sábado, 31 de dezembro de 2011

Despir ... 2011 ... Vestir ... 2012




Aproxima-se o início de um novo ano civil. Este que passou, sinto-o como o de maior equilíbrio dos últimos dez anos.


Curiosamente, foi um ano iniciado sem expectativas e sem objectivos muito definidos. Um ano iniciado com a recusa e a promessa de não empreender nas minhas acções megalogamente com vista a realizar fosse o que fosse. No entanto, esta decisão revelou-se extremamente positiva à medida que o ano avançou. O que outrora ambicionei e me esfolei para obter, desta vez, caiu-me no alto da cabeça, sem perceber muito bem de onde. Afinal é verdade, se nunca precisei de me mexer para que as coisas más me acertassem em cheio na testa, também não preciso de o fazer para que as boas me encontrem. Houve equilíbrio, quase maníaco mas equilíbrio. Foi um ano de muito trabalho, conquistas mas principalmente de mudanças. Profundas, desejadas, amadas e no entanto tãotemidas.


No campo emocional também se registou evolução, voltei a olhar para o lado, mais importante, voltei a sentir-me sensual e sexual, o que foi positivo, no entanto não houve a concretização do que ambicionei e aí sim, houve desilusão mas apenas porque criei expectativas. Novamente, expectei o que não me podiam dar, mais, o que não eram e não conseguem ser. No entanto, resolvi, que essa resolução não fará parte das de 2012, novamente, Início um ano sem nada querer mas com muito a agradecer.


Se houveram períodos em que me senti eremita, apesar de não estar só, outras houve que percebi o quão abençoada sou. Foram inúmeros os testes à capacidade de resistência, mas principalmente, à paciência, essa que tento educar da melhor forma que posso e sei. Sinto que o resultado também é de saldo positivo. Sou uma abençoada, sempre o fui, principalmente pela capacidade de aprender com a queda, percebi mais uma vez, que aconteça o que acontecer, não direcciono ao outro a culpa, não a guardo na totalidade para mim mas sinto que as peças encaixam exactamente onde deviam. O Universo, é misterioso e move-se de maneira subtil e nem sempre muito explicita, no entanto, quando olho para trás, percebo qual o significado e significante de muitas situações e coisas que me foram externas e as outras, as que não percebo, ainda, sei que com o tempo e a aprendizagem chego lá.


No geral considero-me satisfeita com este 2011, considero-me preparada para entrar num novo ano, com uma perspectiva não enviesada, e principalmente, não rancorosa, não amarga ou vingativa. Sou maior do que isso. Hoje sei-o. Sabendo também que 2012 é o ano da Verdade e do Carma, a minha consciência está tranquila.






A todos quanto amo mas principalmente, a todos quantos me amam um excelente 2012 e aos outros também, sejam Felizes!!!!

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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Dispersos IV

Lá apareceu o gordo barrigudo a quem denominam Pai Natal, apesar de não ter pedido, ganhei uma valente gripe, que veio condicionar as minhas mini-férias. Estou cansada de gastar dinheiro, o que me aborrece quando não vejo imediatismo no gasto. Estou com febre.


Nasceu o meu afilhado mais novo, é um querido, como todos os bebés são. Esta história de só ter afilhados gajos também tem muito que se lhe diga, não encontro nada de jeito para os mimar, enquanto que para menina há assim um monte de coisas maravilhosas que fazem forte apelo ao meu consumismo.


Desde o antes do Natal que só como porcaria e parece que é um ciclo vicioso, quanto mais porcaria como mais me apetece comer, mais a roupa me encolhe e nas calças noto logo, no entanto, não estou preocupada ou pelo menos alarmada, em Janeiro recupero. Aliás já tenho tanta coisa agendada para Janeiro, que se me sobrar tempo para comer é bónus. Sempre que penso e decido desacelerar o ritmo, a vida força-me a tomar decisões que me obrigam a acompanhar um ritmo frenético, se me quero manter actualizada.


Quero com isto dizer, que apesar da febre e de me sentir tipo merda, ainda não consegui parar 1 minuto, hoje foi o primeiro dia que me levantei mais tarde, acho que chego ao trabalho tão cansada como sai. Andamos sempre acelerados, não desfrutamos do que temos, do que conseguimos ou apenas de nós próprios. Parece que o mundo se uniu para nos tramar, para nos fazer esticar ao limite e depois num sorriso sacana, chapar-nos na cara a nossa incapacidade de estar sempre em red-line.


Nunca considerei 2012 como o fim do mundo, ou pelo menos, o fim do mundo como anunciam os fatalistas. Sinto que irá haver grandes mudanças, que as coisas como tem sido até aqui tem de mudar, aliás, a história é cíclica e diz-nos que para evoluirmos tem de haver mudanças de base e nas bases. Vamos ver. Este é o ano do Dragão de Água, o que supostamente, é um ano de resolução do Carma. Aguardo. Não tenho resoluções de Ano Novo, nem de Ano Velho, aquilo que vier será bem recebido, umas vezes estranhado e depois entranhado, outras o inverso. seja o que for ou aquilo que for, para mim será e de certeza terei algo a aprender, a receber ou a dar ou quem sabe, as três em simultâneo, sinceramente já não tenho capacidades para expectativas - Gastam-me!

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sábado, 24 de dezembro de 2011

Feliz Natal




Diz-se muito e muita coisa sobre o Natal. Mandam-se mensagens estereotipadas cujo o nome de quem nos enviou esquecemos de apagar. Enviam-se mails "por atacado" e a expressão "Boas Festas" está presente entre conhecidos e serve de quebra-gelo entre desconhecidos.


Devido à crise tomaram-se decisões de contenção mas a corrida frenética às grandes superficies não abrandou. Apregoa-se a Paz, o Amor, o Carinho, a Familia e os afectos em detrimento dos bens de consumo mas quando é a hora da verdade, poucos são os que cumprem e ainda que não hajam presentes, também não há harmonia ou um prazer real em comemorar esta quadra. Não há o agradecimento de nos sentirmos abençoados por estarmos e termos quem amamos e nos ama - tomamos como garantido.


Na minha terra houve um acontecimento negativo, faleceu um rapaz de 23 anos, daqueles que já eram boa pessoa, antes de morrer. O funeral foi esta manhã. Aquela familia está destroçada e este será um Natal melancólico e saudoso e durante muitos anos, assim será. Acredito que por mais problemas que houvessem, como em qualquer núcleo familiar que se interessa, trocariam todos os presentes do mundo, pela sua presença.



A todos desejo um Excelente Natal, a discutir com a mãe, a embirrar com o pai e engalfinhados com os manos, a torcer o nariz com as "palestras" do Avô e a aumentar quilos com os doces da avó, lamentem os problemas, detestem os presentes, queixem-se da roupa apertada e da piela que apanharam "mas não queriam", sorriam aos vizinhos, ao gato e ao periquito, porque no fim, comemorar o Natal, é ter todas estas pessoas com quem "embirrar" ... com quem Partilhar.

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segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

(Des)conversa 45

Ele - Vou casar-me. Já sabias?

Eu - Sim, já sabia. Estás feliz?

Ele - Acho que sim, está na altura.

Eu - Está na altura?

Ele - L.k., chega-se a uma idade que o certo e o errado dependem daquilo que queres para ti e eu agora acho que é casar-me.

Eu - Percebo. Então e depois, tens um filho, certo?

Ele - Claro, dois filhos e de preferência um casal.

Eu - Fico contente de teres tudo planeado.

Ele - Por acaso tenho e até já pensei que se isto for como a média nacional dentre de 3 anos divorcio-me.

Eu (?!?) - Credo homem, ainda falta um ano para te casares já estás a ver o desfecho trágico.

Ele - Não é trágico, é realismo, logo, se não acontecer é bonús e se acontecer, pelo menos já me casei e tive filhos.

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(Des)conversa 44

Ela - Emprestas-me o teu carro para ir a casa?

Eu - Vieram a pé?

Ela - Não mas o meu marido não me empresta o carro. Ele não gosta que conduzam o carro dele.

Eu (?!?) - Isso não é lá muito normal.

Ela - Opá ele é assim, o que é que queres ... mas emprestas ou não?

Eu - Desculpa lá mas não. Pede-lhe para ele ir contigo a casa.

Ela - Epá porra, tu às vezes és mesmo egoísta!

Eu - ?!?

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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Apelo

Caros leitores, se existirem e se tiverem 2 minutos de tempinho livre, digam-me, alías, respondam-me como se eu tivesse 6 anos:


QUAL É QUE É O PROBLEMA DOS HOMENS COM A PUTA DA EMBALAGEM DE PASTA DE DENTES?

