terça-feira, 30 de junho de 2009

SIEMPRE ASI

Espectáculo con los SIEMPRE ASI

Santarém recebe na Monumental Celestino Graça, dia 4 de Julho pelas 22 horas.
Eu vou!!!




"Si en la clara colaciones y en los rumores del habad,

si la gente ya se enciende y despues se vuelven apagar,

si amanece cada dia,

si hay momentos que valen toda una vida,

dime porque no lo vamos a intentar.

Te enviare un ramo de besos que hice con mi corazon,

y en cielo dormiremos entre nubes de algodon,

gritare a los cuatro vientos,

que eras tu la ilucion que llevaba dentro,

y veras como es posible nuestro amor."

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Social eu?

Nunca me foi fácil fazer amizades ou travar conhecimentos que se mantenham no tempo. Nunca tive aquele tipo de filosofia de que todos os conhecimentos são bons e para conservar porque no amanhã nos podem ser úteis. Sempre tive plena consciência que sou uma falsa social. Se estou bem disposta ou se há algo que me liberta o espírito falo com toda a gente e socializo, mas essas pessoas fazem o "seu tempo" no meu percurso de vida. Não as conservo. Talvez não as saiba conservar, não por não gostar delas mas porque sou como aqueles mails estereotipados que nos lembram que não devemos adiar o verbalizar aos outros o quanto são importantes para nós e na nossa vida. Eu sou uma dessas pessoas, adio porque agora estou a trabalhar, porque depois saí e entrei e sem desculpas ou razões plausíveis afirmo que sou simplesmente desleixada. Provavelmente faz parte da minha dupla personalidade: obsessiva/compulsiva no plano laboral e laisséz faire no plano pessoal. O que dá elogios e copy pastes da equipa e rebocadas da família. Assumo, tenho problemas em confiar, não me dou a primeira e também não recebo à primeira, o que há primeira vista nem parece mas na convivência diária é flagrante. Não conheço ninguém no meu trabalho para além das pessoas estritamente necessárias e nem a essas falo sempre: tenho dias que se as puder evitar, evito. Simples: não estou com disposição para conversas de circunstância e não me apetece falar de trabalho. Nada mais temos em comum. Relativamente à minha equipa ou com a maioria da mesma, estou há três anos e se existem pessoas com quem tenho desde o início uma verdadeira empatia que transbordou para relação empática, outras há que acomodei na minha vivência laboral diária como "um mal necessário": temos de trabalhar juntos, logo, não tenho de gostar apenas respeitar. Faço-o diariamente, apesar de uns dias me custarem mais que outros. Relativamente às outras, apesar de ter consideração, empatia e as respeitar enquanto profissionais não sei se as tenho na qualidade de amigas, não sei se quando deixarmos de ser uma equipa continuarei a dar-me com elas. E já lhes disse isto pessoalmente. No entanto resolvi não fechar a porta , nos meus extremismos habituais, porque existe uma que saiu há uns tempos e a relação manteve-se e evoluiu. É-me agradável partilhar tempo e conversar. É-me agradável ver o seu processo de auto-conhecimento e consequentemente de evolução, autonomia e confiança e perceber que no seu trajecto aprendeu o que lhe faltava: ter a capacidade de olhar para o outro, distanciando-se de si e percebe-lo na sua individualidade, discurso explicito e implícito. Talvez por esta experiência uma parte de mim queira deixar a porta aberta aos outros elementos que me dizem algo como pessoa. Sendo uma equipa de mulheres as relações podiam adivinhar-se tensas e falsas. Talvez o sejam, não sei. Como não tenho o hábito de ter pensamentos estereotipados e falta-me a costela da má língua, mexericos e desdém, talvez se inibam de ter tais atitudes e comportamentos perto de mim. Já não afirmo nada, porque como diz o meu irmão mais velho: "- O teu pior defeito é avaliares toda a gente por ti. Se tu não fazes achas que os outros também não. Tenho novidades: tu não és os outros e eles fazem-no." - Ele tem razão e já passei por inúmeras situações que ele comprovou a teoria dele e eu também. Magoei-me em grande, claro está. Mas continuo a ACREDITAR que "Um bom julgador por si se julga", e sendo assim dou o beneficio da dúvida. No entanto evolui e orgulho-me disso, já não defendo que "todas as pessoas não são de confiança até prova do contrário" mas (é óbvio) que também não defendo que "somos todos amigos até prova do contrário".

A minha postura perante a vida e os outros talvez não seja a mais adequada, tem-se alterado nos últimos anos, o que considero sinal de evolução e crescimento. A minha assertividade continua a chocar algumas pessoas e a fazer-me perder coisas por isso, o que não seria tão mau assim se agora não andasse numa fase de dizer tudo às pessoas como os maluquinhos. Já não tenho paciência para meias palavras, mal entendidos e semi entendidos. Chateiam-me e se é para optar entre chatear-me eu ou os outros, então que se chateiem os outros. Talvez isto me isole mais ainda e me torne ainda mais anti-social. Talvez como falsa social demonstre aos outros que eles não me interessam ou talvez não me interesse mesmo. Ou se calhar a S. tem razão nas palavras que me disse hoje e facilitou a batalha silenciosa que decorre dentro de mim. Deu-lhe um nome, um rosto e uma hipótese de rota. A rota está traçada e a partida há-de chegar.

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segunda-feira, 29 de junho de 2009

Efectivamente...

"...efectivamente escuto as conversas

importantes ou ambíguas

aparentemente sem moralizar



adoro as pegas e os pederastas que passam

(finjo nem reparar)

na atitude tão clara e tão óbvia de quem anda a engatar

adoro esses ratos de esgoto

que disfarçam ao dealar

como se fossem mafiosos convictos habituados a controlar



efectivamente gosto de aparências

imponentes ou equívocas

aparentemente sem moralizar."





