terça-feira, 31 de março de 2009

Aborrecida II

Há dias assim. Dias escuros sem se saber porquê, sem se perceber porquê. Nada corre mal, antes pelo contrário, bebe-se café e actualizam-se conversas. Deambula-se pelo dia com uma angustia de insatisfação que nem as gargalhadas aliviam. Não nasci para estar desocupada: aborrece-me, chateia-me, chateio-me e nada me interessa...nem passear. Supostamente estou de férias para descansar e já estou farta. Talvez esta seja a única coisa que ainda não consegui perceber neste meu modo de funcionamento. Será que é o facto de sentir ausência de responsabilidade, de não ter horários apertados e um stress continuado de falta de tempo e imensa coisa para resolver??

Verdade seja dita que também não me apetece fazer nada. Podia ir para o ginásio, ler, caminhar, passear, ir à praia...Foda-se, posso fazer o que quiser e não me apetece fazer nada. Nem gastar dinheiro.
Quando estou assim, neurótica, lembro-me de quando era miúda e começava a brincar com qualquer coisa, para passados 5 minutos estar a dizer:
-"Oh mãe e agora? Já brinquei com isto e agora faço o quê?"
-"Filha faz um desenho"
-"Também já fiz isso e já pintei e agora?"
-"Vai ver televisão, vê o que é que está a dar."
-"Também já vi televisão."
-"A mãe joga contigo monopólio."
-"Já jogamos há bocado...já fiz tudo e agora?"
-"Agora arranjas qualquer coisa para fazer e depressa antes que eu me passe."

E todos os dias era este filme, a minha mãe hoje ri-se quando conta isto mas duvido que na altura isto não a tira-se do sério...até a mim me tira e já sou crescida. De acordo com a minha mãe sempre fui assim desde tenra idade, por isso assim que tive idade deixaram-me ir trabalhar e estudar, acalmou-me.

Talvez deva tirar uma formação sobre: "Como não fazer nada e aproveitar, em períodos considerados longos e de inércia."

Não me assusta envelhecer, assusta-me não ter nada para fazer. Não conseguir fazer nada e sentir-me no apeadeiro quando o mundo passa na estação central. Talvez seja o próximo traço de personalidade a necessitar ser operacionalizado, sistematizado e reduzido a uma insignificância que não incomode...apenas exista e transformado em mais valia.

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No Volvere




Por todas as razões, por nenhuma em especial. Pela nostalgia, pelo recordar, pelo adeus. Nem tudo pode ser explicado, nem tudo é perguntado e nem todas as respostas são esclarecedoras.
Hoje olho e não quero voltar onde um dia estive, pois seria sinal que tinha estagnado. Recordo, quero apenas recordar cada pormenor, cada cheiro, cada som, cada sensação, toque ou emoção despoletados.

Um dia foram importantes.

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Aniversário...




Quando era miúda tinha um comportamento dúbio relativamente aos aniversários: se dias antes andava toda entusiasmada e não me calava com a aproximação do evento; no próprio dia agarrava moscas maiores que eu e terminavam sempre da mesma maneira...com o olhar 51 do meu pai que traduzido dava: já paravas ou vais-te arrepender.
Os anos passaram, cresci, no entanto este funcionamento maníaco-depressivo sempre me acompanhou. Gosto das festas de aniversario até à hora de finalização da comezaina, depois...depois podia ir-me embora que já não me fazia diferença.

Ontem foi o dia de aniversário da minha mãe, um acontecimento que tem de ser assinalado com pompa e circunstância ou não tivesse eu a melhor mãe do mundo. Esmerei-me ao longo do dia mais a minha madrinha, rimos a bom rir das nossas cenas de inspector Gadjet e tropelias de amadoras em termos festivos. Não podia ter corrido melhor, fiquei satisfeita: boa gente, boa comida e melhor bebida. Não podia querer ou esperar mais. Gosto de quem gosta e respeita os meus ou não fosse eu gata assanhada por eles.

Acabaram-se as festividades, após um fim-de-semana rico: o 1º ano do meu sobrinho que foi brutal, o aniversário do pai do meu sobrinho e para terminar em grande o aniversário da minha mãe. Valeu por todos e por mim também mas com 12 meses num ano tinham de se concentrar todos neste fim-de-semana...assim não há finanças que resistam e as minhas já são uma miséria :(

Como em todas as festas tem de haver sempre a hipocrisia e mais a falta de dignidade. Não percebo como as pessoas não se tocam, não olham para o espelho e se respeitam um bocadinho, mas no fim de contas também serve para perceber o grau de importância do pessoal cá de casa. Agora chamar-lhe "mãe" como se nada tivesse acontecido isso já é autismo ou esquizofrenia ou apenas estupidez patológica...whatever....

Correu bem, a minha mãe ficou super feliz e o meu sobrinho aguentou-se estoicamente até ao partir do bolo, portou-se melhor que na sua festa de anos. A relação que tem com o meu irmão é um delírio e doce de se ver. Como é que alguém que nem fala, que tem apenas 60 cm e usa fraldas tem uma devoção tão grande por outro alguém que toca à alma e coração de quem assiste?
Há coisas que por mais que se tente não se consegue explicar.

Para o ano há mais, que seja tão tranquilo e bom como este ano. Estou sinceramente satisfeita.
Feliz Aniversário mãe. Adoro-te.

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domingo, 29 de março de 2009

Percepção

"If the doors of perception were cleansed everything would appear to man as it is, infinite." (William Blake)

A percepção é algo tão frágil e tão dispare que varia de individuo para individuo. Apesar de duas pessoas terem a mesma percepção de algo, apenas é verdade na linha percepcional de base, os pormenores que fazem a unicicidade são adstringentes às experiências individuais de cada um. A linha de imaginário, de idealização do objecto fora do ângulo de visão direccionada a percepção num sentido simétrico ao dos seus desejos, medos ou experiências passadas. Nem todas as pessoas têm a capacidade de "abrir" facilmente as suas portas da percepção, no livro "Pão dos Deuses" são desmistificadas as razões de tal dificuldade e justificado o uso de substâncias que simplificam esta capacidade. Aldous Huxley, no seu livro "The Doors of Perception", consegue igualmente, dissecar o assunto de forma inteligente, simples e coerente. Não somos todos iguais, aliás, a nossa informação combinada, (genética e contextual), torna-nos únicos, singulares e irrepetivéis, do mesmo modo a nossa percepção é única. A minha percepção idealizada das coisas normalmente torna-as mais negras e violentas do que aquilo que são, para no confronto ter o prazer de percepcionar o real e ver e sentir que é abaixo do que esperava, logo mais simples de sentir, resolver, perceber ou solucionar.

Terminou uma etapa, da melhor maneira possível: um processo de ganho-perda - o meu ganho. Assimilei e acomodei todos os ensinamentos e todas as aprendizagens: Game Over.
Next Level: To start push the "hope" button...

