sábado, 19 de março de 2011

Saber quando devemos parar ...




... não é tarefa simplista ou casual. Não existe um alarme que toque, uma cor que mude ou um sistema interno de alerta. Então como é que se para? Como é que se pára tudo em nós de forma a podermos inverter o sentido que levávamos como certo?
Não é um processo impossível mas também não tem nada de fácil, descomplicado ou rápido. Pode dizer-se que é mais uma viagem tipo A.A.: Um dia de cada vez.
É tão mais fácil queixarmo-nos e mantermo-nos numa zona de conforto onde os "certos" são todos nossos e os "errados" de todos os outros. É tão linear e facilitador de uma falsa tranquilidade atribuirmos culpas ao exterior e a quem nele habita mas será que as dúvidas desaparecem?
Queremos sempre muito mais e muito melhor, na persecução do sonhado esquecemos de olhar para o que temos entre mãos ou a nosso lado. Esquecemos de apreciar e valorizar o quanto já conquistámos, o quanto somos e quão espantosa tem sido a viagem. Provavelmente tivemos "amargos de boca", algumas vezes desiludimo-nos, outras magoamo-nos e outras ainda deixámos que algo em nós morresse. De todas as vezes que houve um revés no nosso caminho, pergunto-me, quantas parámos para assimilar o que verdadeiramente aconteceu? Quantas vezes nos demos tempo para aceitar o que nos estava a acontecer, para reconhecer o chão daquele caminho? A maioria de nós nem uma vez o fez. Continuamos, esforçamo-nos mais, lutamos, resistimos ao que nos magoa, ao que nos entristece ou ao que consideramos ser "um atraso" nos nossos projectos, sonhos ou planos. Nesta viagem, sem áreas de serviço onde se possa relaxar, vamos aumentando o vazio, o buraco no peito e a solidão acompanhada. Para os combatermos lutamos cada vez mais e a cada nova batalha nos questionamos "se a nossa vida será sempre assim?". Provavelmente será, se não tivermos a capacidade de apreciar a madrugada, um dia de sol ou o "nada" do momento. Provavelmente será, se apenas nos focarmos nos entraves que tivermos, no que não alcançamos, no que perdemos ou no que nos magoámos, sem nunca perdermos um minuto para perceber e aceitar que apesar de todos os contratempos, nos entretantos, tivemos, vivemos e conhecemos coisas únicas e raras que nos proporcionaram verdadeiros momentos de alegria e felicidade ... se lhes tivéssemos prestado atenção.

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