segunda-feira, 9 de março de 2009

Desvarios I

Explanei toda a tarde, entre conversas de merda, banais, fúteis e sérias. Soube-me muito bem. A fotossintese revigora-me sempre e com 26 graus, cheira a verão.
Estranhamente, sabe-me sempre melhor fazer este tipo de coisas durante a semana que ao fim de semana.

As mulheres, não todas, mas a maioria das que conheço vivem demasiado dependentes do super ego. Incluo-me nesse grupo. Às vezes aborrece-me, sendo uma mulher Balzaquiana, já tinha idade para me ter libertado de algumas amarras auto-impostas. Muito sinceramente, ainda não tive qualquer tipo de vantagem ou reconhecimento de mérito por tão tenaz forma de ser. Verdade que apenas demonstra respeito por mim própria, mas demonstraria o contrário calar o super ego??? Não me parece e cada vez me parece menos.

Ando entusiasmadissima com algo utópico, no entanto deixa-me extremamente bem disposta. A excelente capacidade que tenho de me animar a mim própria. Cada vez estou mais auto-suficiente, ainda com capacidade de falar com os super egos de quem me rodeia e pôr pessoas a subir escadas ao fim de 5 anos sem o fazerem. Uma amiga diz-me constantemente que admira a minha capacidade de sobreviver no meio do caos...mas será que sobrevivo?

Tenho uma colega, que está connosco desde Novembro e que me tomou como o seu objecto anaclitico. Se por um lado me sabe bem tamanha consideração, por outro acho que é sobrecarga para quem já está em Síndrome Burnout, mas sem o ordenado inerente a tal patologia. A imagem é coerente, é consistente e força para quem me rodeia, AGRADEÇO tamanha capacidade e lamento (por vezes) não conseguir chegar a mais.

Não deveria querer chegar a mais, os meus dias não são maiores que os das outras pessoas. Não sou a Madre Teresa de Calcutá, porque até Ela sabia as suas limitações e tinha consciência que somos finitos, em tempo e capacidades. Também tenho, mas esqueço-me. Defeito? Feitio? Ou apenas parvoíce da pura, nua e crua?

O mais curioso é que não tenho o "sonho de ser salvadora" do mundo ou mesmo da Pátria...mas também não consigo ver ninguém na merda, tendo poder para o tirar de lá...até quem não merece. Fico fodida mas de consciência tranquila. Acho sim, que a maioria das pessoas é egoísta, e não sabiamente egoísta...porque no fundo nem felizes estão.

Não compreendo o mundo. Não me sinto compreendida por ele. No entanto amo-o, respeito-o e quero percebe-lo nas suas escolhas e decisões.
Hummmm...parece-me que o caminho ainda está a meio. Mulher Balzaquiana, como a Diva que te deu origem estás no bom caminho. Vive...deixando viver.

8 comentários:

Toze 9 de março de 2009 às 23:47  

Parece-me que estás no bom caminho. A vida é para se ir conhecendo, mesmo que nunca a cheguemos a perceber no todo! Mas creio que vale a pena tentar...mas sempre de consciência tranquila :)

PKB 10 de março de 2009 às 01:43  

Passaroca ignorante que sou - porque sou e admito-o - lá vou ter de pesquisar e ver que diabo vem a ser a mulher Balzaquiana.
De repente parecia-me estar a ler os Maias ou coisa que o valha.

Quanto ao mundo, acho que nos sentimos todos incompreendidos por ele. Mas também não o compreendemos (eu,pelo menos, tenho muita dificuldade...)

Anónimo,  10 de março de 2009 às 02:00  

Interessante, Lagarta, a magia da mulher Balzaquiana, de vez em quando tenho-me saudavelmente degladiado no meio dos meus/minhas colegas e amigos/amigas. maioritariamente ainda nos 20s, acerca disso mesmo.

Não tentes chegar demasiado depressa onde sabes que queres e vais chegar, leva o teu tempo, não corras, passeia! Desfruta!

Sem dúvida, estás no bom caminho, se o sentes não há como enganar! E eu também o sinto e sei ;)

L. K. 10 de março de 2009 às 19:48  

Bem vindo Finurias :)

Todas as decisões tomadas visam a consciência tranquila, todos os erros cometidos são lições e cicatrizes que ajudam a identificar o erro cometido...e sim, vale sempre a pena tentar :)

Prefiro ser aquela que conta que um dia tentou mas não deu certo ou deu, do que aquela que vive de memórias de oportunidades sempre vistas mas nunca alcançadas ;)

E felizmente nunca conhecemos a vida e somos sempre surpreendidos, se assim não fosse que aborrecido seria caminhar neste "livro" ;)

L. K. 10 de março de 2009 às 19:51  

Gaulês, discutir a magia da mulher Balzaquiana com pessoas de 20 anos pode ser tarefa Herculea, desejo que alcances o maior sucesso ;)

Desfruto e em grande o calçadão da vida, explanando, conversando e ouvindo...a pressa aborrece-me, não me deixa ver e assimilar a paisagem :P

Sigo caminhando, num passo curto, ritmo cadênciado pela alma e pelos atalhos...sei que chegarei Gaulês, quando tiver absorvido o que me está reservado ;)

Agradeço o voto de confiança, dois têm mais força que um ;)

L. K. 10 de março de 2009 às 19:59  

Bem vinda ao meu cantinho PKB :)

Não conheceres a expressão não faz de ti uma ignorante...quanto saberás tu que nunca ouvi falar ;)

A expressão "Mulher Balzaquiana", vem de um dos clássicos de Honoré de Balzac denominado "A mulher de 30 anos". Apartir dessa altura os iluminados (?!?) resolveram usar esta expressão poetica/romântica para designar as mulheres dos "intas"...chamam-lhe a idade do saber, do auto-conhecimento, do verdadeiro querer, sem attachment's :)

Não sei se será assim, quando souber aviso, até lá gosto da expressão acho-a divinal enquanto designatória de tão especial e versátil ser: A Mulher.

Em relação ao mundo e aos diferentes timmings compreensionais que temos um com o outro, ando a tentar que ele me perceba: um dia de cada vez...assim vou percebendo-o a ele também um bocadinho (minusculo, diga-se de passagem).

Desconhecida 10 de março de 2009 às 20:43  

Ainda bem que não compreendes o mundo, eu também não, mas não me importo nada.
Texto que demonstra algume (tu) com muita "garra" e isso é um dos segredos de conseguir sobreviver no caos:)

beijinho

L. K. 10 de março de 2009 às 22:30  

Olá Desconhecida...

Sim, o pegar toiros sem ter medo de ir á cara do toiro é algo que me caracteriza...ou eu acho que sim...o caos torna-se mais suportavel :)

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