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sábado, 28 de março de 2009

I'M FREE

Há imenso tempo que não fazia uma aparição nos locais de elite da santa terrinha, aliás, nem nos de elite nem nos outros. Não aparecia e pronto. Por outros pastos dedicava o meu tempo.
Hoje, inesperadamente, resolvi dar o ar da minha graça o que se revelou surpreendentemente clarificador, de tal modo que ainda não perdi o sorriso parvo que tenho a emoldurar-me o rosto.

Há tarde tinha ouvido falar de um assunto que estranhamente me deixou a pensar: "Foda-se, esta merda não me aquece, nem me arrefece" - e isso deixou-me uma tremenda boa disposição. Agora este encontro imediato de terceiro grau veio juntar-se ao sentimento primeiro e deixar-me ainda mais rosa-choque. É tão bom quando não reconhecemos alguém, melhor ainda quando confundimos com outro alguém e o que ocorre é: "coitado do Y, não merecia uma comparação de merda". I'M FREE.

Por outro lado intensificou-se o querer de uma utopia prejudicial à saúde, que na verdade nem sei se quero, nem porque quero mas bem vistas as coisas o melhor será não perder muito tempo com o assunto para que não adquira uma importância que não tem. MERDA!!!!!!!!!

I'M FREE ...I'M FREE...I'M FREE...I'M FREE...I'M FREE...I'M FREE...I'M FREE...I'M FREE...


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quarta-feira, 25 de março de 2009

Cansaço da alma ?!?

Assim não dá. Começa-se a tornar difícil manter a brilhar a minha excelente cor. Bolas...bolas...bolas!!!!

Sou só uma e nesta altura estou reduzida a 1/4 de pessoa com disponibilidade mental para mais que trabalho. Não estou a conseguir perceber o que se passa com as pessoas que me rodeiam. Já estive na merda inúmeras vezes, o ano que passou então, bati mesmo no fundo e foi complicado emergir do caos. Gastei-me. Usei as forças que tinha, as que não tinha, as que inventei e as que apareceram quando julgava não existir mais nenhumas. Ainda arranjei altruísmo (ou estupidez) para partilhar uma força que mal me chegava para estar à superfície, num poço que não tinha compaixão e se enchia cada vez mais. Houveram alguns períodos em que o desgaste emocional era de tal ordem que tinha um cansaço crónico: deitava-me cansada, acordava ainda mais cansada e a jornada era uma travessia no deserto sem oásis à vista. Dei o melhor. Tentei resguardar todos os que me circundavam. Algumas (bastantes) pessoas nem se chegaram a aperceber que não vivia, sobrevivia a mim própria. Continuo cansada, em exaustão de excesso de trabalho, de desgaste psíquico mas são as consequências de 10 anos sem férias e três empregos. Tinha de chegar ao limite e (felizmente) ter um organismo mais esperto que eu que a determinada altura se tornou autónomo: minha amiga, não estás a querer perceber, já te avisei ou páras a bem ou paro-te a mal. Ganhou e parou-me a mal.
Abrandei o ritmo, mas só abrandei. Passei a aproveitar (tentar) mais e melhor os momentos de ócio. Aliás aprendi a fazê-lo em Dezembro de 2008 e estou a aplicar com mais convicção em 2009. Não estou menos exausta porque infelizmente o Síndrome Burnout não é tão facilmente controlavél e contornavel como parece. O objectivo que persigo é não chegar à bipolaridade, mantenho-me a trabalhar naquele nível mínimo que assegura a qualidade do trabalho e mais não me exijo...Aprendi, da pior maneira mas aprendi que a única coisa que ganhei foi este estado de exaustão e...mais trabalho em Pro Bono...dinheiro????? Não... nem em projecto, quanto mais ao vivo e a cores. Está para vir, não tenho dúvidas!!!!

Ora bem, o que se passa é que só ouço há minha volta as pessoa a queixarem-se que estão cansadas. Não um cansaço de quem trabalhou muitas horas seguidas mas de quem está cansado de si, do mundo e da vida. Não em ideação suicida mas num baixar de braços de quem está desiludido, de quem desistiu de Acreditar, de quem se rendeu. Nem as grandes coisas, os grandes acontecimentos que ocorrem as tiram do seu cansaço, do seu marasmo e cinzento. Uma amiga, tentava explicar-me esta ausência de capacidade de reacção, de força anímica como "um cansaço da alma" que o sono, os fins de semana e as férias já não atenuam. Que as coisas boas só influenciam por breves momentos e já nem dura 24 horas o sorriso por algo de positivo. O pior é que não é só ela, sinto as pessoa cada vez mais a entregarem-se a um cinzento, que se está a tornar um nevoeiro denso nas suas vidas.
Não sou exemplo para ninguém mas começo a sentir-me encurralada por ficar contente por coisas básicas, por não me render ao meu cansaço e ao ambiente, em geral. Todo este negativismo está a empurrar-me cada vez mais para a minha redoma e isso quer dizer isolar-me. Já lá estive. Talvez os anos transactos tenham tido a capacidade de me fazer retirar o sol apenas de não ter um dia muito karmico, talvez me tenham feito aprender que no meio da tempestade se não for eu a procurar o arco-íris afundo-me nas águas. Talvez seja o meu espírito de guerreiro...talvez...talvez...seja eu que tenha adquirido a capacidade de ser autista ou que esteja a viver num permanente estado maníaco e esteja como todos os que me rodeiam mas não me apercebo. Bem...mas se for esse o caso, alguma alminha caridosa irá confrontar-me...porque há sempre uma alminha caridosa muito benemérita nestas situações...mais que não seja porque pensa que me tira o sorriso...ehehehhehehheehheheh

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terça-feira, 24 de março de 2009

Fernando Pessoa

"Não temo o que virá, venha o que vier, nada é maior que a minha alma."

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Segredos que matam

Existem segredos tão bem guardados, que fermentam no interior das pessoas e tem a capacidade de as destruir. Não só a elas próprias mas atingindo igualmente o espaço circundante e as várias personagens, que sem saberem participam num argumento, mais ou menos, macabro.

Muitos destes segredos tem a sua origem na baixa infância e vão condicionar toda a adolescência e adultez dos indivíduos portadores dos mesmos. Se alguns deles são exclusivos aos intervenientes, normalmente não mais de dois. Outros são comuns a um núcleo familiar e une os seus elementos numa estranha relação de amor-ódio, desejo de descoberta e luta para manter "esquecido". Alguns destes acontecimentos tornam-se memórias ecrãs e para sanidade do seu portador, a determinada altura, não se distingue o real do imaginário: terá sido um sonho? Terá acontecido mesmo? Comigo? Com alguém próximo?

