre-lhe o rosto. Ultimamente parece que o sol não nasce, que os dias são iluminados por uma lua nova, teimosa e sorridente. Poderia pensar que acorda desfasada com o nascer do sol mas tal não seria verdade, apenas porque ele não nasce. O tempo corre numa lentidão de imprudências cometidas, sentido como lebre e tartaruga, não sei como o podes acompanhar. Fina-se a vontade de tudo o que um dia foi ouro, fina-se o desejo de tudo o que um dia se ambicionou. Se te perguntar de que cor é o céu, não saberás responder, pois não o vês embora tropeces nele em cada novo dia. A imagem reflectida no espelho não tem rosto, adivinhas-lhe as feições, pintas os lábios e um sorriso que de tão feliz adivinha dor. Não consegues ver, não consegues encontrar, não consegues procurar. Lentamente desces a rua, cada passo exala medo, cada gesto transpira impotência, onde outrora vias rosas e jasmim, agora vês cardos e giestas. O rasgar da pele já não te incomoda: qualquer lugar terá mais paz que este. Onde é esse lugar? Talvez um dia percas a cobardia. Estática na borda do precipio, levantada a perna direita, aguardas que o vento te sopre uma resposta: um passo em frente ou um passo atrás. Diz-se que dos cobardes não reza a história e dos afoitos apenas reza quando a proeza os transformou em mártires ou hérois. Habitual obra póstuma de todos aqueles quantos se finam e "afinal eram tão bonzinhos". Quem se mata não procura fugir da vida mas sim do sofrimento, procura fugir de si e de tudo aquilo que um dia o amarrou, afundando-o sem misericórdia ou palavra de consenso. Pergunto-me que Karma e Dharma será este, que quanto mais se precisa de Fé mais parecemos chutá-la para o infinito. Ouve-se falar de uma nova situação que sem ser depressão tem uma características similares, sorte a dos leigos que passam a vida rodeados de "médicos e loucos", que como toda a gente, opinam excelentes conceitos teóricos mas sem sentido prático.

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Obtusa

Tenho alturas que exibo a maturidade de uma criança de 4 anos: sou egoísta, egocêntrica, presunçosa e mimada. Não posso dizer que me orgulhe, antes pelo contrário, fico com remorsos, a pensar que devia corrigir tais acções ou pelo menos tentar. É também nessas alturas que percebo como sou teimosa, orgulhosa e pior: igual às pessoas obtusas da minha família, aquelas que nem assumo que me são familiares. Aquelas que critico e com as quais entro em conflito por discordar dos seu modo de agir.


Às vezes magoa-mos as pessoas que amamos de formas tão profundas que era preferível dar-lhes uma cacetada, pois doía-lhes menos, de certeza absoluta. Nunca me pensei como sendo uma má pessoa mas pelos vistos também não sou boa pessoa. Talvez esta seja a minha verdadeira essência e talvez por isso passe pelo que passo e as coisas aconteçam sempre como acontecem. sempre questionei a frase "cada um tem o que merece" por não saber o que é ser merecedor e muito menos por desconhecer "quem" decide se somos merecedores ou não seja daquilo que for. Acho, no entanto, que começo a perceber: recebo o que dou.


Gostava de conseguir alterar o rumo dos acontecimentos mas não tenho poder para isso, nem vontade. Aceito e aceito-me nas limitações. Estou muito cansada de andar sempre a lutar, estou exausta de estar constantemente a tentar não me afogar. Desisto. Assumo as minhas limitações, está na altura de ver além dos pés, de perceber que se não dispo a armadura não saio do campo de batalha.


Apetece-me hibernar e acordar daqui a uns tempos, renovada, com energia fresquinha para prosseguir. Talvez o faça, talvez ceda a mim própria e delegue poderes que não são meus pois o que se aproxima é grande e não sei se conseguirei manter-me de pé, se terei a capacidade de carregar tudo sozinha. Pela primeira vez reconheço-me o medo de me tornar uma pessoa amarga, zangada com a vida e o mundo. Essas pessoas não são agradáveis, antes pelo contrário. Não sei que caminho é este, onde me leva e de que maneira, só sei que o receio.

