sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Os 5 Pilares

São cinco os nossos pilares: Família, Emocional, Profissional, Social e Pessoal. Apesar de haver um princípio de co-responsabilidade entre eles, podemos diluir mais facilmente o social e pessoal nos outros campos…para conseguirmos “funcionar” de maneira eficaz, estes pilares tem de se compensar entre si – apesar de a verdade ser que DEVEM estar equilibrados – mas como raros são os que o conseguem fazer, vamos concentrarmo-nos em ter pelo um ou dois funcionais, nem que seja nos mínimos.

Família – são as bases, os pilares de nossas vidas, é a família nuclear que nos “constrói e molda (ou nos destrói), quando caímos, tropeçamos ou explodimos são aqueles que “against all the odds” estão lá, principalmente esses grandes seres subvalorizados a que chamamos MÃE, e que inúmeras vezes passamos “para a fila de baixo” mas que quando caímos são as primeiras a chegar a “arranhar, matar e morder” para nos tirarem da merda. São seres tão eloquentes e capacitados que pagavam para suportar as nossas dores e choram copiosamente as nossas lágrimas, mais do que isso, tem verdadeiras bolas de cristal ligadas directamente aos nossos corações – o cordão umbilical nunca chega a ser realmente cortado.

Profissional – é aqui que nos realizamos, que nos esforçamos verdadeiramente ao ponto de abdicarmos de vida própria e dos que amamos e no fim quando nos realizamos profissionalmente (os que se realizam) descobrimos que afinal só queríamos um colo, alguém com quem partilhar as vitorias e as derrotas…seja esforçado e traduzido em pagar contas ou vibrante e favorecedor de vida desafogada, no fim apenas fica a sensação de desilusão e solidão, mas profissionalmente estamos vitoriosos, realizados, Bolas que somos bons no que fazemos….até ao dia que descobrimos que sou apenas - o meu trabalho (?)

Emocional – que há para dizer…todos “o” querem, procuram, desejam e fogem, escondem-se… aqui se encerra o MEDO, sim esse papão que ninguém ousa falar ou pensar sequer, não vá ele realmente aparecer e depois? Quem sou? Quem serei? O MEDO da solidão, leva-nos a atitudes e vidas cinzentas…o MEDO de sofrer leva-nos a ser complacentes com atitudes auto e hetero destrutivas, que inúmeras vezes levam o incauto ao extremo: a morte real e efectiva – porque o ser, esse já tinha morrido durante a viagem.


A relação é o que mais buscamos, idealizamos e procuramos desde o dia em que nascemos até quando morremos: Quando nasce o bebé quer ser amado, abraçado e rever-se no olhar do outro, essa busca é contínua e acentua-se pela vida fora; e o idoso não quer morrer sozinho, tem MEDO de ninguém se importar com a sua ausência, ser esquecido.
Estes pilares não podem estar todos negativos ao mesmo tempo, porque senão corremos o risco de psicopatologia e até de fuga para a frente: suicídio. No entanto um ou dois tem de estar suficientemente bons para nos fazerem caminhar e tentar recuperar o terceiro, isto seria o ideal…mas quantos de nós, já desistimos – porque quisemos ou porque “aconteceu”- de manter os três equitativos ou até mesmo dois e nos reduzimos a um – àquele que dominamos melhor, logo de onde retiramos os maiores dividendos: menor esforço com menor dor…e no entanto maior solitude…estar só no meio da multidão…o vazio…o vazio…

8 comentários:

S. G. 29 de dezembro de 2008 às 15:18  

isto é melhor que a análise de um psicólogo. é o que eu digo, para que é que precisamos deles se nós sabemos o que precisamos, o que temos de resolver, e o que temos em sonhos esperados?

e assim não pagamos, não perdemos tempo em consultas e ainda agradecemos a nós próprios sermos tão bons observadores.

S. G. 29 de dezembro de 2008 às 15:22  

também devo agradecer o espaço para comentar, apesar de tudo eu entro e escrevo :) sem problemas.

L. K. 29 de dezembro de 2008 às 18:15  

As analises dos psicologos também fazem falta :) mas quem não receia olhar para o seu interior já tem meio trabalho realizado...e sermos bons observadores tem um preço muito alto, que por vezes custa muito pagar...chama-se inconformismo, querer ser mais e melhor e procura-lo, mesmo que a estrada pareça deserta...e no fim vem a recompensa, as vezes num tempo que não é o nosso, mas é o tempo ideal ;)


e podes comentar sempre, gosto do teu insight, fazes-me pensar o que é algo raro nos dias que correm...eheheheheh...e não precisas de pedir, nem agradecer (tb é algo que estou a tentar aprender mas a culpa é dos meus pais e a história dos valores, principios e blá blá blá)

S. G. 30 de dezembro de 2008 às 00:17  

também acho bem que as pessoas se decidam pelo psicólogo se acharem que precisam mesmo, até porque há quem não tenha amigos com quem falar, ou eteja tão perdida que precise mesmo de orientação. aceito isso facilmente. eu é que acho que devemos ter força suficiente para nos reconvertermos rapidamente quando for necessário.

e fazer pensar não é mau. espero que pelo menos as pessoas sintam essa necessidade, daí falar dos mais variados assuntos que nos esquecemos de reflectir.

L. K. 30 de dezembro de 2008 às 00:32  

Nem todas as pessoas tem insight suficiente para se reconverterem e mesmo tendo amigos e pessoas com quem falar o olhar do observador externo é sempre diferente, é mais selectivo e focalizado no lactente...parece-me bem procurar-se ajuda quando se necessita...até eu acho que preciso cada vez mais...acho que a soluçao era exactamente o oposto: deixar de reflectir, de pensar, de sistematizar e operacionalizar tudo...ver apenas as coisas como são...porque complicamos muito aquilo que é simples...às vezes uma pedra é apenas isso: uma pedra ;)

S. G. 30 de dezembro de 2008 às 00:44  

se é algo quimico, entao a solução passa pelo medicamento, nem tudo na maquina funciona bem. se for meramente psicologico, entao todos temos o insight que falas, só não temos é vontade de resolver os problemas, e fugimos e achamos que os outros podem fazer isso por nós, mas os psicólogos dizem de certeza que sozinhos nao fazem milagres, só ajudam. certo?

então eles são uma espécie de guias, admito que possam ajudar algumas pessoas na orientação, como se fossem um gps.

quanto a deixar de pensar admito que sim. tenho pensado nisso, como se ao pensar demasiado na vida não a vivesses convenientemente. desperdício. já sei que não posso fazer nada por isso. procuro direccionar o pensamento para solucionar as questões, e não complicar ainda mais a vida.

L. K. 30 de dezembro de 2008 às 00:52  

Sim, tens razão, o psicologo é apenas o "espelho" nada mais...mas infelizmente há pessoas que não aguentam a dor de "olhar para dentro" para o Eu, porque se descobrem falhas e perde-se o mito da perfeiçao entre outros e até nos conhecermos são muitos os momentos de insegurança e questionamento...vês e lá estamos nós a operacionalizar...ehehehehe...e no entanto inumeras vezes nao é necessario redireccionar o pensamento a resposta mais simples é a ideal...mas nós (eu) temos de ir sempre pelo caminho mais longo e espinhoso...gosto de lhes chamar aprendizagens por não ter confiado na primeira intuição...ehehehehehehheeheh

S. G. 30 de dezembro de 2008 às 10:09  

talvez a solução seja perceber que todos temos falhas e que isso faz de nós humanos. não fracos ou menores.

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