Alguns destes segredos são comuns a fratrias e só na adultez, após percursos mais ou menos dolorosos, mais ou menos adequados, surge algo que faz a memória emergir e fazer parte do consciente. Partilha-se, é-se desacreditado e o mundo fica ainda mais dorido que anteriormente. A maioria destes segredos podiam ser evitados se houvesse prevenção na vivência da infância. Nunca serão extinguidos os negros segredos familiares, são milenares e todas as famílias tem o seu "telhado de vidro", mais ou menos doloroso, mais ou menos ilegal. Alguns destes "baús" familiares chegam à actualidade já sem qualquer tipo de veracidade ou dados reais, ao longo do caminho foram transformados numa lenda fabulosa de um tetratetra-avô muito corajoso, mal interpretado nas acções por um arqui-inimigo, que ele vence no punho, no machete ou no cano da espingarda. Perdeu-se no tempo o que um dia marcou alguém.

Os adultos exigem às crianças um silêncio que não lhes permite viverem em pleno, desfrutarem de quem são e sonharem livremente com o que desejariam vir a ser. O sofrimento cresce na mesma proporção em que a idade avança. Surge a consciência moral simultaneamente à consciência critica. A luta é interna, os comportamentos desadequados, desajustados, inibidos ou irrequietos levam a relatórios de défice cognitivo, bloqueio emocional e a um sem número de alíneas que mostram a incapacidade daquele individuo de se desenvolver harmoniosamente no normativo. Ao longo do caminho criam-se defesas que evitem que os espinhos flagelem continuamente a carne: uns transmitem o segredo pela acção; outros mantêm e intensificam os comportamentos desviantes ou patológicos; outros acabam definitivamente com a sua dor e o seu silêncio, fazendo um voto eterno de castigo ao outro. No entanto e porque felizmente o cenário não é assim tão negro, existem aqueles que a determinada altura transformam o silêncio num grito ensurdecedor e quebram o segredo. A coragem e a força necessária para esta libertação provêm de um sofrimento inatingível ao tacto, ao olhar e aos sentimentos dos outros. É necessário providenciar no imediato os primeiros socorros, algo que estanque a hemorragia continua de um desespero que não augura bom futuro ou resolução. As perdas que advêm da quebra de silêncios são enormes e castradoras, no entanto menos dolorosas que o fardo do mesmo.

Os maiores gritos de socorro são feitos num silêncio de acções e manifestações anímicas descontextualizadas ao comum dos mortais. São dados em situações de avanços e recuos continuados. O medo é aterrorizador e as consequências, continuamente lembradas, paralisam os movimentos, toldam a coragem e abrandam a força do grito. São gritos que não transformam as partículas em som, são gritos tão secretos quanto os segredos que anunciam. E até para gritar é preciso testar a capacidade de "audição" dos interlocutores. Alguns aguentam menos que o dono do segredo: e agora? que faço? ignoro ou liberto?
As duvidas assaltam quem ouviu o alerta, paralisam-no com o peso de um segredo que agora também é o seu. As noites tornam-se longas e o sono quando chega não descansa. A cabeça é um carrocel em versão acelerada e a confusão mental instala-se. É um fardo demasiado pesado, por mais incoerente que pareça, torna-se mais pesado e paralisante para quem foi confidente do que para quem teve de se adaptar a (sobre)viver com o mesmo diariamente.

Os segredos são devastadores do bem estar emocional e social dos indivíduos. Quanto menor a idade do portador, dependendo se é interveniente ou não, maior será o caos e destruição causado na vida do individuo. Se alguns indivíduos tem a capacidade de conviver com tamanha imensidão e aguardar até à cova para descansar, outros aceleram o processo e outros ainda descobrem no seu caminho seres que demonstram a força e confiança necessária para que possam partilhar e aliviar tamanho peso.

Hoje ouvi um grito no silêncio. Entrou-me pelos ouvidos e tornou-se ensurdecedor. Um grito preso na garganta há três anos. Hoje ecoou, qual sirene em tempo de nevoeiro a avisar que o porto está perto. Se o grito me tocou, a coragem e a força de quem o gritou não menos. O grito vai prolongar-se no tempo e no espaço até que os surdos o ouçam, os mudos o comentem e os cegos o vejam.

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segunda-feira, 23 de março de 2009

I'm gonna be like you, dad...






Estudos recentes, feitos por investigadores do Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA), concluem que "a presença do pai na vida da criança tem um papel fundamental para o seu desenvolvimento sócio-emocional a vários níveis".

Inês Rito, na sua tese de mestrado intitulada "Pai, conta-me uma história - A importância do Pai no Desenvolvimento da Auto-estima na Criança", apresentada em Março, a psicóloga Inês Rito concluiu que "as crianças que têm um pai presente, com o qual coabitam na mesma casa, têm um nível de auto-estima superior àquelas que têm um pai ausente, com o qual não vivem".

Para este estudo, a investigadora inquiriu 81 crianças, com idades entre os oito e os doze anos, das quais 51 têm um pai presente e 30 têm um pai ausente.

Para medir o desenvolvimento da sua auto-estima, utilizou o método de Susan Harter, um instrumento científico utilizado para este fim nas crianças, através de perguntas que têm uma escala de auto-avaliação.

O método diz respeito a vários domínios, nomeadamente a competência escolar, que mede o quão competente a criança se sente, a aceitação escolar, que mede o quão popular ou socialmente aceite a criança se auto-avalia, entre outros aspectos.

"Depois de analisar todas as respostas nos dois grupos de crianças, concluí que as crianças com pai presente têm os seus níveis de auto-estima bastante superiores àquelas que não vivem com o pai", disse à Agência Lusa Inês Rito.

A psicóloga defende que "o pai é um pilar muito importante no desenvolvimento de qualquer criança", mas assume que "nem sempre os pais presentes são uma mais-valia", referindo-se àqueles que, embora presentes, não convivem directamente com os filhos.

Um outro estudo feito na Unidade de Psicologia Cognitiva do Desenvolvimento e da Educação do ISPA e também divulgado neste mês de Março concluiu, de forma semelhante, que "quanto maior é a participação e o envolvimento do pai no crescimento e educação da criança melhor é a qualidade da relação que se estabelece entre ambos".

Segundo a psicóloga Manuela Veríssimo, uma das responsáveis pela investigação e docente do ISPA, "a figura do pai tem uma grande importância na vinculação com o progenitor e a sua imagem na família, enquanto um ser um pouco esquecido, começa a ser encarada de outra forma".
Foram feitas análises à participação do pai nas actividades e à qualidade da vinculação pai/filho, que permitiram chegar a estas conclusões.

"Apesar de, hoje em dia, ser quase sempre a mãe a realizar as tarefas domésticas, a ir às reuniões da escola ou a ficar em casa quando os filhos estão doentes, o pai participa de forma igualitária nas actividades lúdicas da criança", pode ler-se nas conclusões da investigação.

Ainda na área das actividades lúdicas, estes investigadores concluíram que "quanto mais elevadas as habilitações literárias do pai maior a sua participação nas actividades de brincadeira/lazer".



(A amostra deste estudo consistiu em entrevistas a 44 díades mãe/criança e pai/criança, tendo as crianças, em média, 31,91 meses, sendo 23 do sexo feminino e 21do sexo masculino, com mães e pais a trabalhar a tempo inteiro.)


