terça-feira, 29 de setembro de 2009

Dias de 24h que parecem 48h.

Estou de volta ao activo no terreno. Apesar de ainda não ter sido superado o percalço do regime pro bono, resolvi que não dava para adiar mais, não em consideração aos superiores mas sim aos inferiores, sendo este termo aqui utilizado não como pejorativo.
Acordei cedissimo, mentalizada que iria recomeçar a senda e me exigia trabalho na ordem dos 100%. Planifiquei e organizei o dia antecipadamente para que não houvessem falhas em nada do que de mim depende-se. Assim foi, eram 8h da manhã e ai vou eu motivada e carregada de energias positivas. Às 9h estaria a recolher material junto dos parceiros, marcaria as reuniões que necessita-se e às 10h sentaria o cu na cadeira dando inicio ao programado para hoje. Horas meticulosamente estipuladas de modo a realizar um trabalho sério e rentável, física e emocionalmente, para mim e para os outros.
Chegada ao local de trabalho às 8h45, ainda dava tempo para a cafezada matutina e sem a qual tenho dificuldades em pensar, falar ou reagir seja ao que for. Abarbatada logo no café. A primeira parte desapareceu e às 9h já estava sentada no trono (?!?). Sem saber como ou porquê a noticia de eu estar presente espalhou-se como se de um rastilho de pólvora se trata-se. Eram 14h ainda não me tinha mexido daquele sitio nem para mijar, as senhoras simpáticas do bar apercebendo-se que eu não conseguia sair dali levaram-me o almoço que comi em garfadas sôfregas porque o tempo estava a passar e aguardava outra pessoa. Eram 14h50 e pensei "-tenho 10minutos para café, cigarrada e reset no cérebro" - corri para o café mais próximo, mais que o café e o cigarro, desejava ardentemente aqueles 5 minutos de sossego: nada pensar, nada fazer. Não foi o que aconteceu. Chegada ao café, vindas não sei de onde, fui cercada por três pessoas que necessitavam urgentemente de falar comigo (?!?) e me tinham visto sair. Dei comigo em solilóquio e a pensar que sendo a pessoa mais procurada daquele local, já nem conseguia perceber se era bom ou mau. Uma parte de mim fica enaltecida - o reconhecimento. O resto da tarde foi igual à manhã: enlouquecido e enlouquecedor, levando a questionar-me enquanto profissional - capacidades humanas e técnicas, prometi 100% e arrancaram-me 200%. O que mais desejo é o som do silêncio, a agitação do sofá e babar-me, enquanto recarrego as energias positivas - amanhã volto a precisar delas. Sinto-me esmagada.

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segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Oh Querida (?!?)

Crescer não é fácil. E ser crescido também não. Lidar com os crescidos pode ser uma aventura em que são as capacidades infantis que possuimos que nos fazem ser bem sucedidos, ou não. O mais difícil é sabermos se estamos a ser demasiado crescidos ou se pelo contrário, somos uns bebés. É preciso manter a infantilidade para lidarmos com os nossos filhos, sobrinhos e crianças com as quais nos cruzamos. Numa relação a dois o inicio é marcado por crises adolescentis e atitudes acriançadas. Quantos casais não conhecemos que falam um para o outro abebezado. Nunca percebi se é sinal de meiguice, se é sensual (?!?) ou se está instituído como forma carinhosa de dar a perceber ao outro que se gosta. Seja aquilo que for, sinceramente, acho ridículo, acho que diminui o outro e roça a hipocrisia, porque leva a que se aceite coisas da parte de outrem que ditas com a verbalização adequada a um adulto seriam quase ofensivas - Ohh, poque é que a minha bebézinha tá a ser uma pa'vinha (?!?) - inferiorizantes são de certeza. Mas tudo bem, é intrinseco à relação de casal, DAQUELE casal, claro está, agora quando quem nos fala assim são colegas de trabalho, amigos ou mais grave - profissionais a quem temos de recorrer por uma qualquer razão, aí...bem aí...oh valha-me a Santa e que me dê paciência.
Não gosto deste babytalk aplicado ou usado entre adultos, quer na vida privada, quer na social cheira-me sempre a substimação e a atestados de estupidez dissimulados como aquela celebre frase de - Oh minha querida, a querida não está a perceber - é traduzida na minha cabeça como: "FDX que é burra não me digas que é preciso um desenho para perceberes".
Há pouco tempo fui a um osteopata devido a duas vértebras que há uns anos foram mal tratadas e agora resolveram fazer-se ouvir. Senhor simpático mas nada empático no entanto com duas certezas absolutas: que é irresistível e que tem graça (?!?). Não empatizamos, porque desde o primeiro minuto resolveu tratar-me por "minha querida", "a querida se não relaxar não posso tratá-la" (?!?) e fazer-me sentir uma atrasada mental: "Vá lá querida eu sei que dói mas não é preciso estar com essa cara, olhe me aqui tão perto e tão sorridente não dói nada" (blhacccc ?!?). Óbvio que a postura do srº começou a irritar-me mais que a dor sentida e a ripostar com algumas observações sarcásticas e de humor negro, em relação a ele, claro. Moral da história: estive duas horas em tortura psicológica, porque com tanta estupidez abstraí-me das dores, andei uma semana descadeirada, nunca lhe mostrei os dentes porque só me apetecia dizer-lhe palavras que uma Srª não profere e até hoje ainda não percebi se a postura de engatatão/ bonzão/ garanhão cheio de graçolas de merda é uma técnica para o paciente se abstrair da dor inflingida e que ainda vai pagar ou se ele realmente vê aquela imagem no espelho quando se levanta de manhã. O que me leva a ter muita curiosidade e a desejar ser mosquito, em primeiro para lhe ferroar e depois para ver a parte do atendimento de um paciente masculino: "- Ohhh meu querido não seja bebé, eu sei que dói mas não é razão para o querido estar com essa cara. Oh querido olhe-me aqui tão perto a mexer-lhe nos gémeos e não me dói nada."