Efectivamente, vivemos de aparências, mentiras, meias mentiras ou meias verdades. Não estivesse eu hoje tão bem disposta e o dia tinha sido de merda. É impressionante que as mentiras que tenha de contar se devam a lacunas laborais e pessoais (principalmente) da excelentíssima Srª minha chefe. Efectivamente não sou de tecer comentários ou cuscar nas costas dos outros mas está a ficar descontrolado. As pessoas ascendem a lugares de poder e julgam-se omnipotentes e indispensáveis. O que lamento desapontar mas não o são, ninguém o é.

A minha equipa de trabalho é excelente, sendo meritória do nome EQUIPA, se não funciona melhor é por termos uma chefe egocêntrica e soberba, que vive de aparências em mau. Até para parecer é preciso ser. Nem se trata de berço, basta apenas educação e saber estar. A imagem da equipa está em queda livre e a credibilidade já teve melhores dias. Não é líder natural, não o sabe ser auto-imposta, é desorganizada e desorganizante e passa a imagem de mau profissionalismo, atirando-nos a nós para os cornos dos toiros, claro está. Não cuspiria aqui o meu veneno se a situação não estivesse no precipício. Será normal não fazer nada, não chegar a horas ao trabalho que supostamente se inicia ás 10h, (o que já me parece ser uma hora razoável), e ainda se atrasar uma hora para uma reunião que deveria iniciar-se às 14h30 pm??!!!! Até aqui tudo bem: não está não empata, sempre foi a minha teoria. Mas foda-se, termos de ser nós a justificar (tradução: mentir) à chefe dela que ela não está de manhã porque está em serviço (?!?) e ainda levamos uma piçada porque não perguntámos à sua superior o que é que lhe queria dizer e à nossa "pala" (?!?) faltou à reunião de departamento...Efectivamente o país está na merda que está porque maus chefes desgastam e aniquilam boas equipas. Porque quem menos faz menos quer fazer, porque é fácil ser mesquinho e poucochinho, basta saber a quem se deve lamber as botas. Efectivamente, não lhe retiro as qualidades enquanto oradora, demagoga e criativa. Excelente académica, com trabalho reconhecido ao nível cientifico. Mas foda-se para ela ser tudo isso nós trabalhamos que nem moiras, não por ela mas por nós porque se os projectos falham ou não se realizam é a nossa cara, somos nós que estamos no terreno.

Efectivamente estou preocupada com a saída da minha colega T. e sei que a saída da R. está a encaminhar-se, tal como a da A., o que quer dizer que assim que puder também saio. Adoro o meu trabalho mas ser escudo só de mim própria. A equipa desmorona e dificilmente o projecto se mantêm no terreno. As condições são nulas, o dinheiro pouco e quem por lá passa sabe que é massacre e auto-destruição a todos os níveis, principalmente ao nível da sanidade mental e emocional. Não há reconhecimento, nem sequer um obrigado os dias são intermináveis e é-nos sempre cobrado mais. Efectivamente a minha equipa está em burnout. Apesar de toda a capacidade que tenho de me "desligar" sei que me afecta, que o meu animo, humor e estados de alma passaram a ter picos mais intensos e com menor intervalo entre si. Efectivamente sei que me queixo de não ter vida pessoal mas também sei que não tenho uma disponibilidade emocional real. Efectivamente, o dia de hoje deixou-me bem disposta, porque a equipa recebeu o mérito que devia por uma parceria de trabalho no terreno com a PSP, cujos os resultados excederam em 80% a proposta inicial que eles tinham. Efectivamente somos uma equipa maravilha. Efectivamente tivéssemos uma chefe a jogar na mesma equipa e elevávamos o projecto a algo estável e produtivo sem ser às custas do bem estar pessoal, físico e emocional das técnicas associadas. Efectivamente gosto do meu trabalho mas como em tudo na vida: muitas das vezes o amor que temos não chega para que as coisas resultem.

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A ti...

Não sei porque perco tempo a conversar contigo. As conversas intermináveis que temos parecem cair sempre em saco roto. Aquiesces ao que te digo, reconheces os erros e não te conformas com o circundante. Sabes que está na altura de transformar, de renovar e avançar. Então que esperas? Medo. Receio de saires da tua zona de conforto? Aqui já não há nada para ti. Se o sabes, se concordas, porque não avanças?
Respondes-me que não sabes para onde ir, que te sentes presa numa armadilha por ti criada: o desejo da normalidade. Porque insistes, quando sabes que isso não é verdade. Nunca foste feliz na normalidade, apesar de concordar contigo e achar que entras-te numa fase em que talvez esse seja o fato que devas vestir. Não uma normalidade aborrecida e monótona mas a "tua normalidade". Nada te cairá no colo. Tens de lutar, continuar a subir essa escada e não querer saber o que te espera no topo. Sobe, apenas desfrutando do que encontrares. Talvez o consigas fazer melhor do que pensas, talvez o caminho seja melhor do que essas quatro paredes sobejamente conhecidas e não amadas. Não te refreeis, não te pares a ti própria. Quantas vezes já te disse que podes e deves mudar de auto-estrada, que deves escolher outro percurso. Quando mudares, tudo à tua volta se transformará. Sabes isso. Não resistas.

Os outros já não te agradam, algo te bloqueia, algo mudou em ti. Por vezes nem eu te reconheço. E tenho saudades tuas. Quando quiseres ouvir, quando quiseres mudar estou aqui. Não tenhas medo, pois não existe nada que não venças e não precisas de mim, precisas apenas de ti. Não é o mundo, és tu. Não são os outros, és tu. És um vulcão de sentimentos, emoções e pensamentos. Desliga, são demolidores, cansativos e não te dão paz. Apenas te destroiem, cansam e retiram forças, drenam-te a vontade e o ser. Ouve-nos com a atenção de ouvir, com a vontade de mudar, passa do papel à prática. Não és tu que dizes que não existem coisas impossiveis. Ouve-te, nada mais te peço. Ouve e cumpre, que cumprirei também. Prometo.
Não percas a Fé.

