segunda-feira, 8 de março de 2010

08 de Março - Dia Internacional Da Mulher



"WOMAN"



"Woman please let me explain,
I never mean(t) to cause you sorrow or pain,
So let me tell you again and again and again,
I love you (yeah, yeah) now and forever "


Não sei se há necessidade de ter um dia comemorativo para as Mulheres quando este, como tantos outros dias comemorativos, perdeu e sua essência e transformou-se em algo estranho e ambíguo assente num "porque não? vamos lá partir a loiça toda, aproveitar para sair sem os putos e os queridos e viver tudo como se não houvesse amanhã", (tenho a mesma opinião das despedidas de solteira/o), cheira-me a excessos. A maioria das mulheres que entram em delírio efusivo com as jantaradas, (cada vez mais sofisticadas) que supostamente assinalam o dia mas quando se pergunta o que se comemora realmente, poucas sabem a resposta.
A mulher viveu bastantes séculos "sem alma", quando a adquiriu era uma propriedade de um pai, depois de um marido e no fim da sociedade que monitorizava a sua conduta moral e social. Pertencia a toda a gente menos a si própria. No pré 25 de Abril para viajar ou para colocar um DIU não o podia fazer sem uma autorização escrita do marido, e isto foi apenas há 36 anos. Foi a última a poder votar e a ter peso no mercado laboral. Ainda hoje se fala do "grande" Salgueiro Maia mas poucos sabem a história e o que representou politicamente Catarina Eufémia. Felizmente foram inúmeras as alterações desde esses tempos mas não as suficientes. As mulheres passaram a ter acesso ao ensino e a cargos laborais diferenciados, mas apenas no papel, porque ainda existem discrepâncias nos cargos superiores ocupados por mulheres e homens e a nível salarial as coisas também não estão equilibradas. Os senhores do poder refugiam-se na argumentação da perda de horas de trabalho e falta de disponibilidade das mesmas devido à maternidade, aos filhos, aos maridos e ao raio que os parta, porque eles nasceram de uma mulher e é uma mulher a mãe dos seus filhos. Se da dita igualdade de géneros nascesse uma sociedade que partilhasse igualmente as responsabilidades todas essas questões eram ínfimas comparativamente ao profissionalismo e capacidade técnica das mesmas. Em vez disso encurralam-nos, subversivamente pedem-nos que nos masculinizemos (o dito feminismo), que adiemos o relógio biológico, a vida pessoal emocional e até as próprias emoções. Não me parece que tenhamos evoluído assim tanto. Entre portas, num registo de "entre marido e mulher não se mete a colher", as mesmas continuam a ser vitimas, são agredidas, violadas na sua liberdade e nos seus direitos. A meu ver, e por experiência de campanhas da CIG, a violência doméstica não diminuiu ou aumentou, apenas há uma maior sensibilidade para a mulher expor a sua situação. Deixou de estar confinada às portas do seu "lar". Realidade que não é transversal a todo o país mas sim às metrópoles, em que a informação nos bombardeia para a necessidade da denúncia.

Um dia espero que se acabe "o" dia dedicado a mim e a todas as outras Mulheres, porque nesse dia terei a certeza, que os meus direitos e deveres são dignificados para além do que está no Código Penal Português e na Constituição da República. Esse será o dia em que não serei discriminada, estereotipada ou rotulada por ser (Hoje e Sempre) simplesmente Mulher.

3 comentários:

Miúda do Bairro,  8 de março de 2010 às 16:46  

As mulheres são as educadoras da humanidade.

Tendo eu uma opinião bastante "esquisita" em relação a este assunto, talvez as mulheres se devessem lembrar melhor do poder que têm a esse nível da próxima vez que algum homem lhes colocar a mão em cima, lhes preterir por um colega ou cometer outro tipo de discriminação em função do sexo.

lamento, mas nesta área, as mulheres são culpadas de muita coisa.

mas estou contigo quando dizes que este dia é uma espécie de fantochada. um grito de liberdade do tipo: "hoje não janto em casa que vou comemorar esta coisa do dia da mulher (mas deixei-o feito para ti ali no frigorífico não vás tu pensar que sou má esposa e mãe...)."

Ehhhh. Isto cansa-me.

L. K. 8 de março de 2010 às 19:06  

Miúda do Bairro

em 1º lugar espero que estejas melhor :)

em 2º lugar concordo que as mulheres são as educadoras da Humanidade, mas também (muitas) elas precisam de ser educadas, aprender a respeitarem-se e a serem respeitadas na sua condição de Mulher. Exibirem a sua feminilidade sem medo de serem rotuladas e sentirem-se bem na sua condição de Mulher. Também estou de acordo quando dizes que as Mulheres são culpadas de muita coisa, especialmente por serem crentes e terem Fé na Humanidade e Humanismo dos outros. Mas no fundo também sei que se não fossemos movidas a sentimentos e emoções desregradas que nos transformam em loucas furiosas não tinhamos metade do carisma que nos caracteriza ;)

beijos e põe-te fina rapidamente ;)

Miúda do Bairro,  10 de março de 2010 às 16:11  

Por-me fina tenho eu andado a fazer... viroses no estômago têm estes efeitos. Mas já consigo comer comida normal... menos mau. mais uns dias e fico bem (tu já sei que 'tás bem... e ainda bem!)

Mulheres, homens... homens, mulheres... can't live with or without them... é mais ou menos isto.
:)

beijos

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