terça-feira, 3 de março de 2009

Escolhas

As escolhas nunca são fáceis. Escolher implica sempre uma indecisão, o ter de ponderar todas as hipóteses: qual o melhor caminho, que riscos acarreta, que benefícios poderemos ter ou alcançar, como o faremos, quando e porquê. As escolhas implicam medos, superação dos mesmos. Escolher, optar, decidir, em consciência ou por impulsividade ou porque nos forçam, mas sempre uma luta entre prós e contras de mais valias ou desvalias.

Receamos o ter de escolher, o medo impele-nos a ficar estagnados, a adiar decisões, a justificar perdas com um estabilidade que de real nada tem e de satisfatório menos ainda. É inerente à condição humana desde que nos tornamos sedentários, este medo do risco, do incerto, dos recomeços e mais ainda dos fins. No entanto não tem razão de ser ou qualquer tipo de lógica que o justifique. Desde que nascemos, somos confrontados com escolhas e decisões diárias, umas mais fáceis que outras, mas não deixam de ser escolhas inerentes ao nosso bem estar, prazer ou desprazer.

Quando acordamos decidimos o que vestimos, o que tomamos ao pequeno-almoço ou se to tomamos. No café decidimos se bebemos bica curta, normal ou cheia; se o pão é com ou sem manteiga. Decidimos onde estacionamos, se vamos de carro ou transportes. Ao longo do dia somos forçados a tomar inúmeras decisões correndo os riscos inerentes a qualquer uma delas e correndo ainda o risco de não agradar a terceiros ou de não cumprir os desejos de terceiros. De cada vez que somos criativos corremos riscos, tomamos decisões e assumimos as consequências das mesmas, por vezes até sabendo à priori que o sucesso não será troféu nosso, que na maioria das vezes, nem um obrigado estará agregado.

Será assim tão bom o que temos? Se é porque pensamos em mudar, porque é que estamos insatisfeitos?

Será que o fazer escolhas, arriscar e abanar o nosso mundo "estável, aborrecido e cinzento" terá consequências piores do que ficar nele?

Somos seres sociais, há milénios que estamos programados para ser animais de hábitos, no entanto a evolução leva-nos aos primórdios dos tempos e cada vez estamos mais nómadas, em espaço, tempo e sentimentos. Então o porquê de ter medo, do medo. O porquê esperarmos até ao limite do insustentável para se tomarem decisões, para se fazerem escolhas.
Adiamos o inadiável...até ao limite de não sobrevivermos se adiarmos e a escolha é feita,não em consciência mas fundamentada por um mal estar gritante que tolda a razão e dita o fim. A escolha foi feita.

8 comentários:

Me 4 de março de 2009 às 11:48  

Era o que te dizia no outro dia!
Há coisas que "escolhemos" porque não temos escolha... O que não tem remédia remediado está, certo? Mais ou menos isso...
às vezes nem é por se deixar arrastar a decisão até não ser possível não tomá-la. Às vezes é mesmo porque vamos acabando com as alternativas, vamos acabando com as outras hipóteses... No fim, resta uma. Não sei se deixa de ser escolha na mesma. É como dizes, escolha feita. Nenhuma escolha também é escolha.
Hmmm....

L. K. 4 de março de 2009 às 19:47  

Nenhuma escolha é...um beco sem saída :/

Mas até a ausência de escolha pressupõem que houve uma escolha prévia que deu origem ao the end of the line...esgotaram-se as hipóteses, as alternativas, os caminhos e as cores...muitas vezes até o próprio se esgotou...ficando sem escolha ;)

Logo parece-me que a ausência de escolha também implicou no decurso uma escolha ;)

Me 4 de março de 2009 às 23:07  

Pois. Nenhuma escolha é escolha...

esta merda assusta. mas pronto. hoje não é o melhor dos dias...

vou ver o outro post das coisas boas da vida para sirrir um cadito

L. K. 5 de março de 2009 às 00:08  

Oi Me...não me alegra que hoje não estejas no melhor dos teus dias e espero sinceramente que não seja mais que um dia menos bom :)

beijinhos e vamos a ver o sol ;)

Anónimo,  5 de março de 2009 às 02:08  

As escolhas são do mais fantástico que temos, e também do mais difícil de saber lidar, quer seja antes ou depois.

Nem sempre é fácil saber viver com as escolhas que fazemos, mas nada melhor para isso que sermos nós a fazer as nossas escolhas, sempre! ;)

Me, vamos lá a animar, um dia bem melhor amanhã! ;)

Desconhecida 5 de março de 2009 às 20:15  

As escolhas são (quase) sempre dificeis, mas indespensáveis ao equilibrio da nossa vida.
Como todos, já tive de fazer escolhas na vida, umas bem dificeis, outras nem tanto.
O importante é fazer a escolha com consciência e ponderação para mais tarde não nos apercebermos que fizemos a escolha errada.

beijinho

L. K. 5 de março de 2009 às 20:54  

Nem mais Gaulês, escolhas devemos ser sempre nós a fazer :)

Por vezes parece fácil e apetecivel deixar que outro faça escolhas por nós e tome decisões, no entanto nunca será uma sentido como uma verdadeira escolha, porque não tivemos parte activa nela, é uma escolha sim, mas de quem a fez ;)

L. K. 5 de março de 2009 às 20:56  

Concordo com tudo isso, Desconhecida. Apesar de achar que existem escolhas que fazemos em consciência e ponderadas e mais tarde se revelam não as mais correctas...mas como tudo acho que essas são as escolhas necessárias às aprendizagens ;)

E todas as escolhas são complicadas: é como me apetece cpmer um pastel de nata e uma bola de berlim e só poder escolher um :)

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