sexta-feira, 7 de maio de 2010

Divagando (5)



Existem dias, muitos ultimamente, que penso que tenho vivido sempre entre sonhos. São dias que sinto que passo pouco tempo a pensar no concreto, a viver no concreto, apesar de achar que pertenço ao grupo dos seres hiper mega racionais. Contra senso? Talvez...

Talvez os meus sonhos sejam mais uma espécie de desejos, ou de ambições. Talvez idealize de mais o meu futuro. Aos 30 anos desejo e quero tanto como aos 15, apenas o faço de uma maneira diferente: contabilizo os gastos e alucino mais e melhor.

Às vezes olho em volta e escuto com ouvidos de ouvir e percebo que as palavras estão banalizadas. Gastas. Usam-se expressões de afecto em discursos condescendentes e não se usa nada quando se devia. As palavras perderam o valor pela vulgaridade do uso: dizer o que não se pensa para não nos expormos e guardar bem fundo, o que realmente se sente e pensa. Talvez haja medo de ser visto ou sentido como fraco/a. O sótão começa a acumular esqueletos mas até lá, o corpo vai apodrecendo e libertando gazes tóxicos, quando se apercebem estão presos na teia que criaram. Talvez o orgulho os impeça de voltar atrás. Reconsiderar.

Talvez as pessoas estejam exaustas de si mesmas e eu exausta delas.

Vou continuar a idealizar, sonhar ou projectar anseios no amanhã. No meu amanhã. O dia hoje foi estupendo, a semana foi estupenda, hà imenso tempo que não me sentia assim: preenchida, realizada e tranquila. Foi uma semana de loucos e com muita gente no fim de loucura à mistura, no entanto, uma paz que se respira.

Hoy dice el periodico que ha muerto una mujer que conoci

que ha perdido en su campo el atletiy que ha amanecido nevando en paris

Que han pillado un alijo de cocaque a piscis y acuario les toca

el vinagre y la hiel

que aprobo el parlamento europeo

una ley a favor de abolir el deseo

,que falló la vacuna anti sida

que un golpe de estado ha triunfado en la luna y movidas asi.

Pero nada decia la prensa de hoy

de esta sucia pasión

de este lunes marrón,

del obsceno sabor a cubatade ron de tu piel

De olor a colonia barata del amanecer

Hoy, amor, como siempre

el diario no hablaba de ti, ni de mi

4 comentários:

Trabalhador das Obras 7 de maio de 2010 às 19:12  

Há imenso tempo que você não se sentia assim, Liz e eu, há imenso tempo que não tinha o prazer de ler um texto lindo, onde o contra-senso não existe.

Sabia?!

L. K. 8 de maio de 2010 às 02:10  

Não sabia, mas apraz-me!!

Talvez o contra senso seja de quem nunca sentiu...ou nunca teve capacidade de expôr o sentido...quem sabe?!

Obrigado!

Trabalhador das Obras 8 de maio de 2010 às 12:45  

Quem sabe...

E não me agradeça, senão zango-me consigo e um escorpião zangado é um caso muito sério!

L. K. 8 de maio de 2010 às 15:38  

Pois, pois já me disse...mas também não sabe o que é um Touro zangado ;)

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