terça-feira, 6 de abril de 2010

Vale a pena pensar nisto...

As águas de um rio correm livres no seu curso, não se retraem por não saberem o que está para lá da linha de horizonte. Ignoram se a mão do Homem alterou a sua rota e quando chegam constroiem novo ponto de passagem. Quando sentem que lhes foi tirado mais do que queriam dar, irrompem na força das águas e reconquistam o seu espaço. As águas de um rio não reclamam, amuam ou fazem greve quando o seu leito é danificado, expropriado ou alterado. Quando a maré sobe e não há espaço para se espreguiçarem, alagam o que está à sua volta, no entanto, nunca o fazem sem avisos prévios. O Homem na sua soberba de sabedoria inquestionável ignora os alertas que a Natureza lhe envia e quando esta não se consegue controlar inunda territórios que outrora lhe serviram de almofadas. O Homem esmorece, reclama e maldiz o poder das águas, não lembrando que foi ele que conquistou e se apoderou do que não lhe pertencia.
Somos injustos e sentimos sempre que o maior mal é nosso, temos memória curta e rapidamente esquecemos a dor infligida a outrem, ou nem sequer a consideramos porque a necessidade maior é a nossa: o bem estar a qualquer preço. Quando por alguma razão a vida vem recolher o que é seu, porque ela não esquece, amaldiçoamos o Mundo, o Céu e a Terra. Procuramos culpas e culpados, tentamos alvitrar hipóteses e justificações, vimos perseguição e cabala nos gestos e olhares dos outros e por uma qualquer razão, nunca nos vem à lembrança os nossos actos e atitudes possíveis de estarem na base do que agora nos faz doer. Nós, Humanos, temos uma capacidade fantástica de ver a culpa nos outros, de nos desresponsabilizarmos de tudo, apesar de também termos sido intervenientes de papel principal. Uma vã tentativa de nos aliviarmos das decisões e escolhas que um dia fizemos. No entanto, por mais autista que seja a nossa atitude, por maior mágoa que exiba o nosso comportamento a vida não esquece, nem perdoa e mais cedo ou mais tarde vem cobrar o que é seu.
Acredito no efeito boomerang das nossas acções, Acredito na Teoria da Co-responsabilidade e Acredito que tudo vai...mas volta...e o retorno é sempre mais violento, porque a queda é mais dolorosa que a subida...
...Vale a pena pensar nisto e pensarmos ao agir, o que queremos receber de volta.

3 comentários:

Trabalhador das Obras,  6 de abril de 2010 às 17:34  

Ferroada: a Liz é, ou parece ser, uma engenheira hidráulica. Toda a minha vida de Escorpião sonhei com uma engenheira hidráulica, loira e de olhos azuis. Mas também pode ser de outra cor qualquer e não precisa de ser eng hidro_coisa.

Como Escorpião, não tenho paciência para esperar, cara Liz (posso tratá-la por Liz?)

Liz... Soa bem!

Trabalhador das Obras,  6 de abril de 2010 às 19:24  

Que sorriso é esse, Liz?

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