Nota: Entrevista concedida por Inês Rito, à Agência Lusa, no dia 18 de Março de 2009 e a ser publicada na imprensa escrita a 19 de Março de 2009.



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domingo, 22 de março de 2009

Supergrass - Alright





Excelente fim de semana... estrada a perder de vista...conduzir sem destino mas com meta definida. Ser surpreendida pela negativa e pela positiva. Senti-me, pensei-me, agarrei uma neura, relaxei e senti o que era preciso sentir...Sentir-me cheia de um tudo que é nada e sentir-me bem...simplesmente sentir-me bem.

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quinta-feira, 19 de março de 2009

Partida...

Estou de saída, apenas porque estou. Não existe uma razão especial, nada a assinalar, nada a comemorar ou a lamentar, apenas uma vontade, um querer...o meu querer. Posso fazê-lo sem qualquer tipo de porquês, não tenho satisfações a dar, comunicados a fazer ou interessados a partilhar a informação da ida. Descontrai, relaxei e larguei a perseguição obsessiva de objectivos e metas a atingir: quando chegar a altura, quando o tempo do Universo estiver em consonância com o meu tempo lá chegarei e atingirei o que pretendo, até lá faço o que me apetece, o que aparece e o que me interessa e adiei durante tanto tempo. Estou numa fase egoísta e é quando tomo estas decisões que penso e me lembro de como me sinto confortável pela descontracção que a liberdade oferece. Confesso que já existiram alturas em que partia mas sentia uma tristeza invasora, só de pensar que no meu regresso não haveria ninguém para me receber, um colo para me confortar, um abraço e um beijo, aquele beijo que não necessita de palavras para dizer as saudades que teve, a falta que fizemos. Houve tempos que me magoava pensar que ninguém sentia a minha falta, ir ou ficar, era igual. Nessa altura a imagem no espelho não era a minha melhor amiga mas apenas uma amiga, demasiadas coisas, demasiados sentimentos, emoções e expectativas, um turbilhão de quem está cansado, de quem necessita do descanso, de um silêncio confortável de um "gosto de ti". Encontrei-me. Gosto de ir, não tenho pressa de voltar e não me incomoda que o que me aguarde sejam apenas lençóis lavados e o conforto de um espaço que é o meu. Sem perguntas, sem satisfações, sem impaciências ou vontade de adiar o regresso. Lamento sim, não poder ir sempre que quero, para onde quero e o tempo que quero. Estou egoísta. Estou satisfeita. Estou de bem com o espelho e a vida...a minha vida. Um dia espero ter pressa em voltar, em partilhar e em dar e receber. Nesse dia volto, não por alguém mas para alguém, para um todo. Volto para um "Nós" que existe mesmo na ausência, que respira sozinho, que se alimenta e cresce na segurança do que se quer. Até lá...


Estou de partida, apenas porque sim, apenas porque me apetece.

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quarta-feira, 18 de março de 2009

Escolhas & Decisões

As escolhas estão feitas agora é preciso tomar decisões.

Escolher já é um processo que acarreta duvidas, no entanto pode adiar-se a decisão de se ficar ou não; de arriscar ou não no que se escolheu. Para mim são coisas diferentes: é-me fácil escolher mas difícil decidir.
Decidir implica que após uma escolha se arrisque algo novo, se saia de uma zona de conforto amplamente conhecida e dominada, mas insatisfatoria. Sabemos que vamos mesmo ter de nos decidir quando, forçada ou espontaneamente, começamos a fazer escolhas. Escolho para onde quero ir de férias mas tenho de decidir o quando e como. Escolho a camisola verde mas tenho de decidir se posso mesmo despender aquela quantia. Não posso escolher sem tomar uma decisão.

Existem decisões mais fáceis que outras, existem decisões que nos são impostas e nem nos apercebemos que ao ter determinada atitude fizemos uma escolha. Mas também existem escolhas que se fazem sem considerar o peso da decisão a tomar. Ambos os processos são difíceis de gerir porque acarretam uma série "de...e se...e agora...e depois...e como...e o quê...".

Curiosamente não me lembro de ter escolhido nada conscientemente mas sinto-o ... sinto que o fiz com atitudes e comportamentos, uns conscientes outros nem por isso, e que se aproxima a altura de tomar decisões: umas mais fáceis que outras ou talvez as tenha mal operacionalizadas e as que penso que são difíceis não o são e as supostas fáceis vão dar-me "pano para mangas". Apesar de me sentir num discurso sem bases reais ou factuais é algo que venho a sentir à algum tempo e há medida que o tempo vai passando cada vez se torna mais intensa esta certeza de ter de fazer escolhas e tomar decisões. O curioso é que não sei sobre o que terei/tenho de escolher e que decisões implica, é simplesmente algo que não me sai da cabeça. Talvez tenha endoidecido de vez ou talvez o "estômago" seja mais rápido a aperceber-se das movimentações do Universo que o raciocínio lógico. Nesta fase da minha vida considero que qualquer escolha e inerente decisão só me poderá trazer algo de bom, pelo menos algo de novo...o que por si só já é bom, mesmo que seja uma nova batalha, mesmo que seja regado por lágrimas e desespero, dúvidas e mau estar, porque tenho a certeza que no fim sairei fortalecida. Sou uma sobrevivente com excelente capacidade de aprendizagem, até porque não se pode perder o que nunca se teve.

No entanto tal "certeza" não me tira a tranquilidade, ou dá qualquer tipo de ansiedade perante o desconhecido, se é que alguma vez surgirá no plano real e se surgir saberei reconhecer?

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As Coisas Boas da Vida III

21. Correr entre os jactos de água de um aspersor.
22. Rir por nenhuma razão especial, apenas porque sim.
23. Alguém que te diz que és o máximo.
24. Rir de uma anedota que vem à memória.
25. Amigos.
26. Ouvir acidentalmente alguém dizer bem de nós.
27. Acordar e verificar que ainda há algumas horas para continuar a dormir.
28. O primeiro beijo (ou mesmo o primeiro com novo parceiro).
29. Fazer novos amigos ou passar o tempo com os velhos.
30. Beber um bom vinho com a melhor das companhias.
31. Dançar à chuva trocando sorrisos.
32. Conversas mantidas no silêncio.
33. Sair do trabalho e relaxar bebendo o silêncio dos outros e as palavras do pensamento.
34. Uma boa mariscada regada com alvarinho branco e geladinho.
35. Assistir a um derby com quem se gosta.
36. Café e pastel de nata.
37. Solidão e silêncio.
38. Cumplicidade.
39. Arroz doce e chá de caramelo.
40. Um abraço quando nem se sabia que se precisava ou até quando se sabia.

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terça-feira, 17 de março de 2009

As coisas que não gosto...

