segunda-feira, 30 de maio de 2011

Divagando ...

Ontem em amena cavaqueira, em que se divagava sobre os desiquilibrios emocionais, em que se ponderava a utilidade de ser racional ou emocional, descobri que pelos vistos o coração também tem neurónios (?!?), o que podem ler AQUI. Esta informação provocou-me alguma desilusão: Bolas, os neurónios da cabeça ainda me explicaram como "domesticá-los", agora os do coração não estou a perceber como é que isso se faz (?!?) Então se re-educo os meus neurónios cerebrais e a informação veiculada pelos do coração é contrária e auto-suficiente, como é que fico? Então e se os mesmos não obedecem a nenhum racionalismo? Sinceramente não apreciei a informação, claro que sei que estou em delírio de hipérbole ao acreditar que os neurónios do coração são os mentores de uma inteligência emocional, que não se tem revelado lá muito inteligente (?!?) diga-se de passagem.

Como é que racionalmente se ajuda alguém que vive um dilema de certo ou desejado? Como nos resolvemos quando as necessidades são variadas e não estão satisfeitas, criando uma instabilidade que nos afecta a todos os níveis? Não sei. Não consigo assimilar ou imaginar o sofrimento interno causado por tal situação. O tempo passa e as coisas não ficam mais fáceis, ou mais explicitas, antes pelo contrário: aumentam as frustrações, os obstáculos e as pessoas envolvidas e eu ... fico ao lado, de pedra e cal, qual pilar que (tenta) suster a estrutura de pé e funcional mas falta-me a capacidade de resolução, começa a faltar-me a capacidade de apresentar hipóteses que aliviem o sofrimento. Resta-me estar. Estou. Venha o que vier.


Será que o nosso pensamento é o leme dos nossos sonhos ou será exactamente o contrário? Começo a ponderar que existe um enviesamento no ser, que nos "impingem" uma vida idealizada cheia de certos e correctos, a ideia errónea que temos de correr atrás, de lutar, de brigar pelo que queremos ... acho que já não acredito nisso. Tudo o que de menos bom me aconteceu na vida, não tive de mexer um músculo para que me acertasse "no meio da testa", não programei, não projectei, não corri atrás ... nada ... e fiquei prostrada sem perceber muito bem o quê? Como? e Porquê ... então, para que as coisas boas "me acertem", também não tenho de fazer grande esforço: apenas sentir, ouvir (me) e, então, agir de acordo com isso. Deixar-me ir e receber, sem forçar, sem duvidar ou fugir ... apenas receber e agradece-lo.

Será assim tão fácil? Não me parece.

Não há mapa, enciclopédia ou placas que nos digam que este ou aquele é o caminho correcto ... ou pelo menos o certo. Não há posto de controlo ou sequer postos intermédios que nos permitam passar à fase seguinte, com a certeza de que aquela etapa está cumprida. Talvez se fossemos uma espécie de estafetas, que recolhessemos artefactos ao longo do percurso com indicações de qual o próximo ponto de passagem, tudo isto fosse bastante mais linear e explicito.

A vida deveria ser uma espécie de Peddy-paper em que sofreríamos ao longo do percurso, teríamos dúvidas, avanços e recuos mas também a certeza que, quando encontrássemos o próximo posto de controlo estaríamos no percurso certo. Próximo da meta.


O pior (ou melhor) é que acredito que a vida já é um Peddy-paper, só não sei interpretar os sinais: demasiado conhecimento, demasiada informação, demasiados temores, demasiados "ses" ... Oh Foda-se! 'Tou toda baralhada (?!?)

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quarta-feira, 25 de maio de 2011

Crescer

O espelho devolve não se preocupa em corresponder às expectativas de quem o mira.



Cruzámo-nos por mero acaso. Não existem coincidências. Hoje senti. O início não foi fácil, houve a necessidade de sérios ajustes de modo a realizarmos um trabalho consistente e de resultados positivos. Conseguimos. Disse-lhe algumas vezes, ao longo destes anos, que a fórmula funcionou por ser expôntanea: feitios e modos de trabalhar que pensámos colidirem, afinal podiam ser complementares e elevarmos o nosso trabalho a outro nível. Admiro a sua forma de estar e a sua plasticidade mental. Aprendi imenso e Agradeço. Sei que também ensinei. Partilhei-me.


Curiosamente, eu - hiperracional - irritava-me com as suas questões: Que mania de questionar todas as hipóteses que eu colocava, que aborrecida ao confrontar-me continuamente com as justificações das minhas decisões em termos de trabalho. Não sei - respondia - é uma coisa que sinto. Com o passar do tempo passou a respeitar-me no meu raciocínio ilógico e atitudes algo polémicas perante determinadas situações. Abri e deixei que entrasse um bocadinho naquilo que penso ser, ou no registo que me habituei a ter. Um sem número de "coincidências" surgiram e um dia deitou tudo o quer era conhecido para o lixo. Partiu. Com ela levou a vontade de mudança e a necessidade de absorver. Dois meses, só, a deambular do outro lado do mundo.

Reencontrámo-nos hoje. A sua bagagem veio carregada de uma grande leveza. Percebeu a diferença entre o compreender, o perceber, o aceitar e o Sentir, o integrar em nós - ser parte de nós.


