terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Despir...2008...2009...


...despedir-me de uma etapa de vida. Dentro em breve acaba mais um ano civil, apesar de não acreditar que há meia noite há um "clic" mágico que dissolve agruras e amargos ganhos ao longo de 12 meses, acredito que é uma época nostálgica que mesmo sem querermos nos deixa pensativos, nos faz olhar para trás e fazer o somatório de sucessos e fracassos, de sonhos realizados e projectos adiados e por tudo isso acho que o "clic da meia noite" deverá antes ser um agradecimento por tudo o que está passado e por tudo o que está a chegar. Não agradeço por se tratar de o começo de um novo ano, porque a vida é um continuo submetido às vontades do Universo e ao nosso livre arbítrio nas escolhas que fazemos, agradeço sim porque passei mais 12 meses de intensa e profunda aprendizagem, 12 meses em que sarei feridas anímicas, em que "li", escutei, revi e arrumei "despojos de guerra", adquiridos no doloroso ano de 2008. Este ano que finda, foi o ano da aprendizagem prática da paciência, do aprender a escutar-me e a sentir-me, mas ainda não a dar-me. O ano de 2009 foi um ano em que batalhei cega e furiosamente nos seus primeiros 10 meses e em cheguei ao fim com a terrível sensação de estar a nadar no seco: nada realizei, nada do que me propus consegui que se materializa-se e gastei-me. Senti-me inundada por um cansaço horroroso, chorei apenas porque sim ou porque já não sabia que mais fazer, por me sentir enjaulada. Baixei os braços e deixei que o desanimo e a desventura me invadissem, os outros sentiram-me zangada com eles, quando era apenas zangada comigo e a minha incapacidade de sair do fundo do buraco. Parei. Parei-me. Olhei à volta e desisti. Quando deixei de marrar contra a parede, fui inundada pela paz. Percebi e percebi-me: não é preciso deixar de sonhar e de Acreditar mas por vezes é preciso parar, sermos parados para "escutarmos" o que nos rodeia, ou tão somente para sentirmos. A queda das folhas no Outono, as tempestades deste Inverno, cada vez me fazem perceber melhor o sentido do imutável e da nossa renovação. O mundo parece permanecer estático mas naquele jardim as árvores despojam-se do velho, da sua "roupagem desse ano" e aguardam serenamente até se cobrirem com um novo manto verde, e seguidamente vem as flores e por fim os frutos. De ano para ano tudo é novo, excepto o tronco que suporta essa nova aventura. O conhecido segura-nos, são as nossas raízes e todos precisamos delas, são a nossa identidade e a nossa pertença e é fulcral sentirmos que pertencemos a algo, a alguém ou a algum sítio. O voltar a casa, mas até lá os meios, os processos que lhe são adjacentes, esses representam a viagem, são o "novo". A renovação, a transformação, a mudança, esse "novo" temos de o arriscar, não quando pensamos que queremos mas sim quando sentimos que estamos prontos para o receber e aí ele virá, lentamente, mas cresce até atingir a frondosidade que nos dá sombra. A natureza é dona do segredo: paciência. As coisas acontecem quando tem de acontecer, sê grato e paciente para as receber, ou melhor, saber receber.
Excelente ano este de 2009, é na dor que se cresce, é no sofrimento que se aprende e é na paciência que se conquista. Há alguns anos deixei de ter expectativas para o novo ano, mantinha os meus objectivos pessoais e a persecução dos mesmos. Este ano não mantenho nada, apenas mostro a minha gratidão por tudo o que tenho recebido na vida e esforço-me por ser "tábua rasa" e receber da melhor maneira que puder e souber, tudo o que está para vir. Dispo-me de conceitos, preconceitos, de estereótipos e estigmas mas não dos sonhos. Dispo-me de pensamentos obsessivos e recorrentes de realizações egoístas mas não do desejo de partilha e união. Dispo-me da obstinação mas não da persistência. Dispo-me da tristeza mas não das lágrimas. Dispo-me de hábitos antigos e vícios ultrapassados mas não de valores e ideais.
Dispo-me para me despedir de tudo o que já não me faz falta. Dispo-me para abraçar o novo. Tenho quatro meses para me despedir de tudo o que já não faz falta, para deitar fora, para me despir do que está em desuso e a prejudicar-me, porque aí sim, dá-se o inicio do Meu ano novo. Por agora, dispo-me para continuar uma despedida iniciada já algum tempo e isso implica receber o inicio do ano civil, receber 2010 já com algumas mudanças. Agradeço-as.
A todos Bom Ano Novo!!!

