roller coaster
A vida não é a preto e branco, dizem por ai, que são imensos os tons intermédios, e que nem sempre estamos no antracite, que existem até momentos em que estamos envolvidos no arco íris, tal o brilho da paleta de cores que nos envolve. Dizem que a vida tem um propósito: o da própria vida, que às vezes estamos em sintonia com o mesmo outras nem por isso. Parece que é nas "nem por isso" que nos magoamos, que sofremos, aprendemos e crescemos. Parece que é nessas alturas que percebemos um sem número de coisas acerca de nós próprios, e dos outros. Sinceramente sinto que chega a uma altura que as feridas se abrem com maior rapidez do que a velocidade de cicatrização consegue acompanhar, parece que estamos num "looping" permanente, que vai desgastando quem um dia fomos ou pensámos que éramos, vamos perdendo muito de nós, sem darmos por isso funcionamos em autómato, tentando chegar ao dia de amanhã o melhor que conseguimos. Nestas alturas em que deambulamos num "looping" infinito, em que os períodos que vivemos de pernas para o ar, virados do avesso, se superiorizam a tudo o resto, começamos a pensar recorrentemente: "até quando aguentarei ser o dependurado?" - e é nestas alturas que sentimos que afinal a vida sempre é a preto e branco, e qual sociograma onde alguém nos posicionou, esqueceram-se de nós no negrume ou será o nosso olhar automatizado que já não consegue ver para além do lugar sombrio em que se encontra. Será este o poder do agora? Sem passado, presente ou futuro? Apenas hora a hora, minuto a minuto, segundo a segundo, no entanto, com a consciência de que só temos a agradecer, que apesar dos apesares mantemos a Fé e um Acreditar que reside na alma, alimentando-a e forçando-a a não se esquecer de quem somos verdadeiramente, e talvez, apenas talvez seja essa réstia de luz que tenuemente teima em brilhar, que nos guie no meio da escuridão, lembrando-nos que tudo leva o seu tempo, e que no fim do dia a força és tu.
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