quarta-feira, 11 de setembro de 2013

A minha "grandiosa" turma de 10º ano

Quando entrei no 10º ano, tive uma turma espectacular éramos 40, e no início era brutal termos aulas: alunos a achar o máximo, professores a passarem-se da cabeça. Já não ouvia tanta gritaria em sala de aula desde a primária. Que dizer: adolescente, nova, inconsciente, impulsiva e a mudar-me para uma escola nova, numa terra nova. Nada melhor que uma turma gigante  para nos integrarmos.A minha era fantástica, com aluno chegados do 9º ano e muitos repetentes. Tive colegas que foram cumprir o serviço militar e ainda chegaram a tempo de completar o ano. Talvez seja pertinente referir que a minha turma era da área de saúde, o que como toda a gente sabe é composta por disciplinas como matemática, química, biologia ... coisas fáceis de apanhar com uma sala apinhada de gente, o que o meus setôres de matemática e biologia resolviam mandando-nos ir "apanhar ar" durante 2h. Aliviavam a sala, mantinham os bons, e os médios e medíocres passaram a ser maus e deploráveis nas respectivas disciplinas. Como adolescente, foi um ano incrível, pelo menos o inicio, em que havia três pessoas por carteira e alguns sentados no chão, como calculam o ambiente era de festa permanente e os "nerds" estavam abafados, por mais que se queixassem, quem os ouvia no meio de tanta algazarra. Alguns "setôres" entraram de baixa, como a prof. Lídia, de Português, que eu até curtia, outros passaram de bestiais a bestas pois para conseguirem trabalhar tiveram de se transformar.
Algures durante o 1º período, alguém decidiu que era incomportável dar aulas assim, e passamos a ter 2 turnos às disciplinas de base, nas outras mantínhamo-nos juntos, tirou alguma diversão mas não toda ... ainda éramos muitos na maioria das disciplinas. Não imaginam a selvajaria que pode existir neste contexto, e como acabamos "protegidos" pelo "quem é que foi? Não foi ninguém"
Apesar das amizades que fiz, da loucura que era, hoje, a esta distância, percebo o que correu mal, pois no fim do ano lectivo passaram 5 alunos, os outros ou chumbaram ou ficaram a "fazer disciplinas" - fiquei a fazer disciplinas, e até chegar à faculdade nunca mais percebi um "boi" de matemática.

Hoje ouvi na rádio que existem turmas de secundário com 35 alunos, automaticamente, lembrei-me do meu 10º ano, de como as coisas decorreram, da rabaldaria, e hoje, a esta distância, do ano em que não aprendi nada mas convivi muito. 

Gostava que os génios que tem estas ideias as testassem eles próprios no terreno, que dessem o seu exemplo de como se gere e trabalha durante um ano lectivo com 35 adolescentes numa sala de aula, e o dar aulas na faculdade não conta como exemplo, pois tive a experiência de ambos, enquanto aluna, e não se compara um auditório com 200 pessoas na faculdade a uma sala com 35 no básico ou secundário.
Senhores dirigentes experimentem vir ao terreno, a determinadas escolas deste país e depois dêem-nos o VOSSO testemunho de como é ter 35 alunos em sala de aula, este vosso trabalho seria de suma importância, dado que não estão no secundário apenas aqueles que escolheram fazê-lo mas sim todos: é obrigatório, lembram-se?

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