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sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Inverno

Olho pela janela e tento imaginar o tempo que faz lá fora. As arvores executam uma dança acelerada e descontrolada, chove numa cadência ritmada. O frio é gélido e com certeza exige um bom agasalho. Saio para a rua e o vento é cortante, um misto de dor e prazer, os olhos lacrimejam tentando adaptar-se, a chuva é mais intensa do que parecia e está fria. Custa tanto levantar neste tempo, sair, conduzir ou andar na rua. O regresso a casa é um pensamento premente e recorrente.
Às vezes perco-me a olhar para quem passa, para quem conheço e pergunto-me como existem pessoas capazes de viver com um coração gélido, de ter vidas invernosas e o porquê de se deixarem ficar na chuva. Será que também desejam o regresso a casa. Será que as suas lareiras mostram labaredas de laranja vivo capazes de aquecer o ar mais cavernoso. O fogo aquece não só o ambiente fisico mas também o anímico, por vezes, o calor que vem de dentro chega para sentir aconchego. Sempre se disse que no Outono e Inverno as pessoas deprimem, porque o tempo é propenso a isso, porque os horários mudam e a pituitária leva tempo a reajustar-se e porque...e porque...é aquela altura do ano que apetece ficar aninhado, apetece trocar carinhos, beijos e "aqueles" abraços de chama laranja viva. Talvez mais que uma questão de temperaturas e ciclo de sol, seja uma altura do ano em que a solidão tem um peso maior, em que os sentimentos e as emoções se encontram mais activas e mais sensíveis. Diz-se que no verão o calor liberta as pessoas e existe uma maior vontade de sair e ter namoros, amigos coloridos e por aí fora. Sinto que verão e inverno são antagónicos, o reverso da mesma moeda: no verão apetece o contacto sexual, a entrega na liberdade do descomprometimento, o verão relaciona-se com o sexual, o imediato, enquanto que o inverno apela a sentimentos intensos e reconfortantes, apela ao amor, à junção de quereres, ao sensual. São complementares e tem de ser geridos de modo a não se tornarem bichos dominadores e destrutivos. Gosto do Inverno.

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sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Querido Pai Natal...