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Dispersos III

Se a palavra nada vale, porque é que quando atirada não é recuperada? Se falamos sem nada dizer, porque faz mossa no outro?

Os olhos não vêem quando o coração não sente e a cabeça entra num processo de défice de atenção/ concentração. Uma hiperactividade para deslocar o sentir: não tenho tempo; agora não posso; depois falamos .... acumulamos o não acumulável. Guardamos pedras de gelo como preciosidades e quando pensamos que há tempo, que estão lá, descobrimos que o gelo derrete e a água evapora, não restando nada mais do que uma mancha ténue do que um dia foi.


O que distingue as pessoas não são os problemas ou as situações mas sim a forma como lidam com os mesmos. A forma mais rápida e simples é desimplicarem-se das consequências, é deixarem-se dominar pelo rancor e vingança do mundo. Valerá a pena?

Podem fazer mal ao outro, desejar-lhe a maior infelicidade do mundo mas no fim, o outro segue a sua vida, a tropeçar, a andar, a correr ou a saltar mas segue-a e quando olhares no espelho, um dia, descobres que tu é que te consumiste. Tu é que não viveste a tua vida, não aproveitas-te as oportunidades, porque estavas demasiado concentrado em viver a vida do outro, em lamentar não fazeres parte dela.


No fim ... Vive e deixa viver ... o que foi não volta a ser e não se pode obrigar alguém a sentir o mesmo que nós ... e quando parece que o Mundo vai acabar, se olharmos bem, está apenas a girar.

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Exorcismo



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quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Dispersos II

São tantas as histórias de solidão acompanhada, que ouço diariamente. Não escolhe idades ou estratos sociais, nem sei se é escolhida ou se escolhe, o que sei é que após aberta a porta é-lhe permitida a estadia. A diferença entre uma vida boa ou ter uma boa vida, é palpavel mas trabalhosa. Exige investimento, conscientes, que os retornos são a longo prazo e na maioria das vezes não visíveis, logo não partilháveis ao olhar do outro. Trancamos os afectos e tornamo-nos emocionalmente doentes, nesse percurso, negamos os sintomas com uns quaisquer unguentos que aliviam rapidamente a dor, depois ... depois é só repetir a dose de 8h/8h e se não passar diminuir o tempo de administração. Após um período de tempo, percebemos que não sentimos, que essa função está arquivada mas mesmo assim lutamos por algo que há muito não existe. As pessoas contentam-se em viver numa paz podre, desde que a mesma seja partilhada, não importa o quão destrutiva seja, importa sim: cama, mesa e roupa lavada.


Ouço tanta história que a determinada altura penso que são apenas uma longa metragem, que servem para me ajudar a entender-me e a definir-me. Aprendo com as histórias dos outros que todos temos padrões comportamentais, algo que fazemos inconscientemente, que repetimos à exaustão, seja quando já estamos dentro das relações, seja nas novas relações que estabelecemos. Um dos meus padrões relacionais, em termos afecto-emocionais, já identifiquei, o que não consigo entender, compreender ou perceber - decifrar - é a lição que tenho para aprender. Espero pacientemente, pois sei que se levei tanto tempo para a "ver", o seu significado virá quando tiver de vir, apenas me peço, que esteja preparada e não "a leste do Paraíso" como vem sendo o normal.




Existem coisas que já não quero. Há pouco tempo uma amiga dizia-me: " - Tu sempre foste uma pessoa de relações conflituosas, com pessoas conflituosas. Precisas de luta para te sentir viva. O fácil aborrece-te, não te dá pica, não é?"


Não lhe respondi. Não encontrei resposta necessária ou plausível, para a constatação de facto tão óbvio, que nunca tinha reparado. Ou talvez porque já não sou essa pessoa, a mudança foi lenta mas produziu efeitos: quero saber com o que conto daqui a uma hora e dar essa certeza, também. Já não chega o efeito borboletas no estômago, já não chega as pernas a tremer e o voltar a ter 12 anos, já não chega um desejo flamejante, sempre pronto a explodir, as brigas bombásticas só porque sim, porque a razão é coroa de louros e não partilha. Há coisas que não se procuram, que pura e simplesmente, acontecem, porque ao procurá-las, precipitamo-nos e não temos o que queremos mas o que se aproxima mais, logo, é apenas parecido, não "a mesma coisa". Se algo se inicia com "uma leve incerteza", dúvido, que o tempo a passe a certeza certa.

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sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Dispersos

Li algures que o problema não é o tempo que decorre do Natal ao Ano Novo mas sim o que decorre do Ano Novo ao Natal. Concordo com este pensamento mas honestamente o Inverno não ajuda nada à dispensa de calorias e esta época que antecede as festas é um tal de almoços, jantares, lanches petiscos e afins, que desespera qualquer pessoa sem auto-controlo, leia-se: Eu. Gosto de comer, gosto de fazer comida, gosto de pessoas reunidas à mesa e curiosamente as pessoas com quem me partilho também. Tenho uns amigos fantásticos que me engordam docemente e eu deixo, claro.


Desde que começou o frio que andamos numa troca de calorias que até meto medo, a minha roupa ressente-se e a minha cabeça ainda mais. Não faço promessas de Ano Novo porque sei que não as cumpro. Ir para o ginásio poderia ser eficaz mas já concluí que não basta inscrevermo-nos: temos mesmo de lá ir.


O meu afilhado desde que entrou para a escola enlouqueceu e só faz merda atrás uma da outra. Sério, nem o posso ver à frente: ontem enfiou o redutor da sanita na cabeça e não conseguiu tirá-lo teve de ir à casa do avô para ser cortado, porque cá só havia um serrote e ele entrou em pânico a pensar que ia morrer. Oh Valha-me a Santa, puto do caraças!


Não comprei presentes de Natal, nem me apetece, sinceramente. Cada vez me parece mais um disparate a loucura em que as pessoas entram nesta época do ano. É a crise mas lojas e centros comerciais estão intransitáveis. Grande merda porque detesto tropeçar em pessoas. Vamos ver.


Não fiz ainda árvore de Natal e nem me apetece. A minha mãe queixa-se e reclama que eu e o meu irmão somos secos nas emotividades Natalícias. Gosto do Natal. Não gosto do Natal. Nem sei mas será mais um ano para descobrir.


Ainda nem me mentalizei muito bem que se aproxima o fim de um ano civil, não descortino o que sinto. Estou assim, a modos, que para o amólica.

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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Viagem

Se estás triste fica triste. Dá-te tempo e espaço para te encontrares, procura-te no sitio menos óbvio. Se necessário refugia-te, isola-te mas faz o luto de todas as tuas mágoas. Respeita-te e torna-te sabiamente egoísta. Sabemos que as fugas, às vezes são necessárias mas não aquelas que nos levam de nenhum lado para lado nenhum. Não podemos exigir aos outros o que não damos, não podemos justificar as nossas faltas de respeito com o nosso estado de animo. Esse apenas serve para ajudar outros a perceberem porque choramos, quando todos os outros riem ou o inverso. As feridas não saradas infectam, e podem gangrenar. Após gangrena o membro pode sofrer amputação mas para quem não sabe, existem amputados que sofrem de "Dor do membro fantasma" - esta dor pode ser aumentada substancialmente quando emocionalmente se está debilitado. Cura a tua alma, cura-te sem placebos ou mecanismos de compensação. A viagem é longa, o caminho doloroso e difícil mas sem dúvida o melhor caminho. É aquele em que terminamos exaustos mas regenerados, se tivermos a coragem de não arrepiar caminho - o que é tão fácil - caminhar a nu, pormo-nos a nu e sentirmos o peso de uma solidão regenerativa, sentirmos cada lágrima que choramos apenas porque temos pena de nós próprios, porque precisamos de nos lamentarmos e descer ao fundo. Não dura para sempre, não é fácil ou simples a subida mas quão enriquecedora é a viagem, o quanto nos coloca à prova a Fé e a capacidade de regeneração.


Durante a jornada tenho tido alguns apoios, caminhantes que comigo iniciaram esta jornada, outros que se cruzaram em determinada altura e nem sempre vieram para aliviar a carga, o que umas vezes me fez recuar e outras avançar com maior determinação. Quantas vezes me apeteceu sentar na berma e baixar os braços. Depois lembrava-me que aquilo não era eu, em toda esta viagem ninguém foi culpado das pedras que pisei, dos espinhos que espetei ou das cabeçadas que dei e também não arrastei ninguém. Hoje, sei, que a vida é feita de planícies, planaltos, vales, montes e montanhas, que em todos corremos o risco de apanhar as quatro estações, restando-nos apenas a capacidade de colocar um pé à frente do outro e avançar, de costas ou barriga mas avançar.

Olhar para trás não é opção, o que preciso de recordar está dentro de mim e não num passado que não volta a ser.

