terça-feira, 17 de novembro de 2009

Tic Tac

Pausa..tic tac..inspira..expira...tic tac...o tempo marcado a compasso...tic tac..respira...sente...tic tac..sentes-me. Sentes.te...o ponteiro, autónomo, exige vida própria...tic tac...as ondas cadenciadas enrolam-se suavemente nos meus pés...tic tac...não me apercebo, caminho, não sinto...caminho. Molho os lábios. Salgado o gesto e no entanto tão doce. Sensação de voar...ausência de peso...Paz e... o som, aquele som...tic tac...desfasamento. Alheamento do real, uma espécie de atordoamento impulsionador do ser...tic tac...na areia um rasto, pegadas desencontradas. Uma outra pessoa, um outro tempo, uma outra vida...tic tac...sensação de poros abertos. Receptivos. Ávidos. O sangue corre nas veias, numa viagem similar a um formigueiro agridoce...tic tac...dói...tic tac...não dói...o deserto amado, a terra...o cheiro a molhado cola-se na pele, sobressaindo os instintos...tica tac...palco de vida...tic tac...palco de morte. Um querer mais de apenas querer. Sangue, ar, desejo e pele, confundem-se misturando-se numa vontade que se ergue dos recônditos da alma...tic tac...quente este dia. Lento. Acelerado o consciente. O inconsciente. Lentificado o relógio...tic tac...uma ansiedade de quem se sabe pronto. Receber. tic tac...Dar...tic tac...acelero o passo...tic tac...ouço o meu coração...tic tac... próxima...tic tac...

3 comentários:

Me 17 de novembro de 2009 às 23:09  

O teu melhor post até hoje.

Me 18 de novembro de 2009 às 22:03  

E isso lá se agradece???
Oh-oh.

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