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Talvez...

Desde sábado à noite que o inverno regressou. Estou encharcada e afónica. Para ajudar, comecei a trabalhar às segundas-feiras, o humor anda como o tempo.
Debato-me ferozmente para contrariar os efeitos do tempo e conscientemente recuso-me a acreditar que a PDI me está a causar mais transtornos do que os que deveria e eu queria. Já não tenho 18 anos e faltam-me as motivações adequadas para retirar o melhor de determinadas situações: não estou lá, deambulo-me por lá. O sono aperta e já não aguento 24H sem dormir. É lamentável, ou talvez não. Talvez deva entrar numa nova fase da minha vida, alterar os interesses e não insistir em conservar coisas, situações e lugares que outrora me eram intrínsecas.

Talvez não dê para adiar mais, talvez esteja na altura de tornar consciente o que há muito já sei. Talvez ao libertar me liberte.

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terça-feira, 23 de junho de 2009

(Des)conversa 15

A caminho do casamento:
R- Desculpem o atraso mas não tive tempo de ir ao cabeleireiro. Fui eu que me penteei e pareço uma saloia.
M- Então e eu? Fui ao cabeleireiro e pareço uma DragQueen.
R- Então e tu? Não dizes nada?
Eu- Não, eu penteei-me em casa, pintei-me e vesti-me tudo sozinha e estou super gira.
M- Olha que rica equipa: a saloia, a DragQueen e a gira.

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(Des)conversa 14

M- Conheci um gajo muito giro na despedida de solteiro. Mas tu não ias achar-lhe graça.
Eu - Porque é que dizes isso?
M- Porque quando foram jogar à bola ele descalçou-se e tinha os "pés partidos" como tu dizes.
Eu- (Rindo-me) Pois realmente não fazia o meu género, mas isso é fácil de resolver, se queres aposta nele.
M- A C. também disse isso.
Eu- Então qual é o problema, todos os dias deitas fora uma meia.
M- (Rindo-se) Pois...mas vais lá estar tu...
Eu- E o que é que isso quer dizer.
M- Que tu és diferente de nós e ele vai ficar todo caidinho quando te vir.
Eu- Nem te admito que me digas isso, é pura estupidez.
M- E...porque tu não tens um filho e os homens não gostam de mulheres divorciadas ainda mais com um filho.

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(Des)conversa 13

A- Eu e a R. fartamos de falar em ti na despedida de solteira.
Eu- Então?
A- Que se estivesses animavas. Eram homens para um lado e mulheres para o outro.
Eu- E divertiram-se ao menos?
A- Nós não mas eles sim.
Eu- Mas se estavam todos juntos porque é que não foram para o pé dos gajos?
A- Porque eles estavam a jogar à bola.

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(Des)conversa 12

A- O que é que achas da minha relação com o J.
Eu- Gostas a sério dele?
A- Não mas tenho carinho por ele e penso nele.
Eu- Sentes-te bem com ele?
A- Sim, quando estamos sozinhos.
Eu - Quando estão sozinhos?
A- Em publico tenho vergonha que pensem que somos namorados.
Eu- Tens vergonha como? Do aspecto dele ou da conversa?
A- Por exemplo se estamos num bar e vejo um gajo que me atrai, tenho vergonha que ele pense que estou romanticamente com o J..
Eu- Presumo que não te imaginas a viver com ele.
A- Claro que não.
Eu- Contaste a tua psicóloga o que me estás a dizer?
A- Achas??! Claro que não, ainda ficava a pensar que sou uma promiscua.

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Dessensibilização Sistemática

Nunca voltes a um lugar onde foste feliz.

A sabedoria popular designa que os lugares dos quais temos boas memórias, ainda que desactualizadas, sejam mitificados e protegidos de novas memórias associadas. Nunca liguei a isso. Não são os lugares que me deixam as memórias mas sim os envolvidos, o lugar apenas calhou a ser aquele como poderia ter sido outro qualquer: um jardim esculpido ou um terreno rochoso, teria exactamente o mesmo efeito e deixaria memórias doces e de suspirar. Foram os sentimentos que o tornaram mágico, nada mais. Até porque como costumo dizer, já chorei muito num hotel de 5 estrelas e já fui estupidamente feliz a fazer campismo. Como em tudo: não eram os lugares mas as pessoas, os intervenientes e o modo se olhavam e olhavam o circundante. Regressei a todos os locais onde fui feliz, não me deixam nostálgica e quebro o mito. Dou-lhes o lugar que têm e merecem. Locais que me agradam, me agradavam e continuaram a agradar. Afinal sou a mesma e o meu amor por mim não se alterou. O mesmo se passa com as músicas que um dia me ligaram a outra pessoa. A maioria já eram da minha escolha, apenas surgiram num timming que contextualizou um momento a dois, daí ser simbólica dos sentimentos entre duas pessoas. Retiro-lhes igualmente esse valor e novamente não me sinto saudosa, nostálgica ou triste. Nada. Rien du rien. Nadica de nada. Nothing...zero...apenas música que já gostava, gosto e continuarei a gostar. Nem necessito de retirar nada à música porque pertencem apenas a um período da minha historia pessoal e essa não quero, nem nunca quis apagar. É como a nossa camisola favorita que apesar de não vestirmos à 10 anos, não estar na moda e já não nos ficar bem, continuamos a guardar e todos os anos nas limpezas de verão quando a descobrimos dizemos: Ihhhhh ... nem me lembrava já desta camisola sempre foi a minha preferida. Não a visto há anos mas deixa a estar. As recordações são isto, nada mais. Sabemos que existem, não remoemos, não incomodam mas de vez em quando lembramos que existem e que houve um afecto associado, que tal como a camisola: passou de moda, já não nos faz sentir bem. Todas as músicas que um dia estiveram associadas a momentos a dois tenho em CD, andam comigo no carro e tocam sempre que me apetece e sem me deixar de humor deprimido ou nostálgica, antes pelo contrário: lembram-me sempre que a etapa que ai vêm será muito melhor que a anterior, irei aprender coisas novas e servir-me sabiamente das que já sabia. E as que não me servir é porque estou bem como estou. O amanhã será sempre melhor que o hoje e o ontem porque o esperamos e sonhamos mas o agora também têm a sua magia até quando me custa a perceber qual é, rapidamente descubro que foi mais um dia que atravessei com saúde e o melhor de mim: os meus. Por vezes tenho dificuldade em manter a Fé nos níveis indicados de cor, não por questionar o que Ele me designou mas por estar cansada, sentir-me um forcado da cara que já lá foi 6 ou 7 vezes e sabe que o que o espera é a cernelha. E disto isto: Here I Go Again.

