terça-feira, 16 de agosto de 2011

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"Lá porque cai uma folha, não quer dizer que seja um sinal. Pode ser apenas outono"




Queremos saber sempre tanta coisa, queremos mais do que o que temos e não descansamos, nem damos descanso com tanto porquê. Uns dias acordamos com o cu virado para a lua e tudo é fácil, ajustado e pacifico e outros dias é a lua que nos vira o cu e parece que o sol não brilha, que é difícil acordar, mexer um dedo, pensar ou qualquer outra coisa. As expectativas e metas que estabelecemos no dia antes começam a desvanecer-se e a deixar um aperto no coração, uma angústia de distancia percorrida mas insatisfeita. Vivemos na beira do precipício e há dias que é tão difícil manter o equilíbrio e outros que saltar é o mais fácil. Procuramos respostas a perguntas que não existem e sinais utópicos que nos tranquilizem no caminho que levamos - vimos o que queremos ver ou o que precisamos de ver?


Estar com o humor deprimido não é simples, nem facilita a tarefa diária, real ou imaginária, pois somos expectantes em sintonia com o humor. Estar feliz, alegre, tranquilo é meta a alcançar, no entanto, o medo de não merecermos, de ser de mais, do seu término ou a espera do "que será que ainda ai vem" intranquiliza-nos, deixando-nos defensivos e preparados para o der e vier. Não sei o que é o correcto. Não sei em que lado devemos permanecer, ou até se devemos permanecer. Nada esperar será, sem dúvida, o melhor: evita as expectativas, as metas e as variações de humor entre o melancólico e o maníaco.


Já me aconteceu ter "certezas absolutas", daquelas que vem do estômago, e no fim sair tudo ao contrário da minha "certeza absoluta" e isso frustra-me e deixa-me aborrecida e sem vontade para empreender, seja o que for. Desmotivo e levo tempo a dar a volta e no fim, arrumo na prateleira porque já não me apetece mais passar novamente pela desilusão do não alcançado, já não me apetece mais ser "forcado da cara", apetece-me ser desistente e oca. Outrora encarava tudo o que se apresentava como um desafio a mim própria, como quando estive hospitalizada, de futuro incerto e resolvi, no imediato, que seria o guerreiro que vence a guerra e não o soldado que perece na batalha. Assim fiz. E voltei a fazer todas as vezes que me senti ameaçada ou impotente ou magoada ... e continuo a fazê-lo "against all the odds" e para quê? Para ter o orgulho ignóbil de auto-suficiência, de tudo o que sou, faço ou tenho, se dever única e exclusivamente a mim? De ninguém poder opinar sobre a minha vida porque em nada contribuiu?


Grande merda ... agora quero o contrário ... a dependência ... a ajuda ... a partilha ...




... só me resta aprender. Rendo-me.

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