quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

"Espírito de Natal"

Dezembro, mês festivo…raios partam a festa, ou como tão eloquentemente diz o excelentíssimo Sr. meu irmão “Fodace pó Natal, que é só dizerem-me temos de ser solidários, partilhar e tal mas só o povo é que partilha”
Neste mês de festividades já consegui ir (até agora) a três comemorações pseudo- natalícias:
1º) Almoço ajantarado com um grupinho de verdadeiros borguistas que sabem vivê-la e ainda melhor regá-la…saldo positivo e a repetir sem dúvida. Claro está, que a meio do almoço já ninguém se lembrava que o motivo do ajuntamento era o Natal…mas como é sempre uma boa justificação às três da manhã ainda se dizia a quem telefonava: “épa estamos aqui em tal parte, aparece que o pessoal está a fazer um almoço de Natal” (Não me lembro como acabou porque dali ainda fomos beber uns drinks, para comemorar o Natal, óbvio) e quem aparecia entrava no “espírito” de Natal, ou seja, fantástico.

2º) Jantar pequeno-almoçado, novamente com um grupinho de amigos (os mesmos e alguns que falharam o almoço ajantarado…porque não se fazem desfeitas aos amigos), mesa farta, comidinha à maneira, conversa boa e gordon´s sempre a acompanhar… saldo positivo e a repetir sem dúvida. Uma jantarada de Natal em que o tema apenas foi mencionado (recordado) num qualquer brinde e porque ficava bem e como é semelhante, deu-se a partida para uma mega festa Anos 80 na disco da zona (uma festa a puta da loucura e o pequeno-almoço estava bom), o espírito Natalício dilui-se novamente, desta vez por uma boa causa: o Natal é sempre que o Homem quiser..e festas ao som dos 80’s há poucas….ficou no ar novo almoço ajantarado de Natal…aiai (valha-me a Santa) vamos ver…

3º) Almoço marcado em restaurante vegetariano (até não era mau, mas nada o meu género), meninas a rigor e pontuais (um esforço neste dia). Chegou o “grande” almoço com as colegas de trabalho, algo planeado e re-planeado, são designados vários assuntos tabu (tudo relacionado com trabalho, claro) e não se cumpriu como é obvio…uma grande seca de pareceres bem e outras merdas sem assunto, mas como em todos os almoços/ jantares das “firmas” o pessoal revela-se e como o contexto é informal vale tudo. Não tenho paciência, não tinha paciência e parece-me que não vou voltar a ter. Estive presente por pressão de pares e porque já me começa a aborrecer esta história do “opá és sempre a anti-social, nunca partilhas nada connosco” (pudera gajas histéricas que andam um ano inteiro a conter-se até ao jantar de Natal e eu é que sou a assertiva ?!?)
O mais estranho é que as relações laborais são suficientemente boas, o pessoal respeita as opiniões e personalidades umas das outras (nas costas dos outros vês as tuas) e só me refiro a isto porque novamente o Natal foi esquecido, as conversas foram trabalho (porque não há mais nada em comum) e eu aborreci-me de morte e…sai assim que acabei de almoçar e fui…trabalhar (hoje o dia era de folga supostamente).
Em quantas empresas isto acontece, e com ambientes de trabalho podres e chega esta altura do ano e somos todos bonzinhos, simpaticozinhos e outros “inhos” para os quais não tenho paciência. Trocam-se de má vontade uns presentes (que fiquei a saber tem um valor pré-acordado, aqui gosta-se 10 euros, ali 5 euros?!?) fica-se desiludido pela trapice que se ganhou e que não se sabe onde pôr e não se comemora o Natal em altura nenhuma, porque o dar e receber é “aquilo” material que se trocou (“zangada”).
Conclusão: O Natal, na minha óptica, tornou-se num consumismo desenfreado em que a partilha e os sentimentos são medidos pelo valor do presente oferecido/recebido. Os miúdos (e graúdos) são criados nesta lógica “se gostas de mim dás-me…”, os média, o comércio tudo apela a consumir, consumir, consumir, somos bombardeados com esta informação (dá para pagar até 96 meses, não hesite!!), já não gosto do Natal, este ano vou erradica-lo nesses moldes, fico apenas com as decorações (gosto das luzes e cor e musicas..eheheeh) e com a mesa farta, reunindo bons comensais, conversa da boa, risos, sorrisos e sinceridade….O Natal consumista apenas deixa mais só quem realmente está só.
Pelo menos nos meus almoços-ajantarados – pequeno-almoçados sei qual o espírito (e não é preciso ser Natal para o espírito surgir..ehehehehehe), sei que os maiores presentes que se podem trocar são as nossas presenças, que são gratuitas e sinceras…”Pó Natal o meu presente, quero que seja…”

2 comentários:

Me 19 de dezembro de 2008 às 12:21  

Queres que seja... queres que seja...
Concordo contigo.
Tanto em relação à coisa das empresas e colegas como em relação à família (que chatice, pá!!!) Apesar dos apesares, é no Natal que temos de deixar de ser assertivos e dar tudo e mais alguma coisa à palmatória porque, claro está, é Natal... BLAH!!!
Ehhh... O que eu gostava de receber pelo Natal é... poder dar-me mais a quem merece. Parece-me bem.
Não te vou desejar um bom Natal. De certo que até lá vamos chegar a muitas e variadas conclusões sobre isso não ser possível... pelo mneos não como gostávamos que fosse...
Beijos...

L. K. 20 de dezembro de 2008 às 16:45  

Oi Me,

…Pó Natal o meu presente, quero que seja…um novo memory card...ehehehe

No Natal é quando deviamos ser mais assertivos e deixar o cinismo e o politicamente correcto de lado...afinal não é esta a época de verdade e sinceridade com o próximo :D

E dar-me mais a quem merece também me parece um bom presente...vamos ver ;)

beijos e as melhoras :)

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