Reflexão # 3
Não
me apetece escrever ou falar. Ponho em questão se continuo a saber ler. O
raciocínio limita-se ao rotineiro e essencial.
Quantas
vezes penso em vir aqui, em não deixar morrer esta pequeníssima parte de mim,
forçar-me a manter determinados hábitos, por mais ridículos ou vazios que
sejam. Não me apetece. Na verdade não me apetece nada. Houvera alguém com
poderes para me conceder três desejos e não saberia o que pedir.
Já
não me controlo, não domino este estado permanente de ansiedade, a sensação de
não ter mais forças, de estar no limite e não saber recuar. Sei que tenho de
recuar. Sei que, tal como em outras fases, se não me cuidar ninguém o fará.
O
Natal, supostamente, dá-me algum tempo para respirar e recuperar algumas das
forças que esgotei mas como não podia deixar de ser: "porque é que sempre
que paro adoeço?" - vá lá saber-se porquê, quem sabe é apenas a velha
máxima "quando não páras a vida pára-te" - talvez seja isso.
Por
ora estou semi imobilizada pois a teimosia ganha à necessidade de repouso, e o
que há para fazer não me permite exercer este direito tão banal, que é o da
inércia satisfatória e necessária.
Verdade
seja dita que este ano deixou cicatrizes por todo o lado - profundas e feias
mas também tem sido um ano de aprendizagem extrema, de todos os dias batalhar e
batalhar-me para seguir em frente. Terei conseguido?
Não
sei. Sinceramente, já nem sei se me interessa saber para que lado rodo, nem
quais os planos metas e objectivos que supostamente deveria traçar: Não faças
planos para a vida pois não sabes quais os planos que a vida tem para ti - e na
maioria das vezes são incompatíveis.
Não
posso queixar-me da sorte, da Fé ou do quão Abençoada sou, pois caso contrário
não teria aguentado ser a "trave mestra" que tenho sido e mantenho.
Não me nego: preciso de ser "alimentada", preciso de “viver” e não
apenas de “sobreviver”. Talvez o seja e talvez não.
Vamos
ver.
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