  1. Não gosto que me tentem manipular.
  2. Não gosto que me tentem controlar.
  3. Não gosto de dar satisfações.
  4. Não gosto de falar ao telefone.
  5. Não gosto de whiskey.
  6. Não gosto de me vestir de amarelo, roxo ou lilás.
  7. Não gosto de mentiras.
  8. Não gosto de hipocrisia, cinismo e arrogância.
  9. Não gosto de pessoas soberbas, mesquinhas ou "poucachinhas".
  10. Não gosto de pessoas negativas, fatalistas ou de lágrima fácil.
  11. Não gosto que concordem/discordem sempre comigo apenas "porque sim".
  12. Não gosto de ervilhas, alho francês e tomate.
  13. Não gosto que me acordem, nem de manhã nem a qualquer outra hora.
  14. Não gosto de pessoas coitadinhas ou das que tem "muita pena".
  15. Não gosto que me aborreçam de forma invasiva e verborreica.
  16. Não gosto de fundamentalismos ou pessoas fundamentalistas.
  17. Não gosto de vinho do porto e licores seja do que for.
  18. Não gosto que me forcem a fazer algo que não me apetece.
  19. Não gosto que não respeitem o meu silêncio.
  20. Não gosto de Fiat's.
  21. Não gosto de não gostar.
  22. Não gosto de esperar, nem fazer esperar (no trabalho).
  23. Não gosto de jantar as 20h.
  24. Não gosto de discutir, de amuos ou meta comunicação.
  25. Não gosto de pessoas embirrantes, com falta de empatia ou respeito pelo outro.
  26. Não gosto que me forcem a perceber, compreender ou sequer ouvir.
  27. Não gosto de telenovelas reais ou ficcionadas.
  28. Não gosto de côcô, de banana e dióspiros.
  29. Não gosto de dias de chuva em que tenho de trabalhar.
  30. Não gosto que não respeitem os meus silêncios e estados de humor.

São tantas as coisas que não gosto que nasceriam várias listas similares. Algumas já tentei aprender a gostar e posso afirmar que não gosto mesmo. As outras respeito-as nos outros desde que não interfiram com o meu espaço pessoal. Quantas vezes toleramos coisas e situações que não gostamos, que nos fazem sentir desconfortáveis apenas com receio de magoar o outro, de o perder. Será que a verdadeira amizade não é termos o direito de dizer, debater aquilo que nos incomoda na relação com o outro, aquilo que achamos que tem/ faz de mal?? E ter igual capacidade de o aceitar dele??

Não gosto de condescendência e palmadinhas nas costas. O que me zanga é o que não sei, o que me escondem ou floreiam...com a verdade sei lidar, conhecendo o erro existe a hipótese de melhoria e correcção.

- Não gosto que me subestimem;

- Não gosto que me façam de parva;

- Não gosto de brincadeiras de merda;

- Não gosto de abusos de confiança;

- Não gosto de espetaculos em publico;

- Não gosto de meias verdades ou meias mentiras;

- Não gosto de surpresas...

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Ser Feliz

Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá a falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver
apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas tornar-se um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
um oásis no recôndito da sua alma .
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo...
Fernando Pessoa (Lisboa, 13 de junho de 1888 - Lisboa, 30 de novembro de 1935)

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segunda-feira, 16 de março de 2009

Convalescênça

Finalmente pude meter o nariz fora de casa. Dias difíceis estes últimos, no entanto fiz nova descoberta: se há coisa que não vou ser é hipocôndriaca, se odiei uma doença real, muito menos teria paciência para uma fictícia - gosto muito de apanhar ar. Galinha do campo não quer capoeira e é bem verdade.

Estes dias reclusa serviram igualmente para dedicar (mais) algum tempo a ouvir-me, sentir-me e entender-me. Estou tranquila de uma tranquilidade verdadeiramente serena. Sinto-me confortável na minha pele e gosto cada vez mais da imagem do espelho. Estou numa solidão confortável e preenchida, estou egoísta dos meus desejos, projectos e vivências. Estou egoísta de mim. Atrevo-me a pensar que esta sensação de tão imperfeito equilíbrio deveria ser longitudinal e duradoura. Não me apetece dividir-me, partilhar-me de forma emocional. Não me apetece mexer, mudar ou adaptar um micromilimetro que seja da forma como me sinto. Estou confortável e a gostar...pelo menos por agora.

Hoje algo em que coloco imensas expectativas não sucedeu e não me chateei ou aborreci, estranhamente até fiquei agradecida pois as condições presenciais não seriam as melhores. Não iria fazer um trabalho a 100%, era somente o desejo de cumprir, de apresentar trabalho e a sensação de tarefa cumprida. Esta semana também verifiquei que realmente estou mudada, consegui estar sem ir trabalhar e sem me massacrar por isso. Nem sequer me esforcei para o fazer e soube-me bem. Foi um estado enfermo descontraído e sem culpabilizações de qualquer espécie. Afinal a mudança está a acontecer em mim.

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domingo, 15 de março de 2009

The Lament of the Kings




"From a battle Ive come
To a battle I ride
Blazing up to the sky
Chains of fate
Hold a firey stride
Ill see you again when I die"...

Nunca duvidei, nunca duvidarei...sou Rainha no meu Reino, chegarei onde me propuser...alcançarei o pôr do sol...as minhas batalhas sou eu que as travo ;)

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sexta-feira, 13 de março de 2009

(Des)conversa 7

Ele - Se eu fosse o director executivo de uma empresa, não admitia que ninguém lá dentro tivesse um carro mais caro que o meu.
Eu - Porquê?
Ele - Por uma questão de ter e exercer a autoridade, está claro.
Eu - Então e se fosses o Presidente da Republica?
Ele - Não admitia que ninguém neste país tivesse um carro mais caro ou melhor que o meu...nem igual ao meu.
Eu - Mas para conseguires isso só sendo ditador.
Ele - Sim, mas tinha o único melhor carro do país.

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quinta-feira, 12 de março de 2009

Doente :(

Há uma primeira vez para tudo. Esta foi a minha e sinceramente não estou a achar graça nenhuma. Nunca estive doente para além de anginas e até mesmo essas há 3 anos que não me assolavam. Pois bem isto do crescer tem as suas coisas e não são positivas. Desde segunda-feira que tinha ameaças de dores de garganta e revelavam-se em evolução galopante. Ontem atingiram o seu auge, após uma corrente de ar que não durou mais de meia hora, a minha garganta revoltou-se e aliou-se a algo surpreendente: febre.

Ter febre foi uma novidade ainda maior e desconfortável em igual proporção. Cumpri estoicamente o dia, até não dar mais e ir entregar-me na mãos dos srºs das urgências. Diagnostico: anginas em força e uma panóplia de medicamentos para as combater. pelo meu ar de desespero o srº drº ainda teve o seu momento, quando se apercebeu que nunca tinha estado assim. Hoje acordei pior do que me deitei - 40º de febre que não conseguia baixar, desfiz-me em água todo o dia e tenho um ar tão mau como me sinto. Desconhecia os sintomas e o mau estar associados. Adiei o trabalho para a tarde, pensando que seria passageiro, não tenho tempo para enfermidades e sinceramente não faz parte de mim um dia inteiro a massacrar-me sem poder fazer nada de útil.

