Divagando ... 3
Começo finalmente a perceber porque não usava relógio e porque voltei a usá-lo. Por qualquer razão que a razão desconhece parece começar a existir uma espécie de sintonia entre o meu tempo interno e o tempo real. Realmente o sossego que traz, proporciona um estado interior de paz, uma serenidade serena em todos os estratos do meu ser. Há coisas que ambiciono, que desejo ou espero alcançar mas a satisfação do momento presente inunda-me. Não sei como cá cheguei mas quero manter. Talvez um dos truques seja deixar de ter metas, deixar de ter objectivos egoístas, não sei. Talvez coloque hipóteses sobre coisas que não devem ou deveriam ser justificáveis mas entendidas como sendo assim e pronto. Sinto e sinto-me diferente, como aconteceu ou o que aconteceu, se é que aconteceu, desconheço. Recuso, no entanto, acreditar que é a idade, a menos que me digam que é a maturidade, as inúmeras aprendizagens que vamos acumulando, no entanto, soa-me quase a arrogância esta justificativa. Estar crescida não me tornou dona da verdade, não me aproximou da omnipotência ou omnipresença, ao contrário, fez-me querer saber mais, perguntar mais e consequentemente, questionar-me mais. Sempre achei que as dúvidas flexibilizam e aguçam o pensamento, tornam o raciocínio critico e isto só é possível ouvindo os outros com ouvidos de ouvir e não ouvi-los enquanto se pensa na argumentação para os refutar. Também o faço e há vezes que a persistência que tenho na argumentação em que acredito me faz parecer teimosa. Provavelmente até sou - será uma das minhas qualidades em fase de melhoramento. Aprendi, recentemente, por experiência própria que a necessidade dita a aptidão, surpreendi-me e surpreendi. Continuo.
Gosto do espelho.
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