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sábado, 26 de setembro de 2009

Coisas pelas quais vale a pena esperar.



Existem coisas que não se esquecem. Simplesmente não se conseguem esquecer. Capítulos da nossa vida marcados por lágrimas e outros marcados pelo seu oposto. Facilmente os consigo associar a grandes momentos pessoais, mas também facilmente recuo a tempos de escuridão e me rasgo nos seus acordes. Aproxima-se o dia. Por mais que corra, esta fuga é para trás. Exalta-se o lançamento de "Backspacer" - brutal, by the way!- exalta-se a nova filosofia de Eddie Vedder e novamente os meus sentimentos são psicóticos - a alucinação de Last Kiss e o delirio de Alive. Já não choro.

Excelente retorno.

(...)

When somethings broke, I wanna put a bit of fixin on it

When somethings bored, I wanna put a little exciting on it

If somethings low, I wanna put a little high on it

When somethings lost, I wanna fight to get it back again

(...)


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quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Devaneios

São inúmeros os dias que me sinto qual viajante deslocado, num país que não conhece, com uma língua que não domina. As coisas, os lugares e as pessoas cada vez me são mais estranhos, como se vivesse fora de época. Olho em redor e não me identifico, salvo raras excepções. Aquiesço a situações que me não são confortáveis na esperança de me integrar, de perceber o porquê disto ou daquilo ser assim. Ajuda-me fazê-lo, proporciona-me o conhecimento necessário para tomar decisões assentes em conhecimento real. Respeito-me. Quero. Não quero. Aceito-me.Todos estão confortáveis nos seus papeis. Não. Alguns parecem confortáveis nos seus papeis, outros demonstram a sua instabilidade através de comportamentos auto ou hetero destrutivos. Se não estamos satisfeitos porque não mudamos. Mudar é um processo solitário. Afirmo.

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terça-feira, 22 de setembro de 2009

Divagando (4)

