terça-feira, 5 de junho de 2012

Divagando ... 10

Voltei a sonhar de mais, não são insónias é um sono agitado que me faz levantar com a sensação de ter sido atropelada por um comboio. Normalmente sou assolada por sonhos perturbadores, que atribuo à elaboração da ansiedade mas desta vez mais que perturbadores, posso mesmo classificá-los como pesadelos e nada simpáticos.

Estive a fazer um workshop sobre Drogas  e dirigida a encarregados de educação e conclui que realmente os putos são normais, tendo em consideração os pais. Alguns pais concluíram que uma forma eficaz de prevenção é os professores mudarem a sua conduta (?!?) a sugestão foi: os professores não deviam fumar, não deviam beber café e não deviam engravidar pois é suscitar a curiosidade dos alunos e levá-los a adoptar os mesmos comportamentos (?!?) Felizmente um dos encarregados de educação contrapôs questionando qual é então o papel dos pais. Pergunto-me o mesmo várias vezes ao dia.

Não sei o que vai ser a minha vida e após um momento de dramatismo, pânico e loucura total, entrei em estado catatónico. Não consigo pensar nem mais um segundo.

O respeito é uma gira e chega a certa altura que nem sei muito bem o que é que o mesmo significa mas sinto que a definição correcta é: faço aos outros o que não quero que me façam a mim e caso aconteça alguém vai pagar. Queixam-se dos putos, da falta de limites, hierarquias, blá blá blá, respeito, no meu tempo, blá blá blá ... "bardamerda!" reclamam, reclamam mas são os adultos que entram disparados na minha sala sem bater à porta e interrompem os putos para coisas de merda e ainda se queixam que os putos deviam ter abalado que não tiveram respeito e blá blá blá ... cansada de tanta hipocrisia e tantos direitos e nenhum dever. Não sou perfeita (Graças a Deus) mas também não ando para aí apregoar que "no meu tempo blá blá blá" é que era ... não lhes faço o que não lhes admito a miúdos ou graúdos: a minha definição de respeito.

A primavera dá cabo das pessoas e de mim também mas num processo de auto-destruição  e lamurias sobre a minha incompetência e falta de visão para determinadas temáticas. Já nem eu me aguento ou tenho paciência para me aturar e depois consumo-me com o trabalho, não porque esteja "armadona em boa" mas porque é o meu núcleo obsessivo/ compulsivo e sinto sempre que consigo mais e melhor nessa área ... já sei, já sei: serve para diminuir a corrosão interna de áreas lacunares e mal resolvidas. Continuo à espera de "um sinal" para perceber qual é o meu problema e de preferência que "o sinal" já traga instruções - "não vejo um elefante, nem que ele me passe por cima".

Chamaram-me desconfiada, e senti que a intenção era aborrecer-me mas não surtiu o efeito desejado porque assumi que quando "a esmola é grande o pobre desconfia" - tanto elogio, tanto sorriso e tanta graxa começa a deixar-me de pé atrás: dinheiro não é porque não há e tráfico de influências ou interesses ainda menos porque não conheço ninguém importante ou semi importante: a minha "praia" é o povo - tipo eu.

Não suporto pessoas com núcleos histriónicos muito acentuados, sinceramente, envergonham-me. Não fico confortável que falem muito alto em espaço públicos, que riam histericamente e se metam nas conversas de terceiros. Pelos vistos sou púdica e tenho a mania - talvez mas para mim espectáculo só no palco que é o lugar dele.

Novamente a primavera e as "pássaras aos saltos" - adorava sofrer do fenómeno e ficar "cega, surda e muda" - piloto automático alimentado por "um fogo que arde sem se ver, uma ferida que dói sem doer" e ser capaz dos maiores actos de inconsciência - acho que nunca estive verdadeiramente apaixonada (suspiro - o meu superego matava-me antes disso acontecer - suspiro).


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