Que estopada ...
Findei as férias há, apenas, dois dias mas o que sinto é uma sensação de nunca ter chegado a ir. Que estopada desde ontem, meu Deus, que tornado passou naquele serviço que deixou tudo e todos virados do avesso. Ficámos penduradas nas laterais do poço e mantemos a cabeça à tona de água num esforço que rezamos não seja em vão ou inglório. Sinto que a Lei de Murphy nos atacou em todas as frentes. A queda das politicas sociais que durante anos contiveram os "bairros" levantou questões que se agravam de hora a hora, faz de conta que alguém chegou ao Jardim Zoologico abriu as jaulas dos animais selvagens e os atirou para o meio da cidade, apenas com a frase: "Agora desenrasquem-se" ... quem está de fora não imagina os focos infecciosos que existem e começam a purgar ....suspiro ... Disparou o número de suicidios e pior, de homicidios/ suicidios, ninguém reparou ainda que as pessoas estão abandonadas com a lógica do "é a troika, são as medidas de austeridade", em vez de se cultivar e propagar a compaixão e a misericórdia de forma saudável e em forma de suporte social (Teoria Ecológica de Bronfenbrenner), estas manifestam-se em "homicidios de misericórdia" (quando as pessoas atingem o limite e o desespero matam quem amam e suicidam-se por acreditarem que o futuro não existe ou é ainda mais doloroso) ... suspiro ... Ainda por cima estou em formação, que está a ser uma seca devido à "areia que nos atiram para os olhos" - que me interessa que o governo tenha elaborado o IV Plano Nacional contra a Violência Doméstica se não tem dinheiro para implementar as medidas que ele próprio criou? Que me interessa que esteja escrito que o agressor passa a usar pulseira electrónica e as vitimas a serem geo-referenciadas se ainda não se aplica por falta de mecanismos e meios técnicos? Continuam-se a fazer campanhas de prevenção, a fazer acções de formação sobre a temática mas depois não existe maneira de passar à prática, a burocracia é tanta, o desconhecimento dos mecanismos reais da nova Lei maior ainda e fica-se como se estava para além de tudo o que se passou durante o processo e que na maioria das vezes ainda agrava a situação da (s) vitima(s) ... isto é desgastante para quem todos os dias assiste a este tipo de situações, lê jornais ou vê televisão e depois assiste a "conversa para boi dormir" ... enfim, parece que é, o país que temos - Destrói-se o rés de chão na esperança que o 1º andar mantenha a sua opulência e grandiosidade, certo é que nunca vi nenhum edifício erguer-se sem cabocos ... mas também é certo que não sou engenheira civil, pedreira ou sequer trolha, apenas "treinadora de bancada" ... estou fodida com esta merda toda!
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