sexta-feira, 16 de março de 2012

Mentiras e liberdade

As mentiras que contamos a nós próprios tornam os dias menos pesados, as horas mais leves e as emoções menos doentes. Sabemos que nos estamos a convencer de inverdades, às vezes nem é porque a verdade seja mais dolorosa, ou porque os outros não a desconfiem ou percebam mas porque somos nós que precisamos de a colorir, de a pintar com cores que nos animem, que nos deixem menos tristes ou menos sós. Uma mentira repetida à exaustão torna-se verdade, uma inverdade repetida à exaustão torna-se um vicio. O que ambas tem em comum é que sabemos que as duas são piedosas, as duas nos consolam e as duas adiam a partida desse lugar que um dia doeu tanto, que nos fez dar-lhe outra realidade. Estou de partida desse lugar, porque assumo ao mundo, e a mim, o que sempre soube, o que nunca mais quis saber, o que neguei, as vezes que me rejeitei. Liberto a minha energia, essa que se consumia em prole da minha teimosia em mentir-me convictamente, liberto-a para que se possa redireccionar e fluir livremente, liberto a verdade, liberto-me: não gosto de estar triste, não gosto de estar aborrecida, não gosto do sentimento de desesperança e impotência, gosto de mim, gosto de ti mas não te quero, gosto de ti e somos uma luta energética, gosto de ti mas não sei o que significas pois não me acrescentas-te em nada - liberto-nos - liberto-me.

2 comentários:

Anónimo,  22 de março de 2012 às 22:54  

que lindo texto este, possas, faz pensar, pensar...

L. K. 23 de março de 2012 às 13:56  

Anónimo,

Obrigada pela visita e pelo comment ...

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