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quarta-feira, 21 de março de 2012

Simplesmente Ridiculo

Gostaria imenso de perceber porque é que nesta escola as pessoas estão sempre na casa de banho a falar ao telefone. Sim, falam sobre as suas vidas privadas, ao telefone, e é um grande desconforto estar a mijar e a ouvir quem tem problemas com a TV cabo ou o ex-marido. Por vezes as conversas são de uma intensidade e intimidade que fico constrangida e saio. Sim, a pessoa que vai à casa de banho servir-se da mesma no seu mais puro propósito é a que sai, por se sentir envergonhada com o que ouve. As outras pessoas, sim, as que lá estão a falar da sua vida ao telemóvel, não sentem nada, não vêem nada, falam como se de um sítio privado se trata-se e sim, é privado mas não para chorar sobre a conta que não está paga, não para desancar o ex-companheiro por atraso na pensão de alimentos ou recusa em ir buscar a descendência. Estamos assim tão distorcidos, tão doentes ou impotentes, que precisamos de uma qualquer casa de banho, numa qualquer escola, onde os outros estão de calças em baixo, para resolvermos a nossa vida ou será apenas aquilo que se costuma dizer: o sitio ideal para ter conversas de merda.


O espaço ideal de privacidade fingida alimentando um qualquer ego que na sua solidão ignorada, finge afastar-se, quando na realidade apenas se refugia junto a um público refém pela especificidade do local.

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sexta-feira, 16 de março de 2012

Mentiras e liberdade

As mentiras que contamos a nós próprios tornam os dias menos pesados, as horas mais leves e as emoções menos doentes. Sabemos que nos estamos a convencer de inverdades, às vezes nem é porque a verdade seja mais dolorosa, ou porque os outros não a desconfiem ou percebam mas porque somos nós que precisamos de a colorir, de a pintar com cores que nos animem, que nos deixem menos tristes ou menos sós. Uma mentira repetida à exaustão torna-se verdade, uma inverdade repetida à exaustão torna-se um vicio. O que ambas tem em comum é que sabemos que as duas são piedosas, as duas nos consolam e as duas adiam a partida desse lugar que um dia doeu tanto, que nos fez dar-lhe outra realidade. Estou de partida desse lugar, porque assumo ao mundo, e a mim, o que sempre soube, o que nunca mais quis saber, o que neguei, as vezes que me rejeitei. Liberto a minha energia, essa que se consumia em prole da minha teimosia em mentir-me convictamente, liberto-a para que se possa redireccionar e fluir livremente, liberto a verdade, liberto-me: não gosto de estar triste, não gosto de estar aborrecida, não gosto do sentimento de desesperança e impotência, gosto de mim, gosto de ti mas não te quero, gosto de ti e somos uma luta energética, gosto de ti mas não sei o que significas pois não me acrescentas-te em nada - liberto-nos - liberto-me.

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quarta-feira, 14 de março de 2012

Bandoleiro








Também viajava nesse cavalo alado, também misturava a minha terra com outras terras ...



Apetece-me ir, não sei para onde, nem fazer o quê, nem quando ... apenas ir



Desligar do conhecido, quebrar padrões, rotinas e monotonia - quebrar-me a mim

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domingo, 11 de março de 2012

Nem lembrava




Parece que ultimamente me tenho esquecido de quem sou, pior, às vezes nem sei quem ou o que sou. Também havia esquecido a adrenalina e o prazer que sempre me proporcionou o imprevisto. Algures, num tempo, que sinto agora remoto, hibernei, negando-me e negando coisas que sempre me foram tão intrínsecas. Talvez o não haver ninguém a altura desta espontaneidade adolescente também me tenha remetido à cristalização ou talvez esta seja apenas uma desculpa para me parar, o que é certo é que as pessoas tem as suas próprias características e nem todas gostam do mesmo ou sentem o mesmo nas mesmas situações e perante as mesmas circunstâncias. Por isso às vezes penso que são saudades.



