terça-feira, 7 de junho de 2011

Um tempo que não conheci.

Tenho saudades de um tempo que não conheci. Um tempo que não vivi. Nesse tempo que me é alheio tudo era simples e simplista. Tristeza era estar triste e alegria era, apenas, estar alegre - ambos simples, complementares e necessários. Ambos vividos sem pressas, sem porquês - simples. Tenho saudades de um tempo previsível, cuja antecipação era fácil: primavera, verão, outono e inverno - simples. Nesse tempo que não conheci, tudo era perfeito, construído na imperfeição de calma e sapiência - eu era paciente, em harmonia - confiava no amanhã e naqueles que lá residiam. Era um tempo puro, equilibrado, povoado de verdade e de verdadeiros - nesse tempo que não vivi - chorei de alegria e ri de tristeza, amei de prazer, odiei de paixão, entreguei-me sem medos e construí-me frente às provações, que apenas nos unificavam. Nesse tempo que não conheci, um tempo que não vivi mas que sei que me sentia segura, e essa era a perfeição singela de quem vive, de quem Acredita - simples. Esse tempo desconhecido que me é saudoso, mostrava que as incertezas são as imperfeições harmoniosas e equilibradas de quem se partilha num desiquilibrio equitativo de sentimentos contraditórios mas complementares - simples.

4 comentários:

Fernando K. Montenegro 15 de junho de 2011 às 11:32  

Bem, se não conheceste, como falas assim dele?

L. K. 15 de junho de 2011 às 11:51  

Falo assim porque é meu delirio sentir que se tivesse vivido na decada de 60, a vida no Portugal profundo, seria assim e eu seria simples, tal como o tempo que me circundava: ritmado, paciente e seguro :)

Fernando K. Montenegro 15 de junho de 2011 às 12:05  

Esclarecido! :)

Mas a mim pareces-me assim: ritmada, paciente e segura.

Talvez fora de tempo, também.

L. K. 15 de junho de 2011 às 13:15  

e até sou ritmada, paciente e segura ... faço é picos de humor que condicionam a percepção espácio-temporal :D

"Talvez fora de tempo, também." (?!?)

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