quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Cansaço

O meu cansaço pesa toneladas. atado ao pescoço e aos tornozelos, sinto-me afundar lentamente, e sem capacidade de esbracejar e manter-me à tona.
 
Como dissipar um cansaço de alma, corpo e mente?
 
Quando o meu trabalho "vive" da minha cabeça e esta está demasiado "cheia a transbordar", como recuperar, quem outrora fomos?
 
Numa batalha contra mim mesma, sinto-me a perder. Receio  a guerra.

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terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

A significância da insignificância.

A significância da insignificância.
O poder que conferimos a meros detalhes, invenções de marketing, palavras atiradas ou simplesmente ao nada que nos rodeia.
Sabemos de cor e salteado que a maioria do que nos rodeia foi pensado estrategicamente para nos fazer sentir mal: temos pelos a mais, rugas que espreitam, cabelos demasiado lisos ou demasiado encarapinhados ou apenas cabelos, somos gordos, somos magros, cagamos bem, cagamos mal ...e ainda por cima ficamos com aquela sensação de ardor no estômago ... será azia? ou estaremos apenas aziados com as coisas simples e mundanas concebidas para nos fazerem sentir abaixo dos padrões elevadíssimos e fantásticos das respectivas marcas.
 
Não sei, talvez devido à profissão exercida em registo megalómano, às vezes penso que as pessoas se deixam afectar demasiado pela pressão externa. sim, queremos pertença, enquadrar-nos no meio de um monte de desenquadrados, que como nós compram frascos de felicidade que tiram rugas, roupas que estilizam o cu e as mamas, preservativos com saber a manga/laranja para ser sensual, e bebidas que devem ser bebidas com moderação mas que nos dão estilo ... ou pelo menos atordoam uma visão que se pauta pela significância da insignificância.
 
E quando olhamos em redor, sentimos que precisamos de mais iogurtes, mais cereais, mais margarinas, daqueles que tiram o colesterol, a barriguinha e as cartucheiras ... precisamos de mais e mais, sempre um mais que nos ajude a reduzir o sentimento de impotência, de desamor e de solidão, que nos faça bonitas/os, elegantes, desejáveis em outros espelhos que não o nosso. Precisamos de ser narcisados, de ser amados, admirados e/ou valorizados, seja pelo que for ... nem que seja pelas insignificâncias que no conjunto nos fazem sentir uma qualquer significância.

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terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

O Universo na sua grande sabedoria

Por mais exemplos, provas e outras coisas mais, teimo em esquecer-me ou recalcar a grandiosa sabedoria do Universo ... até para as mais ínfimas coisas ou para as fúteis.
 
Dada a minha fugaz capacidade de gastar dinheiro, desde o inicio do Universo que penso o quanto preciso de comprar umas botas, e não, não é por não ter "nada" para calçar mas porque fiz uma ruptura de ligamentos num joelho e apenas posso (devo) andar de rasos ... e numa fase que só me apetece calçar altos ... é sempre assim. Dito isto, lá andei todo o inverno a queixar-me que as minhas botas favoritas estavam velhinhas, já levaram capas e meias solas - duas vezes, (o que ficou mais caro do que o preço delas) mas sou apegada às minhas coisas que querem ...
 
Hoje às 7h da manhã o Universo resolveu dar-me um chuto no cu e fazer-me ver que não dá mais - preciso de umas botas novas. E porquê a urgência e a extrema necessidade às 7h da manhã?
 
Porque lavei-me, vesti-me e calcei as minhas queridas botas, puxei o fecho até a cima, e eis que quando chego à cozinha sinto a bota direita larga ... o fecho não fechou, sim as partes não se uniram mas o dito cujo está ao pé do joelho - pânico - tentei fazer com que descesse e consegui até metade, a seguir encravou - nem para cima nem para baixo. Sem outra hipótese vim trabalhar com uma bota presa na perna dado que para  atirar vou ter de rebentar o que ainda existe do fecho ... e assim acabar com o sofrimento das mesmas.
 
Moral da história: preciso de umas botas novas com fechos a funcionar, e desta não pode passar porque não tenho outras - O Universo é sábio. 
 
Graças a Deus não tenho de me descalçar ou despir no trabalho, porque isto não são trambelhos de uma pessoa com 40 anos ... às vezes tenho curiosidade em saber se estas merdas disparatadas só me acontecem a mim ... tipo o dia em que o botão das calças se rebentou ia no comboio para Lisboa e passadas algumas horas o fecho sofreu tanta pressão que se estragou também ... e lá andei todo o dia a tentar fazer com que as calças não caíssem ... presas com um elástico do cabelo e um lápis ... Meus Deus ... será que estas coisas só me acontecem a mim?

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