Pode amar-se mais de uma pessoa em simultâneo. Talvez os dois objectos de amor sejam complementares entre si e completem uma terceira pessoa. Não serão amores iguais mas simétricos, talvez a intensidade seja a mesma. Acredito que se vivam relações duais sem as conceber como traições. Acredito que a escolha não seja fácil e muito sinceramente nem sei se deva haver escolha. Deve sim haver verdade e libertar-se aquele que não quiser compactuar com a divisão de seres e sentimentos. Não acredito que em caso de concordância, numa tríade, haja qualquer necessidade de partilhas porque também acredito que se partilhassem entre si os corpos, as vivências e os desejos perderia o essencial que é nada mais que uma pessoa amar outras duas com equidade. Acredito que a verdade após revelada deva ser uma mentira transparente. Respeito.
Respeito que duas pessoas se amem o suficiente para não abdicarem uma da outra mas terem consciência que não conseguiriam viver uma com a outra. Não respeito que se casem com terceiros, construam vidas paralelas a um romance que longe de estar no fim, teve inicio antes de qualquer outro compromisso.
Não saberia amar duas pessoas em simultâneo ou alternadas. Não viveria numa dessas situações de partilha, de dualidade, nem da minha parte, nem da parte de outrem, caso o soubesse claro está. Não por ser traição, não considero que esta palavra tenha uma definição assim tão linear e comum a todos. Penso sim, que é traição tudo o que faz a pessoa alvo da mesma sentir-se desrespeitada em primeiro lugar e consequentemente desvalorizada, humilhada e pior culpabilizada: o que fiz?, onde errei? Não lhe chego? Cada individuo terá a sua própria definição quer de amar, do acto de amar, quer dos limites que tem de ser passados para ser sentido como traição.
A vida que levamos, os processos que atravessamos, as diferentes pessoas que num ou outro momento se cruzam connosco levam-nos a amar, a identificarmo-nos com pessoas diferentes, de personalidades diferentes. O que é justo porque se evoluimos em todas as areas da nossa vida é normal que a determinada altura sejamos atraidos por outras caracteristicas mais similares ou conhecedoras das nossas experiencias de vida. Evolução. Talvez o amar duas pessoas a determinada altura também seja derivado de quem fomos e de quem somos: o melhor de dois mundos, quem caminhou na estrada Y e quem precisamos, no hoje, para caminhar nesta nova auto-estrada.
Quando nos dividimos entre dois amores de que lado está a nossa vida? Quando amamos dois seres em simultâneo, a quem nos damos verdadeiramente. Para quem não há segredos? Quando vivemos na dualidade em quem confiamos? Quando precisamos de dois para se complementarem e nos preencherem qual o nosso papel na gestão da autonomia de processos internos? E quando um ou os dois desaparecem serão precisos outros dois amores para preencher esse vazio?
No fim...no fim o vazio é a unica constante num amor dividido que não sabe existir quando se entrega por inteiro.

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GAP

Trinta dias de férias. Oito quilos maior. Não fosse a roupa ter encolhido e diria que a pausa tinha sido utópica. também pode ser humidade...Nahhh...Baterias recarregadas. Regresso ao ponto de partida: terei chegado a partir???
Sinto um gap temporal. Terei ido? Terei vindo?
Novidades: equipa desmembrada. Não será fácil. Duas partidas, duas estáveis e duas a chegar. Cada acordar é um pouco mais difícil que ontem. Cada regresso sustentado em elogios de parceiros no terreno. Regressei bem. Fui bem recebida. Estranhamente estou bem disposta, agora. Acredito.

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segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Restaurante Porto Santana (ex. Tasca do Gino)

Após a epopeia descrita no post anterior e aproveitando a frase relativa ao "fenómeno de acção-reacção" cedida fabulásticamente por LORENZO MONSANTO , continuo a saga de "Em busca de um jantar, cada vez mais fora de horas, no meio do Alentejo".

Saindo do Carvalhal, de espírito alterado mas objectivos delineados, podia dizer-se que agora os ânimos eram bélicos e sarcásticos. Íamos dar o nosso melhor fosse onde fosse, mas nesta fase iria haver "fenómenos de acção-reacção": más palavras, levam a más palavras. Acho que ainda não trabalhámos o suficiente a parte de "dar a outra face"...pelo menos dá-la duas vezes no mesmo dia.

Chegadinhos a Alcácer do Sal e eis que um dos elementos, aliás uma "elementa" propõe uma ida a um restaurante que se situa imediatamente antes da ponte de Alcácer (para quem vem do lado da praia). As alegações valiam a pena a confirmação, as expectativas elevadas e o sitio com um tremendo de um bom aspecto: ali tudo era convidativo, desde os empregados, ao espaço e ao próprio patrão que fez questão de se justificar pessoalmente, de modo educado e humilde. Não havia lugares. Estavam esgotados. O próprio se comprometia a fazer reserva para outro dia e apresentava as mais sinceras desculpas porque "o cliente quando vêm é porque está interessado em passar momentos agradáveis e sinto-me frustrado por ter de recusar. Mas hoje podia dizer-vos para ficarem sabendo de antemão que iam ser mal servidos e exasperar na espera. Prefiro que voltem e ai avaliem se somos merecedores de retorno da vossa parte" .

Não comemos, não ficámos mas é indiscutivel que a massagem ao ego, levou a que indubitavelmente queiramos retornar e ser cobaias de tão prazeiroso espaço. Moral da história: os ânimos relaxaram e a postura voltou-se novamente para o estado zen, que só as férias proporcionam.
Éramos os mesmos, por dentro e por fora, então o que se passou antes não se tratou de fenómenos de acção-reacção mas sim de falta de educação e saber estar das pessoas em questão (post anterior).