São 17h30, ainda não estou boa, apesar de a febre estar controlada e já conseguir falar. Dou-me até amanhã para estar operacional e a seguir vou passar o fim de semana fora. Dois dias e já estou farta deste estado debilitado, se cedermos a estas enfermidades, ocupam-nos e fazem de nós festim. Não me renderei.

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terça-feira, 10 de março de 2009

Actividades trocadas

As coisas mais saborosas acontecem quando menos se espera e à hora que menos se espera. Comigo, deliciosamente, acontecem-me durante a semana. As noites de semana e em véspera dos dias que tenho de acordar a horas em que devia estar a deitar-me.

Há uns anos, trabalhando até tarde, invariavelmente chegava à Santa Terrinha sempre a rondar ou a ultrapassar a meia noite. Raramente conseguia chegar e ir para casa. É defeito da terra e das suas gentes: a voltinha dos tristes, a ronda para beber um café e dar dois dedos de conversa com quem ainda não recolheu. Ao fim de algum tempo de criar este hábito em mim e nos outros, foi-se gradualmente definindo um encontro quase em jeito de associação às terças-feiras. Nada formal, combinado ou forçado, apenas gostado e mantido espontaneamente pelos intervenientes.

As "Tertúlias das Terças", lugar tranquilo, onde se bebia chá ou chocolate quente e se falava sobre a actualidade do país e do mundo e de factos curiosos ou dados históricos, entre outras dissertações tótós surgidas do avacalhamento inerente a grupos que debatem assuntos semi-pertinentes ou mesmo nada pertinentes. A determinada altura, levavam-se recortes de jornais, revistas, livros ou qualquer outro tipo de objectos que mantivessem acesa a discussão. As opiniões eram livres, as cores politicas nunca foram abordadas e basicamente o que contava era a reunião. Muito se aprendeu, se riu e descontraiu. Chegar a casa era mais fácil, tinha-se descontraído, esquecido o dia que passou. Mudei de emprego, perdeu-se o hábito e hoje raramente encontro os meus colegas Tertulianos. Mas é um prazer reencontrá-los.

Talvez por saudades desses tempos, há imenso tempo que pensava em criar um clube de literatura ou uma Tertúlia Ecléctica. Mas sinceramente, os horários não ajudam a tão famigerado desejo. Seja como for, ontem um grupo de amigos reuniu-se e ligou-me para participar em tão amena cavaqueira. Adorei, adorei, adorei...resumindo: quero mais, fiquei com uma sensação de pouco na boca e no discurso. Reuni-me com tão distintas pessoas por volta das 23h - a hora a que supostamente deveria estar a deitar-me e não a sair de casa - um dia não são dias. As conversas são como as cerejas e quando nos rodeamos de elementos inteligentes e respeitadores de opiniões alheias ainda mais fácil é perdermos a noção real de horários, ou para mim é.

É tão difícil nos dias que correm conseguirmos momentos de puro deleite, logo porquê corta-los quando surgem desta forma: sem serem planeados, combinados, marcados, agendados ...ou outros "ados" que impliquem compromisso prévio. Não concordo, nunca concordei. Há que saber aproveitar o que nos é dado, quando nos é dado. Até porque sempre fui apologista que para mim não existem fins-de-semana...existem apenas dias. São todos iguais, se vou trabalhar aos fins-de-semana, porque não posso sair durante a semana até à hora de ir trabalhar???? Quem é que instituiu que só aos fins-de-semana é que as pessoas se divertem????

As noites são mágicas, para mim independentemente de serem noites de semana ou de fim-de-semana, sempre me fascinaram. Na noite as pessoas são bonitas e descontraídas e límpidas, unidas por algo comum...uma Lua comum, um bem estar comum ou algo que não sei explicar mas que torna as pessoas diferentes, brilhantes....vejo-as, sinto-as assim, seja num bar ou numa sessão de sueca. No entanto as pessoas da noite que saem durante a semana, que se juntam durante a semana ainda são mais especiais e os ambientes mais requintados, divertidos, sensuais e mágicos. Não sei explicar, mas sente-se...eu sinto-o. Tal como comparo as pessoas das noites de fim de semana aos condutores de Domingo.

Seja como for, a noite foi fabulástica, adorei, diverti-me e descontraí-me como há muito não acontecia. Senti-me noutra dimensão de conversas ricas e enriquecedoras. Deitei-me quase à hora de me levantar. Hoje andei todo o dia em versão zombie...mas um zombie de alma cheia.

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segunda-feira, 9 de março de 2009

Desvarios I

Explanei toda a tarde, entre conversas de merda, banais, fúteis e sérias. Soube-me muito bem. A fotossintese revigora-me sempre e com 26 graus, cheira a verão.
Estranhamente, sabe-me sempre melhor fazer este tipo de coisas durante a semana que ao fim de semana.

As mulheres, não todas, mas a maioria das que conheço vivem demasiado dependentes do super ego. Incluo-me nesse grupo. Às vezes aborrece-me, sendo uma mulher Balzaquiana, já tinha idade para me ter libertado de algumas amarras auto-impostas. Muito sinceramente, ainda não tive qualquer tipo de vantagem ou reconhecimento de mérito por tão tenaz forma de ser. Verdade que apenas demonstra respeito por mim própria, mas demonstraria o contrário calar o super ego??? Não me parece e cada vez me parece menos.

Ando entusiasmadissima com algo utópico, no entanto deixa-me extremamente bem disposta. A excelente capacidade que tenho de me animar a mim própria. Cada vez estou mais auto-suficiente, ainda com capacidade de falar com os super egos de quem me rodeia e pôr pessoas a subir escadas ao fim de 5 anos sem o fazerem. Uma amiga diz-me constantemente que admira a minha capacidade de sobreviver no meio do caos...mas será que sobrevivo?

Tenho uma colega, que está connosco desde Novembro e que me tomou como o seu objecto anaclitico. Se por um lado me sabe bem tamanha consideração, por outro acho que é sobrecarga para quem já está em Síndrome Burnout, mas sem o ordenado inerente a tal patologia. A imagem é coerente, é consistente e força para quem me rodeia, AGRADEÇO tamanha capacidade e lamento (por vezes) não conseguir chegar a mais.

Não deveria querer chegar a mais, os meus dias não são maiores que os das outras pessoas. Não sou a Madre Teresa de Calcutá, porque até Ela sabia as suas limitações e tinha consciência que somos finitos, em tempo e capacidades. Também tenho, mas esqueço-me. Defeito? Feitio? Ou apenas parvoíce da pura, nua e crua?

O mais curioso é que não tenho o "sonho de ser salvadora" do mundo ou mesmo da Pátria...mas também não consigo ver ninguém na merda, tendo poder para o tirar de lá...até quem não merece. Fico fodida mas de consciência tranquila. Acho sim, que a maioria das pessoas é egoísta, e não sabiamente egoísta...porque no fundo nem felizes estão.