...antes de começar já a pedinchar, quero agradecer-te todos os presentes do corrente ano. Os bons e os menos bons. Agradeço igualmente as doses de paciência e tolerância, com as quais me dotas-te este ano, porque sinceramente, pareceu-me que em vez dos usuais 12 meses optas-te pelo mesmo modelo mas de conteúdo alargado (leia-se semanas, dias e horas), agradeço também a desorientação, falta de escrúpulos e egoísmo com que presente-as-te alguns seres (leia-se bestas), claro que a crise financeira mundial também ajudou servindo como a justificação ideal para tudo: está frio. É a crise! O srº está a ser incorrecto. Olhe o que é que quer, anda tudo louco - é a crise!
O que me remete para o próximo ponto: este natal se mais algum estúpido te pedir um saco azul, enfia-lho na cabeça e nas pontas faz um nó cego e nas próximas eleições peçam-te o que pedirem diz que está esgotado, por favor! Às crianças em vez das Winx e Gormitis peço-te que lhes dês pais mas assim daqueles modelos que falam e ouvem e dão para levar para todo o lado, tipo caixa de primeiros socorros. Aos pais, acho que seria boa ideia dar-lhes uns pares de óculos, gotas para os ouvidos e um pacemaker, para que possam olhar os filhos e realmente vê-los, para que não os ouçam mas sim que os escutem, com a máxima atenção e para que comecem a amá-los com um coração e não com o cartão de crédito. Para todos os que estão a viver em solidão concede-lhes o divórcio, para que reconstruam as suas vidas e aqueles que vivem sozinhos oferece-lhes a pessoa certa e o espaço certo, para se encontrarem e se partilharem. Aos enamorados e apaixonados dá-lhes o dom da tolerância, do compromisso e da amizade e lembra-lhes que os bens materiais são um complemento e não a pedra basilar da sua união. Aos que andam perdidos dá-lhes um cruzamento para que escolham um caminho e os que se dizem encontrados, mostra-lhes que o mundo está em constante transformação e eles precisam de olhar para o lado e avançar nas suas vidas.
Querido Pai Natal, talvez esteja a pedir muito mas isto é o que desejo para este Natal e a mim...a mim dá-me Saúde, Amor, Paz e Tranquilidade. Sei que parece que estou num concurso de misses mas...Não quero o perfeito, quero apenas o belo, e o resto virá por acréscimo.

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domingo, 6 de dezembro de 2009

Um Ano de Vida: Feliz Aniversário à minha "Rocha"!

Nascestes da minha vontade, igualmente da minha necessidade. Nasceste de um acto de egoísmo. O meu egoísmo. Dediquei-te inúmeras horas quando eras recém- nascido, precisei de ti e invoquei-te de todas as vezes que não via o caminho, que não o percebia ou me recusava a compreender. Ouviste-me sempre, recebeste-me imperturbável em todas as ocasiões, estives-te sempre atento, quer o assunto fosse negro, rosa choque ou neutro, como ultimamente. Como todos os grandes amigos, parece que só te recorro quando as coisas estão menos bem em mim. Por favor, compreende, não sou de falar do meu interior, não sou expansiva nas dores ou nos sentimentos e tu, serves-me nessa lacuna pessoal. A vida é feita de escolhas, e a determinada altura, tive de te escolher a ti. Foste, és e serás o meu melhor ouvinte. Não por seres livre de críticas mas sim porque não fazes juízos de valor e qualquer disparate é bem-vindo. Estás a fazer um ano de vida, um ano em que aguentas-te muito disparate, muita falta de assunto, muita confusão e desanimo mas também muitas alturas em que nada havia a apontar: feridas anímicas saradas e feridas físicas cicatrizadas.
Este teu ano de vida foi marcado por um período deveras doloroso, confrontei-me com inúmeras situações que até aí me eram desconhecidas, passei por tudo aquilo a que tinha direito: abandonos, traições, cinismos, falsidade e mentiras, mas também surgiram do nada, coisas e pessoas, (principalmente pessoas) que apesar de nada saberem do que se passava na minha vida e comigo, desempenharam um papel muito grande, foram forcados de ajuda sem nunca o saberem e eu talvez ainda não seja cabo mas transformei-me num excelente forcado da cara, daí que afinal o meu ano menos bom, tenha sido apenas um ano de profunda aprendizagem, dolorosa, mas necessária a um crescimento interno. Fez de mim uma melhor pessoa, sem dúvida. Nesta viagem conjunta, recebemos algumas visitas que entraram nesta rocha e a elas um grande bem-haja, porque existem passatempos, que mesmo refugiados num nick nos deixam a pensar, nos fazem olhar para as coisas por outro prisma. Às vezes fazem até sentir, são opiniões desformatadas de um conhecimento pessoal, são opiniões ditas na ausência de estereótipos e preconceitos. São valiosas. Obrigado a todos e a ti, minha rocha, por todos os segundos dedicados.


