domingo, 6 de fevereiro de 2011

Afortunada.

Profissionalmente já atravessei vários contextos em várias fases da minha vida e em várias idades. Comecei a trabalhar com 14 anos e não me caiu nenhum braço ou perna ou outra qualquer coisa que me diminuisse. Antes pelo contrário, aprendi cedo o valor de sermos úteis, de termos a responsabilidade de executar um qualquer serviço, de os outros contarem connosco e mais importante: o valor do dinheiro. Lembro-me que quando recebi o meu primeiro ordenado me senti a pessoa mais afortunada do mundo, aqueles trocos davam a ideia de uma certa independência. Comparativamente aos meus amigos eu já não tinha de justificar a minha mesada e o porquê de na primeira semana já não ter dinheiro: era autonomamente gestora da minha vida financeira - pensava.
Trabalhar fez-me crescer de uma forma que a escola, por si só, não faz. O mais difícil, talvez seja, aprender a gerir as diferentes maneiras de estar e ser das pessoas que nos rodeiam e connosco constituem uma equipa de trabalho. Com umas consegui atingir esse objectivo, com outras não, mas nunca mais esqueci o que me disseram e que ainda hoje uso: "Não tens de gostar de toda a gente, tens apenas, de respeitar."
Ao longo de todos estes anos tive o prazer de me cruzar com pessoas excepcionais e outras nem tanto. Guardo algumas relações que extrapolaram o plano profissional e se mantêm, até hoje, no plano pessoal. Todas essas pessoas têm em comum o facto de as admirar de alguma maneira, de terem dividido processos importantes na minha vida ou apenas de terem partilhado fases em que ajudaram a suster-me à tona de água - ainda que não o soubessem.
Onde estou, actualmente, tenho tido o privilégio de trabalhar com profissionais de excelência, com seres humanos excepcionais, primando todas pela diversidade de ser, fazer e estar. Tive a sorte de com algumas dessas pessoas encontrar complementariedade assente num respeito de saber estar e saber fazer. Hoje, apetece-me dizer-lhes que sou uma afortunada por terem cruzado a minha vida e cada uma, com a sua unicicidade, acrescentou-me como pessoa e profissional.
A todas(os) um grande obrigada por este processo de construção assente na diferença, no respeito e entre ajuda. Os dias ficam um bocadinho mais fáceis, os meses mais curtos e as horas menos "marcantes".

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