segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Suicídio lento ou homicídeo lento???????

Se soubesse como me chamo dizia-vos. Se não estivesse num estado dissociativo, partilhava os meus sonhos e projectos. Parece-me que é agora que devo procurar ajuda especializada, num qualquer hospital psiquiátrico - Miguel Bombarda - sempre me pareceu bem, porque gosto do nome, tem qualquer coisa de distintivo, conheço lá um psiquiatra ligado à psicopatologia do adulto, e parece-me ser menos requisitado que o "Julinho das farturas" (nunca percebi este epíteto mas agora soou bem usá-lo).

Sempre acreditei que esta crise económica é mais do que isso, é de princípios, de valores, e agora também de Fé. Em vez de as pessoas se unirem e alargarem o espírito da tolerância, da união, da compreensão, estão a ser absorvidas pelo pânico, aumentam os suicídios, a violência doméstica, a violência no geral e a desmotivação, consequentemente, um panorama que já se avizinha negro está a transformar-se num Hades tenebroso e merdoso. Claro que há motivos para preocupação, cada vez mais, a base da pirâmide está a ser comida e carcomida "até ao tutano", só espero que um daqueles génios se lembre que sem base não há topo. Algumas medidas de austeridade, contenção e o raio que os parta deveriam ser aplicadas mas a todos e começando pelos exemplos de quem "reina". Ninguém me dá ajudas de custo para para porra nenhuma, tal como acontece a um sem número de pessoas, a "culpa" não é destes comilosos que lá estão agora, estes estão "apenas a rapar o tacho", a "culpa" deriva de 37 anos de má gestão, de fuga ao regime de Salazar, de aproveitar para ser, fazer e ter diferente do que avós e pais sofreram. A culpa é de não termos aprendido nada com a história, nossa e dos outros, é não nos questionar-mos e pensarmos que o "poço não tinha fundo" ... mas tem e parece que estamos perto do lodo. Este bombardeamento da comunicação social também me aborrece, não me faço "autista" perante a temática mas começo a estranhar o facto de os quatros canais nacionais dividirem a sua programação entre noticias da crise e cenas como as " manhãs do Zé Manel, as tardes da Albertina,casa dos segredos e etc". Programas amorfos que tornam as pessoas amorfas: sinto que o público é bombardeado com Dinintel e depois com Lexotam, e fica assim numa espécie de dormência, de fim de linha, de impotência e por fim entra num estado apático, de quem já nada espera, de quem já nada pode esperar. Talvez seja este o tão anunciado "fim do mundo", a preparação para um suicídio colectivo e enquanto não acontece, uns quantos cobardes à laia de misericórdia, vão assassinando uns quantos outros - tirar a vida a alguém não é só arrancar-lhe o coração, são inúmeras as formas de o fazer e já começaram: tiram-nos o pão, a dignidade, o respeito e a Fé, e assim nos vão assassinando lentamente. Roubam-nos a vontade, os sonhos, o amor e a alma, transformam-nos em autómatos, rebanhos adestrados que temem o pastor mas seguem-no, porque à Portuguesa: "Antes assim que pior..."

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