quarta-feira, 18 de março de 2009

Escolhas & Decisões

As escolhas estão feitas agora é preciso tomar decisões.

Escolher já é um processo que acarreta duvidas, no entanto pode adiar-se a decisão de se ficar ou não; de arriscar ou não no que se escolheu. Para mim são coisas diferentes: é-me fácil escolher mas difícil decidir.
Decidir implica que após uma escolha se arrisque algo novo, se saia de uma zona de conforto amplamente conhecida e dominada, mas insatisfatoria. Sabemos que vamos mesmo ter de nos decidir quando, forçada ou espontaneamente, começamos a fazer escolhas. Escolho para onde quero ir de férias mas tenho de decidir o quando e como. Escolho a camisola verde mas tenho de decidir se posso mesmo despender aquela quantia. Não posso escolher sem tomar uma decisão.

Existem decisões mais fáceis que outras, existem decisões que nos são impostas e nem nos apercebemos que ao ter determinada atitude fizemos uma escolha. Mas também existem escolhas que se fazem sem considerar o peso da decisão a tomar. Ambos os processos são difíceis de gerir porque acarretam uma série "de...e se...e agora...e depois...e como...e o quê...".

Curiosamente não me lembro de ter escolhido nada conscientemente mas sinto-o ... sinto que o fiz com atitudes e comportamentos, uns conscientes outros nem por isso, e que se aproxima a altura de tomar decisões: umas mais fáceis que outras ou talvez as tenha mal operacionalizadas e as que penso que são difíceis não o são e as supostas fáceis vão dar-me "pano para mangas". Apesar de me sentir num discurso sem bases reais ou factuais é algo que venho a sentir à algum tempo e há medida que o tempo vai passando cada vez se torna mais intensa esta certeza de ter de fazer escolhas e tomar decisões. O curioso é que não sei sobre o que terei/tenho de escolher e que decisões implica, é simplesmente algo que não me sai da cabeça. Talvez tenha endoidecido de vez ou talvez o "estômago" seja mais rápido a aperceber-se das movimentações do Universo que o raciocínio lógico. Nesta fase da minha vida considero que qualquer escolha e inerente decisão só me poderá trazer algo de bom, pelo menos algo de novo...o que por si só já é bom, mesmo que seja uma nova batalha, mesmo que seja regado por lágrimas e desespero, dúvidas e mau estar, porque tenho a certeza que no fim sairei fortalecida. Sou uma sobrevivente com excelente capacidade de aprendizagem, até porque não se pode perder o que nunca se teve.

No entanto tal "certeza" não me tira a tranquilidade, ou dá qualquer tipo de ansiedade perante o desconhecido, se é que alguma vez surgirá no plano real e se surgir saberei reconhecer?

8 comentários:

Toze 19 de março de 2009 às 01:46  

Quando se perde sempre, as escolhas e as decisões deixam de fazer grande sentido!

Por isso sigo à mercê dos dias...

L. K. 19 de março de 2009 às 22:41  

Quando se perde sempre é porque está na altura de fazer mudanças profundas no plano interno de modo a que o externo se adeque :)

Seguir à mercê do dias pode ser uma boa estratégia se tiver por base a máxima: "não faças planos para a vida porque ela já os tem para ti"...noutras situações pressupõe que existem escolhas a ser feitas e decisões tomadas por outrém...e isso não me parece justo.


Por muito que assuste a saida da zona de conforto às vezes é preciso parar e pensar que tudo o que se escolheu e decidiu levou a uma perda constante e que apenas nos desgostou e fez sofrer, então está na altura de rever os esquemas mentais e fazer transformações de 180ª...não irá ser fácil, terá uma dose de insatisfação mas arriscou-se e algo se vai ganhar..mais que não seja pessoas e experiências novas ;)

Finúrias ganha-se sempre, nem que seja a consciência da experiência que se teve e do que se gostou ou não :)

Desconhecida 23 de março de 2009 às 00:27  

Como comentário, transcrevo aqui um posto do desconhecida;
Mudar dá trabalho! Implica diversas coisas, diversas pessoas, implica a nossa vida, o nosso passado. Por isso se torna mais prático deixarmo-nos estar, não nos aventurarmos em mudanças...mas assim, temos o retorno do comodismo;
Não vivemos completos. Vivemos agarrados a algo que já não nos preenche na totalidade e vivemos agarrados à imagem ou à idealização do que poderia ser a nossa vida se mudássemos.
E porquê agimos assim?
Somos masoquistas?
Ou seremos cobardes?
Quem tem medo de arriscar, acaba por vezes, por perder grandes oportunidades.