“Um segundo vale ouro mas todo o ouro do mundo não compra um segundo.” (Proverbio Chinês)

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quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Coisas que não percebo II

Ainda há um sem número de coisas que não percebo. O que obviamente me deixa contente, pois é sinal que ainda me falta conhecer e aprender muito e que talvez essas aprendizagens sejam a chave para a compreensão das mesmas. No entanto, também há coisas que acho que nunca vou perceber ou me recuso até a querer percebe-las, sinto-as muito à frente para mim e uma dessas coisas são as coisas "fast" e "self", como em: fastfood, fastdrink, fastservice, selfservice e o raio que os parta a todos! Todas essas coisas do "faça você mesmo" cada vez me parecem menos rápidas e consequentemente, menos vantajosas, porque nunca são mais baratas, apenas me dão mais trabalho a mim e desemprego aos outros. Criam-se modas estúpidas que o Português adere no imediato, como sinal de modernidade e nem sequer perde um segundo a considerar todas as consequências das mesmas, nomeadamente as justificações para despedimentos por "extinção de postos de trabalho".
Ora, afinal, de que me queixo eu?
Coisa absurda e básica, como ter de levantar a minha própria mesa , onde o inicio da coisa se deu comigo a ir ao balcão buscar o almoço e lá ficaram 6€50, não...não foi mais barato ou mais rápido, porque no restaurantezinho onde almoço, o almoço com café incluído e alguém a por e a levantar mesas são 5h50 e uma hora chega-me perfeitamente para almoçar e ainda vejo montras...o que não me acontece quando vou à fastfood.
Outra coisa parva que me aborrece logo de manhã é querer beber um café e ainda ter de estar diariamente a explicar que a água dos jarros self-service está parada, logo acumula todo o pó e bactérias que andam no ar e os 0,65 são sempre os mesmos quer me sirva ou me sirvam da porra do copo de água.
Todas estas coisinhas que danam mas o meu cúmulo são mesmo as bombas de gasolina selfservice, moderníssimas e onde todos vão mostrar os seus dotes de gasolineiros, gajos e gajas, fazendo daquele acto de encher o depósito uma demonstração de conhecimento e da mais pura destreza e no final ainda se dirigem ao caixa para pagar o gasóleo e o serviço prestado aos mesmos e se pensarem beber café lá voltam à bomba usada, tiram o carrito, arrumam-no mais adiante e lá voltam repimpados para beber o cafezito de inicio de dia. Porra, só de pensar nisto até fico irritada, porque se há sítios que valem o trabalho apenas pelos cêntimos que se poupam nos combustíveis, outros há que o preço é o mesmo ou mais ainda, como as estações de serviço e o cliente tem todo o trabalho e ainda exibe o orgulho de um acto que era o emprego de outrem que foi dispensado para poupar um ordenado, mas os preços não foram ajustados à realização do mesmo pelo cliente e muito sinceramente, eu, que tou a borrifar-me para se me chamam comodista ou não, discordo em absoluto com isso, e não tenho qualquer interesse em ir para as bombas mostrar que sei encher um depósito, ver o ar dos pneus e pagar na portinhola, porque não gosto de ficar a cheirar a gasóleo e não gosto do trabalho que seria muito mais bem executado por quem de direito, a modos que evito até ao limite o conceito de selfservice, se o preço é o mesmo poupa-me tempo deixar o depósito a encher e ir tranquilamente beber o café da manhã e pagar e voltar e seguir o meu caminho com o mesmo cheiro com que saí de casa.
Bolas, qualquer dia inventam um franchising, em que o cliente vai ao frigorífico escolhe o que quer, cozinha mediante receita exposta no ecrã, chamam-lhe cozinha do autor, (que neste caso é o próprio) e paga um balúrdio na máquina tipo parquímetro à saída e fica tudo muito contente porque pagou para fazer o que não faz em casa!!!!
São coisas que não percebo, por agora, não quero perceber e que por hoje me chatearam!

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