Tinha muitas saudades vossas, muitas saudades da loucura e espontaneidade que sempre nos caracterizou. Eu sei, que fui eu que me afastei, achei que precisam de tempo e espaço para construírem o que estavam a construir: as vossas vidas. Vocês dizem que não é verdade que fui eu que me afastei porque me tornei lobo solitário. Talvez a razão seja transversal a todas e os motivos os mais importantes, na altura. Não interessa, não tem de interessar, o que importa é que a vossa insistência lembrou-me que um dia fui, quem deixei de ser ou apenas o que arrumei numa gaveta, fechando-a a sete chaves com receio do que que pudesse suceder, principalmente, com receio de afugentar as pessoas com a minha irracionalidade tão controlada quanto descontrolada.


Lá estou, novamente, a divagar, a tentar arranjar justificações para o injustificável, quando o que quero dizer é apenas que foram os melhores 240km dos últimos tempos, que a imprevisibilidade da coisa lhe deu aquele gostinho adrenérgico que tanta falta (me) faz.


Gracias Guapas!

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sexta-feira, 9 de março de 2012

Fico ou vou?





Supostamente quando se escolhe sabe-se o que se quer (?!?)


Não sei se escolhi muito menos se sabia/ sei o que quero.


Talvez saiba e talvez seja uma verdade não dita ou apenas omitida.


Não sei onde estou, nem para onde vou, não sei o que quero e nesta fase, acho que nem o que não quero.


Penso que esta é uma viagm espiritual, pois nada mais resta, há pessoas que se cruzaram na minha vida e que nunca mais pensei nelas, acarinho-as pelo que representaram na altura, há outras que não sei como vieram, de onde vieram e como se foram, sinto no entanto, que as ligações energéticas não ficaram sanadas: fico ou vou.


Sinto ou ignoro


penso ou desligo


céfala ou acéfala


Peço-te

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quarta-feira, 7 de março de 2012

Chegadas e Partidas

Quando regressei senti Alfama receber-me de braços abertos e sorriso maroto, senti-me bem vinda e saudada pelas pequenas janelas que sugerem olhos risonhos e amistosos, juro que também ouvi o Tejo espraiando-se numa saudação de saudades, se calhar as saudades eram minhas não deles, mas acreditem que naquela noite, naquele regresso, Alfama mostrava-se empolgada, o Tejo ansioso e ambos me receberam com um calor que já tinha esquecido. A sensação foi tão presente que aliviou a minha ansiedade de iniciar um esforço que me sabia pesaroso. Em três meses tenho-vos sabido presentes, generosos e amistosos, apesar de não ter tempo para vos dar tempo, dedica-vos um sorriso de admiração, um "Olá" e um "até amanhã" sentidos. Agora estou de partida, não sei quando regresso mas seja quando for, fez-me bem, estava na estação principal a todos os níveis: adoro Santa Apolónia, adoro passar debaixo das arcadas do Museu Militar, e sempre que lá estão os mendigos, penso em Lisboa antiga, na época de Marquês de Pombal e nas vitimas da peste, reporto-me a esse tempo. Parece diabólico mas encaro como reminiscências ou como excesso de imaginação. Conheci pessoas novas, umas que me acrescentaram outras que me fizeram repensar-me, gostei de saber que alguns professores recordavam-me e que o pessoal da reprografia fez uma festa enorme quando me viu, é bom sabermos que deixámos de alguma forma lembranças naqueles e naquilo que nos é querido.

Agora despeço-me, lembrando-os que voltarei, lembrado-me que gostei de voltar, lembrando-me que aquela também é a minha casa e ali está um pouco de mim.


Até breve!

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terça-feira, 6 de março de 2012

Primavera

Andar muitas vezes na calçada de saltos altos resulta em tendinite, e eu que pensava resultar apenas em saltos esfolados. Lá larguei os saltos e voltei aos Portside o que me leva de volta aos meus tempos de "betinha alternativa", talvez seja um sinal? ou apenas um par de sapatos...


Parece que a primavera chegou mais cedo e talvez por esse motivo o hipotálamo se tenha desorganizado um pouco e consigo arrastado as hormonas ou o contrário - a velha história de quem nasceu primeiro: a galinha ou o ovo?