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segunda-feira, 22 de junho de 2009

"O dia mais feliz" (?!?)

7:30 am...

Sábado...

Toca o despertador...

Levanta-se de um pulo e corre para a minha cama:
- Vou agora para o cabeleireiro. Queres ir ou que meta o despertador?
- A que horas é o casamento?
- Ao 12h mas ainda vamos buscar a R. e temos de estar às 10h na casa da noiva para as fotos.
- Ahh..está bem...então mete o despertador para as 9h e dá-me 1 toque, para ver se acordo.
- Só te vais levantar às 9h? Mas não vais tomar banho ainda e pentear-te e pintar-te e vestir-te? E ainda tomas o pequeno almoço em casa? Não estás enervada?
- Estou porque tu não te calas e não abalas. Tenho muito tempo.

Às 8h50 toca o despertador. Acordo e ... adormeço novamente. A M. dá um toque tão longo que me obriga a atende-la. Irrita-me acordar, mais ainda que me acordem e com o telefone então valha-me a Santa. Acho anti-natura.
Às 9h resolvo arrastar-me para fora da cama, ainda que a muito custo mas não é a minha casa e ela deve estar a chegar enlouquecida por lá estar desde as 8h da manhã.
Ligo o rádio alto, porque gosto de o fazer mal saio da cama, dirijo-me à cozinha e preparo um bom pequeno-almoço. Não suporto fazer nada antes do pequeno-almoço que tomo em silêncio e a anos luz do sitio onde me encontro. Mais animada. Let the day begin!!!!!

28º centigrados...derreto-me...não me apetece vestir mas sim despir e ir até a praia. Resolvo abandonar este pensamento ou a manhã será de mau humor...duche...sim é isso, refresca-me e adianto-me.
9h20 entro na banheira e sabe-me tão bem...após tão necessitada e desejada banhoca começo a pentear-me (17 anos de teatro tem de me servir para alguma coisa) e que porreiro fica. Gosto de apanhar o cabelo e ficar com ar de espanhola. Fácil, elegante, barato e não preciso levantar-me 2h antes. Perfeito.
Maquilhagem. Simples e discreta, ás 10h da manhã seria saloio carregar nas cores e riscos. Apenas base, rímel, risco preto, blush e voilá, fantástica e económica e sem ter de acordar de madrugada, sem me chatear com uma qualquer excelente profissional que cumpre a sua função mas que temos gostos diferentes. Calço as meias, porque não basta ser, há que parecer e por fim visto o meu lindo vestido verde (claro!!). Pronta. Posso ir-me embora.

10h30 - chega a M. esbaforida, enlouquecida e a gritar que está atrasadissima, ainda não se vestiu, não tomou o pequeno almoço e já não vai chegar a tempo da foto com a noiva (?!?). E ainda tenho de a pintar. Começamos por aí e o resto desenrolou-se de maneira escorreita. Apanhamos o filho dela, a nossa amiga e às 11h40 estávamos na casa da noiva.
Gentilmente o fotografo (mesmo fazendo o reparo do atraso) lá fotografou as minhas amigas com a noiva. Ficaram bonitas. Valeu o esforço e a corrida.

Saída para a igreja onde chegamos atrasadas, como dita a lei da boa noiva. A cerimónia foi fantástica: sucinta, fluída e objectiva. A noiva chorou que se desunhou e a M. acompanhou-a, não por solidariedade mas por recordações que ainda são feridas mal cicatrizadas. E porque a puta da música de entrada na igreja era igual a sua. Lado positivo: mais um avanço no luto da M. Vai ficar bem, não tenho dúvidas.

Uma quinta que era um espectaculo e digna de contos de fadas. Hora porreira: 13h30 - iniciam-se os aperitivos.

14h00...

37º centígrados, estrelam-se ovos nos capôs.

As senhoras estão descompostas e com ar suado.
Os senhores destilam debaixo dos casacos e as criancinhas começam a ficar impacientes de estar a assar...e de serem crianças enclausuradas num espaço e evento de adultos.
Inicia-se a sessão fotográfica pré almoço. Não fui. Não me mexi da sombra, não dei um passo. Não tenho registos para a posteridade...mas também não fiquei com um escaldão, como a M. e a R., nem com os pés assados como a B., estava como sai de casa. Porreira...pronto lá, toda suada e a derreter-me e a pensar que se todo aquele calor derrete-se gordura interna tinha vindo do casamento a Olivia Palito...não aconteceu...

Almoço...iupiupiupiupiupi...são 18h30. Felizmente daqui a 1h30 abrem o copo de água....