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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Tristeza ... ou talvez não

A tristeza chega de mansinho e sem avisar enrola-se em laço apertado até sufocar. Podemos mentir e afirmar desconhecer os seus porquês ou lidar com a mesma e gritar-lhe que sabemos o porquê da sua vinda, que sabemos que se prende com algum tipo de materialismo em coisa que não conseguimos ter no imediato ou em determinado tipo de determinação emocional falhada. Em ambas somos confrontados com a nossa impotência, com a pequenez do nosso querer. Resta-nos olhar para dentro e minimizar os seus estragos: reconhecer que não temos o poder resolutivo de tudo. Perceber que se temos timmings ou tempos próprios, que se temos um determinado nível de vibração energética, as coisas ou pessoas também o têm. Não adianta acelerar o processo porque o único resultado será o aumento da frustração. Tristeza - resolve-se, resolvendo vivê-la em todo o seu esplendor e riqueza. Percebendo que o tempo não é exclusivamente nosso e não o mandamos, recebemos. Nestas alturas é preciso chorar: lamentarmo-nos e termos pena de nós próprios e depois ... depois redefinimos objectivos, respeitamos as nossas metas e principalmente as dos outros e reconstruímo-nos.

É bom acordar, sentir o quentinho dos lençóis e perceber o nevoeiro a emoldurar o dia: Gosto de manhãs de nevoeiro, gosto do seu cheiro, da cor que confere aos campos e da humidade que deixa no cabelo e na roupa. O nevoeiro é místico e lava as tristezas da alma ... e as outras também. Ouçam-no mas principalmente: sintam-no!

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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Orgulho

O orgulho é um dos sete pecados mortais, eu sei. São tantas as coisas das quais tenho orgulho, sendo a principal quem sou, os meus princípios e valores. Nunca avancei para nada sem ter a minha cabeça resolvida, não camuflo coisas, pessoas ou situações com outras coisas, pessoas ou situações. Existem coisas que sinto merecerem a pena serem confrontadas, explicitadas e resolvidas e outras, que pura e simplesmente, devem ser descartadas, pois dar-lhes atenção é apenas prolongar a sua toxicidade e consequentemente nocividade. É dar poder a quem não o tem, pior, não tem capacidade para o ter. Acredito, que os objectivos são mutáveis e evolutivos, se não somos estanques ou não deveríamos ser, logo a teimosia é o receio do avanço, a "verdade absoluta" pregada por certos indivíduos é o seu medo de perda de controlo, da realidade mas principalmente da perda do pseudo controlo, que julgam exercer no outro. Se bem, que até pode ser verdade durante um determinado período de tempo, esse tem tendência a extinguir-se. É apenas uma questão de pensar: uma pessoa manipulável, que conseguimos influênciar e até de certo modo dominar, só o será até perder interesse por nós e se deixar manipular/ influenciar por outros/as. E se por por medo, receio ou comodismo se acomodam a esse modo de funcionamento, devemos ter a noção das inverdades, das acções paralelas que executam numa vingançazinha infantil de quem não tem colhões para inverter a situação, seja por que razão for.


Não sou orgulhosa mas tenho orgulho no meu percurso, nas minhas pequenas conquistas, que para mim são gigantes. Orgulho-me de ter a capacidade de persistência, de ser por vezes, teimosa mas reconhecê-lo. Orgulho-me da capacidade de aprendizagem com o erro, a cicatriz ou a inverdade. Orgulho-me, principalmente, de ter a capacidade de "dar o braço a torcer" e de saber parar. Esperar.

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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Deambulando pela minha cabeça

A minha fase bélica terminou com um dedo decepado e a estatelar-me ao comprido no pátio de uma escola. O resultado não foi animador mas deu-me para rir e dissipou a parvoíce que se havia acumulado. Concordo.




Por mais chapadas que leve na cara não perco este mau hábito de acreditar nas pessoas, de confiar nelas. Sempre que penso que desta vez aprendi, mais à frente descubro que voltei ao mesmo. Não estou chateada, e a mágoa já me passou. Acredito que este é um processo inerente e necessário a lidar com gente. Sim, gente porque as pessoas não reagem assim. Parecem sinceras, justas e até demonstram capacidades empáticas e mantém essa capacidade até que algo não lhes corre ao umbigo. Sempre me indaguei o porquê de "dispararem em todas as direcções" ao invés de olharem para dentro, de tentarem perceber que se houve equidade nos processos ou nas relações as hipóteses de ambos serem bem sucedidos eram simétricas. Claro, que não vou negar a minha incredulidade perante e até tristeza perante o sucedido mas após olhar de fora, percebi o empurrão que me deu: larga o velho, o ultrapassado. Devolve a consideração que te deram, não na mesma moeda mas sem esforços adicionais: o básico necessário à manutenção de relações pacificas. Aprendo.




Hoje foi greve geral, que não me pude dar ao luxo de fazer devido a alguns constrangimentos pessoais que ainda não estão sanados. No entanto, foi uma experiência agradável olhar para um bando de gente e perceber que aquilo é exactamente o que não sou e Deus me ajude, porque não quero mesmo ser. Se uns quantos exerceram o seu direito à greve, o número não bastou para se encerrarem os serviços e os restantes comilosos que não concordam com a greve, mostraram-se indignados uns com os outros, acusando-se, em brincadeira, claro está, que por causa deles - os outros - os serviços estavam assegurados e tinham mesmo de trabalhar. Estes aproveitadores do sistema, estes anti-grevistas que esperam usufruir do resultado das acções dos outros, estes hipócritas que quando algo muda são os primeiros a bater com a mão no peito e a querer receber o seu quinhão, são a classe operária deste país. A classe que se queixa mas aproveita toda a pintelhice para aliviar e nada fazer. O país está mal, sem dúvidas, mas não seria mais produtivo trabalhar-se em equipa e tentar soluções conjuntas que minimizem a austeridade, em vez de se invejarem uns aos outros e se apontarem como vítimas isoladas de uma qualquer calamidade. Enfim: gente.




Em resumo:


cada vez me é menos suportável a vitimização, os coitadinhos que gostam de o ser e aproveitam essa faceta para subversivamente instalar o caos e manipular os outros. Não suporto que tentem manipular.me pelo emocional, dá-me quebras e leva-me a julgamentos precipitados: toda a acção, palavra, atitude ou discurso que advenha dessa gente tem um lado muito negro que vai chamuscar o alvo. Porque eles, quando se fartam ou atingem o objectivo, mudam de sítio ou de pessoas. Querem palco, façam figuração nos "morangos com acuçar", querem chamar a atenção, comprem um pirilampo, com sirene incluída e andem com ela na cabeça e Foda-se ... se querem ser vitimas telefonem para a APAV!

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terça-feira, 22 de novembro de 2011

Apenas porque me faz sentir bem ;)



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domingo, 20 de novembro de 2011

Divagando ... 6

Quando estou internamente desorganizada, isso nota-se no exterior. Marte em trânsito astral também não facilita, torna-me bélica ou melhor, deixa-me irritadiça e impaciente, o que invariavelmente me deixa uma besta, levando a magoar os que me são próximos de forma completamente gratuita. Arrependo-me e começo a ter a humildade de pedir desculpa, no entanto, o que é certo, é que a palavra atirada jamais é recuperada e rasga como um punhal de dupla lamina. Olhando agora, vejo como sou injusta e como devo aprender a controlar a minha impulsividade, porque sei que eles estão sempre que preciso e que são as pessoas que mais me amam ou não tolerariam esta agressividade e arremesso de palavras. Erro e percebo-o. Corrijo e tento que não se repita mas sei que é uma eterna aprendizagem. Que como bom Touro que sou, levo tempo a ruminar mas quando desato a marrar é uma chatice e acabo sempre prejudicada, pois não posso voltar atrás, acabo culpabilizada porque sei que fui injusta e no fundo acabo a reconhecer que não falo, que os meus problemas ou stresses não interessam e "engulo-os", até que os mesmos me invadem e começam a surgir em pequenas explosões, quais Geisers, até descambarem numa destrutiva erupção vulcânica. Tenho consciência que devo alterar esta faceta perversa que tudo contamina. É meu objectivo mudar o que não gosto em mim, corrigir estas qualidades que roçam defeitos de uma magnitude indesejada. Sei que ao consegui-lo mudo a minha energia e a vibração da mesma. Talvez seja esta face negra que leva a que me digam algo que nunca compreendi: "és demasiado intensa" - Sei que, por feitio, vivo nos extremos, no preto ou no branco mas também sei que tenho feito um esforço para abraçar o cinzento. É um processo lento e moroso mas sei que os resultados são os que ambiciono, pois este velho padrão comportamental não me deu o que ambicionava e só me frustrava. Durante esta batalha, lentamente, sinto as peças do puzzle a encaixarem-se no sitio. Não tenho pressa - o que parece uma ironia quando sempre me "queixei do tempo que não passa" - desfruto desta viagem tranquilamente e deixo-me envolver pela paz que a transformação me proporciona, e que por mais violenta que seja sei que vou gostar - seja o que for e como for - é e será diferente. Recebo.

