sexta-feira, 24 de julho de 2009

Egoísmo

Egoísmo: conceito associado ao egocêntrismo, podendo assumir estados patológicos. Existe o egoísmo pessoal e o ético. São independentes e pode-se crer num em detrimento do outro, o que acontece raramente, sendo mais vulgar a crença em ambos. No egoísmo pessoal há uma exacerbação do Eu e a subvalorização do outro - prejudica o outro em proveito próprio de forma consciente e premeditada, o individuo age sempre em função do seu interesse e bem estar pessoal. No egoísmo ético o individuo, considera que para ser justo (?!?) deve agir sempre em função de si próprio. O egoísmo ético é usado como forma de aliviar a própria culpa e na atribuição de culpa externa: "Os outros se puderem fazem o mesmo para serem felizes, se é a minha felicidade não olho a meios para atingir fins."
O egoísmo é o antónimo de altruísmo, sendo um comportamento aprendido e apreendido, devendo ser as figuras parentais a controlar a acomodação do mesmo. Piaget, defende que o egocêntrismo é natural e tem de existir nos primeiros estádios da infância, no entanto há medida que surge a consciência moral e os adultos dotam as suas crianças de regras e valores, as mesmas vão perdendo o egocêntrismo dando lugar ao respeito pela opinião do outro e pela valorização do outro, enquanto ser autónomo de caracteristicas de personalidade únicas.
Quando é um núcleo activo e dominante enquanto caracteristica de personalidade, o egoísmo, está frequentemente associado à inveja.

Quando o sujeito chega ao estado adulto com este núcleo como dominante, torna-se alguém infléxivel., que desvaloriza permanentemente o outro, as suas caracteristicas e qualidades, em detrimento de exacerbar as suas próprias qualidades, actos, etc. São sujeitos com falta de empatia pelo outro, o que consequentemente os torna conflituosos e instáveis. Apesar da arrogância e soberba, a sua auto-estima é baixa ou inexistente o que também leva a que cada vez mais o seu egoísmo e inveja tenha requintes de malvadez - passa a ser usado como um castigo ao outro, que não percebem como não tendo qualquer capacidade ou qualidade consegue ter uma vida melhor que a sua (?!?), quando eles o vêem como inferior, como um servo que devia estar grato pela cedência da sua convivência. Normalmente o egoísta tem uma vida pessoal instável e desorganizada, devido à sua ausência de limites e invasão do outro, o que remete para um afastamento das pessoas circundantes e a extinção das relações de proximidade reais e altruístas.

Há medida que avançam na adultez tornam-se pessoas cada vez mais amargas, mais invejosas e mais egoístas, porque a solidão exacerba todas essas caracteristicas. Castigam o outro e retiram um prazer efémero desse comportamento omnipotente. Passam a estar num ciclo vicioso: quanto mais egoístas são, mais os outros se afastam e quanto mais isso acontece mais os invejam e quanto mais os invejam mais necessidade tem de os castigar pela sua própria infelicidade. O egoísta nunca tem culpa de nada e considera-se dono da verdade absoluta.

Trabalhar com alguém assim não é fácil. Esticam-se os limites até ao limite.



Bibliografia:
  • Harry Browne, «The Unselfishness Trap» em Sommers, Christina e Sommers, Fred (orgs.), Vice and Virtue in Everyday Life, Harcourt Brace Jovanovich, Fort Worth, 1993, p. 457.
  • O Juízo Moral na Criança. São Paulo:Summus, 1994. 302 p.
  • O Julgamento Moral na Criança. São Paulo: Mestre Jou, 1977.

1 comentários:

Anónimo,  3 de março de 2010 às 04:15  

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