Feitas as contas os noivos passaram 6 horas do dia mais feliz das suas vidas (que é assim que se referem a ele) especados em não sei quantos lugares a tirar fotografias de empreitada e a ouvir: "agora a darem a mão", "agora finjam que se beijam", "agora ela finge que foge", "agora ele finge que vai embora", "agora os padrinhos, agora as tias, os primos, a avó, a vizinha, a amiga da mãe e a vizinha da avó"...nas escadas, na piscina, na varanda, na mesa...aqui, ali e acolá e por fim as criancinhas cujos os pais queiram posteres individuais que aguardem no jardim e lá vai mais 2h do dia mais feliz das suas vidas em que até para mijar é preciso pedir licença ao fotografo. Talvez um dia, quando for eu mude de ideias. Apesar de não ir ter fotografo "tradicional" e não abrir mão disso porque me aborrece que me aborreçam logo não me vou aborrecer a mim própria: iniciaria com o sorriso 33 e acabava já de beiço e trombas..., não me parece e até porque FALTA ESPONTANEIDADE num dia que é suposto ser nosso, sermos, estarmos felizes. Partilhar e partilharmo-nos com quem fizemos questão de convidar para partilhar o dia.

Não sei, é a minha opinião, mas alguém perde tempo a ver as fotografias de casamento com o decorrer dos anos. Eu nunca ouvi falar em ninguém que tenha o hábito de o folhar para recordar, a não ser numa pré ou pós catástrofe...ou também se pode dar o caso de não conhecer pessoas normais, ou suficientemente românticas....seja como for, para mim o "dia mais feliz da minha vida" só o pode ser se o gozar em liberdade, se o meu tempo for espontâneo e as acções também. Isso é ser feliz. Vir de dentro. De mim. Porque quero e num tempo imprevisto.

Apesar de tudo foi bastante divertido e gostei. E Acredito que é até que a morte os separe...seja a morte daquilo que for.




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terça-feira, 16 de junho de 2009

TPM

Passada mais uma etapa de bipolaridade levada ao extremo, eis que regressa ao normal. Adoro a bipolaridade - dá uma liberdade apenas conseguida por alguns - q.b.. O tom de pele é dourado e as putas das sandálias rosa choque ficam-lhe um mimo. Acorda cedo, bem cedo e com uma boa disposição raramente visível aos mortais. Pavoneia-se com a sua graça e um brilho contagiante. Recebe sorrisos em troca. Agrada-lhe. Uma semana que se iniciou positiva e animadora. Estado de espírito no outro extremo da bipolaridade. Podia existir uma razão que o justifica-se mas nada de grandioso, apenas a TPM a mostrar as suas garras e aquilo de que é capaz...pronto está bem: a TPM e um feitiozinho que gosta de viver tudo como deve de ser. Se é para rir, ri-se mas se é para resmungar e todas as outras cenas menos positivas que não recorda o nome, então também leva ao extremo. Haja paciência.
Não se escuda na TPM, no planeta Marte ou em outra qualquer coisa esóterica. Assume e ri à gargalhada. Dia doce, de calor infernal. Dia tranquilo, de excelente produtividade. Esta altura do ano apesar de exaustiva, minuciosa e prudente é reconhecidamente alimentadora de Egos. -"Obrigado minha querida, espero revê-la no próximo ano" - também me espero rever no próximo ano, mas é claro que exijo uma versão revista e melhorada de mim. O que será sem dúvida, afinal a idade não traz apenas rugas e centímetros a mais na anca, traz também a perseverança paciente da maturidade adquirida...ou não e são mesmo as cicatrizes que bem fechadinhas lembram as lições aprendidas e não esquecidas. Quem se importa? Realmente, quem se interessa por quem fomos, somos ou seremos. No momento presente somos isto, nada mais, não repetíamos coisas de há dez anos mas também existem outras que fazemos/dizemos agora e daqui a dez anos iremos pensar que não éramos nós. Felizmente existe um amanhã, felizmente existem as verdades relativas e a capacidade de errar, felizmente evoluímos a cada dia, hora ou segundo. Somos tão complicados que até metemos nojo, sempre metidos a estrelas, achando que a nossa vida, os nossos acontecimentos positivos e negativos são filme digno de Oscares em todas as categorias, pois olhem a vida dela mais não é que uma telenovela mexicana, que dura e dura...e dura...e ainda só vai a meio. E no final tudo ficará bem: os vilões castigados e os bonzinhos recompensados. O que quer dizer que brevemente irá sentar-se frente a uma mesa dignamente posta, abrir "a" Cartuxa e brindar a si: "Minha querida, sinuosa a tua escadaria. Longa e frágil, muitos degraus podres. Ainda bem que nunca desististe". Perseverança. Um Acreditar do tamanho do mundo e um sorriso jamais negligenciado. Amanhã espera-se mais calor, vai derreter-se...querias milagres, não !!!!

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domingo, 14 de junho de 2009

...

Uma lágrima chorada, dez facadas numa alma de si débil. O sol brilha num brilho próprio, ferindo a vista aqueles que teimam em olhá-lo. Uma lágrima chorada sentada numa calçada vazia e desprovida de qualquer sentimento que te faça lembrar que afinal, todos os dias nasce e brilha com a mesma intensidade. No teu rosto sulcos difíceis de apagar, impossivéis de esquecer, tatuam o que a boca nega. Maldito olhar que te trai a cada palavra, cada sussurro e cada amanhecer. Nada mudou. Não chores mais. Nada fará mudar. Quem és? Quem serás? Amanhã novo acreditar. Um mais um...basta somar. Quem vê? Será que vê? Quererá ver?
Hoje o amanhecer foi brilhante, uma ligeira cacimba recordava porque estávamos ali. Será que estávamos? Desperta-nos um frio glaciar oriundo de um sol imponente que brilha para quem quer...Quem quererá?
Na tatuagem que mostras o cinzento é esquecimento de um dia que se teve brilhante e glamouroso, lembras-te do palco? Viva, lá estavas viva. As lágrimas misturam-se com as purpurinas no brilho que entretêm a plateia. Gente sequiosa por secar as lágrimas que correm descontroladamente num carreiro subterrâneo. Oculto ao olho mais atento. Hoje choraste uma lágrima que marcou a tua face. Cicatriz imperceptível de quem nada mais tem a chorar. Uma lágrima foi chorada na incapacidade de mais chorar. Viste? Nada foi sentido? A pele envelhece ao som de uma canção há muito esquecida. Banda sonora ignorada e tocada vezes sem conta. Mas o sol...ahhh esse sol fantástico lembra-te porque não deves chorar mais. As cicatrizes entristecem o teu rosto. Cheiras a saudade de um tempo em que o tempo era infinito. Recordas? Shiuuuuu...não recordes...não lembres....não chores. Lágrima salgada que no teu rosto não desceu. lágrima molhada que na tua voz não se sentiu. Lágrima apagada de um dia que terminou como começou. Lágrima misturada numa cacimba doce e fresca que logo se esqueceu. Lágrima perdida numa madrugada que não se viveu. Não chores, porque essa lágrima não desejada, na alma petrificou, na madrugada se perdeu e no dia alguém esqueceu.

