quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Limites


Os limites existem e são necessários, são o balizamento para quase todas as acções que executamos e balizam, igualmente, as vontades e os desejos. Uns são auto-impostos, outros são-nos auto-impostos. Com os primeiros concordamos porque fomos nós que os criámos em algum momento ou porque os herdámos no decorrer da nossa educação. Com os segundos, por vezes temos algumas dificuldades de cumprimento e entendimento.
Tenho inúmeros balizamentos relativamente a um sem número de coisas, de pensamentos e acções que executo, balizo-me para não "descambar", porque fico irracional, porque ajo impulsivamente e à posteriori não me agradam as consequências, levando-me  a ficar muito zangada comigo e até envergonhada.

Talvez deva deixar de me balizar e de tentar criar um balizamento para determinados potenciais acontecimentos. Já não tenho 16 anos, existem determinadas acções e situações que já não me ficam bem, coisas supérfluas e desnecessárias que deveria evitar e conscientemente, tento mas no plano prático sou levada pelo impulso e caio no erro. Hoje é o 1º dia de festas na minha terra e como não podia deixar de sempre, ontem "comemorei" pelos 6 dias que há-de durar (suspiro) - You Know Better Than That!

A maneira mais eficaz de não errar é não agir, a mais fácil de não agir é não estar presente. Arranjo justificações para me desculpabilizar, no entanto, assumo que noites como a de ontem em que me sinto uma alien levam-me a precisar de aliviar um superego castrador, demasiado idealizado e preocupado com uma consciência moral que apenas atrapalha e desvia das verdadeiras vontades. Nestas noites preciso de beber, de aliviar um pensamento imparável que me magoa e não sai do mesmo lugar. Um dia disseram-me que quando bebia uns copos era muito mais divertida e simples, que nessas alturas deixava de ser defensiva e passava a ser animada, tornava-me um ser social. Acredito e sei-o mas não consigo sê-lo todos os dias, nos outros dias o pensamento é centrifugo e vai à exaustão, até a dormir penso. Felizmente o meu superego é tão castrador que nunca me permitiu fazer consumos de estupefacientes de modo continuado - não gosto de perder o controlo - paradoxal?

O jantar de ontem também foi benéfico, é bom ouvir os erros cometidos, as falhas, que exibimos um pensamento negativista constante e que me digam que não sou igual ao que temo, que o meu percurso é diferente, logo o resultado também tem de ser diferente. Falei como não costumo falar, derramei lágrimas apesar de não terem sido as suficientes e lamentei-me por não saber. Tive saudades súbitas do impossível e do que não quero.

Sinto-me uma estranha, não consigo conviver e misturar-me com estas pessoas. Sinto que a minha presença não é desejada ou querida. Não pertenço aqui mas também não pertenço a lugar nenhum - sinto-me uma não pessoa num não lugar.

Sou eu que tenho de resolver isto - sei.

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