domingo, 9 de maio de 2010

Divagando (6)

´`Às vezes precisava de viajar no tempo.
Às vezes precisava de ter um botão para me desligar.

O consciente prega-me partidas, coloca-me ratoeiras nas quais caio redondinha. A queda remete-me ao vazio e à impotência: penso que subi degraus e concluo que os desci. A situação faz-me recolher ao meu eremitismo, algo que me esforço todos os dias para extinguir. O ser desprendida do amanhã, o não ter ou fazer planos de futuro são objectivo primário, mas sempre que penso que enterrei o passado e o futuro, algo me lembra que não estou no presente de coração e alma limpos. Não sei qual é a solução, sei que não a saber e não pensar na mesma é a resposta. Educo a minha mente, dou-lhe lições. Dou atenção às necessidades do meu ser mas nem sempre o satisfaço, porque e porque. Nada mudava, não há arrependimentos, ressentimentos ou sentimentos, apenas passagens doces e amargas que ladeiam um caminho percorrido.

O hoje é sementeira, tem de ser olhado e tratado de acordo com o clima que se faz sentir no agora. Não podemos tratar a sementeira à espera da chuva que virá na próxima semana. A vida também é assim: não podemos viver à espera do sol do próximo mês ou da chuva que chegará daqui a três. Não se pode acordar e limitar o dia na prevenção de que ocorra um tsunami, um furacão ou dilúvio.

Não podemos deixar de ser felizes no agora, de ser hedonistas no aqui, não se podem adiar sorrisos porque o ontem foi menos bom e o amanhã poderá ser pior.

Aprendo.

3 comentários:

Trabalhador das Obras 9 de maio de 2010 às 14:33  

Sabe uma coisa, Liz??? A infelicidade no Homem advém da sua capacidade de pensar no futuro!

Se conseguíssemos viver somente o momento, seríamos uns seres quase perfeitos.

É por isso que os animais são felizes, porque para eles só há o momento, não há futuro.

(Prometa-me que não escreve mais aquelas palavras horripilentas. Consegue???)

L. K. 9 de maio de 2010 às 14:59  

Por saber isso me chateio tanto comigo: pensar no futuro condiciona o presente.
penso que é mais uma das coisas que herdámos da cultura judaíco- Cristã, como tal somos ensinados a ser previdentes, precavidos e prevenidos. Cada vez mais as sociedades nos empurram para o Ter em vez do Ser, e o preço que estamos a pagar é demasiado alto mas ainda não nos apercebemos, ou vamos apercebendo-nos aos poucos e de forma solitária e dolorosa.

Não penso, não quero, nem tenho como objectivo se perfeita mas tenho como obejctivo perder a racionalidade e aprender a arriscar usufruindo do aqui e agora, como ele é e apenas pelo que é. Amanhã, será um novo Aqui e Agora.

Não são só os animais que vivem assim, os povos de países menos civilizados e algumas tribos, como os Bosquimanes, vivem assim e Acredito que a sua qualidade de vida é maior. Há 60 anos a instrução, a informação era praticamente inexistente, exptuando em determinados circulos sociais, e Acredito que essas mesmas pessoas apesar de todas as condicionantes sociais eram livres, muito mais que nó~s. Tinham preocupações mas eram de dia-a-dia, não estavam pressionados pelo número de cursos que tem no currículo, pela marca da roupa e pelas férias de Agosto em destino paradisiáco à escolha. A vida era simples: manhã era outro dia.

Bem, peço desculpa por ter respondido quase outro post, mas hoje apetece-me diálectica :)

(Não consigo, porque como a maioria da população também conheço e uso palavrões e há alturas que não há maneira de expressar correctamente o que se pensa, sem recorrer a eles...bem haver há...mas não era a mesma coisa!)

Trabalhador das Obras 9 de maio de 2010 às 21:03  

Não me referi a palavrões. referi-me a uma só palavra.

Havemos de falar mais sobre o tema que aqui temos, mas agora não.

Um beijo, Liz.

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