"O Fado é que Induca e o Vinho é que Instrói"
Este sábado encerrámos a temporada. Há imenso tempo que não dedicava tanto tempo a um hobby que sempre me foi terapêutico. Naquele palco exorcizo-me, limpo os fantasmas do sótão e deixo-me ir. Algumas das minhas melhores noites nasceram de feridas que me impediam de verbalizar o que sentia e como o sentia, mas quando o pano abria e não era eu que ali estava mas um outro alguém que estava emprestado na minha pele, tudo ficava simples e as lágrimas caiam sem esforço. Quantas personagens, ao longo dos anos, me emprestaram as suas vidas para que eu me psicanalisasse da melhor forma que podia e sabia. Resultou tantas quantas falhou. Equilíbrio. O que não exorcizei em palco, fi-lo em copos e risos de comemorações pós-cena.
O palco vai de férias. O fado é a melhor educação que podemos ter, quando o deixamos irromper à desgarrada ... mas até para vivermos o nosso fado, de quando em vez, necessitamos de domesticar o nosso superego, esse Juiz castrador, que me usa e abusa, para tal nada melhor que o vinho para o instruir nas benesses de apenas: ser.
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