Conheço pessoas que conhecem pessoas...
... que vivem para foder pessoas.
Pessoas para quem a vida está continuamente em divida mas que eles nunca lhe devem nada. Pessoas que seja o que for que aconteça e lhes aconteça, nunca tem a mais remota possibilidade de culpa. Pessoas que atribuem a responsabilidade de tudo a terceiros, a menos que sejam coisas boas e nesse caso, nem as partilham porque as merecem. São suas e só suas.
Conheço pessoas, que conhecem pessoas, que são pessoas incapazes de adiar a gratificação e consequentemente, de resistir à frustração. Essas pessoas passam pela vida, sem nunca se implicar nela, mas sempre a implicar com ela. São incapazes de gerir os processos pessoais, de os viver até ao fim, saem sempre na saída mais próxima, a primeira e a que se apresente mais fácil. Fogem de si próprias numa corrida que se torna uma maratona interminável, deixando um rasto de destruição pelo caminho. O facto de atravessarem a vida desimplicando-se da mesma faz com que vejam e sintam cada novo ano, cada novo acontecimento como uma contagem decrescente para o fim. Há uma inconsciência nas acções, pois tornam-se amargas e amarguradas, fazendo mal a si próprias mas principalmente aos outros. Sugam-nos, manipulam-nos e só param quando acham que eles estão tão infelizes como eles. Durante este processo culpabilizam-nos dos acontecimentos da sua vida, apelam à sua misericordia e imiscuem-se, lentamente e convencidos da sua esperteza: Se eu não estou feliz mais ninguém pode estar e vou assegurar-me que assim seja!
Quando os outros se apercebem, quando lhes passa a cegueira, a surdez e a mudez, reparam que ignoraram todos os avisos, ultrapassaram todos os sinais de alerta e o que começou com boa vontade, termina com a imposição de presença e liderança nas suas vidas: estão encurralados e isolados.
Conheço pessoas, que conhecem pessoas, que são autênticos predadores, usam, abusam, gastam e deitam fora quando já não servem os seus propósitos. Conheço pessoas, que conhecem pessoas, que andam uma vida inteira a tentar dominar os seus instintos, as caracteristicas pessoais, que apregoam, julgam e castigam através de padrões morais elevados, mas quando a vida os surpreende, quando a vida lhes pede para mostrarem o que valem, arrepiam caminho e a máscara cai.
5 comentários:
Está irritada, Liz? Com alguém em particular?
Trabalhador,
jamais me zango, isso seria atribuir importância a coisas que não a têm ;)
Então diga-me lá que é que se passa, vá.
E diga-me também porque é que que tem andado por longe...
Nada se passa, como dá para concluir quando se lê até ao fim ;)
É tão somente um post, divagacões minhas, nada de mais :)
Ah!
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