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(Des)conversa 44

Com o meu irmão.


Eu - Ajudas-me a pôr um espelho, se faz favor?

Ele - Está bem. Vamos lá.





(...)




Ele - Então mas esta merda é preciso fazer buracos?


Eu - Óbvio, senão para que é que precisava de ajuda. Então mas o que é que trouxeste?

Ele - Um busca-pólos.

Eu - (?!?)

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sexta-feira, 18 de novembro de 2011

(Des)conversa 43

Ao telefone:

(...)


Ela- Que embirração, arranja lá um Facebook.



Eu - Para quê?



Ela - Para podermos falar mais vezes e dizer coisas uma à outra.



Eu - (?!?) rindo - Nós falamos muitas vezes e sem Facebook. Estamos a falar, não estamos?



Ela - Epá, é diferente. Ali conversas com muita gente, sabes muita coisa e é de borla. Podes falar mais com a T.



Eu - (suspiro) Vou ponderar ...



Ela - Olha mas não faças já porque eu preciso de conversar contigo mas tem de ser pessoalmente.



Eu - (?!?)

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segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Divagando ... 5

As mudanças são sempre complicadas mas não o deviam ser. Sair da zona de conforto é por si só uma melhoria, obriga-nos a rever-nos, a procurar informação que antes não tínhamos e a perceber como usá-la funcionalmente. Pedir ajuda não é vergonha, é humildade, é ter a consciência que não somos omnipotentes, que estamos longe de possuir todo o conhecimento do mundo e dos mundos de outros. Algumas vezes, perante o início deste processo, temos tendência a aderir facilmente às fugas para a frente ... e para trás ou para os lados e quando parece não resultar, lá passa alguém que serve exactamente para o papel de bode expiatório. Parar também não é fácil, deixar que os fantasmas se libertem do sótão e existem alturas que o saltar de "solução em solução" até parece funcionar. No entanto durante o processo, assim de mansinho, sem espectáculo, sem aviso, qual estearina a nossa auto-estima, o nosso auto-conceito vão ardendo até se extinguirem por completo. Num processo tão moroso e complexo é-nos fácil renegar que o estejamos a passar, esforçamo-nos para ser boas companhias para os outros mas não os sabemos conter, eles não podem ter "problemas" porque não lhes vamos saber proporcionar o colo emocional que necessitam e então, corremos e corremos, saltamos de flor em flor apenas tentando extrair o melhor néctar, apenas tentando absorver e viver o que os outros têm de melhor, sugamo-los até que num esforço sobre humano, já perto da extinção, eles gritam e fogem. Quando isso acontece, lá volta a vontade de olhar para dentro e achar o fio da meada. Desatar o nó. Quando não somos boa companhia para nós próprios como podemos ser para os outros?

Ninguém quer carregar ninguém. Encontrar a maturidade emocional e relacional, não é tarefa fácil mas também não é impossível. No fim, garanto que valeu a pena, porque afinal: Quando eu me transformo, tudo à minha volta se transforma também.

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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Razão Vs Emoção = Conclusão

Quando nós não vamos a vida empurra-nos - nunca esta frase me fez tanto sentido como agora.

Num momento estamos aqui e seja porque razão for - confesso-me - temos uma crise de Fé e nesse instante, sem saber muito bem como ou porquê a vida dá uma de 180º. Ainda me estou a recuperar e a habituar.


Não recordo ter-me acontecido algo de bom de um dia para o outro. Durante toda a minha vida as coisas boas foram sempre tiradas a ferros, de tal modo dolorosas, que quando atingia ou realizava os meus objectivos já não tinha forças internas ou externas para as usufruir - para ficar feliz. No espaço de dois dias fiquei do avesso, tenho uma pedra de sono que me leva a loucura mas como me sabe bem esta loucura. As minhas emoções têm estado ao rubro, sofro de angustia de separação, no entanto com a consciência que as portas ficaram abertas de par em par, não apenas encostadas ou entre-abertas. Chorei como "uma Madalena", os afectos são poderosos e só tomamos consciência do seu poder quando os perdemos ou temos de os perder. Este também é um luto - sou uma merda com o luto - que tenho de realizar e aceitar sabendo que sempre que olhar para trás estão a sorrir-me e a acenar-me, num desejo de "Boa Viagem Lizard".


Venceu a Razão.

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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Razão Vs Emoção

Sempre me considerei uma pessoa mais racional que emocional, no entanto, questiono-me: tenho um dilema entre emoção e razão. Expresso-me apaixonadamente quando as coisas, pessoas ou situações me estão ou são intrínsecas por alguma razão e desligo facilmente quando não me interessam, tenho a capacidade de manter o "gado todo reunido" no meio do caos. Talvez ao contrário do penso, tenho forçado a racionalidade a prevalecer em detrimento da emoção. E agora?

Sei o que preciso de fazer no entanto a afectividade tolda-me o julgamento.

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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

gOstO ....



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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Divagando ... 4

Não sei se sou "normal" ou apenas assintomática. Quer parecer-me que conceitos de normalidade andam sob valorizados, numa época em que nada é normal ou em que tudo difere do que conhecíamos e mais ainda do que ambicionávamos. A minha realidade diária foge ao normativo dos "sítios limpinhos e pessoas arrumadinhas" - há muito que perderam. Impossível. Nunca tiveram, são os "normais" que as rotulam de não ter, não ser e não parecer. Prefiro encarar estas pessoas e suas realidades como movimentos contra-culturais ou apenas como uma "wake up call". Quando nos confrontamos percebemos que não se pode usar o que nunca se aprendeu, se o modelo desconhecia, o modulado irá partir do suposto que não existe. Aliado a estes contextos alternativos por onde deambulo a maioria do meu tempo acordado, surge uma nova geração que não se identifica com nada, que não se motiva e se rege por alguns conceitos que "fogem à normalidade". Exibem graves problemas de confiança e definem amizade como "quem está no momento", sonham com amores Shakesperianos mas até lá não concebem que isso esteja relacionado com o uso e abuso da sua sexualidade. Não julgo, condeno ou recrimino, aliás nem me pagam para isso, no entanto não consigo incluir nos meus padrões mentais, não por puritanismo mas porque me assusta a exibição do instinto de morte no seu estado mais puro, até onde vão? A educação que não forma o carácter, que não primazia o juízo moral, é uma educação que potencia a desculpabilização, que não adequa as emoções aos acontecimentos, o que torna enviesado o instinto de vida. São cada vez mais as grávidas adolescentes que procuram encher um vazio que as preenche na totalidade mas que ninguém lhes ensinou como preencher, outras ainda acreditam que é aquele novo ser o bilhete para o amor eterno e uma fuga antecipada do domínio parental que os ama com um amor amigo mas pouco contentor, pouco seguro, logo, nada eficaz. Esta modernice dos pais amigos está a revelar-se perversa, quando tudo falha é bom e securizador saber que se tem uma Mãe e um Pai, saber que se chega a casa e eles nos perguntam como foi o nosso dia em vez de "a que bar vamos no sábado à noite". Não sou fatalista, não sou esquecida, tive e lembro a "minha fase da gaveta", também me achei um Armstrong por ouvir rock, sair à noite e beber mais copos do que devia ... entre outras coisas mas por outro lado sabia o que era um alpendre, não idealizava ir de férias à Península Ibérica e tinha a absoluta certeza que África não era a capital de Angola. Continua a não ser mas se continuamos neste registo, mais dia menos dia, será. Pareço uma velha casmurra a lamentar o estado da adolescência, talvez porque convivo diariamente com eles e isso tenha prolongado, de certa forma, a minha, ou talvez por conviver diariamente com eles os sinta perdidos e sem direcção, mas felizes, assim se descrevem e acredito-os - quando o modelo desconhece outras formas de vida o modelado assimila-as como perfeitas, desconhecendo que a perfeição é uma faca de dois gumes e que existe uma diferença abismal entre ter uma vida boa e ter uma boa vida.

