segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Restaurante Marisqueira O Granhão (?!?)

Férias. Pessoas descontraídas. Aquele tipo de pessoas que vai para a praia às 4 da tarde e pensa em ficar até poder. Pessoas que vão para a praia sem geleira mas vestidas informalmente, tipo com ar de praia. Pessoas que bebem e petiscam enquanto suspiram com um fantástico pôr do sol. Pessoas que colam o lanche ao jantar e tornam as horas férteis em conversas, risos, sorrisos, disparates e amizade. Pessoas que quando estão, desfrutam, não olham à tabela apenas sentem o prazer proporcionado pelo espaço e tempo.

Um grupo dessas pessoas reuniu-se num destes fins de semana e resolveu ir aproveitar o que de melhor o país oferece: Alentejo e praia. Praia do Carvalhal.
Após um excelente dia de praia, que outra coisa se pode ambicionar senão umas frescas bem acompanhadas de petiscada? Lá fomos nós em direcção a um restaurante marisqueira que fica bem na saída da dita praia. Com um aspecto clean, rede mosquiteira a proteger uma explanada convidativa. Entrámos e eis que...o aspecto simpático do espaço fica mesmo só pelo espaço físico. Somos atendidos por uma "senhora" muito agradável à vista, vulgo, de feições apelativas e exóticas mas de comportamento/ atendimento, soberbo, arrogante, a roçar a falta de educação devido ao desprezo com que fomos premiados.
Concordo, que nenhum dos elementos aparentava ser parente do Bill Gates ou à portuguesa do Belmiro de Azevedo, mas posso afirmar que qualquer pessoa naquela mesa possui um léxico abrangente, um raciocínio lógico-matemático apurado e um Q.I. verbal médio alto, bem como um sistema de educação e valores acima do normativo: tipo ainda somos do tempo em que se respeitam as pessoas como queremos ser respeitados, usamos palavras em desuso como "Se Faz Favor"; "Obrigado"; "Com Licença" e "Desculpe". Ahhhh...e não tratamos por tu quem não conhecemos, inclusive os empregados de mesa. A descrição anterior apenas serve para co-substanciar que ainda hoje não percebo o porquê de termos sido desprezados e ignorados quando o que queríamos era apenas imperiais e camarão de moçambique cozido. Para além de ninguém nos servir ou dizer sequer do que constava a lista de mariscos (o que também posso realçar que é a única marisqueira que conheço que se resume a: camarão cozido, sapateira, ameijoas à bulhão pato ou à casa....resumindo: já vi tascas com mais variedade que a dita marisqueira!), chegámos ao cúmulo de quando fomos atendidos de má vontade um dos elementos do grupo perguntar ao "serviço" se por acaso cheirava mal (?!?) e se não, porque é que éramos as únicas pessoas que não tinham direito a toalha na mesa.

Restaurante Marisqueira "O Granhão": senti-me humilhada, desprezada e estereotipada (e ainda nem percebi em que estereótipo me/ nos incluíram) e ainda pagámos um disparate de dinheiro por um serviço feito de má vontade. Se há sítios onde volto pela empatia, outros há que volto pela qualidade do serviço ou ainda dos produtos apresentados. Ali não há qualquer razão para voltar, a menos que seja como cliente mistério da qualidade de serviço prestado.

Nota: Não sendo de radicalismos, ressalvo que esta é meramente a minha opinião enquanto cliente. Coloco a hipotese de ter sido um dia mau na casa. Mas eu não tenho culpa disso.

12 comentários:

Fernando K. Montenegro 18 de setembro de 2009 às 12:22  

É inacreditável a quantidade de pessoas que "sobrevivem" atrás de um balcão, culpabilizando sem lei nem roque, aqueles que atribuem um nota de confiança quando entram num desses espaços. De facto, estar atrás de um balcão não é para toda a gente. Requer empatia e "gozo" pela condição e relação humana. Às vezes, percebo que há o tal fenómeno acção-reacção, o que não foi o caso, por isso, naturalmente que a perplexidade invade-nos. Não temos culpa das frustrações dos outros, sobretudo quando esses, têm a ganhar a vida com a nossa presença...mas no fim, eles que fiquem com a "mostarda", que a malta até estava de férias...

