Coisas ...
"Por mais que tente não consigo retirar prazer de qualquer actividade ou companhia, parece que estou morta por dentro. Tudo na minha vida é um esforço, uma luta, uma batalha, uma guerra, que às vezes ganho no ultimo minuto outras perco e fico gravemente ferida. Disseram-me que tinha de me esforçar mais, como posso faze-lo se não tenho forças?
Se pudesse deitava-me e nunca mais me levantava. Estou presa numa prisão de grades invisíveis, não sei sair, não consigo sair, não sei se quero sair. E depois fazia o quê? Quando nada sei fazer. Talvez seja uma depressão ou talvez seja apenas a vida. Chamam-me exigente e obstinada. Talvez tenham razão ou talvez seja apenas esconder-me à vista de todos. Devo afastar-me do que quero pois posso querer apenas para não ter de lidar comigo, e esta dor que me castra e destrói. Talvez. Se no fim de lidar comigo ainda quiser é porque realmente quero ... confuso? Também achei. Não existem formulas mágicas apenas pilulas mágicas que adormecem o ser. Não tenho paciência para os teus lamurios, não tenho paciência para quem não quer ouvir, para quem se assume como estando mal mas nada quer mudar, porque no fundo, no fundo, gosta de ser assim - mesmo pela negativa consegue a atenção do outro, a sua pena, e desculpabilização - lamento mas não tenho paciência. Na verdade já não tenho paciência para nada, nem para mim. labirinto do Minotauro, fio de Ariana partido, voltas e mais voltas, padrões reconhecíveis, irreconhecíveis, mutáveis e imutáveis, haja conhecimento, vontade e perseverança. Não precisas de ouvir. Não precisas de ficar. Nenhuma amizade sobrevive a tanta catástrofe. Aconteceram-me coisas boas no meio do Tsunami, não te nego a razão, apenas não as consigo recordar. Chamas-lhe fatalismo e ter pena de mim própria. Talvez. Até te dou razão, e existiram algumas coisas boas mas pergunto-te: as coisas boas que me aconteceram não são a rotina, o típico, o habitual na vida de toda a gente? Então porque é que para mim tem de ser bênçãos e tenho de estar eternamente agradecida por elas? Se te acontecesse a ti sentirias como fatalismo, pessimismo e pena de ti própria?
É fácil debitar duas ou três larachas, por ar de entendida e debitares umas quaisquer teorias racionalizadas que supostamente justificam o irracional. Deixa-me ter pena de mim própria, pelo menos não finjo que está tudo bem, que não me importo com nada, que sou de aço. Talvez não volte a falar contigo. Talvez não volte a falar com ninguém. Esta é a minha máscara, deixa-me usá-la "
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