sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Divagando ... 3

Se tenho alturas que o tempo parece não passar, outras acho que foi depressa demais e nessas, por vezes, lamento não ter tido mais atenção, talvez não ter sabido, apenas estar onde estava. O meu "bixo" entrou hoje para a escola, estava super entusiasmado e expectante face a esta nova etapa da sua vida. Estive com os pais dele antes de o irem acompanhar neste processo. Eu também queria ir mas não fui, fiquei ali, comovida a olhá-lo a partilhar o seu entusiasmo e inocência e a pensar como estava crescido. Até à semana passada, ele era apenas o meu "bixo" um bocadinho mais crescido: sem fraldas e quase a falar português. Sem palavras, sem pedidos, o meu irmão, que partilha comigo o "bixo", apareceu à hora de almoço curioso para saber como tinha sido o seu primeiro dia de aulas, a minha mãe estava preocupada, orgulhosa e babada. Crescemos e tornamo-nos todos os dias um pouco mais autónomos e consequentemente mais distantes. É o ciclo da vida: quando se ama deixa-se partir, dá-se a liberdade de voar mas também de voltar ao ninho.


Tenho pensado muito ultimamente, sobre o facto de não querer mais pensar, tenho pensado sobre esta minha ausência de objectivo Major e conclui que talvez não deva ter nenhum. Vou dar-me uma oportunidade de ter o futuro em branco e poder preenche-lo com o que aparecer, com o que me parecer ficar bem num espaço reservado ao imprevisto. Admito, que esta decisão me levanta alguns medos: nunca vivi sem objectivos muito definidos e muito desejados. Se várias vezes senti que esta persecução se pautou pela obstinação e persistência o que me criou alguns constrangimentos e perdas, outras sinto que era um caminho a ser percorrido, que tudo aconteceu e encaixou nos devidos lugares, mesmo quando o lugar me foi estranho e doloroso.

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