terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Despir ... 2013 ... Vestir ... 2014

 

Tento tirar qualquer resquício de  2013, no entanto, este é giesta e rasga-me a pele. As cicatrizes são profundas, dolorosas e algumas estão infectadas. Vai levar tempo a sarar. 
Em 2008, senti a devassidão emocional, perdi tudo, até a noção de quem era. Levei meses, anos para me encontrar e reconstruir, apesar das mazelas, das cicatrizes na alma, segui em frente, e sinto que agora estou cicatrizada em pleno. 
No presente ano, nem tempo tive para me lamentar e ter pena de mim própria, atingi o limiar, senti-me impotente, e desesperada mas com tanta coisa a acontecer em catadupa, algumas feridas ficaram por lamber. Este foi o ano em que me anulei completamente, em que nada tenho de comemorativo a titulo pessoal, para além do meu trabalho, pelo qual sou Abençoada, tudo o resto foi uma espiral descendente, com a saúde dos que amo a estar constantemente no limbo, comigo a ser governanta, enfermeira, fisioterapeuta, enfermeira e motorista - a trave mestra - disseram-me e não gostei. Existiram coisas positivas que devem ser assinaladas, as minhas tias vieram em meu socorro e só tenho a Agradecer-lhes, senão não teria conseguido "não me afogar", senti a desesperança mas não atingi o desespero.Agradeço-lhes terem-me agarrado na borda do precipício, e terem caminhado a meu lado.
2013 foi, para mim, um ano em que apenas a Fé e o meu grande Acreditar, me mantiveram erguida ou de joelhos mas a caminhar.
Ainda não terminou, e depois das últimas duas semanas em que pensei ter um período de tranquilidade, eis que sou eu a atingida - pernas físicas e simbólicas - quando não páras a vida pára-te. Já devia de o saber. Pelos vistos ainda não aprendi.
Todos aqueles com quem me cruzei e não vi, lamento mas não o conseguia, e os outros, aqueles que mesmo distantes estiveram presentes, obrigada, pois toda a ajuda é preciosa. (minha querida C. um grande Bem Haja, pelo vinho que me viste beber, as lágrimas que fingi não derramar, e os sorrisos que me fizeste partilhar; compadres que belos jantares de domingo em que posso esquecer quem sou e apenas "estar", H. e F., a vossa paciência tem sido generosa, e as As, que uma perto e a outra longe tem sido incansáveis, ninguém ficou esquecido e sei que "estão" - Desejo-vos o Melhor entre o Melhor).
Devia esperar alguma coisa de 2014, pelo menos que o Universo se alinhasse de uma forma que me fosse um pouco mais suave ou menos doloroso mas não o vou fazer. Talvez seja verdade e não devemos fazer planos para a vida para que estes não colidam com os que a vida tem para nós.


A todos um grande Bem Haja, que 2014 vos seja generoso, trazendo-vos a Paz, Saúde, Amor, Dinheiro e Tranquilidade, em doses suficientes para que a vida não seja apenas sobreviver mas também viver.
Preciso de respirar.

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quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Reflexão # 3

Não me apetece escrever ou falar. Ponho em questão se continuo a saber ler. O raciocínio limita-se ao rotineiro e essencial.
Quantas vezes penso em vir aqui, em não deixar morrer esta pequeníssima parte de mim, forçar-me a manter determinados hábitos, por mais ridículos ou vazios que sejam. Não me apetece. Na verdade não me apetece nada. Houvera alguém com poderes para me conceder três desejos e não saberia o que pedir.
Já não me controlo, não domino este estado permanente de ansiedade, a sensação de não ter mais forças, de estar no limite e não saber recuar. Sei que tenho de recuar. Sei que, tal como em outras fases, se não me cuidar ninguém o fará.  
O Natal, supostamente, dá-me algum tempo para respirar e recuperar algumas das forças que esgotei mas como não podia deixar de ser: "porque é que sempre que paro adoeço?" - vá lá saber-se porquê, quem sabe é apenas a velha máxima "quando não páras a  vida pára-te" - talvez seja isso.
Por ora estou semi imobilizada pois a teimosia ganha à necessidade de repouso, e o que há para fazer não me permite exercer este direito tão banal, que é o da inércia satisfatória e necessária.

Verdade seja dita que este ano deixou cicatrizes por todo o lado - profundas e feias mas também tem sido um ano de aprendizagem extrema, de todos os dias batalhar e batalhar-me para seguir em frente. Terei conseguido?
Não sei. Sinceramente, já nem sei se me interessa saber para que lado rodo, nem quais os planos metas e objectivos que supostamente deveria traçar: Não faças planos para a vida pois não sabes quais os planos que a vida tem para ti - e na maioria das vezes são incompatíveis.

Não posso queixar-me da sorte, da Fé ou do quão Abençoada sou, pois caso contrário não teria aguentado ser a "trave mestra" que tenho sido e mantenho. Não me nego: preciso de ser "alimentada", preciso de “viver” e não apenas de “sobreviver”. Talvez o seja e talvez não.  
Vamos ver.

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