Anónimo,  23 de março de 2009 às 10:07  

Não há nada como a escolha e e decisão, é sinal que sabemos o que queremos ou nos convém e que somos nós que mandamos em nós, e que decidimos o nosso caminho e destino. Seja tudo isso feito no meio da incerteza, ou no topo da certeza!

Sente-te, sente o teu estômago e na altura certa saberás que passo dar e quando o dar, Lagarta, ser-te-à posto à frente ;)

L. K. 23 de março de 2009 às 14:16  

Excelente post, Desconhecida, e concordo com tudo o que escreves:

"Quem tem medo de arriscar, acaba por vezes, por perder grandes oportunidades."


mas sair da zona de conforto, mesmo que se trate de arame farpado, nem sempre é fácil, correr riscos acarreta a luta e o enfrentar do desconhecido, ou seja, o medo.

O medo não é uma emoção fácil de gerir ou combater, se pensarmos a sociedade moderna está cada vez mais pautada por fobias que paralisam e tiram a autonomia aos individuos. E no entanto é tão simples impedir o seu aparecimento ou deixar de permitir que nos controlem: a mudança.

Tanto superar-me ao superar o medo do que posso enfrentar, tento gerir as obrigações de modo a que a mudança ainda seja possivel e tangivel...não precisamos de mudar o nosso mundo, nem mudar de país ou cidade, basta mudar os esquemas mentais que se tornaram desadequados a uma nova realidade e investir numa autonomia em que o medo seja processo de evolução e não causa de comodismo petrificado.

Vamos ver...

L. K. 23 de março de 2009 às 14:24  

Gaulês, é tudo isso e muito mais.

A mudança surge sem que a sintamos aproximar-se, vem disfarçada e assustadora. É preciso não temer, acreditar que não se fica pior do que o que se está: porque já não estamos felizes com o que temos, somos ou sentimos, então nada poderá ser pior.

Acredito em tudo o que escrevo e como sabes, sou uma crente do estômago, embora inúmeras vezes escolha não lhe dar ouvidos, o que também já aprendi da pior forma, que se trata simplesmente adiar o inadiavel. São as tais zonas de conforto ou pseudo-conforto que teimamos em não libertar. Outras vezes são as crenças idealizadas e romantizadas que "água mole em pedra dura tanto bate até que fura", mas a que preço?

O desgaste da tentativa de adequação ao idealizado faz que no final da batalha já não reste força anímica para disfrutar em plena harmonia da conquista, antes pelo contrario: dá-nos a sensação de de que andámos e estamos simplesmente a nadar no seco.

Gaulês, prezo e agradeço a tua crença nas minhas capacidades, pego nelas e espero de coração saber reconhecer as oportunidades quando surgirem, espero conseguir saltar para esse desafio sem estar toldada por causas externas à minha pessoa ;)

Anónimo,  23 de março de 2009 às 16:54  

Estimadissima Lagarta, basta acreditares metade do que eu acredito e teres metade da certeza que eu tenho, e terás metade do caminho feito!

Não ponhas pressão em ti, o que acontece muitas vezes mesmo sem nos apercebermos. Não exijas mais de ti do que é justo, certifica-te que as tuas exigências são justamente direccionadas. Não duvides do quanto pode ser fácil e possível encontrar e viver o que desejas, também muitas vezes o fazemos sem dar conta. Não deixes que as causas externas te exagerem a confiança nem que te enfraqueçam a determinação, convicção e moral. Não penses que de uma forma ou de outra, por caminhos mais ou menos diferentes, outros não serão capazes de sentir ou pensar, o que tu sentes e pensas.

Não tenho a mínima dúvida que sabes isto tudo, mas como bom bardo, achei que o deveria dizer ainda que não fosse necessário! ;)

Lagarta, solta o teu lindo verde! ;)

L. K. 23 de março de 2009 às 22:13  

Gaulês, excelentes palavras as tuas ;)

É o que tenho feito no presente ano (julgo eu :/) e ainda tenho mais 9 meses para pôr em prática tudo a que me proponho, ou seja, nada..ehehhehe

Disfruto, deambulo, aprecio e liberto o meu verde pautado por sorrisos e bem estar. Tento avançar a passo e um de cada vez para não perder nada dos magnificos dias que atravesso. Deixei de ter expectativas e mais ainda, deixei de idealizar, o que tem sido muito positivo, pois deixei de me desiludir ou frustrar quando não atingia o objectivo no tempo que tinha dado como meta-limite...

...vamos ver, talvez tenha de rever novamente os esquemas mentais pelos quais me pauto...talvez haja quem pense e sinta como eu ou talvez não tenha de haver e sou eu que me irei adequar ao normativo (?!? nesta não tenho muita fé ?!?), seja como for, não tenho planos...vamos ver ;)

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