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terça-feira, 25 de outubro de 2011

Estações do Ano

Em menos de 24h passou-se da havaiana à galocha. Confesso que desde o fim de Setembro tinha deixado de calçar sandálias e de vestir vestidinhos, estava cansada de todos estes dias de canicula. Gosto do verão mas não sirvo para viver num país tropical. Prefiro a meia estação, primavera ou outono. Gosto dos cheiros e das cores, a primeira lembra-me a reconstrução, o novo; a segunda a mudança, a limpeza: deitar fora o velho e iniciar lentamente o novo. É a (suposta) suavidade da transição que me encanta. O inverno também tem o seu quê de brilhantismo, acordar com uma chuvada, olhar lá para fora e ter aquela sensação reconfortante de fim de semana, poder ficar no sofá a curtir o lume que dança na lareira, que convida à intimidade, à despreocupação. Poder preguiçar, beber chá e ler um qualquer livro que se afigure companheiro do estado de espirito. No fundo sinto que todas as estações são fundamentais, se olharmos, somos tal qual as quatro estações: temos dias em que o sol brilha em nós de tal modo que encandeamos quem connosco se cruza e outros que a tempestade é tão grande que sentimos o trovejar na alma, os raios na voz e no olhar relâmpagos; dias de meia estação em que andamos aconchegados num qualquer casaco ligeiro e o sol não é forte mas transmite segurança, é a nossa atitude que paira cálida no ar e outros ainda temos um dourado outonal a adornar a alma, mudanças subtis que num rasgo se libertam e transformam num sorriso de cheiro a terra molhada.



O tempo, que "eles" anunciam, nem sempre é simétrico ao tempo que experienciamos internamente, há quem sinta o grandioso sol de verão a inundar-lhe a alma num glamouroso dia de tempestade e também quem com 40º graus à sombra sinta nevar-lhe na alma. Somos nós e apenas nós que permitimos qual a estação que queremos abraçar e nem sempre é fácil, até porque existem dias que nascem de sol e a meio da tarde o nevoeiro adensa-se culminando num tornado ... e o contrário também.



Para mim é Outono, as árvores mudam de roupa, o sol espreita sem se impôr e no ar há um sentimento de despedida, de transformação. Quero-a em muitos sentidos, sei que a vou ter independentemente do que quero, até porque os quereres, as vontades, os desejos e as necessidades não são estaticas ou imutáveis e eu também não.



Tudo o que nos acontece é um ensinamento e todas as pessoas que cruzam a nossa vida tem uma mensagem para receber e outra a dar, com algumas dessas pessoas ainda sinto unidirecionalidade, no entanto, começo a aprender que a lição, a aprendizagem ou a troca nem sempre é percepcionada no imediato, às vezes é preciso outros acontecimentos ou outras pessoas, passar por várias estações do ano para percebermos o significado.



Sei disso e elas será que o sabem ou sentem?

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"... hE tOoK mY hEaRt I tHiNk hE tOoK mY sOuL ..."



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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

(Des)conversa 43

Eu - Estás bem? Pareces apática?

Ela - Estou a pensar e não consigo pensar mais.

Eu (rindo-me) - Queres ajuda?

Ela - Não gozes que é sério (...) acho que preciso de alcool.

Eu - Companhia já tens. Vamos lá a casa.

Ela (a passar-se) - Pois o problema é mesmo esse, não tenho companhia ... parece mas não tenho.

Eu - Está tudo bem ?

Ela - Tudo mal, uma merda valente e a culpa é minha ou nossa ou dele ... definitivamente a culpa é dele e não me venhas com merdas que desta vez não tenho qualquer cota-parte...

Eu - Acredito.

Ela - Épa não acreditas nada, nem tu nem eu nem ninguém ... perdoei-lhe e ele voltou mas farto e essa fartura está-me a fartar a mim, percebes? ... Abre mas é a merda do vinho que se penso mais 5 segundos ainda percebo que com tanta fartura, estou farta também.

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(Des)conversa 42

Na minha sala de estar.


Bixo (em lenga lenga) - Não rósto* da minha cola** ... Não rósto da minha cola ... não rosto da minha sala ... não rósto da minha sala ... a minha sala ser velha ... Não rósto da miiiiiiinha sala!

Eu - Então em qual sala gostavas de estar?

Bixo - Nesta ... Eu quê tar nesta sala.



*gosto; ** escola

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terça-feira, 18 de outubro de 2011

Vale a Pena Pensar Nisto ...II

A Educação Indulgente - Daniel Sampaio


O Dicionário Houaiss define "indulgente" como "aquele que tem disposição para desculpar ou perdoar; clemente". A etimologia da palavra relaciona indulgente com aquele "que se entrega, inclinado, propenso".
Não encontro melhor palavra para definir muitos aspectos da educação de hoje. Preocupados com o (des)emprego, com alguma falta de tempo mas muito afecto, os pais de agora preferem deixar correr a tomar uma medida correctora ou a traçar uma fronteira. É certo que, na maioria dos casos, se interessam muito pela instrução dos filhos e questionam os mais novos sobre a sua vida escolar; mas esquecem que, para além da instrução, a educação se deve preocupar com a formação do carácter. E há muito de aprendido (ensinado) nessa parte da personalidade a que convencionámos chamar "carácter" ..
A personalidade de cada um corresponde a um conjunto de respostas comportamentais que caracteriza a pessoa e determina a forma como ela responde às solicitações do seu quotidiano. É um compromisso entre os impulsos e a necessidade de controlo, de modo a manter uma relação estável entre a pessoa e o seu contexto. Todos temos uma personalidade recebida, herdada, uma matriz pessoal determinada nos nossos genes; mas existe uma personalidade aprendida, o carácter, uma espécie de "segunda natureza", adquirida através da cristalização de hábitos afectivos, cognitivos e morais.
É assim que a educação pode ser definida como faz José António Marina -, como a instrução e a formação do carácter; e é aqui que a educação actual se tornou indulgente, porque lutar pela formação de um carácter forte e atento aos demais exige uma mistura bem doseada de firmeza e afecto, nem sempre conseguida pelos pais de hoje.
Os pais dos nossos dias sabem que o autoritarismo dos seus avós não pode voltar. Espancamentos, sequestros e ausência total de diálogo, tão frequentes na primeira metade do século XX, são agora raros, até porque as crianças conhecem os seus direitos e depressa os denunciam. O problema é que o autoritarismo do passado deu origem, em muitos lares, à permissívidade, a um deixar andar que não contribui para a formação do carácter.
A sociedade de hoje também não ajuda os pais na criação de limites e na educação para os valores. Ao promover, a todos os níveis, a expressão de um individualismo exacerbado, ao cultivar a cultura narcísica e a permanente superação, não fornece o contexto adequado ao sentir do outro. Cada um se quer reconhecer sempre livre e deseja viver para si mesmo, portanto não há disponibilidade psíquica para corrigir, para ajudar a perceber o que está certo e errado, o que se deve ou não deve fazer.
É evidente que temos de educar em liberdade. Não é possível voltar à educação castradora, nem à ideia de que as crianças, colocadas numa escola adequada, iriam evoluir sempre bem. A educação em liberdade, todavia, implica sempre a educação da vontade da criança e o fornecimento de um sistema ético de orientação, que permita uma escolha em cada comportamento decisivo.
Na prática, não é tão difícil como possa parecer. Junto de cada criança, basta perguntar: o que fazes agora? Por que razão estás a fazer isso? Que vai suceder a ti e aos outros se o fizeres? É esta pausa reflexiva muito simples que vai ajudar a criança a fazer escolhas e a tomar decisões adequadas, ao mesmo tempo que lhe atribui a consciência do dever e o sentido do outro.
A ternura e a exigência, ou o afecto e a disciplina como escreve Brazelton, são as bases fundamentais da educação do carácter. Postas em prática muito cedo através de uma autoridade segura e confiante por parte
dos pais combatem a educação indulgente e impedem o regresso ao autoritarismo.



in “A Educação Indulgente”, por Daniel Sampaio, Crónica “Porque sim”, Revista Pública

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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Suicídio lento ou homicídeo lento???????

Se soubesse como me chamo dizia-vos. Se não estivesse num estado dissociativo, partilhava os meus sonhos e projectos. Parece-me que é agora que devo procurar ajuda especializada, num qualquer hospital psiquiátrico - Miguel Bombarda - sempre me pareceu bem, porque gosto do nome, tem qualquer coisa de distintivo, conheço lá um psiquiatra ligado à psicopatologia do adulto, e parece-me ser menos requisitado que o "Julinho das farturas" (nunca percebi este epíteto mas agora soou bem usá-lo).

