Dias de 24h que parecem 48h.
Estou de volta ao activo no terreno. Apesar de ainda não ter sido superado o percalço do regime pro bono, resolvi que não dava para adiar mais, não em consideração aos superiores mas sim aos inferiores, sendo este termo aqui utilizado não como pejorativo.
Acordei cedissimo, mentalizada que iria recomeçar a senda e me exigia trabalho na ordem dos 100%. Planifiquei e organizei o dia antecipadamente para que não houvessem falhas em nada do que de mim depende-se. Assim foi, eram 8h da manhã e ai vou eu motivada e carregada de energias positivas. Às 9h estaria a recolher material junto dos parceiros, marcaria as reuniões que necessita-se e às 10h sentaria o cu na cadeira dando inicio ao programado para hoje. Horas meticulosamente estipuladas de modo a realizar um trabalho sério e rentável, física e emocionalmente, para mim e para os outros.
Chegada ao local de trabalho às 8h45, ainda dava tempo para a cafezada matutina e sem a qual tenho dificuldades em pensar, falar ou reagir seja ao que for. Abarbatada logo no café. A primeira parte desapareceu e às 9h já estava sentada no trono (?!?). Sem saber como ou porquê a noticia de eu estar presente espalhou-se como se de um rastilho de pólvora se trata-se. Eram 14h ainda não me tinha mexido daquele sitio nem para mijar, as senhoras simpáticas do bar apercebendo-se que eu não conseguia sair dali levaram-me o almoço que comi em garfadas sôfregas porque o tempo estava a passar e aguardava outra pessoa. Eram 14h50 e pensei "-tenho 10minutos para café, cigarrada e reset no cérebro" - corri para o café mais próximo, mais que o café e o cigarro, desejava ardentemente aqueles 5 minutos de sossego: nada pensar, nada fazer. Não foi o que aconteceu. Chegada ao café, vindas não sei de onde, fui cercada por três pessoas que necessitavam urgentemente de falar comigo (?!?) e me tinham visto sair. Dei comigo em solilóquio e a pensar que sendo a pessoa mais procurada daquele local, já nem conseguia perceber se era bom ou mau. Uma parte de mim fica enaltecida - o reconhecimento. O resto da tarde foi igual à manhã: enlouquecido e enlouquecedor, levando a questionar-me enquanto profissional - capacidades humanas e técnicas, prometi 100% e arrancaram-me 200%. O que mais desejo é o som do silêncio, a agitação do sofá e babar-me, enquanto recarrego as energias positivas - amanhã volto a precisar delas. Sinto-me esmagada.
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