Recomendo vivamente (até porque as sondagens que realizei são unânimes com os sentimentos despoletados na visita): Tasca do Gino ou "Porto Santana", em Senhora Santana, 7580 Alcácer do Sal. O telefone é o 265613454; encerra à 2ª ao jantar e à 3ª feira.

Para terminar esta saga, posso dizer que acabámos no Café Cervejaria A Papinha sita no Largo Joaquim dos Santos Coelho em Alcácer do Sal . Um espaço tipo tasca, do mais agradavel que se possa imaginar. Uns petiscos fantasticos e de chorar mais. Um serviço exemplar e a convidar ao retorno, o que diga-se de passagem acabou por acontecer. Os preços rondam os 12€/px (com muito alcool).

Acabamos por ter uma noite estupenda e surpreendente, daquelas que se recordam em pormenor: desde o espaço, aos sabores, ao serviço, as conversas e os risos. Gostei e voltarei, sem dúvida.

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segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Restaurante Marisqueira O Granhão (?!?)

Férias. Pessoas descontraídas. Aquele tipo de pessoas que vai para a praia às 4 da tarde e pensa em ficar até poder. Pessoas que vão para a praia sem geleira mas vestidas informalmente, tipo com ar de praia. Pessoas que bebem e petiscam enquanto suspiram com um fantástico pôr do sol. Pessoas que colam o lanche ao jantar e tornam as horas férteis em conversas, risos, sorrisos, disparates e amizade. Pessoas que quando estão, desfrutam, não olham à tabela apenas sentem o prazer proporcionado pelo espaço e tempo.

Um grupo dessas pessoas reuniu-se num destes fins de semana e resolveu ir aproveitar o que de melhor o país oferece: Alentejo e praia. Praia do Carvalhal.
Após um excelente dia de praia, que outra coisa se pode ambicionar senão umas frescas bem acompanhadas de petiscada? Lá fomos nós em direcção a um restaurante marisqueira que fica bem na saída da dita praia. Com um aspecto clean, rede mosquiteira a proteger uma explanada convidativa. Entrámos e eis que...o aspecto simpático do espaço fica mesmo só pelo espaço físico. Somos atendidos por uma "senhora" muito agradável à vista, vulgo, de feições apelativas e exóticas mas de comportamento/ atendimento, soberbo, arrogante, a roçar a falta de educação devido ao desprezo com que fomos premiados.
Concordo, que nenhum dos elementos aparentava ser parente do Bill Gates ou à portuguesa do Belmiro de Azevedo, mas posso afirmar que qualquer pessoa naquela mesa possui um léxico abrangente, um raciocínio lógico-matemático apurado e um Q.I. verbal médio alto, bem como um sistema de educação e valores acima do normativo: tipo ainda somos do tempo em que se respeitam as pessoas como queremos ser respeitados, usamos palavras em desuso como "Se Faz Favor"; "Obrigado"; "Com Licença" e "Desculpe". Ahhhh...e não tratamos por tu quem não conhecemos, inclusive os empregados de mesa. A descrição anterior apenas serve para co-substanciar que ainda hoje não percebo o porquê de termos sido desprezados e ignorados quando o que queríamos era apenas imperiais e camarão de moçambique cozido. Para além de ninguém nos servir ou dizer sequer do que constava a lista de mariscos (o que também posso realçar que é a única marisqueira que conheço que se resume a: camarão cozido, sapateira, ameijoas à bulhão pato ou à casa....resumindo: já vi tascas com mais variedade que a dita marisqueira!), chegámos ao cúmulo de quando fomos atendidos de má vontade um dos elementos do grupo perguntar ao "serviço" se por acaso cheirava mal (?!?) e se não, porque é que éramos as únicas pessoas que não tinham direito a toalha na mesa.

Restaurante Marisqueira "O Granhão": senti-me humilhada, desprezada e estereotipada (e ainda nem percebi em que estereótipo me/ nos incluíram) e ainda pagámos um disparate de dinheiro por um serviço feito de má vontade. Se há sítios onde volto pela empatia, outros há que volto pela qualidade do serviço ou ainda dos produtos apresentados. Ali não há qualquer razão para voltar, a menos que seja como cliente mistério da qualidade de serviço prestado.

Nota: Não sendo de radicalismos, ressalvo que esta é meramente a minha opinião enquanto cliente. Coloco a hipotese de ter sido um dia mau na casa. Mas eu não tenho culpa disso.

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