Desde o ano passado que não paro com as mudanças, umas melhores outras menos más, no fundo sair da zona de conforto. Confesso-me: ando a precisar de alguma estabilidade, alguma constância. Sei que nada é permanente ou imutável, tudo é evolutivo mas preciso de paz, de respirar e ganhar fôlego - sinto-me de gatas há demasiado tempo, precisava de me erguer e caminhar.
estou novamente em fase de transição, no meio de mudanças profundas que me deixam apreensiva, não me dão qualquer perspectiva positiva de projecção no futuro. sei que nesta fase tenho o raciocínio enviesado, sei que ainda não elaborei e também sei que o hei-de fazer.
Às vezes sinto-me ingrata, filha de um Deus menor, que me ampara para que eu não esfole o queixo até ao osso mas que não me deixa sair do limbo, que me pede constantemente que Acredite nele e siga em frente, que sacuda o pó, limpe os joelhos e esboce um sorriso. São inúmeras as conquistas permitidas mas tal é o preço do Carma que estou sempre em divida, estou sempre a trepar arame farpado e quando alcanço estou exausta e falta-me a força do regozijo, falta-me a entrega prazeirosa e vitoriosa.
Nunca pedi nada de "mão beijada", tenho, até, sérias dificuldades em receber, sou daquelas pessoas que é bem melhor a dar e a partilhar, sou daqueles seres que acha sempre que "quando a esmola é grande o pobre desconfia", claro que sei de onde vem este mecanismo de defesa - demasiados anos a conviver com uma pessoa que me cobrava tudo e mais alguma coisa, que tentava dominar a minha vida materialmente - ficou o núcleo persecutório que aliado a um certo orgulho mesquinho não ajuda. Será que é o que tenho de restaurar em mim? Será que tenho de me dar e receber de braços abertos e sorriso na cara? Acredito que sim, pois só assim a energia circula e não fica presa - dar e receber.
Estou cansada de mudanças, estou cansada de não estar descansada, preciso de alguma paz, de tranquilidade, de construção, de um caminhar lento, seguro e confiante, preciso de me sentir, de sentir, de me reconstruir numa versão light e despreocupada. Pensei que seria diferente desta vez, confiei, investi - foi o que quis Acreditar ou talvez o que precisava - um bom julgador por si se julga. Já percebi que as expectativas estavam altas e que sonhava acordada - não há chão, sinto-me insegura. Qualquer dia sofro de alexitimia e nesse dia as coisas e as pessoas passam por mim e eu por elas e ser-me-ão totalmente indiferentes. Aguardo ansiosamente esse dia - a idade do gelo.
Os meus Pilares estão caídos ou tombados, todos, os tempos que se avizinham são de luta, de lágrimas e incertezas. Confesso-me: estou há demasiado tempo entre batalhas e guerras sem pausas - não sei se vou aguentar (me).
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