Não compreendo o mundo. Não me sinto compreendida por ele. No entanto amo-o, respeito-o e quero percebe-lo nas suas escolhas e decisões.
Hummmm...parece-me que o caminho ainda está a meio. Mulher Balzaquiana, como a Diva que te deu origem estás no bom caminho. Vive...deixando viver.

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domingo, 8 de março de 2009

As Coisas Boas da Vida II

11. Encontrar a camisola que se quer em saldo a metade do preço.
12.Gelado de morango (Concha nata de preferência).
13. Uma chamada de longa distância ( de quem menos se espera...quando menos se espera).
14. Um banho de espuma.
15.Rir baixinho ( e porque só eu sei porque rio e tu também).
16. Uma boa conversa.
17. A praia (nascer do sol...pôr do sol ou intermédio).
18. Encontrar uma nota de 20 euros no casaco pendurado desde o último Inverno.
19. Rir-me de mim mesma.
20. Chamadas à meia-noite que duram horas.

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sexta-feira, 6 de março de 2009

Desconheço o autor...mas faz-me sentido ;)

"Trabalha como se não precisasses do dinheiro, ama como se nunca tivesses sido magoado, e dança como danças quando não há ninguém a ver-te."

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quinta-feira, 5 de março de 2009

AMOR (?!?)

Mais que o ouro, petróleo, pedras preciosas ou qualquer tipo de riqueza o ser humano busca o AMOR...idealiza o AMOR.

Talvez seja esta busca que impede á posteriori, que os seres sejam envolvidos por tão nobre sentimento, porque não o reconhecem, não sabem reconhecer.

Talvez sejam as idealizações de amores eternos, românticos e de perfeita comunhão que impeçam os mortais, não todos, mas a maioria de reconhecer quando é atingido, quando é escolhido, quando lhe é dada a oportunidade de sentir e de se sentir.

Talvez existam seres tão carentes que o que oferecem pareça AMOR e quem recebe deixa-se abraçar por esse acomodar terno.

Talvez seja o medo da solidão, o medo de não ser amado e de não amar que impele inúmeros seres para relações desgastantes ou unidireccionais.

Talvez quando o sentir chega, quando se é apanhado pelo sentimento, quando o AMOR envolve as pessoas estas estejam em relações desgastadas mas de algum modo seguras, estejam presas por algo que o medo impede de renovar, transformar ou finalizar. Presas a muito e a muita coisa.

Talvez a bolha que transporta o AMOR seja demasiado discreta e não seja fácil de reconhecer quando nos atingiu. O bem estar que provoca é tão avassalador que não nos permitimos reconhece-lo como verdadeiro mais não nos permitimos senti-lo como real. Dói.

Talvez as feridas e as marcas que ficam de pseudo AMORES passados ou verdadeiros AMORES passados, arrefeçam os sentimentos e reforcem o medo de ser atingido novamente...e de perder novamente.

Talvez a idealização de algo que se perdeu no caminho condicione o futuro do AMOR na nossa vida. Pedras no sapato, se não são tiradas...incomodam uma vida inteira. É preciso resolver, resolvermo-nos para avançar.

Talvez as cicatrizes lembrem um passado real, que nada mais foi, que um excelente, embora doloroso processo de aprendizagem. O verdadeiro AMOR espera que tenhamos maturidade suficiente para o receber. Chegará quando estivermos preparados e não quando esperamos que chegue.

Talvez o AMOR não deva ser esperado, muito menos procurado e chegará inesperado e oferecido no mais simples dos embrulhos. Aos nossos olhos será perfeito. Os defeitos qualidades, as qualidades defeitos - bi -direccional - comunhão expôntanea. É tarde para ser parado.

Talvez o AMOR seja o derradeiro processo de auto-conhecimento. Conhecendo-nos a nós próprios é mais fácil receber o outro, conhecê-lo como se mostra: nunca conhecendo totalmente, respeitando a diferença e amando-a...como amamos as nossas diferenças. Ninguém se anula.

Talvez...talvez...são tantos os talvez que levaria uma eternidade a descreve-los todos...no entanto todos tem algo em comum: O AMOR, ser atingido, levado e abraçado por tão nobre sentimento. Criar espaços comuns de forma tão natural que ao olhar parecem-nos intrínsecos ao nosso ser, à nossa vida, à nossa pele...inatos.

Para poder encontrar, viver e desfrutar o Amor partilhado, é necessário que cada ser se Ame incondicionalmente, se respeite, se conheça e não dependa ou necessite do outro para saber quem é, de onde vem e para onde vai...isso já sabe, agora quer apenas partilhar-se, construir-se numa dimensão que é feita a dois.

Cada vez mais considero uma bênção dois seres serem envolvidos simultaneamente na mesma bolha de tão nobre sentimento. É de preservar e fazer manutenção das partilhas, dos silêncios, das qualidades, dos defeitos, das conquistas e das derrotas, dos sorrisos e das lágrimas, das alegrias e das zangas, tão simplesmente da vida, das vidas com espaço comum...Um Todo...simplesmente Um Nós.

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quarta-feira, 4 de março de 2009

Boas Novas

O prognóstico ainda é reservado e a precaução verbal é muita. Mas o meio da semana trás boas novas.

As lágrimas correm em desamparo...não querem saber de quem as rodeia. Uma atrás da outra, lado a lado ou aos tropeções. A sua dor é tão forte e o medo não lhe dá sossego. Mesmo num coma induzido as lágrimas nunca cessaram, teimaram em cair, em gritar...o eco dessas lágrimas ensurdece os que estão e os que ficaram. A imagem repete-se sem controle...a de antes e a de agora.

Após uma longa espera, eis que volta a pronunciar palavras, as primeiras desde há muito tempo. Noutro contexto não seriam as mais adequadas, neste soaram à mais bela canção alguma vez ouvida. Parecendo que não libertei-me de uma angústia, algo que me estava a toldar os sentidos, a doer e não estava a conseguir encontrar serenidade suficiente em mim, apesar de a passar para os outros. Agora estou mais tranquila, no entanto sei que não se irá ficar por aqui: "Se em paz queres estar...ver, ouvir e calar"...acho que está tudo dito.

A trajectória está finalizada, estabilizou, não oferece perigo e não incomodará. É possível o regresso em pleno, apenas uma cicatriz a lembrar que o passado foi real. As sequelas são menores: hemiplegia em oposição à entrada....será recuperável, sei que sim...ACREDITO que sim. Todos acreditamos que sim.

Aprendi que o silêncio é de ouro na sobrevivência, aprendi que temos de acreditar quando nada nos resta e já se perdeu tudo...aprendi que no caos surge sempre uma mão amiga. A miséria tem companhia, uma companhia real e que dá o que pode...mas também aprendi que nestes sítios não se esquece, não se perdoa...

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terça-feira, 3 de março de 2009

Escolhas

As escolhas nunca são fáceis. Escolher implica sempre uma indecisão, o ter de ponderar todas as hipóteses: qual o melhor caminho, que riscos acarreta, que benefícios poderemos ter ou alcançar, como o faremos, quando e porquê. As escolhas implicam medos, superação dos mesmos. Escolher, optar, decidir, em consciência ou por impulsividade ou porque nos forçam, mas sempre uma luta entre prós e contras de mais valias ou desvalias.