Não interessa, já estou medicada e escolhi como alvo a "barriga" pois estou convicta que tratando-se esta o resto é por acréscimo ou como se diz: Há que começar por baixo. O inverso pareceu-me menos provável (que o prozac me fizesse bem às hormonas da forma que necessito, claro, na "vulcanização" das mesmas até era capaz de ser curioso).


Estou em crer que precisava de umas férias assim num sitio paradisiaco onde existissem muitas morangoscas e mangoscas pois, sinceramente, é o que me apetece, assim uma vida tipo dondoca, na impossibilidade de tal acontecimento a curto ou médio prazo fico-me pela fotossintese com este sol magnifico.

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sábado, 3 de março de 2012

Patética

Lembro-me de olhar-te e pensar que tinha pena de ti, o pior dos sentimentos - eu sei - mas era o que realmente sentia, e era um sentimento que ia crescendo há medida que falavas dos teus fantasmas, do mal que te sentes, do caminho que não vês, das coisas que não sabes, parecias-me tão pequenina, tão indefesa e eu só pensava em como és patética, sim, a palavra é essa - patética, pois não sei do que te queixas quando não não consegues responder a uma simples pergunta: O que fizeste para mudar, o que fizeste emocionalmente? Baixas-te a cabeça e ficas-te a olhar para o copo semi - cheio para mim mas semi-vazio para ti e por mais que o enchesses nessa noite ele nunca passou de meio, de vazio, de silêncio, assim como tu em silêncio, vazia, meia pessoa, meia vontade, meio nada e eu só pensava - patética- como te atreves a expor-te dessa forma, um estado de desesperança de quem não acha o caminho, porque não basta saberes que existem portas ou janelas entre-abertas, tens de as olhar e tu já não olhas. Lamentei-te quando percebi que não conseguias olhar de frente, nem a mim, nem a ninguém, já não sabes olhar nos olhos das pessoas, já não sabes encará-las e hoje, como sempre fechas-te nesse casulo onde acreditas que sabes o que tens, o que precisas e o que o resolveria, só não sabes como chegar à solução - vês - patética, porque nada sabes, nada consegues, nada permites apenas te enterras e lamentas-te. Não sei como atingiste o ponto da desesperança, não sei como chegas-te onde estás nem como vais sair, vejo sim, que te afundas, em silêncio, só, numa tentativa de estoicismo que não necessitas, numa tentativa de provar não sei o quê a não sei quem - patética - gostava de te poder ajudar, gostava de te olhar sem julgar ou condenar ou outra qualquer coisa que não precisas de momento, eu sei mas sinceramente também não sei de que precisas, porque talvez nem tu o saibas e porque essa insatisfação é permanente, acompanha-te desde sempre e não a tens sabido travar, apenas porque não entendes, nem queres compreender que o que procuras não existe, porque o que procuras são apenas ilusões que transformas-te em expectativas e que jamais serão preenchidas, pois não são dos outros, são tuas - digo-te patética - e ninguém irá corresponder, apenas porque é impossível - esperas de mais quando basta tão pouco, apenas o real é real. Minha cara, a tua insatisfação só irá desaparecer quando perceberes que a satisfação está no momento, no que vives, no que tens, no que és - principalmente no que és - no que fazes com os sentimentos, pois guarda-los tanto para quem os souber receber que descobres que nunca os conseguiste dar como idealizas-te, apenas porque é impossível. Sim, penso-te, e arrepia-me pensar o quão patética és mas amo-te e respeito-te por isso e muito mais nunca te vou abandonar - isso tu sabes, não sabes? - o meu olhar condena-te, lamenta-te mas acompanha-te e em cada queda limpar-te-ei os joelhos, em cada lágrima, secar-te-ei o rosto e em cada sorriso retribuirei, porque eu estou sempre aqui - digo-te patética.

