segunda-feira, 12 de julho de 2010

Sentia-se impotente contra o mundo. Havia perdido algures, o que mais estimava, o que o caracterizava: a sua Fé. Duvidava-se e duvidava, pior, entre as dúvidas e a descrença que o assolavam, todos os dias, pedia a Deus que o iluminasse, que lhe desse um sinal. Contra tempestades, mares e tormentas nunca se tinha sentido tão perdido e desamparado até como aquela altura. Não se havia passado nada na sua vida que activasse tamanho desolamento. A sua vida não tinha sofrido alterações de qualquer tipo, pelo contrário: tinha casa de campo, praia e cidade, o emprego que adorava, onde via o sucesso ser-lhe reconhecido, estava casado com uma mulher que o amava à exaustão e que ele sempre vira como a mãe dos seus filhos. Não percebia de onde surgiam todas estas dúvidas. A sua mulher paciente, como sempre, amparava-o e dava-lhe espaço. Ele mentia-lhe: "problemas no trabalho..." Ela sabia-o mas ignorava e caminhava a seu lado. Filhos. Talvez fosse o que estava em falta. Ela ia adorar a ideia de terem um filho. Há muito que indirectamente lho sugeria.


Sempre se tinha sentido egoísta para ter um filho. Precisava-a apenas para si ... mas agora ... talvez lhe desse o espaço que precisava para se resolver. Se tivessem amigos ... ou ela uma amiga ... não sabia. Precisava descobrir e depressa.



Pediu a Deus um sinal e capacidade para reconhecer esse sinal.

Pensava que tinha tudo o que sempre desejara e agora a única coisa que lhe era garantida, havia perdido, sem se dar conta.



1 comentários:

Trabalhador das Obras 14 de julho de 2010 às 11:46  

Olá Liz...

Escrevi-lhe, a propósito deste post!

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