quinta-feira, 19 de março de 2009

Partida...

Estou de saída, apenas porque estou. Não existe uma razão especial, nada a assinalar, nada a comemorar ou a lamentar, apenas uma vontade, um querer...o meu querer. Posso fazê-lo sem qualquer tipo de porquês, não tenho satisfações a dar, comunicados a fazer ou interessados a partilhar a informação da ida. Descontrai, relaxei e larguei a perseguição obsessiva de objectivos e metas a atingir: quando chegar a altura, quando o tempo do Universo estiver em consonância com o meu tempo lá chegarei e atingirei o que pretendo, até lá faço o que me apetece, o que aparece e o que me interessa e adiei durante tanto tempo. Estou numa fase egoísta e é quando tomo estas decisões que penso e me lembro de como me sinto confortável pela descontracção que a liberdade oferece. Confesso que já existiram alturas em que partia mas sentia uma tristeza invasora, só de pensar que no meu regresso não haveria ninguém para me receber, um colo para me confortar, um abraço e um beijo, aquele beijo que não necessita de palavras para dizer as saudades que teve, a falta que fizemos. Houve tempos que me magoava pensar que ninguém sentia a minha falta, ir ou ficar, era igual. Nessa altura a imagem no espelho não era a minha melhor amiga mas apenas uma amiga, demasiadas coisas, demasiados sentimentos, emoções e expectativas, um turbilhão de quem está cansado, de quem necessita do descanso, de um silêncio confortável de um "gosto de ti". Encontrei-me. Gosto de ir, não tenho pressa de voltar e não me incomoda que o que me aguarde sejam apenas lençóis lavados e o conforto de um espaço que é o meu. Sem perguntas, sem satisfações, sem impaciências ou vontade de adiar o regresso. Lamento sim, não poder ir sempre que quero, para onde quero e o tempo que quero. Estou egoísta. Estou satisfeita. Estou de bem com o espelho e a vida...a minha vida. Um dia espero ter pressa em voltar, em partilhar e em dar e receber. Nesse dia volto, não por alguém mas para alguém, para um todo. Volto para um "Nós" que existe mesmo na ausência, que respira sozinho, que se alimenta e cresce na segurança do que se quer. Até lá...


Estou de partida, apenas porque sim, apenas porque me apetece.

10 comentários:

Me 20 de março de 2009 às 01:11  

e vais sempre encontrar o caminho de volta.
este é um daqueles casos em que o deixar uma luz acesa lá fora dá sempre jeito.
acompanhamos-te e esperamos-te. vamos e ficamos. tudo ao mesmo tempo.
sabes que sim.

L. K. 22 de março de 2009 às 23:14  

Sei que sim...a luz deixo-a acesa para encontrar o caminho de retorno...mas também já tive mais vontade de retornar...bolassssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssss....excelente terra, ganadarias com os mais belos exemplares...se a terra era uma merda os pastos estavam tratados para a primavera :)

E não Me, não fui a nenhuma corrida nem fechei toiros :P

Desconhecida 23 de março de 2009 às 00:17  

É tao bom fazer o que nos apetece, quando nos apetece...tudo tem o seu lado positivo, e já agora, ter "apenas" uns lençois lavados à nossa espera, já é aconchegante. O resto, virá quando tiver de vir...tudo na altura certa :)

beijinho

Anónimo,  23 de março de 2009 às 10:29  

"Encontrei-me. Gosto de ir, não tenho pressa de voltar e não me incomoda que o que me aguarde sejam apenas lençóis lavados e o conforto de um espaço que é o meu."

Só este bocadinho diz tudo, explica tudo, e faz-me ter a certeza que estás bem certa de que fazes o que deve por ti ser feito.

Assim como a Me, digo também que vais sempre o caminho de volta.

Que os ventos favoráveis dos Deuses te acompanhem, e te levem a tudo o que procuras e mereces.

Fico, a torcer por ti, e convicto que chegou a altura de o universo te retribuir. Espero, pela tua sublime entrada no Olimpo, sob o sorriso dos Deuses!

Godspeed!

L. K. 23 de março de 2009 às 14:02  

Nem mais desconhecida. Sinto que finalmente integrei essa certeza: um dia o meu tempo adequar-se-á ao tempo do Universo e nessa altura tudo será claro e fará sentido :)

Excelente semana para ti :)

beijinhos

L. K. 23 de março de 2009 às 14:08  

"Fico, a torcer por ti, e convicto que chegou a altura de o universo te retribuir. Espero, pela tua sublime entrada no Olimpo, sob o sorriso dos Deuses!"

Agradeço o teu ACREDITAR, como já disse sentimentos positivos chegam mais rapidamente ao Olimpo, quebram barreiras ;)

Aguardo serenamente a retribuição, sei que vai chegar...mas também se não chegar é porque não era para mim, não fazia parte da minha missão ;)

E encontrar o caminho de volta nem sempre é positivo, às vezes é preciso perdermo-nos para perceber o que existe para além do conhecido :)

Gaulês, as minhas certezas são cada vez mais relativas, duram no Aqui e agora e já não batalho por elas...talvez as coisas se mostrem como realmente são se mantiver as portas da mente abertas...talvez as janelas que procuro surjam mais rapidamente e o corredor pareça menos comprido e mais colorido ;)

Ao chegar partilharei como correu a jornada :P

Me 23 de março de 2009 às 14:25  

Sei exactamente ao que te referes. Há coisas que são dificeis de largar... e tudo, na altura do "até já" ou "adeus", por muito pequeno que seja, vale o mundo.

É como quando me perguntam porque não venho viver para lisboa... as manhãs são diferentes na minha terra. as noites também.
gosto de ter sítio para onde voltar... se vivesse aqui, nunca voltava para lado nenhum. Andava num constante ir...
tu percebes.

:)

L. K. 23 de março de 2009 às 15:12  

Tudo isso Me, é muito bom atravessar a recta do cabo e sentir/ pensar que já falta pouco para chegar à minha rocha :)

É muito bem ter para onde voltar, sentirmo-nos identificados e confortaveis, mesmo quando parece não haver nada que justifique esse sentimento...por isso te compreendo ;)

Este sentimento de pertença e retorno faz-me sempre lembrar o filme "E tudo o vento levou" - por mais voltas que a vida dê, por maiores que sejam os desaires ou as conquistas, existe sempre a terra de "Tara" para onde voltar...lá saberei o que fazer e o que ser :)

Anónimo,  23 de março de 2009 às 17:03  

Sem dúvida que cada um tem a sua missão, mas também acredito que essa missão pode ser moldável e flexível, e que isso só depende de nós.

Há certezas que é bom que sejam relativas, há certezas que não é suposto termos, até as sabermos aceitar e ver como certezas, e para isso sem dúvida que é preciso manter as portas e as janelas, que às vezes nem nos apercebemos que temos e estão fechadas, abertas para que entre o sol e a luz e nos inundem com as suas energias contagiantes!

Mal posso esperar por ouvir as aventuras e desventuras da tua sublime e bem sucedida jornada! ;)

L. K. 23 de março de 2009 às 22:06  

Gaulês sinto cada vez mais que a maleabilidade e flexibilidade das missões está assente nas escolhas e respectivas decisões. São elas que permitem, ou não, a mudança real e nos levam a ver com maior ou menor clareza janelas que antes ignoramos: talvez sejam estas as certezas relativas. Seja como for não gosto de fudamentalismos, nem de cinzento, o que parece contraditório :/

...mas vistas bem as coisas essa é a minha rocha :P

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