A sua experiência, o seu discurso, abriu nova porta: ainda necessito de evoluir mais, de me libertar mais. Perder o medo - Saltar no vácuo e deixar que o vento sopre debaixo das minhas asas dando-me uma rota, que provavelmente não será a que penso necessitar mas sim a que me faz falta. Falou-me do tempo: o tempo interno, racional e mesquinho de quem vive de causa- efeito e o tempo dos outros, daqueles que sabem que a vida tem mais imaginação do que nós. Falou-me do receber. Iludidos os que apregoam que é difícil dar, que exige partilha e não egoísmo. Erro. Quão doloroso é saber receber, ter a capacidade de receber: estar disponível para esse receber com a plena confiança que existem coisas para as quais não existe a "troca justa". A troca é apenas sentir o que nos é dado, integrá-lo sem antecipar o retorno, vivê-lo sem esperar qualquer troco - dado ou recebido. Ausência de expectativas positivas ou negativas. Perder, largar - abandonar - a noção errónea de auto-suficiência e Receber, apenas isso - RECEBER.


Difícil ? Dantesco.

Aprendo.

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segunda-feira, 16 de maio de 2011

É sempre mágico.



É sempre a primeira vez. A magia, a mística do lugar inicia-se com a viagem. Não é a primeira vez que aqui tento descrever o que me faz sentir e, sempre, fica aquém do meu coração.

Ontem regressei, e como de todas as outras vezes, a sensação é crescente e emergente: não me importa acordar cedo, fico com uma ansiedade de criança. Um formigueiro de êxtase, de expectativas, um arrebatamento de espírito que não sei, não consigo transformar em palavras. À chegada tenho sempre a mesma sensação de beleza e incredulidade, algo tão simples e banal, tão corriqueiro para mim e no entanto, as primeiras passadas na areia, a brisa que me afaga a pele e sinto-me elevar-me, deliciosamente abraçada por uma aura de luz e paz. É isso. Sinto uma paz interior, uma leveza em que tudo faz sentido, como se me transportasse para outro Universo ou melhor, como se de algum modo, ficasse em perfeita sintonia com as energias cósmicas.

Nunca me aconteceu ali nada digno de relevância: nem memórias boas, nem más. Apenas eu. A ligação que tenho, talvez a abertura que me permito, ou a capacidade do espaço de me fazer ser eu, sem um superego castrador e hiperpensante. Não sei. Extrai o melhor de mim: olho para aquela imensidão e sou invadida por uma enorme vontade de chorar, são lágrimas de alegria, de agradecimento e de me sentir tão abençoada. Perdida em mim, avanço e é se como só eu existisse, o mar está calmo. Paz. Molho os pés, que sinto como uma caricia que me convida a arriscar. Sussurra-me que não preciso ter medo, basta desligar-me e entregar-me. Faço-o. Sorriu e entrego-me. Plena energia. Está tudo bem, sente-te e ouve-te. Está tudo bem. Assim faço. Despeço-me num até já e caminho lentamente na areia. Quero que este momento dure para sempre. O sal ficou colado à minha pele. Sinto-o e gosto-o: a pele salgada, limpa, pura e protegida. Admiro-o, presto-lhe homenagem pelo bem que me faz sentir e divago, enquanto no silêncio da alma vazia aguardo que o sol se ponha e me arrebate em mais um momento único.

Ali, é sempre a primeira vez. O encantamento não o sei explicar mas tudo é mágico, tudo é simples. E de todas as vezes fico siderada com o efeito, racionalizo e convenço-me que o fascínio é agregar o melhor de dois mundos.

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sábado, 14 de maio de 2011

Sui Generis

Existem pessoas, horas, dias e meses que apenas convivendo e vendo, é possível perceber... senão parece uma alegoria: confabulação ... Valha-me a Santa !!!








Acho que toda a minha existência é Sui Generis - guião de filme de Hollywood de Serie B. (Grande merda!!!)








Não consigo explicitar os sentimentos que surgem nestas alturas: reuniões familiares intensas e peculiares de um Clã reduzido, em vias de extinção.


Não pela qualidade mas pela quantidade.


Quando os admiro, enquanto observador externo, fico sempre com um amargo de "Ultimo dos Moicanos"... sem nunca nenhum se ter afastado mais que 500m.


Como podemos ser tão poucos e tão estranhos. Seres peculiares indiferentes ao veneno alheio: fará bem ... fará mal ... não sei. Também não fui habituada a preocupar-me com a mesquinhez. Talvez devessem importar-se mais com o que acontece no momento presente ... talvez não. Não sei ... não compreendo e ... sinceramente, não me parece que alguma vez vá compreender.



Nesta casa a expontaneadade vale para o bem e para o mal: quando estamos bem é para todos e quando estamos mal ... também é para todos.







É assim, de nada vale argumentar ou justificar. Pertenço a um núcleo familiar desorganizado, destabilizado e patológico ... no entanto ... contentor e seguro.




Eu não faria sentido em nenhum outro lugar.




Preciso cortar o cordão umbilical ... Valha-me a Santa !!!

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