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quarta-feira, 10 de junho de 2009

Dias II

(...)
O dia tinha-lhe corrido bem, apesar da loucura da manhã. Ou era o que queria acreditar, uma vez que sentia que o dia tinha passado por si, recordava fragmentos do mesmo, as alturas em que saia dos seus pensamentos. Se não o tivessem recordado da hora de saída, provavelmente ainda continuava sentado em frente ao teclado em divagações por um mundo que tão bem conhecia e tão mal entendia.
Saiu para a rua e suspirou:
- Ainda é de dia, já nem me lembrava como os dias estão mais compridos. Um perfeito fim de tarde.
E era um perfeito fim de tarde, a temperatura estava amena e convidativa a uma esplanada e a descomprimir depois de um dia de trabalho. Ainda se lembrava de quando era mais novo e os fins de tarde era ansiados, reunia-se com os amigos num qualquer café e as conversas fluíam entre risadas e amuos. Cada um seguia para sua casa e ficava uma sensação de dia terminado em pleno. Agora não tinha nada disso.
Riu-se...aliás agora não tinha nada além de si próprio. Não podia deixar invadir-se por um sentimento de auto-comiseração.
- Isto não sou eu.
Ultimamente os pensamentos eram tortuosos. Sentia-se só. O amor que se tinha e se dedicava, o explorar das suas próprias capacidades e a auto manutenção da sua motivação e auto-estima não estavam a ser suficientes. Pensou que de manhã estava tão animado e confiante com a epifania de um narcisismo sobrevivente, dos frutos dos seus momentos a sós consigo próprio. Cada vez esses momentos o baralhavam mais, estava a sentir-se a afastar-se dos outros.
- Não posso continuar assim. Não estou feliz e se não estou feliz como poderei fazer alguém feliz...eheheh...como poderei sequer achar estranho que ninguém se aproxime com uma cara destas?
Ainda não tinha perdido a capacidade de se rir de si próprio mas de que lhe servia?? Afinal tinha 40 anos e apenas lhe restava olhar e acreditar no futuro, já que quando olhava para trás não havia nada digno de registo. Era verdade que assumia e se orgulhava do caminho percorrido, das decisões tomadas e do isolamento necessário à obtenção dos objectivos que tinha para si. Não tinha vergonha de o dizer, de assumir os sacrifícios pessoais. Tinham compensado. Atingiu e passou a meta estabelecida.
- Se nunca duvidei de mim, das minhas capacidades e poder de resistência nos últimos 10 anos, então onde erro na persistência com que sigo as novas metas??
Intrigavam-no os desígnios de Deus. tinha a sua fé e durante bastante tempo foi o que o manteve na linha definida. A coragem e a crença de ser protegido por algo superior que o mantinha de pé quando o corpo já não aguentava mais. Mas também era verdade que às vezes os sinais era tão ambíguos, negativos ou simplesmente não apareciam que o sacudiam e deixavam prestes a desistir.
- Talvez seja isso mesmo, talvez deva de desistir de tudo isto e começar uma vida nova, num lugar novo com objectivos novos. Quem sabe não é essa a mudança necessária para seguir em frente, para alcançar as metas a que me proponho. Tenho de pensar melhor sobre isto, mas os sinais são negativos ou não aparecem porque não estou no sitio, no local que me é designado. Talvez tenha de acreditar nisto e deixar a minha vida. Começar de novo. Renascer e transformar-me. Não sei...não sei...
E não sabia mesmo, mas tinha a certeza que não podia continuar assim. Não podia, não queria, não aguentava. Olhava para trás e apenas via o esforço feito, o que tinha abdicado e o que tinha conquistado, sentia-se abençoado e só podia agradecer a Deus, tinha conservado a saúde física e mental...mas merda, com 40 anos sentia, precisava de ver algo mais, precisava de sentir que pelo menos não estava a anos luz das coisas, de seu apenas se tinha a si próprio e à roupa que tinha no corpo:
(riu-se) - E mesmo assim não é toda...Com 40 anos sou um dependente, não tenho qualquer autonomia em relação à minha vida. Não tenho nada...bem pelo menos também ninguém me pode vir buscar nada.
O humor sempre o tinha ajudado a ultrapassar o que não conseguia resolver ou acomodar nos seus esquemas mentais. Tinha mudado. Muito mesmo, desde a adolescência, começava a acreditar que a única coisa que tinha em comum com a sua adolescência era o corpo e até esse já acusava, claramente, a passagem do tempo.
- Foda-se...se os outros se preocupam em ser pais- avós, eu se lá chegar sou um pai-bisavô...ehehehehheh...
Este pensamento animou. Talvez fossem os desígnios Divinos para si e tinha de o respeitar. A sua missão seria esta. Não gostava de olhar para trás, de pensar que poderia ter feito diferente ou de pensar que devia arrepender-se de um sem numero de coisas porque acreditava piamente, que se tinha tomado esta ou aquela decisão, se tinha seguido este ou aquele caminho, tinha sido sempre em consciência, porque os contextos e os aspectos circundantes o levaram a fazê-lo daquela maneira e não de outra. Olhava para o presente, para o seu presente e admirava-se a si próprio pelo que tinha conseguido sozinho...sempre sozinho.
- Como me apetecia dividir este momento com um alguém que se importa-se.
Olhou para o relógio e viu que já não chegaria a tempo para o jantar. Tinha de se apressar ou seria mais um dia em que comia sozinho. Estava farto de comer sozinho.
(...)