Sempre acreditei que esta crise económica é mais do que isso, é de princípios, de valores, e agora também de Fé. Em vez de as pessoas se unirem e alargarem o espírito da tolerância, da união, da compreensão, estão a ser absorvidas pelo pânico, aumentam os suicídios, a violência doméstica, a violência no geral e a desmotivação, consequentemente, um panorama que já se avizinha negro está a transformar-se num Hades tenebroso e merdoso. Claro que há motivos para preocupação, cada vez mais, a base da pirâmide está a ser comida e carcomida "até ao tutano", só espero que um daqueles génios se lembre que sem base não há topo. Algumas medidas de austeridade, contenção e o raio que os parta deveriam ser aplicadas mas a todos e começando pelos exemplos de quem "reina". Ninguém me dá ajudas de custo para para porra nenhuma, tal como acontece a um sem número de pessoas, a "culpa" não é destes comilosos que lá estão agora, estes estão "apenas a rapar o tacho", a "culpa" deriva de 37 anos de má gestão, de fuga ao regime de Salazar, de aproveitar para ser, fazer e ter diferente do que avós e pais sofreram. A culpa é de não termos aprendido nada com a história, nossa e dos outros, é não nos questionar-mos e pensarmos que o "poço não tinha fundo" ... mas tem e parece que estamos perto do lodo. Este bombardeamento da comunicação social também me aborrece, não me faço "autista" perante a temática mas começo a estranhar o facto de os quatros canais nacionais dividirem a sua programação entre noticias da crise e cenas como as " manhãs do Zé Manel, as tardes da Albertina,casa dos segredos e etc". Programas amorfos que tornam as pessoas amorfas: sinto que o público é bombardeado com Dinintel e depois com Lexotam, e fica assim numa espécie de dormência, de fim de linha, de impotência e por fim entra num estado apático, de quem já nada espera, de quem já nada pode esperar. Talvez seja este o tão anunciado "fim do mundo", a preparação para um suicídio colectivo e enquanto não acontece, uns quantos cobardes à laia de misericórdia, vão assassinando uns quantos outros - tirar a vida a alguém não é só arrancar-lhe o coração, são inúmeras as formas de o fazer e já começaram: tiram-nos o pão, a dignidade, o respeito e a Fé, e assim nos vão assassinando lentamente. Roubam-nos a vontade, os sonhos, o amor e a alma, transformam-nos em autómatos, rebanhos adestrados que temem o pastor mas seguem-no, porque à Portuguesa: "Antes assim que pior..."

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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Tipo ... merda, mesmo!

Uma semana parva, sem saber porquê ou como, tipo merda, mesmo!

Na segunda-feira a manhã iniciou-se com um trânsito caótico, o pessoal anda apressado e insano, a estrada parece uma pista de formula 1: vale tudo menos arrancar olhos. Sai às 12h30 e tive de ir ao escritório, de onde não consegui sair antes das 14h e sem resolver um cu. Fui direita ao seguro, que necessitava ser tratado até quarta-feira e estive lá até às 19h, porque o programa foi mudado e os mediadores de seguros não informados: ninguém sabia trabalhar com aquela bosta. Cheguei a casa com uma puta de dor de cabeça e de estômago que vinha verde: fui almoçar.

Na terça-feira sai de casa, apanhei um acidente gigantesco no caminho e obras em duas estradas, foda-se, já assoprava quando cheguei. Supostamente tinha a agenda "à cunha", entre pais e filhos, apareceu a das 9h da manhã e a das 17h ... brutal!!!! Ligaram-me do seguro a dizer que até às 18h30 tinha de ir buscar a carta verde: Mentira. Aquela merda não abria e estive a "aguardar que resolvessem a situação com a maior brevidade possível, pedindo desde já, desculpa pelo inconveniente" - Filhos da Puta! Aquando do próximo pagamento também devia retribuir a atenção e a celeridade. País do caralho, para pagarmos telefonam um milhão de vezes, mandam cartas seguidas e parecem furões mas qualidade ou profissionalismo: ZERO!!!!

Quarta-feira de manhã, lá vou eu preparadita para a obra pública, numa das nacionais mais movimentadas, e com o aumento das portagens e da gasolina, nem queiram saber, eis que me encontro no meio do Iraque - este foi o meu primeiro pensamento - uma dezena de carrinhas da brigada de intervenção rápida, com os ocupantes trajados a rigor de escudos, cacetetes e o diabo a sete! Do outro lado da estrada, tudo quanto é televisão nacional a registar o acontecimento: "Desgraçados da TNC estão bem fodidos - Quem não tem padrinhos morre mouro!" - eles e nós que a troika só olha para baixo, no que toca aos de cima, fica encandeada pelo sol, só pode ... porque a alternativa é o tacho ser o mesmo.

Quinta - feira, saio preparada para as obras, para os cortes de estrada e eis que sem qualquer percalço "aterro" atempadamente para a cafezada e cigarrada da manhã, até pensei: "Hoje é dia de Nossa Senhora de Fátima, espero que ela acalme os ânimos do pessoal ... e os meus também" - ERRADO!!!! - o dia começava com uma aula que me pareceu eterna, tenho uma puta de um turma de 8º ano que saiu do pré-escolar - choram e amuam - falam desordeiramente e parece um galinheiro em que nem me ouço a pensar. Terminadas as aulinhas que foram surreais, desejo afincadamente que as turmas da tarde sejam só um pouco melhorzitas - ERRADO! Barda merda para o multiculturalismo e interculturalismo, tolerância, igualdade e o raio que os parta a todos. Experimentem ter uma turma CEF com cinco brasileiros fundamentalistas religiosos, moçambicanos que falam crioulo e recordam a cada momento a guerra no seu país, ciganos e meninos de centros de acolhimento e descobrem rapidamente que a puta da adolescência é uma fase fodida em todas as culturas e que todos defendem as suas crenças/ opiniões "com unhas e dentes" como se não houvesse amanhã.

E já agora gostava de saber, quem foram e são os super génios que decidiram que as putas das criancinhas tinham que andar na escola até ao 12ºano ou até completarem 18 anos e até acontecer uma desta duas coisas NÃO chumbam por faltas e se forem de "novas oportunidades", nem por notas ... isto é facilitismo, é desresponsabilização e desenvolve o sentimento de impunidade - estamos a criar acefálos, autómatos e acredito que assim será mais fácil uns quantos cérebros dominarem o mundo, ou seja, percebo a intenção, AGORA, o que não percebo é ter gente de 18 anos no 6ºano junto com miúdos de 10 anos, e eu tenho-os e acho que os senhores do ministério deviam experimentar vir dar-lhes aulas, pois são dias MUITO DIVERTIDOS!


Pensei que a minha quinta-feira terminava ali - enganei-me - chego drenada e a deitar fumo dos poucos neurónios funcionais que ainda restavam, quando de repente um dos meus miúdos resolve assaltar o sitio onde trabalho. Estala a confusão, o menino é sociopata, juntam-se os autóctones solidários a nós e eis que a bola de neve aumenta à velocidade da luz ... nisto - e porque nestes sítios as noticias parecem rastilho - lá vem a polícia e o caos aumenta, porque nestes locais é assim: aparece a policia e sai tudo a rua e reclamar com os "porcos" ... cheguei às 21h30, apesar de já ter jantado e ter "papado" umas merdas na televisão, a minha cabeça parece uma nuvem, a minha massa encefálica transformou-se em cimento armado e os neuroniozitos esconderam-se algures e não em deixam alcança-los, até descobri que estou amnésica e disléxica ... deixa-me cá terminar isto rápido porque pressinto que, dentro de breves instantes, me tornarei disortográfica ...


Valha-me a Santa!!!

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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Divagando ... 3

Começo finalmente a perceber porque não usava relógio e porque voltei a usá-lo. Por qualquer razão que a razão desconhece parece começar a existir uma espécie de sintonia entre o meu tempo interno e o tempo real. Realmente o sossego que traz, proporciona um estado interior de paz, uma serenidade serena em todos os estratos do meu ser. Há coisas que ambiciono, que desejo ou espero alcançar mas a satisfação do momento presente inunda-me. Não sei como cá cheguei mas quero manter. Talvez um dos truques seja deixar de ter metas, deixar de ter objectivos egoístas, não sei. Talvez coloque hipóteses sobre coisas que não devem ou deveriam ser justificáveis mas entendidas como sendo assim e pronto. Sinto e sinto-me diferente, como aconteceu ou o que aconteceu, se é que aconteceu, desconheço. Recuso, no entanto, acreditar que é a idade, a menos que me digam que é a maturidade, as inúmeras aprendizagens que vamos acumulando, no entanto, soa-me quase a arrogância esta justificativa. Estar crescida não me tornou dona da verdade, não me aproximou da omnipotência ou omnipresença, ao contrário, fez-me querer saber mais, perguntar mais e consequentemente, questionar-me mais. Sempre achei que as dúvidas flexibilizam e aguçam o pensamento, tornam o raciocínio critico e isto só é possível ouvindo os outros com ouvidos de ouvir e não ouvi-los enquanto se pensa na argumentação para os refutar. Também o faço e há vezes que a persistência que tenho na argumentação em que acredito me faz parecer teimosa. Provavelmente até sou - será uma das minhas qualidades em fase de melhoramento. Aprendi, recentemente, por experiência própria que a necessidade dita a aptidão, surpreendi-me e surpreendi. Continuo.