Anónimo,  18 de setembro de 2009 às 12:34  

Xiiiiiiiii....não posso deixar de comentar e apoiar este post ate porque tambem estive presente neste episodio caricato em que me senti uma autentica cigana, apenas nao estavamos mal vestidos nem cheiravamos mal (penso eu!) Loool!
E engraçado como se substima as pessoas so pelo aspecto, que apenas era de quem tinha vindo da praia e mesmo assim tinhamos roupas de marca Hihihihi!
E para alem de termos sidos descriminados e mal atendidos ainda tivemos de levar com a empregada que nem portuguesa era e que nem sequer entendia o que pretendiamos consumir! Com um atendimento destes no nosso proprio pais e caso para dizer que mais vale ir ao Algarve que ao menos la ja sabemos que se nao soubermos falar ingles nem sequer conseguimos comer!
Mas nada disto me espanta e ate me convence cada vez mais que podemos andar bem vestidos e nao ter um tostao no bolso, mas somos uns senhores, é o que da sermos um pais de etiquetas, mas ali ate se esqueceram de pensar que poderiam estar sentados aquela mesa doutores e empresarios o que por acaso ate era verdade para a metade das pessoas do grupo!
Este e o pais onde vivemos, mas felizmente que existem outros sitios onde somos muito bem servidos e atendidos e com lugar privado na rua e tudo!Deixo aqui os meus parabens para o restaurante "A Papinha" que foi quem nos salvou deste episodio no final disto tudo com umas belas saladas (polvo,chocos,ovas e outros petiscos mais)que nos encheram a barriguinha e que no fim ate pagamos bem barato.
Tenho dito! E aquela marisqueira nunca mais volto!Hihihihi!
N.G.

L. K. 21 de setembro de 2009 às 13:27  

Olá Lorenzo,

garanto-te que não houve o fenomeno acção-reacção ou qualquer relação de causa-efeito, como poderás observar no post que há-de seguir.
Por norma tento ter tolerância máxima com os empregados de mesa/ balcão/ recepção, e afins porque trabalhei num bar algum tempo e sei que por alguma razão a maioria dos clientes quando entra num espaço comercial está convencido que "o cliente tem sempre razão" o que lhe permite uma boa dose de estupidez e falta de educação face à pessoa que está ali para o servir...mas que não é seu escravo ou serviçal. No entanto a minha tolerância tem limites quando eu tento ignorar todos os sinais de rudeza e este ignorar passa a ser tomado como um sinal de fraqueza, o que me "transforma" num ser tão ignóbil como aquele que tentava contrariar...sei que não é correcto maas que te diga: faz parte das minhas qualidades em fase de melhoria ;)

L. K. 21 de setembro de 2009 às 13:30  

N.G.,

a ti nem preciso de te responder: estiveste presente, identificas-te vivencialmente com a experiência e conheço e reconheço a tua opinião face ao espaço e pessoas em questão. E sem duvida, as pessoas julgam pelas aparências. Fiquem com as delas que eu fico com as minhas. Aliás se há coisa que não me falta é sitios onde gastar dinheiro ;)

beijos

Me 21 de setembro de 2009 às 20:48  

Oh pobre de mim que só posso comentar à noite (duranteo dia, no trabalho não posso... malditas firewalls, pá... não me dão acesso ao blogger. mas eu arranjei forma de contornar a coisa).

Bem, antes de mais, welcome back.
Depois de mais, se há coisa que detesto é não meterem toalha na mesa porque acham que o pessoal come com os pés ou coisa do género.
Há gentinha por todo o lado, mas assim, num serviço "público", não devia haver.

Quanto a mim, quanto mais "xunga" estiver, mais prazer me dá deixá-los na dúvida do tamanho do saldo do mb... mas, ao que parece, desta vez,não havia mb que vos valesse.

Restaurante riscado do mapa!!!

Ahh... não sei se já tinha dito...
WELCOME BACK PORRA!!!
:)

L. K. 21 de setembro de 2009 às 23:33  

Allô Me, obrigado pelas boas vindas e retribuo em grande ;)

Agora trocámos, por assim dizer, tenho eu net livre no work mas falta-me a concentração/inspiração :/


Concordo em absoluto, se há coisa que me dá prazer é a falsa humildade de singeleza no vestir para que tenham de me "estudar" a sério ...lololol...gosto dos olhos esbugalhados após infirmação de estereotipo...Cambada de ridiculos e essa da toalha também têm muito que se lhe diga: tipo consideração pelo cliente e receptividade ao outro.


relativamente à indumentaria sou mais fã do chunga chique ou do beto alternativo :P

beijos e wellcome back too ;)

Me 22 de setembro de 2009 às 00:17  

O que eu não entendo é como é que ainda hoje se deixam reger por essas coisas.
Os únicos sitios onde não disciminam assim são os caros - esses sabem que tens depelo menos ter dinheiro para a conta, independentemente do vesturário.
Ehhh... elitistas!!!