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domingo, 7 de junho de 2009

Desvarios II

Crises semestrais. Balanço e acerto de contas: ganhos Vs perdas. Estagnada.

Aborrecida, triste, chateada, de humor deprimido, desmotivada e desleixada. Bélica, impaciente e enclausurada.

Marte em trânsito astral a comprometer o humor e a notar-se. Soberba e arrogante apenas como defesa de falta de vontade para conviver.

Ambiguidade: isolamento ou multidão?
Certezas tão certas que me fazem duvidar da certeza das mesmas. Não consigo alcançar e a luta passa a ser sentida como inglória. A fé balança numa linha Humpty-Dumpty. Sou eu ...só posso ser eu, vir de mim. O resto do mundo não fala logo é conivente e feliz com o circundante.
Devo estar a errar nalguma coisa ou com alguma coisa mas não acho a falha. Não estou feliz.
Um ano já se passou e nada se passou. Que se passa comigo? Que tipo de pessoa sou afinal? Mais uma certeza que sinto incerta. Vivo nos extremos: preto ou branco. Então porque sinto que não consigo sair do cinzento?
Não há, não estou em sintonia com nada nem ninguém...principalmente com o ninguém. O tempo não é simétrico. Nunca o é.
Cansa-me já ouvir que apostei no cavalo errado, que não me merece e blá blá blá...agradeço a amizade e o carinho e concordo. Mas pelos vistos ainda não consegui estar em Ascott na hora certa, com a aposta certa. As certezas que me falham e tremem a cada seis meses de balanço. a firma está em crise, começa a estar em crise. Estou farta. Um abraço.

Pela primeira vez em 14 anos não votei. Por nenhuma razão especifica, válida ou plausível. Um argumento apenas: Não me apeteceu ir, deslocar-me à mesa de voto. Se estava a fazer algo útil ou imprescindivel? NÃO. O meu dever cívico não foi cumprido. Não me orgulho e um lado de mim, que deve ser o racional e ponderado, está culpabilizado logo arrependido. O outro está-se a borrifar. O outro está farto de coerência, valores e ideais, apenas deseja descansar e ser hedonista. Um abraço apenas um abraço prolongado num tempo que se quer, se deseja infinito. Tranquilo. O avançar, a conquista após o suor e as lágrimas. Ganho de uma batalha, o vencer uma guerra. Todos os tormentos sanados ou fragilizados e a reconstrução num abraço. Sentido, desejado e oferecido. Recebido e guardado. Um abraço.

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quinta-feira, 4 de junho de 2009

03 de Junho de 2009 às 21h40 - To Remenber

OVERWHELMMING...OVERWHELMMING...OVERWHELMMING...OVERWHELMMING...OVERWHELMMING!!!!!!!!!

As expectativas foram superadas e inqualificaveis em palavras...sensação arrebatadora de ambiente heterogéneo unido com um objectivo comum: soltar-se e deixar-se levar numa auto-estrada para o inferno, que tornava a adrenalina premente e a soltar-se em erupções de euforia...Malcom e Angus ao mais alto nível demonstrando constantemente a genialidade de uma parceria de 36 anos...Brian Jonhson a demonstrar que não existe idade para o ROCK e numa voz inconfundível e inimitável levou durante 2h o publico ao rubro. Angus premiou-nos com um magnifico e inesquecível solo de guitarra demonstrando que o Schoolboy continua um menino a divertir-se com o seu brinquedo. Os temas de Black Ice muito bem misturados com os clássicos que não deixam ninguém nem indiferente, nem sossegado...ainda "os sinto" dentro de mim...We Shook All night Long...and I wanted more...

Aconteça o que acontecer em 2009...isto marca o ano, marca-me a mim e dá-me motivos para sorrir...apenas (me) desejo muitas mais coisas que me dêem este êxtase, sensação de bem estar e de estar bem.

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terça-feira, 2 de junho de 2009

Ainda o siso :(

Estou melhor sem estar bem. Perdi o ar de lua cheia mas tenho o pescoço inchado e dores, que apesar de mais suaves, comparativamente à semana anterior mas que ainda não me deixam estar bem. Nem sei que é pior: a dor física que sinto ou a dor de me ver condicionada. Nunca tinha tido uma dor de dentes, o mais semelhante que tive foi anginas e amigdalites e afonia. Estas eram as minhas doenças. Conhecias e dominava-as. Simples.