Gosto do espelho.

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(Des)conversa 41

Mãe - Quando puderes hás-de ajudar-me a arrumar aquela mesa.

Eu - Não posso porque tenho de ir lavar o carro.

Mãe - Andas a dizer isso há meses.

Eu - Pois mas de hoje não passa ... aliás é já.

Mãe - Impressiona-me como consegues rapidamente substituir uma coisa que não te apetece fazer por outra que também não te apetece fazer.

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...



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terça-feira, 27 de setembro de 2011



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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Espantosamente perfeita

"L.K., já reparaste como a vida é um puzzle perfeito. As peças encaixam todas de uma forma absolutamente improvável mas espantosamente perfeita. Acordo todos os dias a pensar quão abençoada e feliz sou. Não sou perfeita, não tenho um marido perfeito ou uma vida perfeita mas são todas estas imperfeições que tornam a minha vida perfeita. Se parares e olhares à volta, se sentires, verás que tudo o que precisas, na altura em que precisas te surge, por vezes, até de onde parecia impossível. Pedes-me que te ensine mas não posso, porque não se ensina, sente-se. O truque, talvez seja, não esperares nada e receberes tudo, não te condicionares por nada, nem por ninguém. Principalmente, por ninguém, não vivas pelos olhos dos outros, pelo que é socialmente expectável ou correcto, não há idade certa para te apaixonares, para casares ou ter filhos, quem assim o pensar, quem se mantiver preso a situações, sem a certeza de que é onde e com quem quer estar, apenas constrói a sua própria prisão, uma eterna insatisfação por medo de arriscar o que realmente anseia. As coisas, para essas pessoas não mudam, agravam-se. Lembra-te que é incomportável fingir uma vida inteira, torna-se cada vez mais tóxico, para o próprio e para o outro. As coisas, as situações e as pessoas tem de encaixar naturalmente, sem esforço, sem tácticas, sem subterfúgios, e é esse entrosamento que impede que a insatisfação se instale e cresça até não deixar espaço para mais nada. Estás bem contigo, estás bem com os outros e às vezes não estás bem contigo porque tentas estar bem com os outros. Temos de nos libertar de nós próprios e ser, apenas ser, por isso é tão importante prestarmos atenção às pessoas que connosco se cruzam, há sempre uma mensagem: algo a ensinar e algo a aprender mas para isso, temos de estar receptivos e olhar com olhos de sentir. L.K. a vida é simples, do mais simples que há, se reparares é tão simples que não existe livro de instruções e aqueles que assim se intitulam são apenas a visão de um alguém, que teve e tem, tantas dúvidas como todos nós."

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terça-feira, 20 de setembro de 2011

(Des)conversa 40

(...)


F - Isso é válido até para aqueles casais que vivem em acompanhamento.

Eu - Em acompanhamento? O que é que queres dizer?

F - Oh filha, aquelas pessoas que não são casadas mas vivem juntas e tem os mesmos direitos.

Eu - Ahhhhh ... pessoas que vivem em união de facto.

F - É a mesma coisa, então elas não vivem acompanhadas uma com a outra.

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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

(Des)conversa 39

Durante o almoço:






Bixo - Mainha, qué mais batata e broclos e pexe ...



Eu - Credo! Estás esganado mas que fome é essa?



Bixo - A cola* dá muta fome.






*escola


Depois de ter demorado 1h a acordar da sesta:


Eu - Então, pá, estás cheio de sono porquê?


Bixo - A cola dá muto sono

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Não Compreendo ...

... porque é que de vez em quando se tomam atitudes que de tão parvas nem deveriam ser comentadas ... mas vou comentar.


Estive num jantar na sexta-feira, daqueles comunitários em que se combina antecipadamente o que cada um leva. Neste caso, cada individuo, deveria levar um pacote de batatas fritas, uma bebida, 200g de carne para grelhar e uma sobremesa. Até aqui nada de extraordinário e todos cumpriram ... ou parecia. Inicia-se o jantar e o meu colega, a determinada altura pergunta-me se não há mais batatas onduladas, ao que respondo que ele deveria ver no caixote das batatas e ao que me responde: "Não L.K., ali só há lisas, só tu é que trouxeste onduladas mas já acabaram".


Isto passou, pensei ser uma questão de preferências até me perguntarem se não havia mais costoletas, e novamente perguntar se mais ninguém tinha trazido costoletas e a resposta lá veio: "Não L.K., trouxemos todos febras, tirando a M. que trouxe frango". Voltei a ignorar. Até estarmos sentados à mesa e perguntarem se não havia mais compal de frutos silvestres. Na minha ignorância resolvi perguntar porque é que tinham trazido coisas que não apreciavam e já tinham comido as minhas - Claro que para "Perguntas idiotas, respostas cretinas" - porque era o mais barato.


Não compreendo porque é que num jantar, em que também participamos e comemos, não levamos o que gostamos e sim, o que é mais barato. Faz-me confusão porque não levo vinho que não bebo (tipo haver 5 garrafas de branco e uma de tinto - que eu levei!), não levo comida que não gosto, porque eu também janto e não curto que me façam o mesmo. Será que depois morfar tudo aquilo que se gosta e que foram outros que levaram é mais bonito?


- "Então se trouxeste era para todos, certo?"


Certo! Mas supõem-se que todos preferem comer daquilo que levaram: porque também se supõe que levaram daquilo que gostam, certo?


No próximo jantar levo ervilhas com ovos e uma saladinha de tomate, a mim sai-me de borla, e pode ser que alguém leve alguma coisa que eu aprecie.




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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Divagando ... 3

Se tenho alturas que o tempo parece não passar, outras acho que foi depressa demais e nessas, por vezes, lamento não ter tido mais atenção, talvez não ter sabido, apenas estar onde estava. O meu "bixo" entrou hoje para a escola, estava super entusiasmado e expectante face a esta nova etapa da sua vida. Estive com os pais dele antes de o irem acompanhar neste processo. Eu também queria ir mas não fui, fiquei ali, comovida a olhá-lo a partilhar o seu entusiasmo e inocência e a pensar como estava crescido. Até à semana passada, ele era apenas o meu "bixo" um bocadinho mais crescido: sem fraldas e quase a falar português. Sem palavras, sem pedidos, o meu irmão, que partilha comigo o "bixo", apareceu à hora de almoço curioso para saber como tinha sido o seu primeiro dia de aulas, a minha mãe estava preocupada, orgulhosa e babada. Crescemos e tornamo-nos todos os dias um pouco mais autónomos e consequentemente mais distantes. É o ciclo da vida: quando se ama deixa-se partir, dá-se a liberdade de voar mas também de voltar ao ninho.


Tenho pensado muito ultimamente, sobre o facto de não querer mais pensar, tenho pensado sobre esta minha ausência de objectivo Major e conclui que talvez não deva ter nenhum. Vou dar-me uma oportunidade de ter o futuro em branco e poder preenche-lo com o que aparecer, com o que me parecer ficar bem num espaço reservado ao imprevisto. Admito, que esta decisão me levanta alguns medos: nunca vivi sem objectivos muito definidos e muito desejados. Se várias vezes senti que esta persecução se pautou pela obstinação e persistência o que me criou alguns constrangimentos e perdas, outras sinto que era um caminho a ser percorrido, que tudo aconteceu e encaixou nos devidos lugares, mesmo quando o lugar me foi estranho e doloroso.

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terça-feira, 13 de setembro de 2011

Que estopada ...