Receamos o ter de escolher, o medo impele-nos a ficar estagnados, a adiar decisões, a justificar perdas com um estabilidade que de real nada tem e de satisfatório menos ainda. É inerente à condição humana desde que nos tornamos sedentários, este medo do risco, do incerto, dos recomeços e mais ainda dos fins. No entanto não tem razão de ser ou qualquer tipo de lógica que o justifique. Desde que nascemos, somos confrontados com escolhas e decisões diárias, umas mais fáceis que outras, mas não deixam de ser escolhas inerentes ao nosso bem estar, prazer ou desprazer.

Quando acordamos decidimos o que vestimos, o que tomamos ao pequeno-almoço ou se to tomamos. No café decidimos se bebemos bica curta, normal ou cheia; se o pão é com ou sem manteiga. Decidimos onde estacionamos, se vamos de carro ou transportes. Ao longo do dia somos forçados a tomar inúmeras decisões correndo os riscos inerentes a qualquer uma delas e correndo ainda o risco de não agradar a terceiros ou de não cumprir os desejos de terceiros. De cada vez que somos criativos corremos riscos, tomamos decisões e assumimos as consequências das mesmas, por vezes até sabendo à priori que o sucesso não será troféu nosso, que na maioria das vezes, nem um obrigado estará agregado.

Será assim tão bom o que temos? Se é porque pensamos em mudar, porque é que estamos insatisfeitos?

Será que o fazer escolhas, arriscar e abanar o nosso mundo "estável, aborrecido e cinzento" terá consequências piores do que ficar nele?

Somos seres sociais, há milénios que estamos programados para ser animais de hábitos, no entanto a evolução leva-nos aos primórdios dos tempos e cada vez estamos mais nómadas, em espaço, tempo e sentimentos. Então o porquê de ter medo, do medo. O porquê esperarmos até ao limite do insustentável para se tomarem decisões, para se fazerem escolhas.
Adiamos o inadiável...até ao limite de não sobrevivermos se adiarmos e a escolha é feita,não em consciência mas fundamentada por um mal estar gritante que tolda a razão e dita o fim. A escolha foi feita.

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As Coisas Boas da Vida I

1. Apaixonarmo-nos.
2. Rir tanto até que as faces doam.
3. Um chuveiro quente num Inverno frio.
4. Um supermercado sem filas nas caixas.
5. Um olhar especial.
6. Receber correio (pode ser electrónico.....)
7. Conduzir numa estrada linda.
8. Ouvir a nossa música preferida no rádio.
9. Ficar na cama a ouvir a chuva cair lá fora....sós ou "naquele" abraço.
10. Deitar em lençois acabados de serem engomados...

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segunda-feira, 2 de março de 2009

Inicio da semana

Cada vez tenho mais certezas do que quero, visualizo e estou confortável naquela imagem. Aquela pintura foi feita para mim e comigo, é magnifica. Os Querubins esvoaçam e brincam com os Rubins e os Benjamins, que alegria a sua, espalham sorrisos e olhares ternos...são para mim...agradeço-lhes, sei que poderei sempre contar com eles. Sorriu, estou aqui, sigo o caminho e chegarei...sorriu, que sol fantástico nos abraça a todos...não nos abandonará, tenho a certeza...Acredito...Eu Acredito...

Sinto-me com força para abarcar o mundo, sinto-me dinâmica para encetar seja o que for e apetece-me louvores, sorrisos verdadeiros e sentimentos puros. Não consigo "ver-me" como uma simples pessoa, não consigo olhar-me como sendo mais "um". Talvez tenha demasiados delírios em relação a mim própria, talvez dê demasiados créditos ao meu Ego, talvez seja soberba quando me olho. No entanto, não acredito nisso, acredito sim, que o meu papel ainda agora está no seu inicio, acredito que subo as escadas e sou aquecida pelo sol.

Se a semana que passou foi difícil e mexeu com o meu emocional, baralhou-me as energias e foi de luta, também percebi que com o estado do país isto foi apenas a preparação para o que há-de vir. Aguento, Eu Acredito, e aguento muito mais, sei que o Olimpo tem nos seus tronos seres que me vigiam de perto e carregam sempre que a encosta é mais íngreme. Agradeço e retribuo. Não esqueço, não esquecerei.

Esta semana está a iniciar-se de forma positiva, ou terá sido a que passou que foi menos boa e faz esta ter um inicio que me parece dourado (?!?)...vamos ver o que está reservado.

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Signo Cigano

COROA (21/04 a 20/05)
Relaciona-se ao ouro e a nobreza. É símbolo de amor puro, força,poder e elegância, o que torna a pessoa desse elemento valorizada e importante.A pessoa sob esta influência luta pelo que quer, pois a estabilidade financeira lhe é fundamental. Nasceu para administrar e querer ser dona do seu próprio trabalho. É fiel no amor, sensível e não suporta que brinquem com os seus sentimentos. Gosta das artes e tem grande criatividade para trabalhar nesse sector.

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domingo, 1 de março de 2009

Excelente fim de semana

Excelente fim de semana. Faltam 10 meses para 2010...e nem sei porque quero que passe...nem sei se quero...se calhar queria só saltar as coisas menos boas...o que quero dizer que antecipo más..o que é ridículo, seria supor que 2010 será de algodão doce, quando todos os anos são somente mais uma rosa que acrescentamos ao ramo: coroa e espinhos.

Tinha saudades daquele pessoal e da galhofa que é sempre que nos juntamos. Participar dos vários fins que as pessoas tem e nos seus inícios, é sempre algo que me deixa bem disposta e a ACREDITAR, que nada é impossível, que os sonhos são realizáveis e tem um timming muito próprio e muito exacto.

A maioria do grupo continua um pouco perdido, cada uma à sua maneira, na sua onda. Eles sempre foram os mais estáveis a todos os níveis. São coerentes no seu percurso e um com o outro. Vão casar-se. Agrada-me imenso e não conseguiria pensar num fim melhor para aquelas duas pessoas. Ao fim de 10 anos de namoro, sem altos e baixos e sempre com muito respeito por um espaço comum e pelos espaços individuais. É louvavél e admiro-os.
Inauguramos a casa, brindamos à vida, a eles, às conquistas, aos sonhos e ao amor.
Neste jantar o grupo já aumentou, com um novo rebento. Vamos ver o próximo.
Nesta altura de vida o tempo para estarmos todos juntos é pouco, mas quando é...é e vale sempre a pena. Acompanhar a vida de quem gostamos e fazer parte das transformações, positivas e negativas. Para estar completo só faltou o J., meu parceiro das aventuras do semi-frio vitima de homicídio e do tinto que tivemos de salvar...em prol do semi-frio.

De todo o grupo, sinto sempre que sou a única sem nada de novo a acrescentar. Deixa-me a pensar.

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