segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Fim de ciclo?

A burocracia transcende-me, é uma pandemia e serve para passar a ideia de que estamos todos muito ocupados. Nos serviços públicos, então arrasa a paciência e boa vontade de qualquer um - pelo menos as minhas.

Não percebo que lógica é esta de acumulação de trabalho para parecerem muito ocupados e leva-se um dia inteiro a coçar a micose, a falar da vidinha - preferencialmente da dos outros - ou simplesmente num nada arrastado que ganha energia na hora de sair.

A minha lição, (acho eu) deve ter sido a de esperar assertiva e pacientemente, de me humilhar e humildar porque sou eu que preciso, de esperar horas em vão e ainda ter de pedir desculpa mostrando um sorriso de orelha a orelha - assumindo a minha "falha" ou potencial erro - para que o outro se sentisse narcisado, sentisse os seus galões a brilharem e lhe inchasse o peito pelo "excelente trabalho e disponibilidade" - ando a engolir sapos e a mendigar favores há 15 dias - nunca me imaginei. A determinada altura a minha vontade de mandar tudo para o caralho superava a minha sanidade - juro estive à beira do surto psicótico - mas a vantagem de trabalhar muitos anos com alguém é que vão começando a conhecer os nossos pontos fracos e antecipam-se. Obrigada! Também faz parte da lição.

Odeio pedir, seja aquilo que for, não sou capaz por mais na merda que esteja, por mais que precise, as palavras recusam-se a sair, forma-se um nó e é mais fácil sorrir e dizer "está tudo bem" quando está tudo uma merda - quem diria que pedi e voltei a pedir até já não ter cara para pedir mais e que me custou horrores, foram facadas que tentei lidar com humor e um sorriso. Nem sei se isto vai ter o resultado esperado, no entanto, vale pelo processo, nem sei se quero chegar mas o caminho foi aprendizagem - afinal tenho capacidades que posso apostar um pouco mais - humildade e contenção nas palavras e acções.

Afinal as pessoas sabem que estão mal, sabem que são maus profissionais, e arrisco-me até a dizer más pessoas porque se estivessem confortáveis na sua pele, não precisavam de estar constantemente a puxar dos galões e como me disse várias vezes um dos meus Professores mais queridos  e que mais respeito: "Só puxa dos galões quem não tem colhões! - Cada vez concordo mais: sobem trepando nas costas dos outros - Shame on You!


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