Dispersos V
Sempre defendi que não ficamos impunes, por vezes, a justiça não chega quando a precisávamos para sarar o Ego mas sim quando estamos confortavelmente distantes e as feridas estão saradas. Não me regozijo com os desaires de outros, sinceramente, não tem interesse para me provocar qualquer tipo de reacção.
Andei anos a ouvir a expressão: "quando é que será que a minha vida começa" ... finalmente começou. Esse começo deixa-me contente e orgulhosa de o partilhar mas também incrementa a minha Fé, anulando qualquer dúvida que insista em me assaltar. Não sou de me alegrar com os fracassos dos outros, pois isso torna toda a convivência penosa: sofremos com quem gostamos e quando somos impotentes para ser ou ajudar na solução resta-nos estar. Por outro lado, os seus sucessos e conquistas motivam-me a lutar, dizem-me que é possível, dizem-me que as coisas surgem quando menos as esperamos e mostram que ainda há pessoas felizes, mesmo que para alcançarem esse estado tenha havido provação.
Há minha volta as pessoas encontram-se, resolvem-se e encontram o seu lugar, em si e no mundo. Alegra-me pertencer ao seu circulo e com eles poder partilhar o estado de graça. Funciona como um motor de arranque numa fase em que ando exausta mas satisfeita. Desviei-me das minhas prioridades, adiei os objectivos estabelecidos em prole de novas descobertas. Não sendo um às no que toca a mudanças, resolvi, ajudar a minha e estou a adorar.
Talvez esta seja uma altura em que necessite de estar assoberbada, quando decidi que não ia acontecer e me deixei arrastar. Não, ninguém me obrigou ou sequer sugeriu, apenas surgiu a oportunidade e senti vontade de voltar a desafiar-me. Apetecia-me ter tempo para desfrutar do que faço mas também de mim. Ainda não sei como o fazer mas sei, que não quero ser aquela pessoa que "agarra" tudo o que lhe aparece pelo gozo da experiência e a satisfação de competir comigo própria.
Até hoje todas as acções tem tido uma reacção e consequências associadas, umas boas, outras más, como tudo o mais na vida. Se um lado sente que tem abdicado e deixado passar o melhor do meu eu, que não o tenho explorado da maneira correcta, outro sente que não. Admito que existem coisas para as quais ainda não encontrei o padrão de funcionamento de modo a poder quebrá-lo, se sentir que é isso o correcto. Mas será que o devo quebrar? Será que é defeituoso o meu estar e o meu ser?
Quem sabe não é este ano que procuro ajuda psiquiátrica, sinto que só me fará bem: preciso de sair do labirinto do Minotauro e parece que sozinha não consigo, preciso de ajuda.
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