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sexta-feira, 2 de março de 2012

Círculo

1. Partir de um ponto e voltar a ele por outro caminho ou ducto.
2. Andar à volta. = GIRAR
3. Andar em circulação. = TRANSITAR
4. Deslocar-se em determinado espaço. = ANDAR, TRANSITAR
5. Correr de mão em mão. = ANDAR
6. Correr de boca em boca. = DIFUNDIR-SE, DIVULGAR-SE, ESPALHAR-SE
v. tr.
v. tr.
7. Estar ou dispor à volta de. = CERCAR, RODEAR
8. Andar à volta de. = CIRCUNDAR



Pára, escuta e olha ... se o conseguires talvez o círculo se transforme numa recta, talvez se abra de par em par e te deixe sair. Para isso é preciso reconhecer a porta ou ter a sensibilidade de perceber uma janela, ainda que entreaberta. Olhando para trás, é isso que me define: Um Círculo perfeito - volto sempre ao ponto de partida - mas quando isso acontece não ganho "2000 escudos" como no Monopólio, normalmente, até perco e por sinal bem mais do que isso, enfim pormenores materiais que ajudam na resolução mas não são a solução.

Não me fosse próprio ver o rosa choque por entre o nevoeiro e seria qual D. Sebastião que ao fim de tantos anos ainda não se encontrou a si, nem ao caminho de regresso. A vida, que sinto como um enorme globo, continuou a girar, despreocupadamente, sem se importar com quem caiu borda fora. Não me lamento oralmente mas aqui sim, é o espírito da coisa, foi para isso que o criei - fica mais barato que o psicanalista e não me cobra a consulta quando não me apetece cá vir, não me responde e não me obriga a pensar e a reflectir, ainda mais do que aquilo que já faço sozinha.

Serei impotente perante mim própria? Tenho Fé que não mas começo a acreditar que sim. Existem pessoas que são precisas no terreno e lá revelam-se quase heroícas pela capacidade de altruísmo e bem estar continuo, eu sou das outras: as que precisam do terreno, não por uma qualquer missão altruísta mas porque me organiza, porque me desliga de outras coisas que não existem ou que não tenho ou que quero nos ímpares e repudio nos dias pares. Quem fui, quem era, o que sou, no que me tornei e Deus me ajude, em quem me transformarei. Sempre receei tornar-me uma pessoa amarga, derrotista, incrédula e áspera, como sei que não é exactamente aquilo em que me estou a tornar? Qualquer dia tenho gatos, Valha-me a Santa!


Não ando numa das minhas melhores fases, lá isso é verdade, a minha memória paranoíde está gasta e começa a falhar mais vezes que o desejável, estou a viver um dejá vu e encontro-me a reviver sintomas fisícos de quando tive o acidente, na terça-feira passei a noite no hospital por suspeitas de um pé partido, felizmente não é, apenas reapareceu uma inflamação nos tendões e tecidos moles do pé direito que me impede de andar e até de me calçar - e eu que tenho um montão de sapatos espectaculares - o repouso absoluto que me prescreveram mais as canadianas e uma pilha de medicamentos (nenhum para a cabeça) que deveria de cumprir No Mínimo uma semana e meia foram de charola sem qualquer remorso - não tenho dinheiro para estar de baixa.


A minha energia vital de acordo com a A., o meu "Chi", anda todo fodido, ele próprio num círculo, logo não se pode dizer que o seu fluxo seja harmónico e que haja uma hipótese ainda que remota de o equilíbrio do mesmo se restaurar por artes mágicas, até porque me parece que nesta fase o mesmo está encurralado num pé, neste caso no direito, e na cabeça de forma a que todos os dias ainda saiba como me chamo. Como é que se desbloqueia o Chi sem investimento monetário? É que até o Chi parece estar refém da sociedade de consumo e apenas uns quantos eleitos (leia-se desafogados materialmente) conseguem aceder ao seu restauro. É impressão minha ou este "restauro/ desbloqueio" do Chi deveria ser algo que os entendidos deveriam proporcionar de forma altruísta? Não sei se o Buda iria ficar satisfeito mas como isto é igual em todo o lado - salve-se quem puder - ele deve ficar tão contente com as aplicações que fazem da sua doutrina assim como Jesus Cristo. Bem, religiões e filosofias de vida à parte, aqui o que interessa é o meu egoísmo e narcisismo e até esses andam pela rua da amargura ... enfim pormenores, pormenorizados que espremidos são uma lima, ou seja, só fazem sentido com cachaça, gelo e açúcar.

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