Agora tens net livre?!?!!?!
ARAGHAGR!!! Pois, eu não.
Comentários durante o dia, só mesmo no meu... Oh tristeza.

E chega dessa coisa de um mês de férias...
:)

Anónimo,  25 de agosto de 2010 às 15:28  

Estive a ler o registo da V. experiência e gostaria de perceber exactamente o que se passou.
Coneço bem a zona e os estabelecimentos de restauração, mas é sempre bom saber dessas peripécias.
Se puderem ser mais detalhados nos pormenores da "humilhação" e "descriminação" saciavam a minha curiosidade.

Já agora, na última vez que andei por essas bandas passei por um "contentor" identificado como Posto de informação turistica e passou-se exactamente o contrário: de desagradável só tem o espaço fisico! Fomos atendidos por uma senhora muito simpática e conhecedora do meio e deu-nos óptimas sugestões de locais para fazer uma refeição.

Na próxima passem por lá em vez de irem à aventura.

Cumprimentos.

Estela

Anónimo,  25 de agosto de 2010 às 15:46  

Olá:
Estava a fazer pesquisa de informação sobre a zona em causa e vi o V. comentário.
Tenho que concordar que a Comporta, Carvalhal e Pego transformam-se todos os anos, no Verão, em verdadeiras "Feiras de Vaidades", que se não fossem ridiculas até faziam sorrir.

É uma pena, mas também é uma merda de trabalho do Municipio de Grândola, de Álcacer do Sal e da Herdade da Comporta.

Lamento a V. experiência desagradável.

Já agora, concordo inteiramente com a Estela em relação ao atendimento no Posto de informação turistica.
Já lá encontrei várias pessoas a trabalhar. Fazem os impossiveis. Recebem bem e sâo simpáticas, mas temos que reconhecer que trabalham em e com péssimas condições e ao que parece está em perspectiva a construção de uma "cabana de colmo" tradicional para o efeito, não se sabe bem quando.

Temos esperança ( e quem ouvir o presidente do municipio de Grândola não tem dúvidas.
O homem tem cá um discurso! Passar à practica é que sabe-se lá quando!)

Joaquim Santos

L. K. 27 de agosto de 2010 às 10:22  

Bom dia, Estela

o que se passou exactamente é que fomos desconfirmados, nada mais. Não houve qualquer falta de educação de parte a parte, se considerar que a desconfirmação do outro não o é. A indelicadeza, a falta de empatia e pormenores injustos, como colocarem toalha de mesa a quem chegou depois e foi servido primeiro, são suficientes para me sentir incomodada, o que aliado à surdez e amnésia de quem nos servia ditou a minha opinião e de quem comigo estava.

No entanto, não sendo fundamentalista, aconselho que experimente e tire as suas próprias conclusões. Não ficarei admirada se concluir, exactamente, o inverso :)

Conheço a zona razoavelmente e esta ida ao dito restaurante não foi uma ida à aventura, foi somente, uma mudança de hábitos, e reconheço que me influênciou a aparência rústica e clean do espaço externo, porque normalmente frequento os restaurantes de praia, onde nada tenho a assinalar.

Nunca reparei no dito contentor mas agradeço a sua sugestão, pois é bastante útil :)

Obrigado pelo comentário :)

L. K. 27 de agosto de 2010 às 10:41  

Bom dia, Joaquim

agradeço o seu comentário e concordo: cada vez mais aquela zona se torna uma feira de vaidades em mau. O que é de lamentar, uma vez, que é uma das zonas mais rústicas e bonitas do país, em minha opinião, claro :)

Como referi anteriormente à Estela, é positivo saber que existe um posto de informações na área, que apesar do aspecto, presta um serviço de qualidade. O que nos remete para a questão das aparências iludirem :)

Anónimo,  3 de setembro de 2010 às 16:18  

Obrigado pelos esclarecimentos.
reconheço que situações como as que descreve acontecem com demasiada frequência, por todo o País.
Compete-nos a todos não as admitir.
A atitude generalizada do "pago, mas nunca mais volto!" não é suficiente.
Pela parte que me toca costumo levantar-me e falar com alguém com responsabilidade na gestão do estabelecimento.
algumas vezes resolve, outras não.
Considero, no entanto, que é importante manter uma posição firme em relação a essas matérias, embora, na maior parte dos casos, tudo isso se resuma a uma profunda falta de educação, o que complica o diálogo.

Cumprimentos

Estela

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