Findei as férias há, apenas, dois dias mas o que sinto é uma sensação de nunca ter chegado a ir. Que estopada desde ontem, meu Deus, que tornado passou naquele serviço que deixou tudo e todos virados do avesso. Ficámos penduradas nas laterais do poço e mantemos a cabeça à tona de água num esforço que rezamos não seja em vão ou inglório. Sinto que a Lei de Murphy nos atacou em todas as frentes. A queda das politicas sociais que durante anos contiveram os "bairros" levantou questões que se agravam de hora a hora, faz de conta que alguém chegou ao Jardim Zoologico abriu as jaulas dos animais selvagens e os atirou para o meio da cidade, apenas com a frase: "Agora desenrasquem-se" ... quem está de fora não imagina os focos infecciosos que existem e começam a purgar ....suspiro ... Disparou o número de suicidios e pior, de homicidios/ suicidios, ninguém reparou ainda que as pessoas estão abandonadas com a lógica do "é a troika, são as medidas de austeridade", em vez de se cultivar e propagar a compaixão e a misericórdia de forma saudável e em forma de suporte social (Teoria Ecológica de Bronfenbrenner), estas manifestam-se em "homicidios de misericórdia" (quando as pessoas atingem o limite e o desespero matam quem amam e suicidam-se por acreditarem que o futuro não existe ou é ainda mais doloroso) ... suspiro ... Ainda por cima estou em formação, que está a ser uma seca devido à "areia que nos atiram para os olhos" - que me interessa que o governo tenha elaborado o IV Plano Nacional contra a Violência Doméstica se não tem dinheiro para implementar as medidas que ele próprio criou? Que me interessa que esteja escrito que o agressor passa a usar pulseira electrónica e as vitimas a serem geo-referenciadas se ainda não se aplica por falta de mecanismos e meios técnicos? Continuam-se a fazer campanhas de prevenção, a fazer acções de formação sobre a temática mas depois não existe maneira de passar à prática, a burocracia é tanta, o desconhecimento dos mecanismos reais da nova Lei maior ainda e fica-se como se estava para além de tudo o que se passou durante o processo e que na maioria das vezes ainda agrava a situação da (s) vitima(s) ... isto é desgastante para quem todos os dias assiste a este tipo de situações, lê jornais ou vê televisão e depois assiste a "conversa para boi dormir" ... enfim, parece que é, o país que temos - Destrói-se o rés de chão na esperança que o 1º andar mantenha a sua opulência e grandiosidade, certo é que nunca vi nenhum edifício erguer-se sem cabocos ... mas também é certo que não sou engenheira civil, pedreira ou sequer trolha, apenas "treinadora de bancada" ... estou fodida com esta merda toda!

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quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Divagando ... 2

Um verão, (leia-se: quando entrei de férias), que teve um início inesperado e se manteve durante quatro dias. Há imenso tempo que não me encontrava num estado de dormência, que permitisse aliviar um superego retrógrado e ultrapassado, mesmo assim, o estupor não se "deixa ir em cantigas" e entra em "coma" ... pronto que recalcasse já não era mau. Não, nem um estado comatoso ele alcança, fica mais manso, menos restrito mas é só.


Este foi um ano de vários funerais, o que me arrasa emocionalmente, deixando-me quase prostrada pelos medos que me levanta. Tento dominá-los mas mesmo assim fico reactiva e debilitada emocionalmente, por isso decidi que não volto a ir a funerais, excepto aqueles que tem mesmo de ser e mesmo assim ainda será de ponderar. Sou uma mariquinhas. Que fazer? Viver um dia de cada vez o melhor que posso e sei e rezar por protecção. Rezo.

Por falar em óbitos, esta merda do Facebook começa-me a chatear à séria: Foda-se qual é que é o problema dos meios de comunicação tradicionais? Não falo em sinais de fumo, pombos correios ou telegrafo mas existe alguém que ainda se lembre do telefone, telemóvel, mails, cartas e afins? Como é que é possível que uma amiga tenha de se lembrar que eu não tenho Facebook e me tenha ligado a informar do falecimento do pai de outra amiga, que ela por acaso, teve conhecimento pelo Facebook da lesada (?!?), será que andamos todos doidos e as relações humanas alteraram-se para relações virtuais? "Há distância de um teclado e de um monitor está o mundo: junte-se a nós, faça parte da gigante família virtual. Garantimos que não apanhará qualquer IST, infecto-contagiosas ou até uma simples gripe - Vai ver que o seu organismo agradece ;) " - Foda-se, pelos vistos para "passar a existir" ainda tenho de me render - vou fazer prospecção de prós e contras. (Suspiro x 3)


Felizmente, o balanço do "meu verão" é positivo: alcancei algumas metas pessoais, ou melhor, estou a alcança-las e a adorar. Estou realizada em termos de objectivos estabelecidos até este ponto. Sabia que não ia ser fácil ou simples, o que também me é caracteristico e penso, estar intrinsecamente ligado à impaciência e ao desfazamento entre os meus timings e os do Universo (?!?). Ter alcançado estes objectivos também me fez olhar para trás e perceber alguns erros cometidos - assumo o mea culpa, até reconheço um certo egoísmo - foram escolhas apesar de inconscientes, o que também me demonsrou que apesar de algumas vezes conscientemente fazermos determinados movimentos, a nossa essência está sempre presente na comunicação subliminar ou implicita. Respeito-as.


Não sei porquê sinto este mês de Agosto como um período de transição, talvez de mudança, apesar de não o saber explicitarr ou justificar, é algo de positivo ou eu sinto-o assim, em igual proporção assusta-me. Seja como for, haja o que houver lidarei com isso e procurarei percorrer no maior equilibrio a linha ténue que separa o Yin-Yang, até porque a realidade vivida e percepcionada é fluída e em constante mutação - espero ter a capacidade de caminhar no arame, retirando o melhor de todas as experiências sentidas e vividas. A Espiritualidade. Este é o estado de espirito com que espero regressar ao trabalho: lembrando-me a cada instante que sou apaixonada pelo que faço.


Formam-se na minha mente e alma novos objectivos ...

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terça-feira, 16 de agosto de 2011

(Des)conversa 41

(por sms)


Ela - Queres vir jantar cá a casa?

Eu - Não sei se posso porque tenho cenas para fazer. Se calhar apareço só para café mas digo depois, pode ser?

Ela - Pensa ... estamos de férias e vou fazer Carl para o jantar.

Eu - Carl? O que é isso? Acho que nunca comi (?!?)

Ela - Caril.

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Quais as probabilidades ...

... de no mesmo dia passar quatro vezes nos corredores do estacionamento do Dolce Vita, sem lá conseguir entrar, não encontrar o caminho para o IKEA Loures e no fim da noite ir parar a Almada?




a seco, eu diria poucas ... no acto diria: óbvio.


E ainda tive de me manter calada porque há 3 anos ofereceram-me um GPS todo XPTO (e com o qual não sei trabalhar), com a seguinte instrução: A PARTIR DE HOJE NUNCA MAIS ME PERGUNTES NADA!




Resta-me a consolação de ser UM GAJO que ia a conduzir ... Grande H.P., eu não faria melhor :P

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...




"Lá porque cai uma folha, não quer dizer que seja um sinal. Pode ser apenas outono"




Queremos saber sempre tanta coisa, queremos mais do que o que temos e não descansamos, nem damos descanso com tanto porquê. Uns dias acordamos com o cu virado para a lua e tudo é fácil, ajustado e pacifico e outros dias é a lua que nos vira o cu e parece que o sol não brilha, que é difícil acordar, mexer um dedo, pensar ou qualquer outra coisa. As expectativas e metas que estabelecemos no dia antes começam a desvanecer-se e a deixar um aperto no coração, uma angústia de distancia percorrida mas insatisfeita. Vivemos na beira do precipício e há dias que é tão difícil manter o equilíbrio e outros que saltar é o mais fácil. Procuramos respostas a perguntas que não existem e sinais utópicos que nos tranquilizem no caminho que levamos - vimos o que queremos ver ou o que precisamos de ver?


Estar com o humor deprimido não é simples, nem facilita a tarefa diária, real ou imaginária, pois somos expectantes em sintonia com o humor. Estar feliz, alegre, tranquilo é meta a alcançar, no entanto, o medo de não merecermos, de ser de mais, do seu término ou a espera do "que será que ainda ai vem" intranquiliza-nos, deixando-nos defensivos e preparados para o der e vier. Não sei o que é o correcto. Não sei em que lado devemos permanecer, ou até se devemos permanecer. Nada esperar será, sem dúvida, o melhor: evita as expectativas, as metas e as variações de humor entre o melancólico e o maníaco.


Já me aconteceu ter "certezas absolutas", daquelas que vem do estômago, e no fim sair tudo ao contrário da minha "certeza absoluta" e isso frustra-me e deixa-me aborrecida e sem vontade para empreender, seja o que for. Desmotivo e levo tempo a dar a volta e no fim, arrumo na prateleira porque já não me apetece mais passar novamente pela desilusão do não alcançado, já não me apetece mais ser "forcado da cara", apetece-me ser desistente e oca. Outrora encarava tudo o que se apresentava como um desafio a mim própria, como quando estive hospitalizada, de futuro incerto e resolvi, no imediato, que seria o guerreiro que vence a guerra e não o soldado que perece na batalha. Assim fiz. E voltei a fazer todas as vezes que me senti ameaçada ou impotente ou magoada ... e continuo a fazê-lo "against all the odds" e para quê? Para ter o orgulho ignóbil de auto-suficiência, de tudo o que sou, faço ou tenho, se dever única e exclusivamente a mim? De ninguém poder opinar sobre a minha vida porque em nada contribuiu?


Grande merda ... agora quero o contrário ... a dependência ... a ajuda ... a partilha ...




... só me resta aprender. Rendo-me.

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