sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Coincidências (?!?)... ou não!

Coincidência - acto de dois ou mais factos ocorrerem em simultaneo, sem pressupor uma relação de causalidade. Designado por Carl Jung por sincronicidade.


"Sincronicidade:

A sua noção de sincronicidade é que existe um principio de causalidade que liga acontecimentos que tem um significado similar pela sua coincidencia no tempo em vez da sua sequencialidade. Jung, afirmou haver uma sincronicidade entre a mente e o mundo fenomenológico da percepção. Sincronicidade é um principio explicatório; explica "coincidencias significativas" como uma borboleta entrar a voar num quarto quando o paciente descrevia um sonho com escaravelhos. O escaravelho é um simbolo do antigo Egipto que simboliza o renascer. Portanto, o momento do insecto voador indica que o significado transcendental de quer o escaravelho no sonho, quer a borboleta no quarto, era que o paciente necessitava ser libertado do seu excessivo racionalismo!"


(...)

"A sincronicidade fornece acesso aos arquétipos, que se localizam no inconsciente colectivo e caracterizam-se por serem predisposições mentais universais não baseadas na experiência. Como as Formas de Platão (eidos), os arquétipos não se originam no mundo dos sentidos, mas existem independentemente desse mundo e são conhecidos directamente pela mente. Ao contrário da teoria de Platão, contudo, Jung acreditava que os arquétipos surgiam espontaneamente na mente, especialmente em tempos de crise. Tal como há uma coincidência significativa entre a borboleta e o escaravelho que abre as portas para a verdade transcendental, tambem uma crise abre as portas do inconsciente colectivo e permite que os arquétipos revelem uma verdade profunda escondida da consciência ordinária. A mitologia, afirma, baseia as suas histórias nos arquétipos. A mitologia é um reservatório das profundas, escondidas verdades. Sonhos e crises psicológicas, febres e perturbações, encontros ao acaso ressoando com "coincidências significativas", tudo são caminhos para o inconsciente colectivo que está pronto a restaurar na psique individual a saude." in: "Sincronicidade" (Jung, C., 1952)


"A sincronicidade é reveladora e necessita de uma compreensão, essa compreensão poderia surgir espontaneamente, sem nenhum raciocínio lógico. A esse tipo de compreensão instantânea Jung dava o nome de "insight"."

3 comentários:

Me,  21 de janeiro de 2010 às 01:02  

Já acreditei menos, mas, como sabes, existe sempre um receio de acreditar mesmo.
A revelação de verdades interiores, a abertura de portas da percepção anteriormente fechadas por excesso de racionalização... Isto faz-me lembrar algo que há pouco deixei noutro espaço...

"O Trovador da Saudade,
Do presente e do Passado
Canta os versos da verdade
Que descobrem cada fado."

Se a saudade tem o poder de desvendar verdades e de descobrir fados, então vejo que as coincidências, os insights (que, a meu ver, requerem maior posse de informação que as coincidências...) possam revelar o mesmo a quem as consiga ver.

Correndo o risco de me estar a contrariar e baralhar (normal...), é preciso a tal fé, o tal crer para ver.

Sabes porque acho que não há mais gente a ver? Porque aí entra a questão da esperança, da expectativa, das racionalizações sobre o que coincidiu ou não. Se A, então B. Mas B porquê? É insight ou vontade? Coincidência ou querer? Desejo? E se for A e resultar em C? Como interpreto então a coincidência... "Hindsight"... conhecimento de causa... depois do facto. Ajuda a colocar tudo em perspectiva... Hmmm...

3 garrafas de vinho para esta conversa. Teriam de ser 3.

Acho que por hoje já chega... pela minha santa sanidade!!

Um beijo.

L. K. 21 de janeiro de 2010 às 21:16  

Podes crer Me, aqui tinham de ser 3 garrafas de vinho e mesmo assim acho que ainda arranjava tempo e conversa para um GT :)

As saudades tem o poder de desvendar verdades e consequentemente destinos (fados), porque como diz Gabriel Garcia Marques: "as lembranças do coração são romantizadas pela saudade."...consequentemente os estados perceptivos alteram-se e surgem determinados insights que revelam factos antes observados e sentidos com outros "olhos", esses factos podem ser ou não corroborados sobe a forma de esperança ou fé naquilo ue consideramos "coincidências"...no entanto se olharmos para a ocoorência desses mesmo factos sem racionalização percebemos que não existem coincidências e que a informação que necessitamos está toda dentro de nós, apenas precisa de espaço para emergir do meio de toda a informação externa que nos foi concedida desde o nascimento. Daí que as crianças como ainda não tem raciocinio logico- matemático, capacidade de elaboração ou simbolismo sejam muito mais pródigas que nós neste sentir de conteúdos reminescentes que provam a não existência de coincidências e conseguem-no até nós adultos muito "inteligentes" lhes começarmos a incutir as relações de causalidade.

uffffff...tens razão, é pano para mangas e eu perco-me a divagar sobre o assunto....MERDA!!!!! a ciência lógica é muita mais .... lógica (LOL)...afinal 2+2=4...aqui e na china ;)

beijos :)

Me,  22 de janeiro de 2010 às 02:17  

Relendo agora o que eu pópria escrevi, devo dizer que fiquei confusa. E não, não há aqui vinho a falar... mas há-de haver... ;)

Vamos por partes.
Relações entre as coisas, sem serem consideradas coincidências, meras causualidades... É disso que acho que se tem receio em acreditar. Atribuir as coisas a uma coincidência é mais fácil e ajuda a vazar a mente de outros tipos de pensamento...
Penso que quis dizer isto, mas ao contrário...

E agora que tive de fazer um reset, preciso mesmo de um copito para ajudar a digerir esta espécie de "luz" meio desfocada...

Admitamos (ok, admitindo eu) que não existem coincidências e que as coisas acontecem porque sim, porque assim tem de ser e que tudo pode ser visto como um sinal de algo (podemos dizer sinal?), então, as verdades estão mais perto do que se acha. Ok, que nós complicamos, eu sei. Que pensamos de mais eu também sei.
Mas se pegarmos nos sinais e os observarmos, vamos tecer considerações...vamos sempre pensar o que é que aquilo quer dizer... vamos sempre tentar adivinhar onde vai acabar. Daí a entrada da esperança... quando se "depende" de um sinal ou de uma qualquer não-coincidência como sendo indicativa de algo... Aí, somos todos adivinhas.

Oh, porra. Venha o vinho. Assim não dá.

Repondo o que disse: Coincidências? Já acreditei mais, mas, como sabes, existe sempre um receio de não acreditar mesmo.
Assim está melhor.

:)

Beijos

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