Sendo pessoa de fé, acredito que os estados enfermos são formas de o organismo nos controlar. Deter o poder sem entrarmos em choque ou termos grande capacidade argumentativa relativamente à coisa. No entanto também é conhecimento geral que quanto melhor estiver a nossa saúde mental, o descanso, as horas de sono cumpridas e uma alimentação, já não digo acertada, mas cumprida e a doença fisica perde terreno. Quando as coisas não estão a funcionar desta maneira o organismo fica debilitado, logo mais vulneravel a toda a merda que apareça. Com um bocadinho de sorte até piolhos se apanha. Acho que também existe a Lei de Murphy para estados debilitados.
Não me queixando, porque todo o trabalho é desgastante até porque se não o fosse chamavam-lhe lazer e não trabalho...mas ando verde pálido de tudo o que se passa à minha volta. Ser o "caixote do lixo" dos outros não é tarefa fácil e ter de gerir as expectativas dos mesmos relativamente às soluções que possamos ter ainda menos. Cada vez mais tenho de puxar da minha capacidade argumentativa e diplomática para explicar que para além de não ter bola de cristal, ser vidente ou omnisciente...também não tenho soluções infaliveis ou faliveis ou mágicas ou o raio que os parta. ELES tem de se responsabilizar pelos seus processos de cura: se tenho uma caixa de nimed e fico só a olhar para ela, óbvio que muito dificilmente me ajudaram a sarar, só se for por efeito placebo, de outro modo não me parece. Claro que este desgaste continuo me afecta debilitando-me ...no entanto recuso-me a ceder ou a dar treguas à incapacidade. E voltando atrás, sobre a Lei de Murphy também meter um dedinho maléfico na doença, é bem verdade que só depois deste filme trágico-comico do siso me apercebi que há um ano que tenho umas analises a tudo e mais alguma coisa para fazer, que há 3 anos que não vou ao oftalmologista e para aí há 6 anos que não vou ao médico de familia. Se isto for como aos carros começo a achar que estou muito atrasada para a revisão dos 60000km e que há 30000 que não mudo óleo, filtros ou meto água sequer...desleixo total. Não me rendo. As coisas tem a importância que lhes damos e se ultimamente não dou importância a nada, nem ao que é realmente importante também não vou dar a isto.

Se me senti-se deprimida diria que estava a fazer uma depressão. Mas como o humor não anda deprimido ou maniaco, nem sequer me posso dar como bipolar ou com uma depressãozita maniaca ou exógena. Whatever...ambas são doenças da moda mas faltam-me sintomas. O melhor é pensar que doença vou ter a seguir para não ser apanhada desprevenida assim escolho eu...ahhhh já sei...quero uma daquelas em que caiem os pêlos do corpo, com excepção dos cabelos e das sobrancelhas..essa sim dava-me um jeitão e ainda poupava....Vamos ver...

(Nota: após reler a merda de texto fiquei a considerar se não estarei mesmo com uma depressão maniaca...olha foda-se antes uma depressão maniaca...é que não tenho mesmo paciência para andar deprimida...cansa-me!!!)

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AC/DC

Final Countdown...1...

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segunda-feira, 1 de junho de 2009

A DEVIDA COMÉDIA

DEVIDA COMÉDIA
(Por Miguel Carvalho)

"Um dia destes, vão ser os paizinhos a ir parar ao hospital com um
pontapé e um murro das criancinhas no olho esquerdo

Criancinhas

A criancinha quer Playstation. A gente dá.
A criancinha quer estrangular o gato. A gente deixa.
A criancinha berra porque não quer comer a sopa. A gente elimina-a da ementa e acaba tudo em festim de chocolate.
A criancinha quer bife e batatas fritas. Hambúrgueres muitos. Pizzas, umas tantas. Coca-Colas, às litradas. A gente olha para o lado e ela incha.
A criancinha quer camisola adidas e ténis nike. A gente dá porque a criancinha tem tanto direito como os colegas da escola e é perigoso ser diferente.
A criancinha quer ficar a ver televisão até tarde. A gente senta-a ao nosso lado no sofá e passa-lhe o comando.
A criancinha desata num berreiro no restaurante. A gente faz de conta e o berreiro continua.
Entretanto, a criancinha cresce. Faz-se projecto de homem ou mulher.
Desperta.
É então que a criancinha, já mais crescida, começa a pedir mesada, semanada, diária. E gasta metade do orçamento familiar em saídas, roupa da moda, jantares e bares.
A criancinha já estuda. Às vezes passa de ano, outras nem por isso. Mas não se pode pressioná-la porque ela já tem uma vida stressante, de convívio em convívio e de noitada em noitada.
A criancinha cresce a ver Morangos com Açúcar, cheia de pinta e tal, e torna-se mais exigente com os papás. Agora, já não lhe basta que eles estejam por perto. Convém que se comecem a chegar à frente na mota, no popó e numas férias à maneira.
A criancinha, entregue aos seus desejos e sem referências, inicia o processo de independência meramente informal. A rebeldia é de trazer por casa. Responde torto aos papás, põe a avó em sentido, suja e não lava, come e não limpa, desarruma e não arruma, as tarefas domésticas são «uma seca».
Um dia, na escola, o professor dá-lhe um berro, tenta em cinco minutos pôr nos eixos a criancinha que os papás abandonaram à sua sorte, mimo e umbiguismo. A criancinha, já crescidinha, fica traumatizada. Sente-se vítima de violência verbal e etc e tal.
Em casa, faz queixinhas, lamenta-se, chora. Os papás, arrepiados com a violência sobre as criancinhas de que a televisão fala e na dúvida entre a conta de um eventual psiquiatra e o derreter do ordenado em folias de hipermercado, correm para a escola e espetam duas bofetadas bem
dadas no professor «que não tem nada que se armar em paizinho, pois quem sabe do meu filho sou eu».
A criancinha cresce. Cresce e cresce. Aos 30 anos, ainda será criancinha, continuará a viver na casa dos papás, a levar a gorda fatia do salário deles. Provavelmente, não terá um emprego. «Mas ao menos não anda para aí a fazer porcarias».Não é este um fiel retrato da realidade dos bairros sociais, das escolas em zonas problemáticas, das famílias no fio da navalha?
Pois não, bem sei. Estou apenas a antecipar-me. Um dia destes, vão ser os paizinhos a ir parar ao hospital com um pontapé e um murro das criancinhas no olho esquerdo. E então teremos muitos congressos e debates para nos entretermos."


(Artigo publicado na revista VISÃO online)

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